demos de nossas açõ
A planta plantada pelo Pai é aquela que dá frutos de amor e misericórdia, na liberdade dos filhos de Deus que se empenham na construção de um mundo de justiça e paz.
Todo o nosso ser – como planta do Pai – se estiver voltado para Deus, não precisará “lavar as mãos” e também não haverá lugar para as trevas em nossos corações. Porque a Luz Divina unifica-nos, chama-nos a uma vida sempre mais verdadeira: as máscaras, que permanecem mesmo no casal, no relacionamento entre namorados, entre filhos e pais, entre parentes, colegas, vizinhos e amigos cairão progressivamente.
Assim como a ambiguidade dos nossos propósitos, dos nossos comportamentos, a distância entre o que dizemos ou fazemos desaparecem naturalmente. Se o desejo profundo que nos faz viver é primeiro que tudo o desejo do alto, o olhar que dirigimos ao nosso cônjuge e sobre todos aos que me referi acima está acima dos outros, vem de Deus, será purificado de qualquer ambição, despojado de vontade e mãos abertas, para se tornar um olhar respeitoso e maravilhado pelo mistério do outro. Agora uma coisa que não pode acontecer comigo, nem com você, é a desconfiança, o olhar maliciosamente nas ações dos outros. Ver nelas algo para derrubar, para levar vantagens próprias e egoísticas, aí está o problema. Será que (me pergunto) fico reparando demasiadamente nas ações das outras pessoas? E me esqueço que nem tudo o que brilha é ouro? E que as coisas nem sempre são o que parecem ser?
Meu irmão, não adianta viver de aparências diante dos homens, pois Deus vê a intenção que trazemos no coração. Algumas vezes nos preocupamos com as práticas exteriores como os fariseus no Evangelho de hoje: “Por que é que os seus discípulos comem sem lavar as mãos, desobedecendo assim aos ensinamentos que recebemos dos antigos?” e nos esquecemos de olhar para o nosso interior, que precisa tanto de conversão.
Jesus nos deixa bem claro: “Não é o que entra pela boca que faz com que alguém fique impuro. Pelo contrário, o que sai da boca é que pode tornar a pessoa impura”. Portanto, é o mal que sai do coração. É isso sim que prejudica a vida do homem. Por isso é que Jesus nas bem-aventuranças diz: “Felizes os puros de coração”.
Devemos ter muito cuidado com as palavras que falamos e com as nossas ações. Peçamos sempre a Deus que faça de nós instrumentos de edificação na vida de nossos irmãos, pois fomos chamados para promover o bem que se fundamenta na rocha da fé.
Procuro guiar os que estão ao meu redor para qual caminho? A felicidade nunca está onde a pomos, e, nunca a pomos onde estamos. Que tipo de felicidade procura o nosso mundo? Será que a encontra? Onde? Em quê? Onde estará o caminho da felicidade? Onde o podemos encontrar? Não está nem pode estar fora de nós. Ela está dentro de nós mesmos.
Santo Agostinho diz que não podemos procurar Deus longe de nós. Deus está dentro de nós, em nosso coração, na voz íntima de nossa consciência. E se o nosso coração estiver limpo, se a nossa consciência for límpida, nela tudo será puro e sendo puro seremos obedientes à voz da consciência que é a do próprio Senhor. É dela que o profeta Isaías faz o anúncio como sendo aquele que nos trará a felicidade, que nos indicará o caminho para que possamos ser felizes. Vamos, portanto, escutar com os ouvidos e com o coração e não com as “mãos lavadas” como os fariseus induziam o povo.
Padre Bantu Mendonça
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