segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

MERGULHEMOS NA FONTE DA DIVINA MISERICÓRDIA

A Misericórdia do Senhor surpreende-nos sempre e alcança todo pecador.
Deus chama as cidades envolvidas pela devassidão e maldade, como Sodoma e Gomorra, e oferece a Sua salvação:
”Ouvi a palavra do senhor, magistrados de Sodoma, prestai ouvidos ao ensinamento do nosso Deus, povo de Gomorra. Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva. Vinde, debatamos – diz o Senhor. Ainda que vossos pecados sejam como púrpura, tornar-se-ão branco como a neve. Se forem vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como lã. Se consentirdes em obedecer, comereis as coisas boas da terra” ( Is 1,10.16-19).
No momento atual, esta mesma misericórdia é oferecida ao mundo. É preciso escutar e obedecer a Deus Pai. O Senhor nos chama a moldarmos a nossa vida no amor, na pureza e na justiça, e sempre está disposto a nos perdoar.
Aproveitemos o dia de hoje para estreitar o nosso relacionamento com Deus e com as pessoas que nos são caras e para rezar por todos que estão perdidos nos vícios e no pecado.
”Ilumina meus olhos, Senhor. Guardai-me do sono da morte. Que meu inimigo não possa dizer: triunfei sobre ele” (Salmo 12,5).
Jesus, eu confio em Vós!

VAMOS HOJE PEDIR SABEDORIA A DEUS ?

Muitas coisas na vida são importantes, mas poucas são essenciais. Algo de essencial, que não nos pode faltar em nenhum momento, é a sabedoria para que saibamos como agir corretamente em cada situação, das mais simples às mais complexas. Talvez você esteja se perguntando: Como posso adquiri-la? A própria Palavra do Senhor nos responde: “Se a alguém de vós falta sabedoria, peça-a a Deus, que a concede generosamente a todos, sem impor condições; e lhe será dada” (Tg 1,5).
Quando pedimos a Deus o essencial, Ele nos concede incondicionalmente.
“O Senhor apareceu a Salomão durante a noite e lhe disse: ‘Pede-me o que queres que eu te dê!’” (I Re 3,5). Ele tinha uma oportunidade inigualável e por poucos conquistada. Poderia pedir muitos tesouros, saúde inabalável, vida longa e próspera. No entanto, ele clamou: “Dá a teu servo um coração que saiba perceber a verdade, para julgar o teu povo e discernir entre o bem e o mal. Pois quem poderia governar este teu povo tão numeroso?” (v. 9). Ao desejar inteligência para praticar a justiça, foi contemplado com o acréscimo do Alto: “um coração tão sábio e inteligente, como nunca houve outro igual” antes ou depois dele (cf. v. 12).
Obrigada, Jesus, porque a Sua bondade nos sustenta em todos os momentos.
Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago


TODA AUTORIDADE PRECISA OUVIR A PALAVRA DE DEUS


Deus está com quem é autêntico

Ter poder e autoridade é ser porta-voz de Deus, que fala e age de modo confiável, conforme era feito pelos profetas no Antigo Testamento bíblico. Jesus é apresentado pelos Evangelhos como modelo, com sinais que confirmavam e autenticavam Sua Palavra. Aproximam-se as novas eleições, momento em que teremos de escolher os próximos dirigentes. Eles devem ser pessoas acessíveis, coerentes e próximos das pessoas. Deverão ser porta-vozes de Deus e do povo, autênticas em relação ao que dizem e fazem.
O verdadeiro poder–autoridade é daquele que escuta Deus na consciência e leva em conta as necessidades do povo. É alguém cujas palavras são confirmadas pelos fatos, como o fez Jesus, ao se identificar com a vontade do Pai, sendo Messias–profeta. O povo via em Jesus o representante fiel de Deus. Ele era diferente dos escribas e fariseus, das falsas autoridades e exploradoras da comunidade. Tinha os poderes de Deus e isso era reconhecido por ser claro e transparente em tudo que fazia. Era confiável.
Deus deu poder a todas as pessoas livres. Quem age sem liberdade não age em nome de Deus e prejudica a comunidade. Aqui está a fonte de responsabilidade no momento das escolhas. É por isso que dizemos que “o voto não tem preço, tem consequências”. O reino da terra deve estar em sintonia com o Reino do céu. Os dois têm suas mediações que devem ser trabalhadas por todos nós. Entre elas podemos destacar a administração pública, o uso do poder e da autoridade, a vida de comunidade, de família, entre outros.

É muito importante estar preocupado com a causa do Reino de Deus, isto é, com a justiça e o bem do povo. As injustiças impedem o exercício da liberdade e dificultam a felicidade. Não podemos perder de vista o sentido último de tudo quanto fazemos. Deus está com quem é autêntico. Isso tem que ser reconhecido pelo povo, tanto na hora das escolhas como também acompanhando e cobrando na hora da administração. É fundamental construir uma sociedade cujo mal seja superado.
Dom Paulo Mendes Peixoto

FILHOS OS TEUS PECADOS ESTÃO PERDOADOS


Fomos todos feitos para a vida e a liberdade

Jesus está em Cafarnaum e a multidão acorre ao local em busca de atenção e de cura. Quatro homens trazem um paralítico (Mcf. c 2, 1-12), que é apresentado diante de Jesus de forma inusitada, descido do telhão numa maca. Dá para imaginar os olhares circunstantes, surpresa pela magnífica manifestação de fé, que se faz solidariedade por parte daqueles homens. Não é menor a expectativa dos adversários de Jesus, sempre vigilantes para analisar e condenar suas atitudes. De sua boca tomamos o ponto de partida de nossa reflexão: “Ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus” (Mc 2,7).
Os seres humanos são capazes de cometer pecados, mas não de perdoá-los. O drama de nosso tempo é pretender absolver-se a si mesmo, no dizer de um personagem de Jean Paul Sartre: “Eu mesmo hoje me acuso e só eu posso também absolver-me”. Ou então a outra pretensão: negar que exista um problema chamado pecado. São sinais da perda do sentido moral! Por experiência própria, sabemos que existe o mistério do pecado e da iniquidade e sabemos que o perdão só pode vir do Alto!
Quando Jesus encontra o paralítico, sendo Ele mesmo Deus verdadeiro, sem que manifestem externamente, sabe o que pensam Seus opositores ali presentes, tanto que vai à raiz do mal que movia os pensamentos desses homens. A cura física que se segue foi a demonstração da restauração verdadeira do interior daquele homem. O mesmo Jesus, “Cordeiro que tira o pecado do mundo”, quer vir e efetivamente vem ao encontro de todos os que se descobrem pecadores e carentes de perdão.
"Tu, Jacó deixaste de me invocar, tu, Israel, ficaste cansado de mim. Não mais me ofereceste cordeiros em holocausto, deixaste de me glorificar com teus sacrifícios. Nunca te afadiguei por oferendas nem te incomodei por causa de incenso. Tu não me compraste com aromas como se fosse dinheiro, nem me saciaste com as carnes gordas dos sacrifícios. Tu, sim, me afadigaste com teus pecados, e me incomodaste com tuas culpas. Eu, eu sou aquele que apaga tuas maldades, por causa de mim mesmo, de teus pecados nunca mais me lembrarei" (Is 43,22-25).
Não é de hoje o relaxamento da consciência e a perda do sentido do pecado. Desde sempre, quem toma a iniciativa é o próprio Deus! Ele perdoa não tanto porque sejamos “bonzinhos”, mas nos provoca positivamente, oferecendo gratuitamente Seu perdão. Ele mesmo vai ao encontro das paralisias mais profundas, que nos impedem viver de verdade. Sua aproximação acontece com entranhas de misericórdia. Deus é apaixonado pelos pecadores, ainda que abomine o pecado. É que não fomos feitos para amassar barro na iniquidade, mas feitos para o Alto e para caminhar para frente, rumo à plenitude de vida. Seu plano é a comunhão entre as pessoas humanas e com Ele.
O pecado, reconhecido e posto diante de Seus olhos, pode ser e é queimado pela graça. “Se caminhamos na luz, como ele está na luz, então estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. Ele é a oferenda de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro” (I Jo 1,7;2,1-2).
Quando a Igreja celebra a Eucaristia, torna-se presente o único sacrifício de Cristo, cujo Sangue foi derramado para o perdão dos pecados. Quando os cristãos se aproximam do Sacramento da Penitência ou Reconciliação, o ministro é instrumento d'Qquele que efetivamente perdoa. É um serviço oferecido às pessoas e à angústia profunda gerada pelo pecado! Além disso, viver na Igreja é sempre entrar numa estrada de pacificação e reconciliação. Somos um povo chamado à paz, cuja fonte é Cristo Ressuscitado. Os cristãos têm a grande responsabilidade de serem sinais da possibilidade e da efetiva realização da reconciliação.
Estamos prestes a iniciar a Quaresma. Voltando nossos olhos para o Alto e para frente, mirando a Páscoa, vida nova no Cristo ressuscitado. Os cristãos querem oferecer ao mundo um anúncio! A maldade não tem a última palavra, a corrupção e o egoísmo não são o destino último da humanidade. Fomos todos feitos para a vida e a liberdade! Ressoe a palavra de Deus no profeta Isaías, chegando aos corações de todos: “Não deveis ficar lembrando as coisas de outrora, nem é preciso ter saudades das coisas do passado. Eis que estou fazendo coisas novas, estão surgindo agora e vós não percebeis? Sim, no deserto eu abro um caminho, rasgo rios na terra seca” (Is 43,18-19).
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA