sábado, 1 de setembro de 2012

A CONSTRUÇÃO DA FELICIDADE

Deus não nos criou para uma vida qualquer, mas para que, de fato, vivêssemos a felicidade. 
Muitas vezes, o ser humano não consegue ser feliz, porque não sabe o que é felicidade. Quando não conseguimos defini-la, acabamos buscando-a onde ela não está. Ser feliz é uma realidade nobre e condição para as pessoas que sabem compreendê-la. 
As pessoas confundem alegria com a busca frenética por um prazer imediato. Eu não sou avesso ao prazer, pois ele torna a vida humana melhor, mas se a vida começa a girar em torno deste, ele aprisiona o coração.
A pessoa quando vive uma vida de prazer, não tem limites, nada nunca está bom para ela. Se fizermos aquilo que queremos, não construiremos a felicidade, pois ela é saída, não chegada. Não há contentamento num coração egoísta.
Olhando para nossa sociedade, vemos quantos casamentos acabam, porque as pessoas são egoístas, querem apenas a felicidade própria, mas isso é ilusão. Se o bem-estar é é pautado no egoísmo, a pessoa já começa errado. Se um casamento termina por egoísmo, para que cada um viva seu prazer sozinho, já começa errando o caminho de busca pela felicidade.
A alegria mora na montanha, não no pé da serra; para alcançá-la, é preciso esforço. Existe, hoje, uma certa obsessão pela felicidade, mas eu preciso lhe dizer, mais uma vez, que, num coração egoísta, não existe a construção da felicidade. Ninguém consegue ser feliz sozinho. 
Se você, hoje, é solteiro, construa sua felicidade com sua família, acolhendo os amigos que Deus coloca na sua vida. Deus o criou para ser feliz. Se, hoje, você não o é, quero lhe propor elementos para que se torne feliz.
Sem construir a maturidade não é possível se sentir realizado. O processo da construção da felicidade comporta também renúncias, saber ouvir “não” e aprender a reconciliar-se com a própria história. A partir da realidade, das derrotas e perdas, você pode ser feliz, mas você não pode negarVocê pode não ser quem gostaria de ser, mas é um filho amado de Deus. É preciso que integremos, em nossa vida, os fatos que compõem a nossa história. 
Meus irmãos, não nos enganemos, a felicidade está numa busca de sentidos. Você tem família, tem fé no coração? Todos nós trazemos, no coração, mutilações que a vida nos proporciona como traições, a perda de alguém que amávamos. Mas precisamos, com a força de Deus, nos reconciliar com a força dos fatos. Precisamos nos reconciliar com nossas dores e assumir nossa verdade. 
Não podemos desprezar nada que aconteceu na nossa vida, porque tudo é barro na mão do Oleiro, tudo é material para Deus construir nossa alegria.
Não nos enganemos, pois existe um tipo de sabedoria que vem da vida. A dor, por exemplo, é uma possibilidade de crescimento, de amadurecimento; ou, se você quiser, uma possibilidade de ficar encarcerado na tristeza.
Para construção da maturidade é preciso ser capaz de superar o egocentrismo. Do ponto de vista psicológico, o fechamento em si mesmo é próprio das crianças, um estágio de desenvolvimento delas, mas há adultos que ainda possuem afetos infantis, porque vivem esse profunda idolatria do próprio eu, só pensam em si mesmo.
Um estudo comprova que os mais felizes não são o que ganham mais profissionalmente, mas aqueles que ajudam outras pessoas como é o caso de bombeiros, fisioterapeutas e outros profissionais que trabalham para melhorar a vida das pessoas. 
Quantos vivem uma vida ensimesmada, não conseguem abrir mão de si mesmo pelo outro, vivem um sentimento de posse. 
Quando cometemos um erro grave, mas pedimos perdão, a situação se acaba. Mas, muitas vezes, o que acontece é que queremos nos justificar. No entanto, o orgulho não nos deixa recomeçar. Quantos filhos, diante dos pais, não reconhecem seus próprios erros, perdendo a oportunidade de reconstruir a sua felicidade!
Os erros nunca vão nos abandonar, a fraqueza faz parte do que somos, mas precisamos aprender a conviver com elas. Os motivos da nossa alegria nos mostram quem somos. 
 os fatos que permeiam sua vida. 

Padre Adriano Zandoná 
Missionário da Comunidade Canção Nova

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