terça-feira, 2 de novembro de 2010

VENCENDO O LUTO, SUPERANDO PERDAS

 
Não tente mascarar a realidade e os seus sentimentos
A nossa vida é cheia de perdas e lutos, de altos e baixos. A maior dor, porém, é a perda de alguém muito querido, como pai, mãe, esposo ou esposa; alguém com um laço afetivo muito forte. Geralmente, associamos a perda ao luto, mas existem situações em nossa caminhada que são tão intensas que vivemos uma perda como um luto. Um exemplo são as separações, as mudanças de cidade ou trabalho, o término de um namoro, a mudança de escola, decepções, traições etc. É uma dor que precisa ser enfrentada com realismo e muita ajuda pessoal, espiritual e, muitas vezes, acompanhada por algum profissional ou alguém que tenha condições de vencer conosco estes momentos difíceis. Quanto mais próxima a pessoa ou a situação que se perde, mais difícil e delicado é o processo de recuperação. No entanto, é possível viver bem e superar esses momentos de perdas e lutos.

Há dois anos e meio eu passei por uma grande perda, o falecimento de minha mãe. Fui para São Paulo dois meses depois, participar de um retiro de sacerdotes. Era um encontro de silêncio e muita reflexão, em que iríamos trabalhar a nossa historia de vida. Na verdade, era um retiro de cura interior, graças a Deus! Como eu estava precisando fazer silêncio para digerir tudo que tinha vivido nos últimos meses! Mas eu não conseguia entrar na dinâmica do retiro, porque estava muito agitado e com muitas dores de estômago e de cabeça. Já eram sintomas de uma perda mal vivida, eram sintomas patológicos de algo que estava se passando em minha alma, em meu coração, a dor da perda, da ruptura... Não tinha ainda vivido, de verdade, o luto de minha mãe. Isso tudo eu descobri no primeiro atendimento, quando minha acompanhadora conversou e orou por mim. Foi um atendimento libertador, tanto espiritual como psicológico, pois estava com duas situações. Mas ela detectou que eu ainda não tinha vivido o luto, a ruptura, eu ainda estava e tinha o direito de estar de luto pela perda de minha mãe.

Espiritualmente, eu me preparei, entendi e vivi a esperança da ressurreição, mas o meu psicológico, emocional e também o físico estavam reclamando. Ela me dizia: "O senhor está de luto, tem o direito de chorar, de querer ficar só, de querer o silêncio, é normal. Precisa aceitar que teve uma grande perda, um vínculo afetivo fortíssimo que é a mãe. A psicologia diz que é necessário dois ou três anos para você se recuperar totalmente da perda, da ruptura de alguém tão próximo como pai, mãe, irmão, esposo (a). E quando o vínculo afetivo é intenso e verdadeiro, o processo é longo, é preciso assumir e respeitar com muita paciência”. O meu corpo não estava preparado para aquilo, pois, muitas vezes, fazemos essa separação e nos esquecemos de que a nossa pessoa é um todo. Daí, podem ocorrer algumas enfermidades patológicas por somatização, pois não me permiti sofrer, chorar e sentir psicologicamente a dor da ruptura, da perda.

Corre-se um grande risco de negar os sentimentos de decepção, de raiva, de não aceitação da morte. Isso gera dentro da pessoa um processo de revolta consigo e com Deus, de falta de perdão. O nosso corpo será o último a pedir socorro, a sofrer e a manifestar em pequenas e grandes enfermidades; era o que eu estava sentindo no estômago e na cabeça.

Se você perdeu alguém ou teve uma grande ruptura na sua vida, é preciso realizar um processo de aceitação e relacionar-se com essa perda, com a dor da morte. Alguns passos para retomar o processo para viver bem as perdas e o luto: 

1º - Assumir que você tem direito de estar de luto, de chorar, de querer se recolher, de sentir a dor da ruptura. Não tente mascarar a realidade e os seus sentimentos. Isso é natural, querer fugir disso é problema na certa;

2º - Dar nome aos seus sentimentos: dor, saudade, decepção, revolta; pois você esperava outra coisa e até um milagre, a recuperação, a reconciliação; 

3º - Perdoar e reconciliar-se com todas as situações que envolveram essa perda: perdoar a pessoa que faleceu, por ela ter ido desta forma tão cedo, por ter se separado de você, por não ter se despedido etc. Perdoar Deus por ter permitido essa morte ou essa perda, por não ter realizado o que você tanto pediu. Perdoar as pessoas que estavam vivendo com você este momento, médicos, parentes, instituições. Perdoar a si mesmo por ter se exposto, por não aceitar o processo natural e não se permitir sofrer. 

4º - Tomar consciência de que Deus está no controle de todas as coisas. O desejo dEle não é a morte nem o sofrimento humano, mas acontece no “tempo de Deus”, pois Ele sabe o que é melhor para nós. A providência é a sabedoria de Deus que rege todas as coisas, a visão dEle não é limitada como a nossa. Deus não erra e sempre nos vê com amor! 

5º - Guardar uma verdadeira imagem da pessoa que se perdeu. Quando se perde alguém, é costume preservar a imagem da pessoa, mas o exagero da memória de quem morreu ou foi embora não nos ajuda a recuperar o luto, a perda. Por isso, é essencial guardar a verdade das pessoas, as qualidades e os defeitos. Não é só porque morreu, que se tornou santo: “Ah, fulano era tão santinho! Só tinha alguns defeitinhos de nada!”. 

“Ao vê-la chorar assim, como também todos os judeus que a acompanhavam, Jesus ficou intensamente comovido em espírito. E, sob o impulso de profunda emoção, perguntou: 'onde o pusestes?'. Responderam-lhe: 'Senhor vinde ver'. Jesus pôs-se a chorar. Observaram por isso os judeus: 'Vede como ele o amava!'” (Cf. Jo 11,1-45)

Neste episódio da morte do amigo Lázaro, Jesus manifesta seus sentimentos por ele e por suas irmãs Marta e Maria. Viver bem e sem mascarar nenhum sentimento ou momento que possamos estar vivendo, enxergar-se como parte de um todo e não como o centro de tudo. Reconciliar-se com você mesmo e com toda a sua história, como uma grande história da iniciativa amorosa de Deus. Harmonizar corpo, alma, psíquico e espírito; isto é viver com sabedoria.  

Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11,25). 

Oração: Senhor Jesus, também sofrestes perdas e luto. Ajuda-me com o Seu Santo Espírito a viver bem e com equilíbrio todas as etapas de minha vida, os lutos e as perdas que tenho tido na minha caminhada. Ensina-me a perdoar e a pedir perdão, a ser desapegado das coisas e das pessoas. Que eu viva intensamente o amor nos meus relacionamentos e que não deixe para trás nada sem resolver. Nossa Senhora do Equilíbrio, caminhai comigo e rogai por nós. 

A MISSA

As duas partes que constituem, de algum modo, a Missa, isto é, a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística, estão tão intimamente ligadas entre si, formando um só ato de culto. Ninguém deve aproximar-se da mesa do Pão do Senhor, senão depois de ter estado presente à mesa da Sua Palavra. É da máxima importância, pois, a Sagrada Escritura na celebração da Santa Missa.
A leitura da perícope evangélica é reservada ao ministro ordenado, ou seja, ao diácono ou ao sacerdote. As outras leituras, quando for possível, sejam confiadas a quem tenha recebido o ministério de leitor ou a outros leigos, preparados espiritual e tecnicamente. À primeira leitura segue-se um Salmo responsorial, que faz parte integrante da Liturgia da Palavra.
A homilia tem por fim explicar aos fiéis a Palavra de Deus, proclamada nas leituras, e atualizar a mensagem dela. Compete, portanto, ao sacerdote ou ao diácono fazê-la [homilia].
A proclamação da Oração Eucarística que, por sua natureza, é como que o ponto culminante de toda a celebração, é reservada ao sacerdote, em virtude de sua ordenação. É um abuso, portanto, deixar que algumas partes da referida oração sejam ditas pelo diácono ou por um ministro inferior ou pelos simples fiéis. No entanto, a assembleia não fica passiva e inerte: une-se ao sacerdote na fé e no silêncio e manifesta a sua adesão com as várias intervenções previstas no desenrolar da
Oração Eucarística: as respostas ao diálogo do prefácio, o Sanctus, a aclamação depois da consagração e o Amém final, depois do “Por Cristo”, que também é reservado ao sacerdote. Este Amém final, em particular, deveria ser valorizado com o canto, porque é o Amém mais importante de toda a Missa.
Modificar as Orações Eucarísticas aprovadas pela Igreja ou adotar outras diversas, de composição privada, é abuso gravíssimo.
A comunhão Eucarística é um dom do Senhor, que é dado aos fiéis por intermédio do ministro deputado para isso. Não se admite que os fiéis, por intermédio do ministro deputado para isso. Não se admite que os fiéis tomem eles próprios o Pão Consagrado e o Cálice Sagrado, e muito menos se admite que os fiéis os passem uns aos outros.
O fiel religioso ou leigo, que está devidamente autorizado como ministro extraordinário da Eucaristia, poderá distribuir a Comunhão somente quando faltarem o sacerdote, ou diácono ou o acólito, ou quando o sacerdote estiver impedido por motivo de enfermidade ou por causa da idade avançada, ou quando o número de fiéis que se aproximam da Comunhão for tão grande que faça demorar excessivamente a celebração da Santa Missa.
Recomenda-se aos fiéis que não se descuidem, depois da Comunhão, de uma justa e indispensável ação de graças, quer na própria celebração – com alguns momentos de silêncio e um hino, ou um salmo, ou ainda um outro cântico de louvor – quer terminada a Celebração Eucarística, permanecendo possivelmente em oração durante um conveniente espaço de tempo

COMO LIDAR COM DESANIMO ?

Você já deve ter ouvido alguém na última semana lhe dizer: “nossa, estou desanimado, não tenho vontade para nada”.
Para avaliarmos as situações que geram desânimo, convido você a perceber quanto consegue ter habilidade para lidar com as dificuldades e as situações delicadas em sua vida. Atribuímos esta capacidade ao que chamamos de resiliência, ou seja, a capacidade de conviver com as situações de vida, superar dificuldades e dar um novo sentido para a vida.
Qual é o sentido da vida? De que forma posso encontrar propósito, realização e satisfação na vida? Consigo construir algo que tenha duração plena?
Muitas pessoas jamais pararam para pensar no sentido da vida e um dia, depois de muitos anos, começam a questionar por que seus relacionamentos não deram certo e por que se sentem tão vazias, mesmo tendo alcançado algum objetivo anteriormente estabelecido. Um jogador de baseball que alcançou sucesso neste esporte foi questionado sobre o que gostaria que lhe tivessem dito quando ainda estava começando a jogar baseball. Ele respondeu: “Eu gostaria que alguém tivesse me dito que quando você chega ao topo, não há nada lá.” Ou seja, muitos propósitos para os quais nos voltamos, não fazem sentido pleno. Vamos atrás de propósitos que nos completam, tais como: sucesso no trabalho, prosperidade, relacionamentos, entretenimento, etc e quando conseguem tudo isto, parece que ainda sentem que nada parecida preencher.
O sentido da vida é descobrir qual é o sentido da mesma, ou seja, descobrir quem somos, de onde viemos e para onde vamos, sobre a procura da felicidade, sobre o amor ao próximo e outros. Sentido da vida é também o progresso material e especialmente espiritual, pois no crescimento individual nestes campos a pessoa se faz e consegue compreender.
Muitas vezes, paramos em situações até mesmo simples, mas damos mais importância do que ela realmente merece, maximizando problemas ou vendo situações que nem sempre são adequadas e nisto acabamos por cair no desânimo.
Nem todos temos uma vida perfeita mas o mais importante é entendermos que por vezes, precisamos parar, nos colocarmos de forma ativa frente as dificuldades, e compreender que a vida se faz a cada momento que superamos as dificuldades. Confiar, aceitar suas capacidades e limitações, aceitar algumas coisas e dar passos na mudança de outras será muito importante neste caminho.

FINADOS , A CELEBRAÇÃO DA ESPERANÇA CRISTÃ

Uma oportunidade para fazermos uma reflexão sobre a vida 
A nova vida, recebida no Batismo, não está sujeita à corrupção nem ao poder da morte. Para quem vive em Cristo, a morte é a passagem da peregrinação terrena à pátria do Céu, onde o Pai acolhe a todos os filhos, “de toda nação, raça, povo e língua” (Apocalipse 7,9).
É muito significativo e apropriado que, depois da festa de Todos os Santos, a Igreja nos faça celebrar a comemoração de Todos os Fiéis Defuntos. Segundo a liturgia da Igreja, “para os que crêem a vida não é tirada, mas transformada”.
No Corpo místico de Cristo, as almas dos fiéis se encontram e superam a barreira da morte, rezando umas pelas outras, realizando na caridade um íntimo intercâmbio de dons. Nessa dimensão de fé, compreendemos a prática de oferecer pelos falecidos orações de sufrágio, de maneira especial a Santa Missa – memorial da Páscoa de Cristo que abriu aos que têm fé em Cristo a vida eterna.
Os primeiros vestígios de uma comemoração coletiva de todos os fiéis defuntos são encontrados em Sevilha (Espanha), no séc. VII, e em Fulda (Alemanha), no séc. IX. O verdadeiro fundador da festa, porém, é Santo Odilon, abade de Cluny (França). A festa propagou-se rapidamente por todo estado francês e pelos países nórdicos. Foi escolhido o dia 2 de novembro para ficar perto da comemoração de todos os santos.
Muitos documentos dos primeiros séculos da Igreja nos garantem esta prática. Por exemplo, a Didaquè (ou Doutrina dos 12 Apóstolos), do ano 100, já mandava “oferecer orações pelos mortos”. Nas Catacumbas de Roma os cristãos rezavam sobre o túmulo dos mártires suplicando a sua intercessão diante de Deus. Tertuliano (†220), Bispo de Cartago, afirmava que “a esposa roga pela alma de seu esposo e pede para ele refrigério, e que volte a reunir-se com ele na ressurreição; oferece sufrágio todos os dias aniversários de sua morte” (De monogamia, 10).
Nos seus ensinamentos, o Papa João Paulo II ensinou-nos que “a Igreja do Céu, a Igreja da Terra e a Igreja do Purgatório estão misteriosamente unidas nessa cooperação com Cristo para reconciliar o mundo com Deus.” (Reconciliatio et poenitentia, 12) João Paulo ainda nos ensinou que “... os vínculos de amor que unem pais e filhos, esposas e esposos, irmãos e irmãs, assim como os ligames de verdadeira amizade entre as pessoas, não se perdem nem terminam com o indiscutível evento da morte. Os nossos defuntos continuam a viver entre nós, não só porque os seus restos mortais repousam no cemitério e a sua recordação faz parte da nossa existência, mas sobretudo porque as suas almas intercedem por nós junto de Deus” (02/11/94).
A celebração do dia de Finados é uma oportunidade para fazermos uma reflexão sobre a vida. Ela terminará para todos nós aqui neste mundo, é apenas uma questão de tempo. Além disso, para a eternidade não poderemos levar nada de material. Levaremos apenas o bem que tivermos feito para nós e para os outros. Logo, deve ser uma tomada de consciência de que ser feliz e viver bem não quer dizer acumular tesouros, prazeres ou glórias, mas fazer o bem e preparar uma vida eterna com Deus.
Felipe Aquino