Francisco criticou o fato de tantos cristãos serem atingidos pela preguiça e pelo formalismo, sendo que ambos fecham as portas à salvação
A inércia e o formalismo fecham a porta à salvação. Esta foi mensagem do Papa Francisco, na Missa desta terça-feira, 1, na Capela da Casa de Santa Marta.
A reflexão veio do Evangelho do dia, que narra o encontro de Jesus com o paralítico que se lamentava de não conseguir entrar na piscina, porque era sempre antecipado por outros. Jesus faz o milagre e o homem recomeça a andar. Tudo isso acontece em dia de sábado, o que foi logo censurado pelos fariseus. Segundo o Santo Padre, são duas atitudes de muitos cristãos: a inércia, aqui personificada pelo lamento do paralítico, e o formalismo paralisante dos fariseus no respeito pelo sábado.
“Eu penso em muitos cristãos, muitos católicos: sim, são católicos, mas sem entusiasmo, inclusive amargurados! Cada um em sua casa, tranquilos… E se alguém ousa, é reprovado. É a doença da preguiça dos cristãos. Essa atitude, que é paralisante do zelo apostólico, que faz dos cristãos pessoas estagnadas, tranquilas, mas não no bom sentido da palavra: que não se preocupam em sair para anunciar o Evangelho! Pessoas anestesiadas”.
A anestesia, acrescentou o Papa, é uma experiência negativa. “A preguiça é uma tristeza (…) e esta é uma doença nossa, dos cristãos. Vamos à Missa aos domingos, mas sem incomodar. Esses cristãos sem zelo apostólico não servem, não fazem bem à Igreja. E quantos cristãos são assim, egoístas por si mesmos. Este é o pecado da preguiça, contra a vontade de doar a novidade de Jesus aos outros, aquela novidade que me foi dada gratuitamente”, disse o Papa.
Mas, nesse trecho do Evangelho, afirmou ainda o Pontífice, encontra-se também outro pecado, quando se vê que Jesus é criticado, porque curou o doente no sábado. O pecado do formalismo, de não deixar lugar à graça de Deus, de se preocupar em ter os documentos e certidões em ordem.
“Cristãos hipócritas a quem interessam somente as formalidades. Fecham as portas à graça de Deus. Temos muitos assim na Igreja, e isto é outro pecado! Os que pecaram de preguiça não são capazes de ir adiante com zelo apostólico, porque decidiram parar em si mesmos, em suas tristezas e ressentimentos. Estes não conseguem chegar à salvação porque fecham as portas a ela!”.
Francisco advertiu que preguiça e hipocrisia são tentações que se deve conhecer para defender-se delas. Ele recordou que Jesus deu a graça da cura ao paralítico e, quando o encontrou de novo, disse a ele que não pecasse mais.
“As duas palavras cristãs: ‘queres ficar curado?’ e ‘não peque mais’ são palavras ditas com ternura, com amor. É este o caminho cristão: aproximar-se das pessoas feridas, neste hospital de campo; muitas vezes, pessoas feridas por homens e mulheres da Igreja… As duas palavras de Jesus são mais bonitas do que a preguiça e a hipocrisia.”
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