A Paixão de Jesus está presente nas paixões de tantas pessoas que vivem nas comunidades, nas pastorais, nos movimentos sociais e testemunham, radicalmente, o projeto libertador de Jesus de Nazaré. Assim, os anúncios da Paixão se tornam o centro, o núcleo da fé cristã na perspectiva da Ressurreição. Esta é a força motivadora para superarmos as contradições, as dificuldades e os desafios da caminhada.
Estão subindo para Jerusalém e, embora já saibam qual será o destino de Jesus, acontece o anúncio: “…o Filho do Homem vai ser entregue aos chefes dos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles O condenarão à morte e O entregarão aos pagãos. Vão caçoar d’Ele, cuspir n’Ele, torturá-Lo e matá-Lo. Depois de três dias, Ele ressuscitará”.
Esse último anúncio mostrará, claramente, que o seguimento de Jesus não tem privilégios como pensavam os discípulos, porque a caminhada não é marcada apenas de glória, mas pela coragem de deixar tudo para suportar a opção de vida que os levará ao longo do caminho. A estrada de Jesus será marcada de rejeição, perseguição, luta e sofrimento. Essas são as condições para chegar à glória. Para, definitivamente, segui-Lo é preciso estar curado da surdez e da cegueira que estavam presente durante todo o percurso. Essa era a razão pela qual os apóstolos tinham dificuldade de compreender a mensagem de Cristo sobre Sua Paixão como condição para segui-Lo.
O Senhor nos anuncia que o seguimento a Ele deverá passar pela cruz, pois seguimento e cruz são inseparáveis. Porém, os apóstolos não compreenderam e, entre si, discutiram quem era o maior (9,34).
Jesus lhes mostrará que o maior é aquele que serve; o primeiro deve ser o último, mudando assim, completamente, a lógica da caminhada.
Padre Bantu Mendonça
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