domingo, 21 de abril de 2013


OVELHAS E PASTORES


A Igreja celebra o dia de orações pelas vocações sacerdotais e religiosas, no Domingo do Bom Pastor, com o tema "Vocações, sinais da esperança fundada na fé". O mundo inteiro une-se em oração para implorar de Deus o dom de santas vocações e propor, de novo, à reflexão de todos, a urgência da resposta ao chamado divino.

A esperança é expectativa de algo positivo para o futuro, a qual deve, ao mesmo tempo, sustentar o nosso presente marcado, frequentemente, por dissabores e insucessos. Onde está fundada a nossa esperança? Na fidelidade de Deus à aliança, com a qual se comprometeu e renovou sempre que o homem a rompeu pela infidelidade, pelo pecado, desde o tempo do dilúvio (cf. Gn 8,21-22) até o êxodo e o caminho no deserto (cf. Dt 9,7); fidelidade de Deus que foi até o ponto de selar a nova e eterna aliança com o homem por meio do sangue de Seu Filho, morto e ressuscitado para a nossa salvação. A fidelidade de Deus é Seu amor que interpela a nossa existência, pedindo a cada qual uma resposta a propósito do que quer fazer da sua vida e quanto está disposto a apostar para realizá-la plenamente. (Cf. Bento XVI, Mensagem para o Dia Mundial de Orações pelas Vocações). 

O cuidado amoroso de Nosso Senhor com seu rebanho se expressa no amor com que dá a vida por nós. Quem tem a chave que abre o livro da vida de cada pessoa (Cf. Ap 5,1-14) e reúne em torno de si uma multidão que ninguém pode contar (Cf. Ap 7,9) é o Cordeiro imolado, Aquele que se entrega inteiramente. O Cordeiro é o Pastor!
O relacionamento do Pastor-Cordeiro com Seu rebanho não é de poder despótico, mas se expressa nos vários passos do Evangelho, nos quais Ele se mostra servidor, atento aos fracos, doentes e pecadores, misericordioso, paciente, atento às demoras daqueles que Ele mesmo chama, pronto a lavar-lhes os pés e dar-lhes a vida em abundância.

Temos a alegria de ver, na Igreja, o multiplicar-se de jovens, rapazes e moças que enxergam um horizonte diferente em suas vidas. Suas perguntas já superam os interesses de posições sociais, riquezas ou reconhecimento social. Quando o novo Papa escolheu o nome Francisco, refloresceu no mundo a admiração pelo pobrezinho de Assis! É que os santos atravessam os séculos com sua ousadia e coragem. Crianças, adolescentes e jovens de nossa época também foram feitos para grande ideais, e o mundo será levado adiante justamente pelos heróis do coração e do serviço desinteressado. Mesmo pessoas afastadas da Igreja exultam ao ouvirem nomes como Beato João Paulo II, Beata Madre Teresa de Calcutá, Santa Edith Stein, Beata Chiara Luce Badano, Dom Helder Câmara, Chiara Lubich e outras personalidades. São pessoas que calibraram suas vidas com a têmpera do céu, dons de Deus oferecidos às gerações atuais.

As vocações para tal forma de vida existem e estão em nossas famílias e comunidades. Um apelo chegue aos pais e mães de família, no clima da Festa do Bom Pastor:comecem a perguntar a seus filhos, em casa, sobre o que Deus quer deles! Não reduzam os horizontes das novas gerações a interesses limitados como "o que você quer?, ou "como você terá maiores salários?", ou ainda apenas a posição social relevante. Tudo isso pode ser e é importante, desde que as perguntas a respeito de plano e vontade de Deus comecem a ocupar os pensamentos e a orientar rumos das novas gerações. Não nos permitamos diminuir o que Deus pode lhes oferecer!

Para ter a coragem de orientar assim os que devem fazer escolhas na vida, três passos emergem como importantes. O primeiro é proporcionar um conhecimento adequado de Jesus Cristo. Anunciar o Cristo, conversar com Ele junto dos filhos, fazê-Lo hóspede, mais ainda, morador de cada casa. Os pais começam a evangelizar e catequizar seus filhos quando estes estão no ventre materno e não podem interromper esta missão!

Só no conhecimento de Jesus Cristo far-se-á luz a respeito da vida de cada pessoa. Olhar no espelho é muito pouco para descobrir o que se é! Só Jesus Cristo revela a cada ser humano o seu próprio ser e seus dons. Há que começar com Ele para, depois, chegar a cada pessoa com sua história. Perde tempo, ilude-se e não suscita vocações autênticas, inclusive para o matrimônio e, é claro, para a especial consagração do sacerdócio, vida religiosa e missionária e outras formas de consagração, quem não deixa Jesus Cristo passar na frente. Será fatal, pois quem quiser ganhar sua vida vai perdê-la, mas quem perder a sua vida vai ganhá-la (Cf. Mt 16,25).

Tendo escolhido Deus acima de tudo e encontrado sua própria história, vem à tona a terceira etapa, na qual se pergunta o que fazer e como viver, o que a Igreja chama de vocação específica. Descobri-la é uma graça que Deus quer oferecer a todos os seus filhos e filhas. Especialmente o mundo dos adultos tem sobre si imensa responsabilidade, pois lhes cabe oferecer esta visão inovadora da vida a adolescentes e jovens. Sim, vocação cristã, vocação humana e específica! É a estrada maravilhosa para a descoberta do olhar pessoal de Deus!

Se o desafio parece muito alto, a Igreja põe em nossos lábios e em nossos corações a súplica adequada: "Deus eterno e Todo-Poderoso, conduzi-nos à comunhão das alegrias celestes, para que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza do Pastor. Amém.
Dom Alberto Taveira Corrêa

DEIXE-SE CONDUZIR POR JESUS BOM PASTOR

Jesus, muitas vezes, define quem Ele é: “Eu sou o caminho”. “Eu sou a verdade”. “Eu sou a vida”. “Eu sou a luz do mundo”. “Eu sou a fonte da água viva”. “Eu sou o Bom Pastor”. Não no sentido de Pastor bom, bondoso, amoroso. Claro, Jesus é tudo isso. Mas quando se diz “Bom Pastor”, este “bom” equivale ao que dizemos de um bom mecânico, um bom marceneiro, um bom pedreiro: é aquele que faz bem o seu ofício.

Jesus se diz o Bom Pastor. O pastor vive para a ovelha. Quem tem vacas, cavalos ou outro tipo de criação, não precisa ter centenas de cuidados, pois a criação vai crescendo e se desenvolvendo por si. A ovelha é totalmente diferente: precisa do pastor o tempo todo por perto.

O pastor toma as ovelhas de manhã cedinho e as leva, porque não sabem ir para o pasto sozinhas, não sabem escolher nem a própria comida. Se ele não cuida bem disso, elas acabam comendo qualquer coisa, pois não sabem, como outros animais, distinguir entre o capim bom e o mato que lhes faz mal ou que é venenoso. Elas não sabem escolher. Por essa razão, quem faz a escolha também é esse profissional [pastor]. Elas também não são capazes de guardar o caminho. Os outros animais têm faro muito bom, mas as ovelhas não: por essa razão é muito fácil para esses animais se transviarem.

O pastor vai à frente e as ovelhas vão atrás, acompanhando-o de perto. Para sentirem segurança, elas precisam da presença desse protetor. Você poderia imaginar que, se a relva é boa e o capim abundante, o pastor poderia deixá-las pastando e ir embora e descansar, mas não é assim. Ele precisa ficar com elas, mesmo que o pasto seja bom, porque elas precisam da segurança dele. Se aparecer algum animal bravo ou algum ladrão, elas não sabem se defender: pelo contrário, praticamente se entregam. Se adoecem, só o pastor consegue curá-las. Se ele não as cura, elas acabam morrendo. 

Ao final do dia, o pastor as leva de volta para o redil, mas é preciso que ele fique com elas. Também no redil, fechadinhas, em segurança, há necessidade de o pastor ficar com elas, pois precisam sentir sua presença. Se ele não está, elas se assustam, amedrontam-se, não dormem e no dia seguinte estão cansadas, perdem leite, emagrecem: tudo porque precisam do pastor.

Por isso Jesus diz: “Eu sou o Bom Pastor”, Ele faz o mesmo como você. Está constantemente a seu lado, o acompanha, vela por você, traz o alimento, aponta o caminho e o leva por ele. Você é como a ovelha, com pouco faro, não conhece o caminho e pode desviar-se dele facilmente. Precisa de um pastor, e o único Pastor para você é Jesus Cristo. Ele cuida de suas feridas, de suas machucaduras. Mesmo que não tenha consciência disso, você precisa da presença d'Ele, precisa sentir o calor da Sua companhia. É Ele quem lhe dá segurança.

Se você disse: “Eu nunca senti isso”, a resposta poderia ser a de São Paulo a respeito da Eucaristia: “Eis porque há entre vós tantos doentes e aleijados, e vários morreram” (I Coríntios 11,30). Por isso andam atribulados, ansiosos, medrosos, angustiados, desesperados, tristes, abatidos, desanimados, doentes, feridos, machucados pela vida, cheios de ressentimento e mágoa. Porque não sentem a presença do Pastor: não O encontram. Vivem com medo porque não sentem a presença d'Ele.

Infelizmente, você foi acostumado a ser ovelha sem pastor: assustada, medrosa, desanimada, cheia de problemas, angustiada, ferida, machucada e pensa que a vida é assim. Mas quando você toma Jesus como seu Pastor, quando sente Sua presença, o carinho, a força, a segurança, a alegria que Ele traz à sua vida, você vê que diferença faz ter um Pastor.

Você pode ter pertinho de sua casa um ótimo mecânico, só que você nunca vai buscar seus serviços... Você é vizinho desse profissional, mas seu carro anda sempre estragado. Jesus é o Pastor eficiente que faz bem a Sua parte. Se você não se coloca sob o pastoreio d'Ele, não vai experimentar o que é ter um Pastor. Continuará na penúria, numa vida infeliz, subdesenvolvido espiritualmente enquanto existe pertinho de você um Bom Pastor.

Nosso Senhor Jesus Cristo é o Pastor. Se você sabe disso, dará o passo na fé. Tomará a iniciativa de ir a Ele, de ficar com Ele, de se colocar sob Sua proteção... deixando-se guiar por Ele com toda a confiança. Você é livre, justamente por isso se coloca sob a proteção de Cristo.

Você é que deve se deixar conduzir por Jesus, o Pastor. Em vez de tomar seus caminhos, de querer escolher seus rumos, de querer tomar suas decisões, você coloca Jesus como Aquele que o guia, conduz, aponta-lhe a direção. Você vai com Ele, vai atrás d'Ele. É muito mais fácil, muito mais rendoso e será muito mais eficiente para sua vida.
Padre Jonas Abib

A FÉ E A CURA


Peçamos o essencial a Deus, que Ele faça chover, no deserto das nossas vidas, bênçãos e graças. Nós estamos vivendo em um mundo com muita frieza, no qual as pessoas já não busca Deus. Precisamos estar abertos ao que o Senhor tem para nós, mas para isso é preciso buscá-Lo.
Muitas vezes, procuramos o Senhor incessantemente, pois nossa alma tem sede d'Ele. Temos de acreditar no Nosso Senhor mesmo diante dos sofrimentos, porque, na hora mais difícil, Ele caminha conosco.
Deus é muito maior que os nossos problemas!
“E eis que chegou um homem de nome Jairo, que era príncipe da sinagoga; e; prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que entrasse em sua casa. Porque tinha uma filha única, quase de doze anos, que estava à morte. E indo ele, apertava-o multidão. E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada. Chegando por detrás dele, tocou na orla do seu vestido, e logo estancou o fluxo do seu sangue. E disse Jesus: Quem é que me tocou? E, negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta e te oprime, e dizes: Quem é que me tocou? E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude”(São Lucas 8, 41-46).
No momento da angústia, das dores e do medo, a quem devemos recorrer primeiro? Devemos ser como Jairo e recorrer ao Santo Pai. Ele pode nos restaurar, mas precisamos alimentar a nossa fé para que a cura possa acontecer.
Quando tocamos em Jesus, temos de acreditar que Ele nos cura, mesmo que ainda não tenhamos alcançado o que pedimos, pois tudo é possível ao que crê. Isso é ter fé.
Se queremos alcançar o milagre de Deus temos de criar, ao nosso redor, um ambiente de amor e esperança. Ninguém é curador de ninguém, pois somente o Pai pode fazer isso. Contudo, não sabemos a hora, tampouco o dia que Ele vira, por isso temos que ter fé
Não podemos deixar nossa fé morrer, por isso devemos alimentá-la! Deus não é para ser entendido, mas simplesmente seguido.
Precisamos ter a ousadia de buscar o Senhor para que possamos interceder por nossas famílias. Muitas vezes, não temos coragem e acabamos deixando o desânimo tomar conta de nós, pois nos falta fé.
Contudo, as feridas, os traumas e a falta de amor nos impedem de chegar até Deus. Precisamos estar atentos e ser perseverantes, porque o mundo está enfermo. Para cada pessoa Jesus tem um olhar misericordioso, um amor incondicional, e sempre quer derramar sobre nós Suas graças.
Jesus Cristo nos livra de toda enfermidade e temos de acreditar n'Ele! Cada um precisa alimentar a fé para que Deus possa curá-lo. Afinal, é necessário ir ao encontro d'Ele e ficar de joelho diante do Pai para que Ele possa realizar os milagres que necessitamos. Quem realiza todas as nossas curas é o Senhor!
Irmã Maria Eunice 
Missionaria da Comunidade canção Nova