quinta-feira, 29 de março de 2012

JEJUM


"Este é o Meu copo que será entregue por vós, o verdadeiro Alimento"

Chamamos “jejum” (latim “ieunium”) à privação voluntária de comida durante algum tempo por motivo religioso, como ato de culto perante Deus.

Na Bíblia no jejum pode ser sinal de penitênica, expiação dos pecados, oração intensa ou vontade firme de conseguir algo.

Outras vezes, como nos quarenta dias de Moisés no monte ou de Elias no deserto ou de Jesus antes de começar sua missão, marca a preparação intensa para um acontecimento importante.

O jejum Eucarístico tem uma tradição milenar; como preparação para este sacramento, o cristão se abstém antes de outros alimentos. E é na Quaresma que sempre teve mais sentido aos cristãos o jejum como privação voluntária

O jejum junto com a oração e a caridade, tem sido desde muito tempo uma “prática quaresmal” como sinal de conversão interior aos valores fundamentais do evangelho de Cristo. Atualmente é costume abster-se de carne todas as sextas-feiras de Quaresma que não coincidem com alguma solenidade; fazer abstinência e jejum (uma só refeição ao dia) na quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa.

OREMOS NO ESPÍRITO



Na oração em línguas, quem ora em nós é o Espírito Santo. Não sabemos orar, então colocamo-nos na presença de Deus e realizamos a nossa parte, que é emitir os sons e abrir o coração. Quem ora em nós é o Espírito Santo. Quem se põe diante de Deus por nós, como nosso Advogado, é o Espírito Santo. Assim como o advogado sabe falar com o juiz, o Espírito Santo Paráclito sabe falar com o Pai e com Jesus. Assim como o advogado, conhecendo bem os riscos de sua situação, emprega os termos corretos para defendê-lo, o Espírito Santo apresenta os anseios do seu coração e, com as corretas palavras, o defende diante de Deus. Essa é a atitude fundamental do intercessor.
Somos intercessores, mas o principal Intercessor é o Espírito Santo de Deus. Oremos no Espírito e oremos também com a inteligência. Nossa oração é essencial na intercessão, mas a oração em línguas torna-se fundamental, porque é o próprio Espírito orando em nós, com os termos certos para a intercessão.
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

A RESSURREIÇÃO : PROJETO DE DEUS PARA VOCE

“Cantai, cristãos, afinal: ‘Salve, ó vítima pascal!’ ” Cordeiro inocente, o Cristo abriu-nos do Pai o aprisco.
Cristo foi à nossa frente. Experimentou o peso de nossos pecados, sofreu a Paixão por amor a nós. Enfim, naquele Domingo Santo, mais uma vez Cristo vai à nossa frente, agora como Cristo Ressuscitado!
Toda a nossa vida de cristãos só tem verdadeiro sentido se estivermos seguindo os passos de Nosso Senhor, um Senhor Ressuscitado. Assim, precisamos assumir como projeto de Deus para nós a ressurreição. Foi o Senhor quem abriu para nós essa linda realidade, somos herdeiros da ressurreição. Toda tristeza foi sanada diante da realidade da ressurreição. O testemunho do túmulo vazio nos provoca a uma caminhada de fé, assumindo que nossas dores e sofrimentos são passageiros e que somente a ressurreição é definitiva e eterna. Quem vive assim, não escolhe morar na cruz e colecionar dores e sofrimentos, sabe que esta realidade é temporária, pois a promessa de eternidade é para a ressurreição.
Assumir a ressurreição como projeto de vida faz toda a diferença. A homens e mulheres que passam pelos sofrimentos e dores com a firme esperança de que somente a ressurreição tem caráter definitivo em nossas vidas. Quem enxerga sua vida hoje por essa ótica, não cultiva sofrimentos, mas, ao passar por eles, lança-se em uma linda caminhada rumo à ressurreição. Qualquer cristão que se coloque à parte dessa realidade, desespera-se em meio a dores, acreditando que elas nunca vão passar, como se a morte fosse o derradeiro fim.
Entretanto, somos vocacionados, pelo batismo, a seguir o Cristo da ressurreição: “Vi Cristo ressuscitado, o túmulo abandonado. Os anjos da cor do sol dobrando ao chão o lençol [...]”. O túmulo vazio faz de nós homens e mulheres cheios de Deus, um Deus que cumpre Suas promessas e que quer ressuscitar todos os seus filhos.
Desejar uma Feliz Páscoa para alguém não é uma mera demonstração de carinho e atenção, é muito mais! É desejar que o plano de um Deus-Amor seja realizado plenamente na existência dessa pessoa. É assim que quero chegar até você: desejando-lhe uma Feliz Páscoa. Que o projeto de salvação de Deus encontre acolhida e espaço de realização em sua vida. Que, juntos com toda a Igreja, possamos celebrar esse mistério central de nossa fé, assumindo-o a cada dia em nossas vidas como uma realidade sonhada por Deus para cada um de nós.
Nossa evangelização quer ser um caminho de preparação ainda aqui nesta vida para a realidade definitiva da vida eterna. Dessa forma, cada um daqueles que se lança nesse compromisso de evangelização se torna “apóstolo da ressurreição”. Que você seja o primeiro a acolher a verdade da ressurreição, vivendo de forma renovada a própria vida. Aceite conosco o lindo desafio de levarmos a tantos irmãos o conhecimento e a experiência real dessa nossa vocação para a vida etena.
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

AS DINÂMICAS DA CULTURA

A estrutura da cultura no âmbito da sociedade é um tecido sustentador e definidor de práticas, de dinâmicas, funcionamentos, escolhas pessoais e coletivas. É o conjunto de tudo o que configura a vida de um povo, com força para definir modos, escolhas, estilo de vida, e, particularmente, a mentalidade que emoldura o jeito de ser.
Assim, quando se pensa o futuro de uma sociedade não se pode negligenciar um bom entendimento sobre a cultura.  Essa compreensão propiciará a necessária manutenção de valores e indicará, por sua vez, a oportunidade de correções em dinâmicas e funcionamentos. Permite, dessa forma, a superação de conservações obsoletas. Mas, também, garante o cuidado para não se assumir o que, por onda ou moda, pode ser fator de deterioração de elementos indispensáveis para a unidade do sistema. O desafio de zelar e ajustar a própria cultura é tarefa de todos, missão de cidadania e, particularmente, de instituições como a família, os governos, a Igreja e outros centros educativos.
Voltando, então, ao conceito de cultura, para acentuar sua importância como capítulo central na vida cidadã, vale ter presente, numa compreensão mais ampla, que ela [cultura] representa o modo particular com que o homem cultiva sua relação com a natureza, com seu semelhante, consigo mesmo e com Deus. É ela quem determina, pois, a humanização ou a desumanização da existência.
Por isso mesmo, é preciso considerar a cultura como uma preciosidade. Um patrimônio de todos, em cada contexto específico, que define o modo de ser de um povo, com seus desafios, pobrezas e demandas a serem adequadamente respondidas. Mas não se trata apenas de defender qualquer cultura, algo possível na atualidade, quando se pensa na força e na rapidez envolvente do mundo cibernético. A força da internet, junto com outras forças, frequentemente atua como um “tsunami” na vida social, provocando derrocadas de valores e perda das práticas agregadoras.
A recuperação dessas perdas não é tão simples. Demanda um longo processo até configurar, de novo, ou pela primeira vez, uma cultura da vida e da paz no sistema da sociedade. É preciso refletir, permanentemente, a cultura no contexto em que estamos inseridos, atuamos e temos responsabilidades. Assim, será possível constatar que há muito a ser corrigido e substituído, mas que também é importante a conservação, o cultivo e o crescimento do que é valor no tecido social.
Na lista interminável de raciocínios e reflexões a serem arquitetadas, é interessante pensar que a economia brasileira, atualmente em posição de destaque no ranking mundial, precisa garantir o desenvolvimento que deve ser almejado no horizonte cidadão. O dinheiro disponível mexe com os interesses políticos, a ganância que envenena corações, a burocratização por incompetência, as morosidades inexplicáveis e a falta de sentido corporativo, que macula e esvazia a verdadeira cidadania.
Sabe-se, em tantos casos, da existência de verba para urgentíssimas obras de infraestrutura. No entanto, muitos parecem dormir sobre as urgências. Acostuma-se com o menos e, assim, não se busca a indispensável rapidez nas ações e não se exercita a inteligência.
Há muito no cotidiano de todos que precisa ser refletido. Nesse caminho, o importante é avaliar o que deve ser conservado e o que, urgentemente, em hábitos e práticas, deve ser substituído. Para citar um exemplo recente de mudança cultural em processo, o uso da violência, até pouco tempo, era aceito como recurso para fazer uma criança aprender o bem. Hoje, a própria legislação coíbe a educação baseada nas palmadas, enquadrando-a como violência familiar e, assim, estimula a revisão de hábitos culturais. Essa mudança é impulsionada por muitas forças, como o desenvolvimento científico. Pesquisa da neurociência mostra que cada idade tem o seu estímulo certo, indicando que até os oito anos cabem somente elogios, jamais pancadas. Apenas depois dos 12 anos é que vem a sensibilidade a críticas e a aprendizagem com erros.
Ao refletir sobre o lugar da fé cristã católica, enraizada em nosso substrato cultural, somos alertados de cuidar deste grande bem. A fé cristã católica tem a força de definir o jeito de ser, englobando práticas religiosas, o lugar primeiro de Deus em tudo, as devoções, a marca da solidariedade e outros valores. A fé é nosso mais precioso tesouro.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte