domingo, 8 de julho de 2012

A BÚSSOLA DA VIDA

Não busque o caminho certo em direções erradas

Usada pelos desbravadores de novas terras, a bússola ocupou um papel importante para muitos que buscavam não se perder em terras desconhecidas. Diante dos caminhos desconhecidos, ela orientava, com segurança, o caminho a ser descoberto. Quando o Sul se confundia com o Norte, ela sempre era um instrumento de confiança nas horas mais incertas. 
Muitos, hoje, se encontram sem direção. Não sabem onde estão nem mesmo para onde vão. Perdidos em seus próprios sentimentos e desilusões, muitas pessoas se encontram perdidas em si mesmas. As certezas de outrora são agora apenas uma incerteza diante da vida. Os amores tidos como certos são apenas uma desilusão. Para onde ir quando os caminhos não são certos e as desilusões indicam caminhos contrários?
Na busca desenfreada pelo caminho certo, muitos têm se perdido em caminhos incertos. A oferta que promete a felicidade rápida é grande, mas o resultado é, quase sempre, frustrante. Diante da falta de direção, Jesus deseja guiar os nossos passos no caminho que conduz à vida. 
Sem Sul nem Norte, Leste ou Oeste aquele homem esperava, há muito tempo (38 anos), que um milagre fosse realizado sem sua vida ao mergulhar na piscina de Betesda. Jesus, vendo o sofrimento daquele homem, pergunta se ele quer ficar curado. Diante da pergunta, ele responde que não há ninguém que o leve até a piscina. E que, no tempo gasto para descer até o local, outra pessoa passava à sua frente (cf. Jo 5,1-15).
Esse homem doente, há 38 anos, estava sem direção. Os pontos cardeais de sua existência estavam sem direção. Vivia preso por não mais saber aonde ir. Seus passos já não maistrilhavam os caminhos da vida. Sua doença o aprisionava nas impossibilidades de uma vida nova.
Jesus devolveu a esse homem a alegria da direção correta. O mapa da vida agora poderá ser trilhado diante da cura realizada. O tempo se tornou favorável e o inverno de uma longa estação concedeu lugar a uma primavera de esperanças.
Muitos estão sem rumo na vida e confundem o Sul com o Norte de seus sentimentos confusos. Buscam o caminho certo em direções erradas. O horizonte é quase sempre uma incerteza diante das escolhas duvidosas. Não mais encontram o caminho da vida, porque estão perdidos em territórios desconhecidos de seu próprio coração. Jesus é a Bússola da vida que orienta os polos do nosso tempo de viver. Ele nos devolve o Leste e o Oeste de uma nova vida.  Diante do amor de Cristo, encontramos o mapa da fé, que nos guia pelos mais belos caminhos da felicidade. Em terras desconhecidas de nossos próprios problemas e decepções, Jesus Cristo nos toma pela mão e nos conduz aos caminhos seguros. 
Quando nos falta a direção, Jesus é o Sul e o Norte, o Leste e Oeste de nossos confusos mapas de escolhas diante da vida. Em Cristo, o caminho da vida é sempre um novo horizonte de certezas seguras a serem descobertas.  
Padre Flávio Sobreiro

O QUE LHE FALTA ?

O Senhor é o meu pastor, e nada me faltará” (Sl 22).
A Palavra de Deus nos assegura que nada nos falta quando temos o Senhor verdadeiramente por Pastor. Portanto, se ainda nos falta algo é porque precisamos nos colocar totalmente sob o senhorio d’Ele, rezando mais, praticando mais a caridade e penitências.
Não podemos ter medo nem orgulho de depender do Senhor, porque Ele cuida de nós e conhece as nossas necessidades mais profundas, as quais nem nós mesmos somos capazes de perceber.
Façamos, hoje, a experiência de nos deixar conduzir pelo Altíssimo em todos os momentos ao longo deste dia.
Rezemos: “Senhor, conduz a nossa vida, para que os nossos planos estejam sempre de acordo com a Tua vontade. Dispõe de nós como melhor Te aprouver. Confiamos na Tua bondade e na Tua misericórdia”.
Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago

BATISMO É MUITO MAIS QUE BANHO, É MORTE E VIDA , DIZ PAPA


Para o Papa, o tema vem trazer uma reflexão para os fiéis sobre a profundidade do Sacramento do Batismo. Ele enfatizou, num primeiro momento, a escolha do termo “em nome do Pai”,que é justamente uma imersão no nome da Trindade, “uma interpenetração do ser de Deus e do nosso ser, um ser imerso no Deus Trino, Pai, Filho e Espírito Santo”, disse. 
Bento XVI explicou que quem está no nome de Deus e imerso Nele está vivo, já que Ele não é um Deus dos mortos, mas dos vivos. O Santo Padre disse que daí sucede o ser batizado, em que a pessoa se torna inserida no nome de Deus. “Então, ser batizados quer dizer ser unidos a Deus, em uma única e nova existência pertencemos a Deus, somos imersos no próprio Deus”.
Nesse contexto, o Papa elencou três consequências advindas do batismo. A primeira delas é o fato de que Deus não é mais distante e não se discute mais sobre Sua existência. “Nós estamos em Deus e Deus está em nós. A prioridade, a centralidade de Deus na nossa vida é a primeira consequência do Batismo”. 
O segundo aspecto é que ninguém se faz cristão, ou seja, tornar-se cristão não é algo que resulta somente da decisão individual, mas antes é fruto de uma ação de Deus. “Não sou eu que me faço cristão, eu sou objeto de Deus, pego nas mãos por Deus e assim, dizendo “sim” a esta ação de Deus, torno-me cristão”, enfatizou. 
E estar nessa comunhão com Deus significa também estar unido aos irmãos e irmãs, o que é a terceira consequência do batismo. “Ser batizados não é nunca um ato solitário “meu”, mas é sempre necessário um ser unido com todos os outros, um ser em unidade e solidariedade com todo o Corpo de Cristo, com toda a comunidade dos seus irmãos e irmãs”. 
Rito Sacramental
Depois de explicar a importância do Batismo, Bento XVI deu sequência à sua mensagem explicando o rito deste sacramento, que se compõe basicamente por dois elementos: pela matéria, água, e pela palavra. O Pontífice destacou a importância destes elementos, tendo em vista que o cristianismo não é puramente espiritual, mas uma realidade cósmica. 
“E com este elemento material – a água – entra não somente um elemento fundamental do cosmo, uma matéria fundamental criada por Deus, mas também todo o simbolismo das religiões, porque em todas as religiões a água tem algo a dizer”. Bento XVI lembrou ainda que a água simboliza fonte, é a origem de toda a vida. “Cada vida vem também da água, da água que vem de Cristo como verdadeira vida nova que nos acompanha até a eternidade”. 
Em relação à palavra, o bispo de Roma ressaltou que, por ela se apresentar em três elementos - renúncia, promessa, invocação - , é importante que seja mais que palavra, que seja um caminho de vida. 
O Pontífice enfatizou que hoje conhecemos um tipo de cultura que aparentemente quer mostrar a verdade, mas acaba contando “somente a sensação e o espírito de calúnia e destruição”. Aí está uma renúncia que se faz no batismo. “Contra esta cultura, na qual a mentira se apresenta na veste da verdade e da informação, contra esta cultura que busca somente o bem-estar matéria e nega Deus, dizemos “não

A DOR QUE NOS PURIFICA

O sofrimento nos ajuda a escalar os cumes do amor a Deus
A cruz e o sofrimento nos purificam, pois abrem nosso olhos para panoramas de vida maiores, mais verdadeiros e belos. O sofrimento nos ajuda a escalar os cumes do amor a Deus e do amor ao próximo.
São inúmeras as histórias de homens e mulheres que, sacudidos pelo sofrimento, acordaram, adquiriram uma nova visão – que antes era impedida pela vaidade, pela cobiça e pelas futilidades – e perceberam com olhos mais puros: o que vale a pena, de verdade, é Deus que nunca morre nem trai. Descobriram que n'Ele se encontra o verdadeiro amor pelo qual todos ansiamos e que nenhuma outra coisa consegue satisfazer. Entenderam que o importante são os tesouros no céu, pois estes nem a traça rói nem os ladrões arrebatam (cf. Mt 6,20). Perceberam, enfim, que os outros também sofrem, por isso decidiram se esquecer de si mesmos e dedicaram-se a aliviá-los e ajudá-los a bem sofrer
É uma lição encorajadora verificar que, na vida de São Paulo, as tribulações se encadeavam umas às outras, sem parar, mas nunca o abatiam. É que ele não as via como um empecilho, mas como graça de Deus e garantia de fecundidade, de modo que podia dizer de todo o coração: "Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo" (2Cor 4,10). E ainda: "Sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo; porque quando me sinto fraco, então é que sou forte!" (2Cor 12,10). Até mesmo com entusiasmo: "Nós nos gloriamos das tribulações, pois sabemos que a tribulação produz a paciência; a paciência, a virtude comprovada; a virtude comprovada, a esperança. E a esperança não desilude, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rom 5,3-5). 
É o retrato perfeito da alma que se agiganta no sofrimento, que se deixa abençoar pela cruz. Outro exemplo muito significativo. Uma perseguição injusta dos seus próprios confrades arrastou São João da Cruz a um cárcere imundo. Todos os dias, ele era chicoteado e insultado. Mal comia. Suportava frios e calores estarrecedores. Para ler um livro de oração, tinha de erguer-se nas pontas dos pés sobre um banquinho e apanhar um filete de luz que se filtrava por um buraco do teto. Foi nesses meses de prisão, num cubículo infecto, que ganhou o perfeito desprendimento, alcançou um grau indescritível de união com Deus e compôs, inundado de paz, a 'Noite escura da alma' e o 'Cântico espiritual', obras consideradas dois dos cumes mais altos da mística cristã. E, uma vez acabada a terrível provação, quando se referia aos seus torturadores, chamava-os, com sincero agradecimento, “os meus benfeitores”.
As histórias de mulheres e de homens santos, que se elevaram na dor, poderiam multiplicar-se até o infinito: mães heroicas, mártires da caridade... Daria para encher uma biblioteca só com a vida dos mártires do século XX, como São Maximiliano Kolbe, que, na sua cruz – na injustiça do campo de concentração nazista, nos tormentos, na morte –, achou e soube dar o amor e a vida com alegria.
Padre Francisco Faus