domingo, 30 de setembro de 2012


SÃO JERONIMO

Neste último dia do mês da Bíblia, celebramos a memória do grande "tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras": São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja. Ele nasceu na Dalmácia em 340, e ficou conhecido como escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador, exegeta e doutor da Igreja. É de São Jerônimo a célebre frase: "Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo".

Com posse da herança dos pais, foi realizar sua vocação de ardoroso estudioso em Roma. Estando na "Cidade Eterna", Jerônimo aproveitou para visitar as Catacumbas, onde contemplava as capelas e se esforçava para decifrar os escritos nos túmulos dos mártires. Nessa cidade, ele teve um sonho que foi determinante para sua conversão: neste sonho, ele se apresentava como cristão e era repreendido pelo próprio Cristo por estar faltando com a verdade (pois ainda não havia abraçado as Sagradas Escrituras, mas somente escritos pagãos). No fim da permanência em Roma, ele foi batizado.

Após isso, iniciou os estudos teológicos e decidiu lançar-se numa peregrinação à Terra Santa, mas uma prolongada doença obrigou-o a permanecer em Antioquia. Enfastiado do mundo e desejoso de quietude e penitência, retirou-se para o deserto de Cálcida, com o propósito de seguir na vida eremítica. Ordenado sacerdote em 379, retirou-se para estudar, a fim de responder com a ajuda da literatura às necessidades da época. Tendo estudado as línguas originais para melhor compreender as Escrituras, Jerônimo pôde, a pedido do Papa Dâmaso, traduzir com precisão a Bíblia para o latim (língua oficial da Igreja na época). Esta tradução recebeu o nome deVulgata. Assim, com alegria, dedicação sem igual e prazer se empenhou para enriquecer a Igreja universal. 

Saiu de Roma e foi viver definitivamente em Belém no ano de 386, onde permaneceu como monge penitente e estudioso, continuando as traduções bíblicas, até falecer em 420, aos 30 de setembro com, praticamente, 80 anos de idade. A Igreja declarou-o padroeiro de todos os que se dedicam ao estudo da Bíblia e fixou o "Dia da Bíblia" no mês do seu aniversário de morte, ou ainda, dia da posse da grande promessa bíblica: a Vida Eterna.

São Jerônimo, rogai por nós!

SUBIU AOS CÉUS

Está sentado à direita de Deus

O evangelista São Marcos disse: "O Senhor Jesus, depois de ter-lhes falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita de Deus" (Mc 9). O sentar-se à direita do Pai significa a inauguração do Reino do Messias, a realização daquela visão do profeta Daniel: "A Ele foram outorgados o império, a honra e o reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. Seu império é um império eterno que jamais passará, e seu reino jamais será destruído" (Dn 7,14).
A Ascensão do Senhor marca, assim, a entrada definitiva da humanidade de Jesus no céu, donde voltará, embora até esteja escondido dos homens. Com Ele a humanidade pode agora ser introduzida na comunhão plena com Deus que, por causa do pecado original, o homem perdeu. A Igreja ensina que, a partir desse momento, os apóstolos se tomaram as testemunhas do "Reino que não terá fim".
Durante os quarenta dias, que ainda permaneceu na terra para dar as últimas instruções aos apóstolos, Jesus comeu e bebeu com eles, mostrando-lhes que era Ele mesmo. A sua última aparição a eles foi na  entrada irreversível de sua humanidade na glória divina; isso é simbolizado pela nuvem e pelo céu. O “sentar-se à direita de Deus” significa o lugar de honra no céu.
São João Damasceno (†749), doutor da Igreja de Constantinopla, ensinava que: "Por 'direita do Pai' entendemos a glória e a honra da divindade, no qual Aquele que existia como Filho de Deus antes de todos os séculos como Deus e consubstancial ao Pai, sentou-se corporalmente depois de encarnar-se e de sua carne ser glorificada" (De fide orthodoxa, 4,2,2).

O Corpo de Cristo foi glorificado desde a Sua Ressurreição e adquiriu propriedades novas e sobrenaturais; não está mais sujeito ao  tempo nem ao espaço; pode “atravessar paredes” como ao entrar no Cenáculo onde estavam os discípulos e se mostrar com feições diferentes à Madalena e aos discípulos de Emaús. Depois de ressuscitado, Jesus esteve, de fato, com os discípulos; eles o apalparam e com Ele comeram. Mostrou-lhes, assim, que Ele não é um espírito e que o Seu Corpo ressuscitado é o mesmo que foi martirizado e crucificado, pois traz as marcas da Paixão.


Contudo, este corpo autêntico e real possui, ao mesmo tempo, as propriedades novas de um corpo glorioso. Não está mais situado no espaço ou no tempo, mas pode se tornar presente a seu modo, onde e quando quiser, pois sua humanidade não pode mais ficar presa à terra, mas já pertence ao domínio do Pai. Por esta razão, Jesus Ressuscitado, é livre de aparecer como quiser: sob a aparência de um jardineiro ou "de outra forma" (Mc 16,12)  para fortalecer a fé deles.

Sua glória ainda permaneceu velada aos discípulos como se fosse um homem comum; e isso pode ser notado na palavra misteriosa que Ele disse a Maria Madalena: "Ainda não subi para o Pai, mas vai aos meus irmãos e dizer-lhes 'Eu subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus'” (Jo 20,17). Isso mostra a diferença entre a glória de Cristo ressuscitado e a glória de Cristo exaltado à direita do Pai. 

A Igreja ensina que a Ascensão de Jesus ao céu é, ao mesmo tempo, um fato histórico e transcendente. Daí para frente, Jesus não mais se apresentará aos apóstolos. Um caso excepcional é quando Ele se apresenta a São Paulo no caminho de Damasco, como ele disse: "como a um abortivo" (1 Cor 15,8), em uma última aparição que o constitui apóstolo.
A subida de Jesus ao céu está unida à Sua descida do céu na encarnação. Ele disse que só aquele que "saiu do Pai" pode "retomar ao Pai" (cf.Jo 16,28). "Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem" (Jo 3,13). “Quando subiu ao alto, levou muitos cativos, cumulou de dons os homens" (Sl 67,19). Ora, que quer dizer "ele subiu", senão que antes havia descido a esta terra? Aquele que desceu é também o que subiu acima de todos os céus para encher todas as coisas” (Ef 4,8-10).
Por si mesma a humanidade não consegue chegar à "Casa do Pai", à vida e à felicidade de Deus. Só Cristo pôde abrir esta porta ao homem. Ele disse que: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais” (Jo 14,2). O prefácio da Missa da Ascensão reza: "de sorte que nós, seus membros, tenhamos a esperança de encontrá-lo lá onde Ele, nossa cabeça e nosso princípio, nos precedeu". Jesus Cristo é a Cabeça da Igreja, por isso nos precede no Reino glorioso do Pai, para que nós, membros de Seu Corpo, vivamos na esperança de estarmos com Ele na eternidade.
A Igreja também nos ensina que a elevação de Jesus na Cruz significa e anuncia a elevação da ascensão ao céu. "E, quando eu for elevado da terra, atrairei todos os homens a mim" (Jo 12,32). É o começo da ascensão. Jesus é o Único Sacerdote da nova e eterna Aliança que entrou no céu. “Eis por que Cristo entrou, não em santuário feito por mãos de homens, que fosse apenas figura do santuário verdadeiro, mas no próprio céu, para agora se apresentar intercessor nosso ante a face de Deus”. (Hb 9,24)
O nosso Catecismo ensina (§665-667) que, no céu, Cristo exerce Seu sacerdócio, como diz a Carta aos Hebreus:"por isso é capaz de salvar totalmente aqueles que, por meio dele, se aproximam de Deus, visto que ele vive eternamente para interceder por eles" (Hb 7,25). Jesus intercede, sem cessar, por nós como mediador que nos garante a efusão do Espírito Santo. E, como "sumo sacerdote dos bens vindouros" (Hb 9,11), ele é o centro e o ator principal da liturgia que honra o Pai nos Céus.  Por isso São João pode escrever: “Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”. (I Jo 2,1)
Felipe Aquinos

CUIDADO COM A RECLAMAÇÃO

A multidão levantou-se contra Paulo e Silas; e os magistrados, depois de lhes rasgarem as vestes, mandaram açoitar os dois com varas. Depois de açoitá-los bastante, lançaram-nos na prisão e ordenaram ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. Ao receber essa ordem, o carcereiro empurrou-os para o fundo da prisão e prendeu os pés deles no tronco. À meia noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus. Os outros prisioneiros os escutavam. De repente, houve um terremoto tão violento que sacudiu os alicerces do cárcere. Todas as portas se abriram e as correntes de todos se soltaram. O carcereiro acordou e viu as portas da prisão abertas. Pensando que os prisioneiros tivessem fugido, puxou da espada e estava para matar-se. Mas Paulo gritou com voz forte: 'Não te faças mal algum! Estamos todos aqui'. Então o carcereiro pediu tochas, correu para dentro e, tremendo, caiu aos pés de Paulo e Silas. Conduzindo-os para fora, perguntou: 'Senhores, que devo fazer para ser salvo?' Paulo e Silas responderam: 'Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, como também todos os de tua casa'. Então Paulo e Silas anunciaram a palavra do Senhor ao carcereiro e a todos os da sua casa. Na mesma hora da noite, o carcereiro levou-os consigo para lavar as feridas causadas pelos açoites. E, imediatamente, foi batizado, junto com todos os seus familiares. Depois, fez Paulo e Silas subir até sua casa, preparou-lhes um jantar e, com toda a casa, fizeram festa porque passaram a crer em Deus" (At 16,22-34).
Jesus fala a respeito do sofrimento de seus apóstolos, de seus evangelizadores, na Sagrada Escritura. Não que o Senhor nos mande sofrimentos, mas é que nós entramos em luta com o inimigo quando assumimos o nosso Cristianismo e o nosso apostolado.
O mesmo acontece com Paulo e Silas (já não é mais Timóteo quem acompanha Paulo, mas Silas). Os dois foram presos e açoitados.
Eles estavam indo tão bem em seu trabalho na Europa, mas entraram no território do inimigo. Na hora em que eles [Paulo e Silas] entraram no campo do inimigo, este colocou no caminho desses apóstolos uma moça possuída por um espírito de adivinhação. Diante de Paulo, ela disse que eles eram homens enviados por Deus.
Na verdade, era o inimigo que estava fazendo isso para atrapalhar os planos dos apóstolos. Paulo percebeu o que estava acontecendo e expulsou o espírito de adivinhação que estava nela (cf. At 16,16). Então, os donos dessa escrava armaram um motim e fizeram com que Paulo e Silas passassem pela situação do cárcere. 
O bonito é que, à meia-noite, estavam eles cantando e louvando a Deus com tanta força que os outros prisioneiros escutavam os cantos de adoração que eles estavam realizando naquele lugar.
Meus irmãos, o Senhor tem para nós um grande ensinamento com isso. Quando passamos por problemas, infelizmente, a nossa linguagem é negativa, de aborrecimento, mal-estar e revolta, porque a boca fala daquilo de que está cheio o coração. Infelizmente, não assumimos a dor, o sofrimento. Nós não precisamos procurar pelos problemas, mas eles acontecem. Nessa hora, um espírito de revolta vem até nós e a nossa linguagem corresponde a ele. Mas a Palavra de Deus está nos dizendo que nossos problemas, nossas dores e nossa linguagem devem ser de amor, de adoração [nos momentos de dor e sofrimento]. 
Pode parecer absurdo, mas é a realidade do Evangelho. É uma situação na qual o Evangelho contrasta com aquilo que é humano em nós.Muitos de nós já estamos acostumados a uma linguagem de reclamação, de crítica, de mal-estar; parece que temos de mostrar que estamos com problemas, passando por uma situação difícil. Não, meu irmão; não, minha irmã! Precisamos de palavras de louvor. Essa linguagem de reclamação, não podemos e não queremos ter.
Ore comigo: "Espírito Santo, eu não quero continuar com esse mau hábito de reclamar. Eu quero aprender uma linguagem de louvor, continuar bendizendo. Quero uma linguagem nova, um coração novo. Vem, Espírito Santo, e faz isso em mim".
Meus irmãos, o Espírito de Deus liberta. De repente, todas as portas se abriram e as correntes se soltaram. Por isso que o carcereiro, quando veio verificar o que estava acontecendo, viu que todos estavam lá. A linguagem e o canto dos apóstolos tocaram o coração de todos os prisioneiros, principalmente, o coração dos carcereiros. Ele [carcereiro] colocou-se diante dos apóstolos, de joelhos, e lhes perguntou:“Senhores, que devo fazer para ser salvo? Paulo e Silas responderam: 'Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, como também todos os de tua casa'" (At 16,31).
Hoje é o dia de assumirmos que cremos no Senhor Jesus. Precisamos assumir a nossa vida cristã e vivê-la com radicalidade. Se você aguentar firme, meu filho, aquilo que está prometido por Deus acontecerá na sua vida. Assuma isso, porque muitos ficam preocupados pela salvação dos seus, mas a grande garantia para que eles, e também nós, sejamos salvos é a nossa vida cristã assumida para valer. Quanto mais você lutar para viver a santidade, mais estará garantindo a salvação para você e para toda a sua família. 
Naquela mesma noite, Paulo e Silas batizaram a família do carcereiro e fizeram um jantar, uma grande festa, pois a salvação entrou naquela casa. Hoje é o dia que o Senhor fez para que a salvação entre em sua casa. Depende muito de você, da qualidade da sua vida cristã.
Diga para o Senhor do fundo do seu coração: "Primeiro, Senhor, eu creio nisso. Segundo, eu assumo essa verdade. Terceiro, Senhor, eu assumo essa responsabilidade. Sei que a minha salvação e a salvação da minha família dependem da qualidade da minha vida cristã. Senhor, eu quero e preciso ser salvo e comigo toda a minha família".
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova