terça-feira, 29 de abril de 2014

A ARTE DE ADMINISTRAR CONFLITOS

Chora com os que choram, sorri com a vitória do outro
Pedro, o impulsivo apóstolo, é o tipo de “líder nato”. Sua sinceridade é radical. É um homem impulsivo e impetuoso. É mais levado pela ação do que pela reflexão. Promete mais do que pode cumprir. É aquele que, na torcida, puxa o grito de “gol”. Vai de um extremo a outro facilmente. Tem dificuldades de esperar. Quer tudo para ontem. Chora com os que choram. Sorri com a vitória do outro. É uma pessoa simples e objetiva. Não suporta burocracias inúteis. Acredita na empresa e diz que morreria por ela, embora, na hora H, às vezes, tenha dificuldades de apagar os incêndios; quase sempre se arrepende de suas falhas e tem coragem de pedir perdão. Reconsidera seus atos e muda a rota.

Pedro é um líder amoroso. Quem tem alguém assim em seu grupo colherá resultados de coesão entre os outros membros. Este é um tipo difícil em razão de sua instabilidade e sua impulsividade, mas, se administrado com sabedoria, é o gerente ideal para toda a empresa. Não lhe faltará iniciativa. Ele não deixará ninguém ficar parado e identificará facilmente o traidor. Os “Pedros” não suportam o espírito de divisão. São pessoas pouco ambiciosas. Mas, se não forem valorizados, normalmente se tornam “pedras” no caminho do diretor.

Este apóstolo é citado 154 vezes no Novo Testamento com o nome de “Pedro”, ou seja, “Pedra”. Na verdade, esta é a tradução para “Kefa”, em aramaico, língua materna de Jesus. É chamado também 75 vezes por seu nome original, “Simão”. Outras vezes, aparece simplesmente como “filho de João” ou, na forma aramaica, “filho de Jonas”. 

Era natural da pequena cidade de Betsaida, nos arredores do mar da Galileia. Dalí, veio também André, seu irmão, e Felipe. Tinha forte sotaque de pescador da Galileia. Mas Pedro não era um pescador qualquer. Tinha uma pequena empresa de pesca em sociedade com um tal Zebedeu, que era pai de outros dois apóstolos: João e Tiago. Devia ter alguma estabilidade econômica. Parece também que era um homem religioso. Tanto é verdade que, juntamente com seu irmão, foi à Judeia acompanhar a pregação de outro profeta, João Batista. Acreditava que Deus iria intervir na situação da época, já que a região era dominada e explorada pelos romanos.

Pedro era casado. Sabemos que, em certa ocasião, Jesus curou sua sogra. Por esse fato sabemos também que morava na cidade de Cafarnaum, à beira do mar da Galileia, bem em frente a uma sinagoga. Pelo jeito, a sogra vivia na mesma casa de Pedro. No início, Jesus escolheu apenas cinco apóstolos, conforme o costume dos rabinos da época. Um deles era Pedro. O número doze passou a representar as tribos de Israel, ou seja, o pequeno grupo dos apóstolos seria a semente do novo povo de Deus. 

Simão Pedro tinha um temperamento que unia alguns contrastes; era forte e ao mesmo tempo fraco; corajoso e ao mesmo tempo emotivo; inteligente e ingênuo; capaz de dar a melhor resposta e também de dizer a maior bobagem; podemos dizer que era uma pessoa totalmente humana. Pedro era pedra para construir e também para atrapalhar. Era o tipo de pessoa que costumamos chamar de “uma pedreira”. Mas a qualidade que integrava todos estes paradoxos é que Pedro era uma pessoa absolutamente sincera.
Padre Joãozinho, SCJ

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