O Papa Francisco assim como todos os Jesuítas coloca três pontos em suas colocações: Ide, sem medo para servir. Foram tirados da Leitura da Santa Missa. “Ide” retirado do Evangelho de São Mateus. “Vocês nesses dias estiveram com Cristo, para ouvir catequese feitas pelos Bispos do mundo inteiro porque são discípulos e porque são discípulos precisam ser missionários.” Se você quer ser discípulo seja depois missionário e vice versa.
Sem medo. Ele retirou do Livro do profeta Jeremias. O papa diz que Jeremias teve medo por causa da idade. O Papa repete o que Deus fala a Jeremias “Não tenha medo, eu estou com você por causa da missão.”
Para servir. A segunda leitura foi retirada da carta aos Corintios capitulo 9. A evangelização é um serviço. “Livre em relação a todos me tornei escravo” E o que é o escravo? Somos escravos de amor. Temos um Senhor, e não um Senhor que nos acorrenta, mas que nos ama e o amamos, por isso entregamos a vida a ele. Ele é o nosso Senhor. Converter os corações a Cristo para dar-lhe alegria.
Mas o Papa faz menção a outro jovem que será canonizado nesse ano de 2014. Saiu das canárias e veio evangelizar no Brasil, o bem-aventurado José de Anchieta. Daqui 10 dias iremos comemorar 480 anos de José de Anchieta e ele é grande apóstolo do Brasil.
José de Anchieta q nasceu nas Ilhas Canárias, é de nacionalidade espanhola e por parte da mãe de origem judaica, recém-convertida. Antes de sua mãe mandá-lo estudar pensou bem e, provavelmente, pela intolerância dos espanhóis para com os judeus, ela o mandou estudar em Coimbra, Portugal. Se distinguiu como brilhante estudante, era capaz até de compor poesias em Latim, o que é muito difícil. Falava português como se tivesse aprendido no ventre da mãe. O Brasil durante dois séculos não se falava português, e sim Tupi. Era a Língua geral do Brasil, ele até elaborou uma gramática em Tupi.
José de Anchieta entrou para os Jesuítas e tempo depois ficou doente de “espinhela caída”. Ficou com medo que a falta de saúde o impedisse de professar, mas conseguiu. Ele mesmo pediu para vir para o Brasil impulsionado por Manoel da Nóbrega que estava no Brasil e convidava quem estava doente em Portugal a vir para o Brasil e aqui estaria curado. Anchieta se despediu da família dizendo: “Nos vemos no céu!”
Chegou aos 19 anos como seminarista e catequizava os índios com teatros em Língua Tupi. Podemos pensar que evangelizar os índios é o fim da picada, mas se São Paulo tivesse pensado assim o mundo não teria se cristianizado. Em Corinto São Paulo diz: “Ai de mim se eu não evangelizar.” A Grécia era reconhecida como prostíbulo daquela época. Por pesquisa da UNESCO o Brasil é o país onde se perde a virgindade mais cedo no planeta. E é esse país que nós queremos evangelizar.
Quando estava preparando a homilia rezando pedindo a Deus uma Palavra, quando liguei a rádio estava o Monsenhor Jonas Abib e a primeira Palavra que Monsenhor pronunciou na rádio foi: “Paulo não tenha medo de evangelizar, nesta cidade há um povo numeroso que me pertence” (Atos dos Apóstolos 18) É o mesmo que o Papa Francisco disse durante a Jornada Mundial da Juventude: “Não tenha medo”; não se preocupe vá com destemor, vá!
Muitas vezes olhando para a história do nosso país vemos somente os erros cometidos pelos colonizadores, mas não vemos o bem que os evangelizadores fizeram por nós. Somos um país que acredita nas famílias. Precisamos cuidar porque existem muitos desevangelizadores por aí querendo acabar com os valores da família.
A mulher é a coluna mestra da família, mas infelizmente os desevangelizadores estão fazendo com que nossas moças desacreditem das famílias, tornando-se assim más mães. Isso é um sinal de que o nosso país está voltando a barbarie. Porque eu digo barbarie? Quando José de Anchieta chegou aqui não eram evangelizados, portanto não tinham esses valores. A Igreja não tem uma mentalidade sexual castradora, temos uma moral sexual de família. Fazer sexo não é para lazer, mas para formar família.
Quando os portuguese chegaram aqui tinham a forma de escambo para adquirir coisas. Os portugueses lhes ofereciam produtos e os índios em troca ofereciam os filhos, as filhas para que tivessem relação sexual. Não se tinha amor a vida. Era uma cultura a ponto de quando o filho nascia e não era desejado o enterravam vivo.
Os evangelizadores como José de Anchieta vieram trazer os valores de família. Foi difícil, mas esses valores entraram. A rodovia José de Anchieta recebe esse nome porque foi ele mesmo que abriu uma picada no meio da mata para evangelizar. Não temos como colocar os índios a parte dizendo: “Você tem sua cultura fique nela”. Se não levarmos a eles o evangelho o demônio levará o que ele tem de pior. Os índios são pessoas humanas, não são peças de museu. Devemos respeitar as culturas, mas sabemos que ela é mutável. Toda cultura muda ou morre.
Hoje damos graças a Deus por esses homens heroicos que evangelizaram o Brasil. Anchieta lavou os pés de Cristo ao levar a Palavra de Deus para esse povo. Ou levamos o cristianismo ou o mundo vai levar o que tem de pior. Hoje existem os desevangelizadores, os anti-apóstolos que se levantam contra os valores de família. A moral Católica é a moral familiar.
Quando falamos de José de Anchieta nos vem a imagem na mente de um quadro que ficou famoso em que há um padre com uma vara escrevendo na praia. O que era aquilo? Era um exemplo heroico de pureza e de santidade, para não pecar contra a castidade aquele homem se decidiu amar Maria. E por isso escrevia um poema em Latim à Vigem Maria na areia da praia e o decorava antes que as ondas o apagassem. Este é um homem que amou profundamente as mulheres, pois as respeitou e não as usou.
Nós Cristão dizemos: “Mulher você é sagrada e o sexo é sagrado que tem que ser vivido dentro de um vínculo sagrado chamado matrimonio.” E é na união sexual entre homem e mulher que se constitui uma família, pois produz filhos. Só há um tipo de união que produz o milagre da vida, nós viemos assim a esse mundo. E por isso a Igreja quer evangelizar.
O maior serviço que prestamos a Igreja,hoje, é arrancar nossos filhos da barbarie. É arrancá-los dos perigos anti-vida e anti- família. Sejamos como José de Anchieta. Ide, ide pelo mundo evangelizar!
Padre Paulo Ricardo
Sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá (MT)
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