A mesma boca que recebe a Comunhão, a Eucaristia, é a mesma que difama, calunia e pratica aquilo que não é correto!
”Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos” (Mc 7, 6-7).
Os fariseus estão, nesta passagem bíblica de hoje, preocupados, juntamente com os mestres da Lei, com preceitos meramente humanos ao observarem se Jesus lava ou não lava as mãos para comer o pão. Porque querem reparar, querem criticar e, Jesus, por não ligar para preceitos humanos, por nos querer ensinar que a verdadeira religião acontece no coração, o comeu sem lavar as mãos; por isso os fariseus chamam o Senhor de ”impuro”. Sim, porque eles se preocupam demais com esses preceitos e fazem questão de ficar um longo tempo lavando a mão bem lavadinha, porque não estou falando de uma questão de higiene não, tão necessária, tão importante, mas estou falando apenas de um preceito meramente humano: a preocupação com as práticas externas da religião.
Sabem, meus irmãos, é um perigo terrível, para nós, termos uma religião em que cuidamos apenas do exterior e apenas nos preocuparmos com aquilo que as pessoas vão ver e dizer. Desse modo, muitas pessoas vivem a sua religião somente da boca para fora. Falam bonito, mas a prática não condiz com aquilo que a boca está falando. O ”amém” para o Senhor, muitas vezes, corresponde a uma ofensa ao próximo; um ”glória a Deus” não corresponde, muitas vezes, ao cuidar do próximo e do necessitado. A mesma boca que recebe a Comunhão, a Eucaristia, é a mesma que difama, calunia e pratica aquilo que não é correto!
Nós não precisamos acusar o pecado de ninguém, mas nós não podemos viver uma religião hipócrita, uma religião farisaica, uma religião em que nós temos preceitos e leis e não vivemos a essência da Lei de Deus, não vivemos a essência da religião.
Quer viver a honestidade divina? Quer viver a observância da Lei Divina? Quer viver, sobretudo, a caridade, o amor, o respeito para com o próximo? Que a minha, que a sua, que a nossa religião não seja uma religião da boca para fora. Que nós não sejamos como este povo que honra o Senhor com os lábios, canta, fala, prega bonito, mas o coração está longe, muito longe de Deus! Que se cale nossa boca e que o nosso coração se aproxime mais e mais do Coração do Senhor!
Padre Roger Araújo
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