Como discernir se é realmente Deus que nos fala? Como separar a voz de Deus de nossas próprias inclinações? Como separar o que vem de Deus e o que procede de nossa vontade carnal? Como descobrir se estou sendo influenciado pela voz do espírito humano ou pelo espírito maligno? Como separar estes três tipos de sopros que podem existir dentro de nós?
É muito importante para o músico saber separar estes três tipos de sopros, pois então deste modo ele estará executando realmente um canto vindo do coração de Deus. [...]
O modo mais eficaz para ter discernimento é sendo íntimo de Deus. Se fôssemos íntimos de Deus, descobriremos facilmente a Sua voz e a saberemos diferenciar de todas as vozes que gritarem ao mesmo tempo querendo nos influenciar e dirigir.
Muitas vezes, servimos e não sabemos o que Deus quer, pois não O buscamos na oração, não treinamos nossos sentidos espirituais para escutar a voz d'Ele.
Isso é discernimento: Discernimento é saber diferenciar a voz de Deus da voz do mundo.
É difícil para o músico escutar, a maioria é dispersiva. Na hora em que o Senhor quer falar, muitas vezes, ele está afinando o instrumento ou cochilando. Grande parte dos músicos, no momento da escolha das músicas, em vez de escutar o Senhor, prefere seguir seu gosto musical, deixando assim de apresentar o que o Senhor quer. Satisfazem o desejo humano e atrapalham a obra de Deus Pai.
O músico precisa ficar atento, escutando com amor amor as palestras, com os sentidos espirituais aguçados para a letra das canções, estando prontos para apresentar o canto certo no momento certo. Isso só acontecerá se ele [músico] se tornar íntimo de Deus, se não se deixar levar pelos impulsos da emoção.[...]
O servo de Deus na música que procura o discernimento saberá trabalhar eficientemente com os carismas. Saberá usar os dons de Deus de acordo com o que Ele quer. Não adianta sermos instrumentos de cura divina se não temos o discernimento. Não adianta termos um dom de pregar que deixe todos suspensos, se não usarmos este dom com discernimento; ele fará mais males do que bem. O dom divino, quando usado sem discernimento, mais atrapalha do que ajuda, mais destrói do que constrói. Basta que olhemos um pouco para o início da nossa conversão: no afã de fazermos com que nossos parentes e amigos experimentassem a Deus, em vez de os convertermos nós os espantamos e criamos barreiras para Deus entrar, barreiras estas que talvez persistam até hoje. Nossa falta de discernimento quanto ao uso dos dons no início da nossa conversão pode ter feito mais estragos que pensamos. [...]
Existem muitos ministérios que não fizeram uma parada séria para saber o que Deus quer deles. Fazem toda uma programação anual sem consultar o Senhor. Escolhem suas atividades segundo suas vontades. Tocam e cantam a música divina sem ligar para o Autor delas. Reúnem-se para ensaiar e nem lembram de buscar a oração, o que é mais necessário: a presença de Deus. Existem muitos ministros de músicas causando mais confusão do que construindo um canto cristão ordeiro e frutuoso.
Por isso é preciso que todo aquele que serve a Deus na música pare um pouco.
Pare! Faça uma reflexão a respeito de sua vida de intimidade com o Senhor. Faça também um retiro espiritual com todo o seu conjunto musical cristão sobre sua programação, seu objetivo de vida, seu serviço na Igreja. Busque o discernimento para sua vida pessoal para o serviço comunitário.
Comece agora, antes que seja tarde!
(Trecho extraído do livro: "Formação espiritual de evangelizadores na música" de Roberto A. Tannus e Neusa A. de O.Tannus).
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