sábado, 7 de dezembro de 2013

CONFIE NO SENHOR

“Senhor, uma vez que não posso estar na sua barca, mergulho no seu coração”, disse Monsenhor Jonas.

Só no Senhor a força e a vitória! No “Hosana Brasil” trazemos pedidos ao Senhor, mas, sobretudo, trazemos agradecimentos, pois o “Hosana” é em especial um momento de ação de graças. Neste “Hosana” estou trazendo muitos agradecimentos ao Senhor.
Meu agradecimento, meu profundo agradecimento ao Senhor, por estar totalmente restabelecido. Eu agradeço a Deus de todo o coração. Eu estou profundamente agradecido, é ação de graças. Hoje mergulho no Coração de Deus, agradecido, e o meu coração é de quem recebe muitas graças
“Felizes são aqueles que esperam no Senhor!” Eu me identifico com este refrão bíblico, porque eu esperei no Senhor, me uno a muitos que esperaram e, como eu, alcançaram graças, e digo àqueles que ainda não as receberam: vale a pena esperar!
O salmo sempre vem de acordo com a primeira leitura, que diz: Primeira Leitura (Is 30,19-21.23-26):
“Assim fala o Senhor, o Santo de Israel: Povo de Sião, que habitas em Jerusalém, não terás motivo algum para chorar: ele se comoverá à voz do teu clamor; logo que te ouvir, ele atenderá”. Digo a você que confiei nas palavras dessa leitura, o Senhor quer que você confie nelas também. Espere no Senhor, confie n’Ele. A palavra-mestra é confiar; diga com fé: “Senhor, eu confio em Vós, por isso eu vou em frente por acreditar que vou ser atendido”.
Quando buscamos a Deus, necessitados, o Senhor nos comove, porque Ele é Pai, e podemos dizer que este Pai tem o coração de mãe. O Senhor se comove com as dores de Seus filhos.
E segue a leitura: “O Senhor decerto dará a todos o pão da angústia e a água da aflição, não se apartará mais de ti o teu mestre”. Não é o Senhor quem nos dá o pão da angústia, isso vem dos próprios acontecimentos e da fragilidade do nosso corpo; mas quando a angústia vem ao nosso coração, o Senhor não se aparta de nós. O Senhor estará ao nosso lado, como Mestre, para nos conduzir na nossa angústia e tribulação. O Senhor é um maravilhoso pedagogo. E quando estamos na angústia e na aflição, Ele está como um Mestre, que nos pega pela mão.
A aflição e a angústia nos desnorteiam. E você que está passando por isso, ou que passará, saiba que Deus está aí e que Ele é o seu Mestre.
Teus olhos poderão vê-lo e teus ouvidos poderão ouvir a palavra de aviso atrás de ti: “o caminho é este para todos, segui por ele”, sem desviar-vos à direita ou à esquerda”. O Senhor diz que, quando os seus ouvidos, na hora da aflição não ouvirem a Deus, Ele diz que você escutará. Então diga ao Senhor que você quer escutá-Lo. Peço que, na hora da aflição, você possa senti-Lo. Diga: Senhor, quero vê-Lo e ouvi-Lo na dor e na aflição.
A Palavra de Deus nos mostra o caminho a seguir sem nos desviarmos para a direita nem para a esquerda. E também afirma: “Ele te dará chuva para a semente que tiveres semeado na terra, e o fruto da terra será abundante e rico”. Quantos agricultores semeiam a semente e ficam aguardando a chuva, e eu digo: meu irmão, confie no Senhor. Sei que você já passou por várias situações que não saíram como você gostaria, mas o homem que cuida da terra tem uma esperança: se não choveu neste ano, no próximo ano choverá. Confie no Senhor e Ele fará.
O Evangelho (Mt 9,35–10,1.6-8) de hoje começa inicialmente fazendo uma síntese da vida de Jesus. “Naquele tempo, Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade”.
Jesus foi de povoado em povoado, curando e realizando muitos milagres, depois deste percurso o Senhor viu como estava o povo e São Mateus relata:“Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos”. E a Palavra ressalta que Ele se compadeceu, o Senhor se compadeceu do povo, ou seja, Ele sentiu a dor daquele povo. E o que Jesus faz:“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”
Meus irmãos, o nosso povo está deste jeitinho, cansado e abatido como ovelhas sem pastor. Precisamos de muitos e bons padres, de religiosos. Precisamos de novas comunidades. O Senhor nos diz: “Preciso também de você, você deve ir e se apóstolo”. Jesus diz a você: “Eu conto com você”.

CURADOS DA CEGUEIRA PELA FÉ

Quantos de nós alimentamos em nossos corações a esperança de chegar dezembro e vir à Canção Nova para celebrar nossas vitórias! Porém, é importante compreendermos a caminhada que fazemos para chegar até o dia de hoje. Não é por acaso que o “Hosana Brasil” acontece todos os anos no tempo do Advento, que nos convida a contemplar tudo com um olhar de expectativa. Essa é a espera das esperas, pois falamos da Segunda Vinda de Jesus.
Neste tempo, precisamos olhar para o Evangelho de hoje e acreditar que há um Deus que nos ama e não quer que pereçamos, mas sim que tenhamos vida eterna. Contudo, só aqueles que correspondem ao chamado de Deus são capazes de experimentar o sentimento de alegria, que brota ao nosso coração, com a preparação para o dia glorioso, quando todos os olhos poderão ver o Senhor.
A beleza da liturgia de hoje também inaugura um tempo de graça para nós, pois o “Hosana Brasil” celebra mais do que graças alcançadas. Ele celebra a vitória da luz sobre as trevas!
Eu creio que o que Deus quer fazer em nós, no início deste “Hosana Brasil”, é nos curar da cegueira espiritual. Essa escuridão invadiu a terra devido ao pecado e começou a ser dissipada na primeira Vinda de Cristo, quando Deus nos deu Seu Filho único para nos salvar.
Infelizmente, hoje, o mundo quer nos fazer acreditar que não é mais possível chegar às vitórias. Se você ligar a TV, em um noticiário, só vai ver tragédia e destruição. Eles querem nos fazer pensar que já não tem mais jeito, que o mundo está perdido. No entanto, é justamente quando as trevas se levantam que a luz de Deus brilha ainda mais forte!
Onde há amor, uma luz se levanta no mundo, porém, onde predomina o ódio, a escuridão se apresenta. Se você é filho de Deus, precisa ser luz para um mundo que grita por esperança. Você não pode ser apenas uma estatística, mas precisa fazer a diferença na vida daqueles que estão à sua volta. Essa luz é a mesma luz que dissipa a cegueira espiritual sobre a qual falamos no início desta homilia. Você já viu alguém enxergar perfeitamente no escuro? Pois bem, da mesma forma, é impossível ver o plano de Deus para nossa vida se não conseguirmos observar nada que está à nossa volta.
Só podemos chegar à vitória quando entendemos o que essa palavra quer dizer. A vitória, para um cristão, é entender que, pelo Sangue de Jesus Cristo, fomos remidos no madeiro da cruz. Então, quando tentarem fazê-lo acreditar que você é um derrotado, grite para essas pessoas: “Hosana Brasil!”
Como não celebrar a vitória se a Palavra nos diz que Deus está conosco até o fim dos tempos!? Nós cremos no Emanuel, que é o “Deus conosco”, Aquele que nunca nos abandona e é constante luz para nossa vida.
No Evangelho de hoje, os cegos, que se aproximaram de Jesus, ouviram d’Ele a seguinte pergunta: “Vocês acreditam que eu possa curá-los?”. E a resposta deles foi uma resposta de confiança. Mas qual será a resposta que você tem dado diante das tribulações que surgem na sua vida? Talvez, agora seja o momento de gritar para Cristo: “Senhor, Filho de Davi, tende piedade de nós!”, para que até domingo, assim como muitos aqui, você possa dar um grito de vitória, pois a cegueira na qual você estava envolvido já não existe mais. E só nos resta a confiança na certeza da vitória que vem do Alto.
Padre Roger Araújo

DEUS ,ONDE ESTÁS?

No Natal, muitos se lembram do Papai Noel, mas se esquecem de Jesus
Em tempos de Advento, de preparação para as festividades do Natal, do nascimento de Jesus Cristo, fica uma pergunta que provoca nos cristãos certa perplexidade: “Onde estás?” (Gn 3,9). Onde está Jesus Cristo dentro do contexto natalino, se Ele não é mais o foco a ser celebrado? As atenções não se voltam mais para a espiritualidade cristã.

Os dados da cultura revelam, tendo em conta os inúmeros erros cometidos, que as pessoas se escondem de Deus. Elas fazem de tudo para anulá-Lo, porque Sua presença implica responsabilidade, cobrança e seriedade na realização das coisas. A presença do Senhor é entendida como aquilo que dificulta o uso da liberdade, por não poder agir de qualquer jeito.

Não é muito diferente no Natal. Jesus Cristo tem sido menos conhecido e menos citado como o Menino de Nazaré do que a imagem comercial do Papai Noel. Não importa o coração, a transformação interior e uma espiritualidade renovada, mas o envolvimento do comércio, o faturamento e o presente material como preocupação primeira.

Eliminando Jesus Cristo do Natal, aumentamos a distância entre o Criador e a criatura. Com isso, as pessoas tornam-se donas de si mesmas, tendendo a se tornarem deusas para si. Assim, pode cair por terra toda dimensão ética, o senso de responsabilidade em relação aos outros e à própria natureza. É a perda de referenciais.

Deus, onde estás? Era a preocupação dos antepassados, vendo n'Ele a realização de um projeto, tendo as pessoas como seus colaboradores. É um projeto que continua, hoje, e reflete as ações da cultura, da ciência e do desenvolvimento da sociedade. Mas o Autor do projeto tem sido pouco percebido e até forçado a estar distante para não dificultar.

No espírito do Natal, todos nós somos chamados a um caminho de perfeição, de sintonia com aquilo que é capaz de proporcionar felicidade completa. Isso, dificilmente, vai acontecer sem assentimento e confiança em Deus. É uma conquista, com grande determinação, seguindo o exemplo de muitos na doação de vida.
Dom Paulo Mendes Peixoto 
Arcebispo de Uberaba

RECEBEMOS A VISITA DO SENHOR


Quando Deus nos visita, nossa vida não tem mais como ser a mesma. Nós somos visitados de várias formas pelo Senhor, mas, independente do teor de Sua chegada, Ele sempre quer nos falar. Nós precisamos nos esforçar para compreender o que Ele quer dizer.
Muitas vezes, o Senhor nos visita de maneira tão discreta que não percebemos, justamente porque temos um modelo preconcebido de como gostaríamos de ser visitados por Ele. Estamos tão fechados e inflexíveis, que não deixamos Deus ser Deus na nossa vida.
Vamos, hoje, abrir o coração para a presença do Senhor.
REZEMOS COM O SALMISTA: “SENHOR, DESDE CEDO EU ME PREPARO PARA VÓS E PERMANEÇO À VOSSA ESPERA” (SL 5,4A).
Jesus, eu confio em Vós!

A CASA DE DEUS É UMA CASA DE ORAÇÃO

A casa de Deus é uma casa de oração, a casa do Senhor é o lugar para o encontro com Ele.
“Minha casa será casa de oração. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões” (Lc 19,46). 
No Evangelho de hoje, Jesus entra no Templo de Jerusalém e, com o zelo que move o Seu coração, começa a expulsar os vendedores que estão ali dentro. O Senhor ensinava no Templo, Ele não permitia que se fizesse da casa do Pai uma casa de bagunça, de comércio ou de qualquer coisa parecida. 
A casa de Deus é uma casa de oração, a casa do Senhor é o lugar para o encontro com Ele. Em primeiro lugar, este templo de Deus somos nós; o lugar onde Ele vive, mora, habita, onde Ele faz a Sua moradia é o coração de cada um de nós. Quanta bagunça, meu Deus, quanta agitação, quantas coisas inconvenientes dentro de nós! Mas Jesus expulsa os vendilhões, expulsa também tudo aquilo que está deixando o nosso coração uma bagunça: a confusão de sentimentos e atitudes, os receios, os temores. Tudo aquilo que é dissimulado o próprio Jesus ordena que saia do nosso coração. 
O lugar da morada de Deus é a igreja, é o templo; é o lugar onde vamos para nos encontrar com o Senhor, para orar com Ele. Como é importante, meus irmãos, irmos à igreja e não voltarmos da mesma maneira! Por isso é muito importante, quando chegarmos à igreja, na hora de começar o culto, de iniciar a celebração, que não saiamos correndo, ou quando estamos nela, não conversarmos com as outras pessoas. 
Às vezes, vamos à igreja, à casa de Deus, e nos encontramos com todo mundo, reparamos nisso e naquilo, mas não nos concentramos no essencial. Às vezes, nós mesmos estamos permitindo que nossa igreja vire uma bagunça. Os pais deixam suas crianças correrem dentro dela de um lado para o outro; há muita gritaria, muita conversa, barulho o tempo inteiro. 
As pessoas não conseguem se concentrar na casa de Deus para orar. Ele, hoje, está nos chamando a retomarmos o nosso zelo, ajudarmos uns aos outros a tomarmos consciência do sagrado, o lugar sagrado que somos nós, o lugar da morada do Pai. Não nos esqueçamos de que a igreja não é parque de diversões nem ponto de encontro, mas é lugar de oração, do nosso encontro único com o Senhor. 
Padre Roger Araújo

SIGNIFICADOS DO ADVENTO ! NOVO TEMPO LITURGICO COMEÇA NESTE DOMINGO

Abre-se o Advento, tempo da vinda e da chegada de Jesus. A Igreja inicia o ano litúrgico. Retoma a esperança de Israel, alimentada pelos profetas, que abasteciam a expectativa messiânica. Mensagem atualíssima em linguagem a ser compreendida.

A primeira semana nos faz olhar o futuro: o Senhor retornará. No domingo inaugural, sua volta é proposta no Evangelho de Mateus, através do discurso escatológico (24, 37- 44), isto é, referente aos últimos acontecimentos. 

Quando Ele virá novamente? Ninguém sabe, exceto o Pai. A afirmação do desconhecimento desautoriza acreditar em pessoas que, vez por outra, surgem, determinando o fim dos tempos, a conclusão da história, a destruição do mundo ou a vinda do Filho do Homem. Todos enganadores. Curioso é que há sempre gente que se deixa (ou gosta?) de ser enganada.

Coisa certa do discurso: Ele voltará e está próximo. Tal proximidade não é imediata ou a ser datada, pois para Deus “um dia é como mil anos e mil anos como um dia” (2 Pd 3, 8). Daí decorre a certeza da imprevisibilidade. Virá como um ladrão e na hora em que não pensarmos. Portanto, são inúteis os prognósticos e podem levar a fé ao descrédito ao se confundir o certo pelo duvidoso.

Mesmo guerras, revoluções, epidemias e intempéries, desvelando a finitude humana e a precariedade natural, não indicam o fim com precisão. No entanto, é comum e compreensível dizer diante de calamidades, sobretudo morais: “é o fim do mundo”. Sabemos, porém, que não é o fim total, mas parcial. Apenas para quem foi atingido. As experiências trágicas ou traumatizantes, todavia, sinalizam para a conclusão definitiva, no desejo de recuperação imediata e abrangente.

O discurso sobre o retorno do Senhor faz parte do Credo. Compõe a profissão de nossa fé católica e apostólica. Também em relação ao sentido último: a vitória da vida sobre a morte. Daí a ressurreição final e universal. A vitória da justiça sobre a injustiça. Daí o juízo final e universal. Prêmio e castigo para uns e outros. O fim é renovação. Não simples destruição. O como também não é sabido.

Por mais que possa parecer-nos linguagem simbólica demais ou mítica, ainda que na justa medida, carregam dentro de si o desejo íntimo e natural do espírito humano pelo triunfo da vida e do bem. Deus não frustrará tal desejo. Virá ao seu encontro, para além da precariedade de toda linguagem. É o que nos cabe esperar. Pelo advento do Cristo glorioso, aguardamos a novidade da transformação.

Coisa certa do discurso é ainda o que fazer agora. Prático e criativo, não é receituário. Do futuro, encaminha-nos ao presente em construção, na liberdade, possível de erros. Convoca à prontidão, à vigilância, à preparação. 

À prática perseverante, serena e alegre da fé, muitas vezes corajosa em meio às incompreensões e às perseguições até o martírio. À prática do amor e suas implicações, não declaratório apenas, mas efetivo, na justiça e no perdão. À prática da esperança, segura e firme qual âncora para a chegada ao porto seguro. Às práticas das virtudes humanas para bons e estáveis relacionamentos. 

Em suma, à vida de santidade no crescimento da graça, pela vivência dos sacramentos. À existência em Cristo nos estados de vida e nas profissões.

O tema do retorno do Senhor não só nos projeta para realidades futuras. Faz-nos responsáveis pelo tempo presente, o advento de Cristo na história e na vida das pessoas. Ele também vem nos acontecimentos e, especialmente, nos pobres. Aguarda-nos com suas surpresas. Já está entre nós.

O Advento é mais considerado em relação ao Natal. É o caminho imediato e mais fácil para preparar as festas natalinas. 

A criatividade pastoral desperta as energias que os festejos contêm. Estão enraizadas no nosso substrato católico cultural. Se assim não fosse, não teria sentido algum celebrar o Natal. O que nos cabe fazer devido ao sentido? Oferecermos Jesus, especialmente às novas gerações. Facilitarmos sua presença na sociedade. Jesus Cristo é sempre muito bem vindo.