quarta-feira, 26 de junho de 2013

PROTAGONISTAS

Alegria por ver o despertar dos jovens
Daqui a exatamente um mês, estaremos iniciando a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro (RJ). Antes de nos encontrarmos no Santuário Mundial da Juventude, os jovens viverão a "Semana Missionária" por todas as cidades do Brasil. Eis um tempo de graça e esperança!
Na oração oficial da JMJ, nós concluímos pedindo que, impulsionados por este momento único, os jovens se tornem “grandes construtores da cultura da vida e da paz e os protagonistas de um mundo novo”.
É justamente isso que tenho visto por onde tenho encontrado os jovens. É o que constatamos com a peregrinação dos símbolos da JMJ por todos os cantos do mundo e, agora, nestes dois últimos anos, pelo nosso país.
Basta ver o “Comitê Organizador Local” – o COL – para perceber a maioria de jovens que decide e organiza o evento mundial com capacidade, criatividade, animação. Também sabem vencer as dificuldades e problemas que a cada momento ocorrem numa organização como essa.
Nestes dias em que os jovens brasileiros expõem ao mundo seus anseios de uma vida mais justa, fraterna e com dignidade, focando de maneira especial na saúde, educação e transporte, vemos a importância desse momento para o país. Esse programa precisa ser acrescentado com o saneamento básico, dignidade de moradia, segurança, lazer, alimentação e tantos outros ítens. Como teremos aqui, durante a JMJ, jovens de mais de 172 nações, a partilha de experiências poderá ajudar o mundo a ser diferente com o protagonismo deles
Em todas as dioceses por onde passaram os símbolos da JMJ, o testemunho foi sempre de entusiasmo e participação. É alegria por ver o despertar dos jovens.
O interesse de todos para participar da JMJ aparece a cada momento e para nós, organizadores, isso soa como um momento de comunhão, de unidade em meio a tanta diversidade.
Temos valores que norteiam nossas vidas e também nosso trabalho. Acreditamos que os valores cristãos que marcam a nossa civilização poderão ser a luz que ilumina todos os anseios de um mundo novo nascendo em nosso tempo.

Por isso, é providencial que tenhamos justamente neste tempo esse momento com os jovens do mundo e com o Papa Francisco. É a graça de Deus que nos precede e nos alimenta em nossa esperança e caminhada.
Os episódios lamentáveis que alguns grupos minoritários causaram nestes dias demonstram como necessitamos de uma espiritualidade para alimentar o coração e curar feridas e, assim, construir positivamente esse sonhado tempo novo.
Nós cremos num mundo novo com Cristo Ressuscitado! A boa notícia que nos enche a vida a cada momento deve ser extravasada para contagiar, com uma alegria incontida, todos os que de nós se aproximam nesses dias de partilha de vida em nossa JMJ.
Os jovens que vêm como peregrinos, fazendo sacrifícios para estarem aqui conosco, encontrarão uma família de irmãos e irmãs que os acolhem. Encontrarão uma cidade que, à semelhança do Cristo Redentor, os acolhe de braços abertos. Irão encontrar seus irmãos jovens que anseiam, como eles, por dias melhores para a sociedade. O jovem é protagonista de tudo isso. Eles estiveram no início de tudo e estarão nas consequências como protagonistas desse mundo novo.
Teremos muitos legados importantes da JMJ: rede para atender os dependentes químicos, educação ecológica, sustentabilidade, acessibilidade, trabalho em conjunto com entidades internacionais e nacionais sobre paz, justiça, futuro. Viveremos isso no diálogo com as religiões e entre os cristãos. Teremos também a oportunidade da admiração do belo e da arte para os que em nada creem. Mas a grande herança que queremos deixar para todos é a esperança de um “novo amanhecer” para o mundo. É ver os sonhos que todos trazem em seus corações terem caminhos de solução. Em tempos de tantas situações e diversidades o poder dizer, providencialmente, que “o mundo tem jeito” e que a esperança deve estar presente no olhar de cada jovem será um legado que eles levarão para sempre em seus corações.
E diante de tudo isto, depois de tantas controvérsias, trabalhos, incompreensões, lutas, preocupações poderemos olhar para traz com alegria do dever cumprido e, voltados para o futuro, dizer: “valeu a pena”! Deus seja louvado por esse dom que nos concedeu!
 Dom Orani João Tempesta, O. Cist.

VOCÊ CONHECE O ESPÍRITO SANTO E SUA AÇÃO ?

Se vós, pois sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem” ( Lc 11,13).
Claramente dizendo que Espírito Santo é tudo de bom e trazendo isso para a nossa linguagem, Deus quer que nós o peçamos, pois Ele quer nos dar, hoje, o Bem Maior. Com muita simplicidade de coração, peçamos, incessantemente, ao Pai que derrame sobre a nossa vida a plenitude do Seu Espírito.
Senhor Jesus, ensina-nos a orar ao Pai como Tu oravas.
Jesus, eu confio em vós!
Luzia Santiago
Amai os vossos inimigos e rezai porque aqueles que vos perseguem”.
"Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”.
(Mateus 5,44 e 48)

Muitas vezes confundimos perfeição com perfeccionismo e acreditamos que ser perfeito é fazer tudo muito certo para não dar margem a que outras pessoas nos julguem.
Jesus vem nos ensinar que ser perfeito é procurar viver de acordo com a condição de filhos do Pai que nos criou para sermos conformes à sua imagem e semelhança.
“Assim como o Pai faz nascer o sol sobre maus e bons, sobre justos e injustos”, somos chamados (as), a imitá-Lo e, por conseguinte, aprender com Ele a perdoar, amar, acolher e aceitar o nosso próximo, do jeito que ele é, mesmo que ele esteja fora dos nossos padrões.
A perfeição, portanto, é a vivência do amor de Deus em todas as situações da nossa vida e com todas as pessoas e não somente, com aqueles a quem nos é apreciável e fácil fazê-lo.
Somos parecidos com o Pai quando vivenciamos o Seu Amor em todos os nossos relacionamentos, pois Deus ama incondicionalmente ao maior pecador.

EM TUA IMENSA MISERICÓRDIA TODA A MINHA ESPERANÇA!


Onde te encontrei, Senhor, para te conhecer? Não estavas certamente em minha memória antes que eu te conhecesse. Onde então te encontrei para te conhecer, a não ser em ti, acima de mim? Não é propriamente um lugar. Afastamo-nos, aproximamo-nos e não é um lugar. Em toda parte, ó Verdade, presides a todos que vêm com diferentes consultas. Com clareza respondes, porém, nem todos ouvem com clareza. Todos perguntam o que querem e nem sempre ouvem o que querem. Ótimo servo teu é quem não espera ouvir de ti o que desejaria, mas antes quer aquilo que de ti ouve.

Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Estavas dentro e eu fora te procurava. Precipitava-me eu disforme, sobre as coisas formosas que fizeste. Estavas comigo, contigo eu não estava. As criaturas retinham-me longe de ti, aquelas que não existiriam se não estivessem em ti. Chamaste e gritaste e rompeste a minha surdez. Cintilaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira. Exalaste perfume, aspirei-o e anseio por ti. Provei, tenho fome e tenho sede. Tocaste-me e abrasei-me no desejo de tua paz.

Quando me uno a ti com todo o meu ser, não há em mim dor nem fadiga. Viva será minha vida, toda repleta de ti. Agora ergues o que de ti está repleto. Como ainda não estou pleno de ti, sou um peso para mim. Lutam minhas lamentáveis alegrias com as tristezas deleitáveis. De que lado estará a vitória, não sei.

Ai de mim, Senhor! tem piedade de mim. Lutam minhas más tristezas com as boas alegrias e não sei quem vencerá. Ai de mim, Senhor! Tem piedade de mim! Ai de mim! Bem vês que não escondo minhas chagas. És o médico; eu, o doente. És misericordioso; eu, o miserável.

Não é verdade que a vida humana na terra é uma tentação? Quem deseja pesares e dificuldades? Ordenas tolerá-los, não amá-los. Ninguém ama aquilo que tolera, mesmo se gosta de tolerar. Embora alegre-se por tolerar, prefere não ter que tolerá-lo. Na adversidade desejo a felicidade; na felicidade temo a adversidade. Que meio termo haverá onde a vida humana não seja uma tentação? Ai da felicidade do mundo, uma e duas vezes, pelo temor da adversidade e pela caducidade da alegria! Ai das adversidades do mundo, pelo desejo da felicidade! A adversidade é dura e faz naufragar a tolerância. Não é verdade que é uma tentação a vida humana sobre a terra? Em tua imensa misericórdia ponho toda a minha esperança.
Muito tarde vos amei, ó Beleza sempre antiga, ó Beleza sempre nova, muito tarde vos amei! Vós chamastes e gritastes e rompestes-me a surdez. Veio o Filho do Homem buscar e salvar o que estava perdido. Vós chamastes e gritastes e rompestes-me a surdez. Veio o Filho do Homem buscar e salvar o que estava perdido. Cf. Lc 19,10
Oração: Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranquila. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sagrado Coração de Jesus eu confio em vós!
Padre Luizinho

SINAIS DE AMOR

Muitos tentaram escrever a história dos fatos ocorridos entre nós, assim como nos transmitiram aqueles que, desde o início, foram testemunhas oculares e, depois, se tornaram ministros da palavra. Diante disso, decidi também eu, caríssimo Teófilo, redigir para ti um relato ordenado, depois de ter investigado tudo cuidadosamente desde as origens, para que conheças a solidez dos ensinamentos que recebeste" (Lc 1,1-4). São características que fazem de São Lucas escritor caprichoso ao apresentar o modo de ser e agir de Nosso Senhor. Uma das vertentes mais atraentes de seus escritos são os gestos de misericórdia de Jesus. Pérolas do Evangelho, como as parábolas da Misericórdia, o encontro do Senhor com pessoas destinadas à rejeição na sociedade ou a atenção aos pobres e enfermos.

Tudo nos chega com beleza indescritível pela pena daquele que, provavelmente, teve contato com uma testemunha privilegiada, chamada Maria de Nazaré. Dificilmente, alguém poderia descrever episódios como os da infância de Jesus sem um contato com quem os viveu tão de perto. Aliás, além de Maria, Mãe do Senhor, várias mulheres encontram lugar privilegiado no terceiro Evangelho, como "Maria, chamada Madalena, de quem saíram sete demônios, Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes, Susana, e muitas outras mulheres, que os ajudavam com seus bens" (Lc 8,2-3). Também outros evangelhos as reconhecem presentes: Salomé (Mc 15,40), Maria, mãe de Tiago (Mc 15,40), Maria, mulher de Cléofas (Jo 19,25).
Lucas médico, artista, evangelista! Sua narrativa nos faz acompanhar Jesus em situações intrigantes e recolher, a partir da própria cultura do tempo, as lições que se tornam roteiro de vida para quem quer que faça a escolha da vida cristã. Uma cena aparentemente prosaica como a do fariseu que convidou Jesus para jantar é carregada de sentido. Um homem chamado Simão, uma mulher conhecida na cidade como pecadora, mesa, óleo, beijo, lágrimas, perdão, sinais de amor (Lc 7,36-8,3). Tudo compõe a pintura que a Igreja proclama como "Evangelho", "Palavra da Salvação" também para hoje.
A hospitalidade judaica acrescentava ao convite feito para uma refeição a água para as abluções, o refrescante óleo perfumado e o ósculo de paz. Provavelmente, o anfitrião, curioso diante do Mestre que acolhera seu convite, descuidou-se de gestos correntes de civilidade. Quem cobriu sua falta de cortesia foi justamente uma mulher pecadora. Rompidas todas as barreiras, soltou seus cabelos, numa surpreendente manifestação de liberdade, e transbordou seu coração em lágrimas e beijos. Tendo pecado tanto, amou muito mais e saiu dali com os preciosos tesouros do perdão e da paz.

Os traços de tais gestos se encontram presentes na Igreja nos sinais com os quais se celebram os sacramentos da Iniciação Cristã. Água do Batismo, Óleo da Unção na Crisma e Mesa preparada na Eucaristia. Assim, fomos acolhidos com amor por Cristo no coração da Igreja, para darmos testemunho dele onde quer que estejamos. Entrar na Igreja não é inscrever-se numa associação ou clube, quem sabe com título de sócio proprietário! É antes acolher a expressão do amor de Deus que recebe em sua família os que dele se aproximam, ao escutarem seu provocante convite.

Como Deus tem uma só palavra e seus dons são irrevogáveis (Cf. Rm 11,29), Ele não volta atrás quando uma pessoa é recebida na Igreja, feita filha e templo do Espírito Santo no Batismo e na Crisma. Mesmo quem abandonar a prática da fé cristã, lá dentro de seu coração se encontra latente a graça de Deus. São impressionantes as descrições da segunda conversão: pessoas que deixaram a prática religiosa, depois de um tempo e muitos acidentes de percurso, reencontram o amor de Deus e o seio materno da Igreja. É que a Mãe Igreja não pode abandonar ninguém. Saibam todos que a Igreja ora por eles e os aguarda, como aves viajoras que ao pôr do sol retornam ao seu ninho.

A desculpa será sempre o pecado! Se assim for, bendito seja Deus, pois o mais grave é não ter consciência dele, quando a consciência se relaxa de tal forma, como tão corrente em nossos dias, que do mal se faz propaganda e os crimes, aberrações de todo gênero e insensibilidade se espalham.

Quem se reconhece pecador ou pecadora, parabéns! A porta está aberta. Revista-se de lágrimas, solte seus cabelos, irrompa nos ambientes mais seletos, venha com o Óleo perfumado dos sentimentos mais autênticos plantados pelo Espírito Santo em seu coração! Os que se encontram "em casa" se desdobrem para receber de braços abertos os pecadores de toda ordem. Confessionários a postos, para jornadas de reconciliação, estruturas pastorais mais acolhedoras, templos de portas abertas, braços preparados para abraçar e não para apartar! Agentes de Pastoral, discípulos missionários, em suas mãos e em seus passos se encontra a chance que muitos esperam para voltar à casa paterna. A porta está aberta! Inaugurou-se a estação da misericórdia e do perdão. Que todos tenham o direito de ouvir, através da Igreja, a voz do Senhor: "Teus pecados estão perdoados... Tua fé te salvou. Vai em paz!" (Cf. Lc 7,48-50)
Dom Alberto Taveira Corrêa