O dia 7 de setembro será uma jornada de "oração e de jejum", para a qual o Papa convidou todos os cristãos a participarem, assim como os fiéis de outros credos e, inclusive, aqueles que não têm uma religião.
Em um apelo lançado diante de dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça São Pedro para assistir à oração do Ângelus, Francisco condenou firmemente o uso de armas químicas na Síria, mas reiterou sua oposição a qualquer intervenção armada.
"Um grito se eleva com força... é o grito da paz", "guerra nunca mais", afirmou o Papa, retomando a célebre frase pronunciada por Paulo VI na ONU em 1964, em plena guerra do Vietnã.
"Condeno firmemente o uso de armas químicas. Ainda tenho gravadas na memória e no coração as terríveis imagens dos últimos dias", disse o papa argentino, antes de exclamar: "Há um julgamento de Deus e um julgamento da História diante de nossas ações, de que não podemos escapar!"
Reiterando sua firme oposição a qualquer intervenção armada na Síria, o Papa pediu "com todas as suas forças" que as partes em conflito na Síria "sigam com valentia o caminho da negociação".
Francisco exortou também a comunidade internacional "a fazer todos os esforços para promover sem hesitações as iniciativas de paz" na Síria.
O uso da violência não traz a paz. A guerra chama a guerra. A violência chama a violência", ressaltou.
O Papa se disse "muito ferido", não só "pelo que está acontecendo na Síria", mas também pelos "dramáticos acontecimentos que se projetam", em uma referência às declarações do presidente americano, Barack Obama, e de seu colega francês, François Hollande, que parecem estar determinados a "castigar" o regime sírio.
Obama anunciou a sua decisão de atacar o regime sírio, embora vá pedir o aval do Congresso, que está em recesso até 9 de setembro.
Em uma coincidência ou por decisão tática, o dia de oração e de jejum decretado pelo Papa será realizado dois dias antes, em 7 de setembro.
Essa forte iniciativa segue a lançada pelo papa João Paulo II após os atentados contra as torres do World Trade Center, no dia 11 de setembro de 2001. O papa polonês também havia pedido ao mundo inteiro um dia de jejum e de oração pela paz.
Segundo o vaticanista Luigi Accattoli, entrevistado pela AFP, na tradição cristã o jejum é muito menos preciso do que na religião judaica ou na muçulmana. "Cada um interpreta a sua maneira, sem comer, sem beber, ou evitando simplesmente alguns alimentos ou alguns pratos".
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