quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

CASTIDADE ? NÃO DÁ PARA VIVER

Ficou assustado (a) ao ler o título acima? Teve espanto ao encontrar algo do tipo em um site católico? Calma já te explico!

Estive em missão neste fim de semana e atendendo vários jovens, conversei com eles entrei em suas histórias, seus dramas, sofrimentos etc. Muitos deles traziam na conversa o desejo de ter uma vida mudada, uma vida pura, enfim como o acampamento era sobre afetividade e sexualidade e sempre eu falando de castidade, muitos deles diziam que gostariam de viver a castidade mais tinham muitas dificuldades, alguns tentavam mas não conseguiam manter uma vida pura.
E ali fui acolhendo-os, motivando-os, dizendo da misericórdia de Deus, do recomeço que podemos sempre viver em nossas vidas! Mas teve um momento que me retirei e fui rezar na capela, e ali ia dizendo para Deus destes jovens, de seus sofrimentos e desejos. Em certo momento perguntei a Deus:
“Porque é tão difícil o jovem hoje viver a castidade?”
Não demorou muito para Ele me dizer:
“Porque falta amor, falta experimentar o verdadeiro amor”.
Esta fala de Jesus gritou em meu coração e uma nova realidade me invadiu! Não dá para viver a castidade sem primeiro se fazer uma profunda experiência de amor, uma profunda experiência do amor de Deus!
Não dá para dizer a um jovem viva a castidade, sem antes fazer este mesmo jovem se sentir profundamente alcançado, seduzido e atingido pelo Amor de Deus! Sabe porque não dá para ele viver a castidade sem antes ter tido uma experiência concreta com o o Amor de Jesus? Pois a castidade é uma força que protege o amor contra o egoísmo e a agressividade e o conduz a plena realização como alguém pode proteger algo sem ao menos conhecer este “algo”, pior ainda, como ele conduzirá este “algo” a algum lugar? Impossível! Não dá!
É preciso conhecer o amor, é preciso experimentá-lo, saber o que ele é, se deixar envolver por ele. Só assim poderemos protege-lo e conduzi-lo à plenitude! Castidade é levar o amor as últimas consequências!
Viver castidade sem estar nas entranhas do amor de Deus é algo totalmente sem sentido!
Digo para você quanto maior for sua dificuldade em viver a castidade mais ainda você precisa se lançar no amor de Deus. Quanto mais experimentarmos deste divino amor mais teremos capacidade suficiente para viver a pureza!
Querer viver a castidade sem ter tido uma forte experiência de Deus é o mesmo que querer chegar a Roma sem mapa, sem dinheiro, e sem alimentação!!! Nunca chegará! Será desafio por desafio!
Quero dizer para você que tem tido fortes batalhas para viver a castidade, as vezes é hora de parar um pouco de lutar e render-se! Como assim? Calma! Parar de lutar somente e unicamente com suas forças e se render ao amor de Deus, reze peça a Ele que possa atrair seu coração de uma maneira total, que o amor Dele penetre o mais profundo de sua mente e sentimentos! Que de fato o amor dele possa vir preencher todo vazio e que toda tua vida possa ser pontualizada no Amor Maior! Que sua luta seja por ter um coração totalmente apaixonado por Jesus e assim a consequência será sua pureza e castidade, pois amor com amor se paga!
Castidade? Não dá para viver sem ter sido seduzido pelo Senhor!
Na luta pela pureza

DAR A VIDA POR AQUILO QUE É ETERNO

As coisas visíveis são momentâneas
Jesus disse: "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve" (Mt 11,28-30).

Quantos de nós experimentam o cansaço no mundo de hoje! Deus nos propôs uma cura nessa passagem, mas na dimensão da fé. O Senhor, vivo e ressuscitado, está no meio de nós. D'Ele ouvimos o convite: Vinde a mim! Você pode se perguntar: "Devo ir aonde?" Ir à Canção Nova ou a outro lugar? Não, primeiro você tem de buscar uma experiência com Jesus!

Cristo nos fez essa promessa, e é mais fácil uma montanha ser lançada ao mar do que Ele voltar atrás [nas promessas feitas]. Hoje em dia, muitos se apresentam como a solução para os nossos problemas. Por isso precisamos tomar cuidado para não sermos enganados por pessoas que estão pensando somente nos próprios interesses. O Senhor nos oferece ajuda gratuitamente. Ele disse aos discípulos: "Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me" (Mt 16-24). Isso é submeter-se ao jugo do Senhor. Ele nos promete aliviar nossa alma.

Jesus Ressuscitado tem algo muito melhor do que o que você está buscando! Porém, para isso, você tem de deixar o "homem velho" que está em você. A coisa mais fácil para Ele é atendê-lo imediatamente. Para Deus é muito mais fácil dizer: "Levanta, toma o teu leito e anda" (Jo 5, 8). Mas podemos ver isso sob uma dimensão diferente, como em João 4,14, quando Cristo nos diz: “Mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede”.

É isso que o Senhor quer fazer conosco, nos dar a água viva do Espírito Santo. Jesus nos oferece duas águas: a solução para nossos problemas e a salvação. Temos, então, de escolher, como na multiplicação dos pães. 

A multidão seguia Jesus, pois tinha visto que Ele podia curar, multiplicar os pães, mas quando Ele lhes disse que quem quisesse a salvação teria de comer a Sua Carne e beber Seu Sangue, muitos deixaram de segui-Lo por causa dessas palavras, porque não foram atendidos na hora e por não as compreenderem.

Jesus quer nos dar muitas coisas, mas o mais importante é a vida eterna. O restante é acréscimo, por isso, muitas vezes, não recebemos o que pedimos, porque para nós o mais importante é o Reino dos Céus. Santo Agostinho dizia: "De que adianta viver bem se eu não viver eternamente".

A nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável. Porque não miramos as coisas que se veem, mas sim as que não se veem, pois as coisas que se veem são temporais e as que não se veem são eternas (cf. IICor 4-17-18).

Há uns 800 anos, São Francisco disse: "Meus filhos, grandes coisas prometemos a Deus, mas muito maiores são as que Ele nos prometeu. Pequena é a pena, o sofrimento do tempo presente, mas a glória que nos espera é infinita".

Quando não acreditamos na vida eterna, qualquer sofrimento parece ser insuportável. Mas quando acreditamos nela verdadeiramente, o que são os sofrimentos da vida diante dos bens eternos?

Faço um apelo a sua fé: as coisas visíveis são momentâneas, mas o que Deus quer nos oferece é eterno.

Vale a pena dar a vida por aquilo que é eterno!

Márcio Mendes

BÍBLIA NOS CONVIDA A REZAR

A bíblia nos convida a rezar, mas não só isto, rezar também pelo outro. Quando estivermos em oração, ao invés de pensarmos somente em nós, devemos lembrar que podemos ajudar os outros orando por eles. Em Lucas 22,46 lemos; “Levantai-vos, orai, para não cairdes em tentação”.

Quando rezar, pense que você está acendendo uma vela. Quem será primeiramente iluminado? Você é claro! Então, cada vez que se dispuser a rezar, pensando em seus irmãos, você estará iluminando espaços que Deus virá ocupar, onde o primeiro a ser contemplado será você mesmo.

Lembre-se também de não só pedir pelas necessidades, mas principalmente para não cair em tentação e para que Deus o livre de todo o mal. Nossa oração deve ser sempre para que Deus nos dê um caminho de santidade e sabedoria nas decisões. Portanto orem, orem sem cessar, continuamente agradecendo a Deus e pedindo sua presença abençoadora.

Meu bom Jesus,
vem em nosso auxílio, aumenta a nossa fé,
e que possamos sentir cada vez mais
a Tua presença em nossa vida.
Amém!

Padre Alberto Gambarini

COMO CUIDAR DO MEU INTERIOR

Jesus disse que onde estiver o nosso tesouro, aí estará o nosso coração, a nossa vida. E é fácil saber qual é o nosso tesouro; pois Jesus disse também que a boca fala daquilo que está cheio o coração.
Do que você tem falado? Só de dinheiro, de carros, de casas, de viagens? Onde está o seu tesouro, dentro ou fora de você?
Você é alguém muito importante e isto não é uma invenção minha, é algo decidido por Deus ao fazê-lo Seu “filho”. Mas é imprescindível ter consciência disso e construir a vida sobre este paradigma, esta verdade existencial, para que a sua vida seja construída sobre bases sólidas.
Você já sabe que a sua dignidade está nisto: você é “filho de Deus”. Mas é preciso interiorizar esta verdade, fazê-la descer da cabeça para o coração, para a vida; isto é, passar a viver guiado por esta realidade; tê-la como o valor central da vida.
Não basta você chamar a Deus de Pai no Pai-Nosso, viva isto. Faça esta oração com profundidade… reze isto com a sua vida.
Contemple esta verdade sempre, continuamente, e conforme sua vida a ela. Se você fizer isto a sua vida será importante para você mesmo e sua autoestima não dependerá da sua posição social, do seu dinheiro ou das viagens que você faz.
Sem esta base sólida sobre a qual a vida deve ser construída, você estaria construindo a sua casa na areia movediça. É por faltar isto que a maioria das pessoas corre sem cessar, briga com os outros, não tem paz e tornam-se às vezes depressivas.
Pare de correr, e pergunte para você mesmo: Quem sou eu? O que preciso para ser feliz?
A resposta você já sabe; mas precisa aceitá-la, degustála no espírito e viver segundo ela.
Quando você começar a viver nesta nova dimensão de filho de Deus, irmão de Jesus Cristo, mesmo que as circunstâncias mudem, para melhor ou para pior, você não será abalado e triturado pelos acontecimentos desagradáveis.
Mesmo que você perca tudo, sempre lhe restará o “mais importante”, a sua identidade original que você carrega conscientemente. Esta será a sua grande liberdade, insuperável qualquer que seja a limitação física a que você esteja preso.
Saint Exupery exprimia dizendo que: “o importante é invisível aos olhos”.
Se o “seu valor” estiver no seu íntimo nada poderá atingir você. Sua felicidade não vai depender dos elogios e nem das críticas ou ofensas que receber. As vitórias e derrotas parecer-lhes-ão mais aparentes do que reais.
Quando é o nosso ego que nos põe a correr atrás dos castelos de areia e das joias de fantasia, pagamos um preço muito caro. De repente você se vê lutando contra o mundo, com medo de ser superado pelos outros e ultrapassado. Está sempre desconfiado, como se a qualquer hora fosse sofrer uma emboscada. Assim você vai pela vida, vencendo quem sabe à custa de “chutar os outros”, até que talvez encontre alguém mais forte do que você… Isto não é vida!
Mesmo que você perca tudo, sempre lhe restará o “mais importante”, a sua identidade original que você carrega conscientemente. Esta será a sua grande liberdade, insuperável qualquer que seja a limitação física a que você esteja preso.
Saint Exupery exprimia dizendo que: “o importante é invisível aos olhos”.
Se o “seu valor” estiver no seu íntimo nada poderá atingir você. Sua felicidade não vai depender dos elogios e nem das críticas ou ofensas que receber. As vitórias e derrotas parecer-lhes-ão mais aparentes do que reais.
Quando é o nosso ego que nos põe a correr atrás dos castelos de areia e das joias de fantasia, pagamos um preço muito caro. De repente você se vê lutando contra o mundo, com medo de ser superado pelos outros e ultrapassado. Está sempre desconfiado, como se a qualquer hora fosse sofrer uma emboscada. Assim você vai pela vida, vencendo quem sabe à custa de “chutar os outros”, até que talvez encontre alguém mais forte do que você… Isto não é vida!
É claro que você precisa lutar para realizar tudo o que é bom para a sua vida e sua família, mas sem se preocupar demais com os resultados. Deixe-os “por conta de Deus”.
A lógica da vida é esta: o homem colhe o que planta. Plante coisas boas, com capricho e retidão, e os frutos serão colhidos naturalmente.
No mais, deixe Deus conduzir a sua vida para onde Ele quiser. Ele fará isso com uma decisão sábia e amorosa.
Prof. Felipe Aquino

DEIXE A GRAÇA DE DEUS FAZER MORADA NO SEU CORAÇÃO

Fechar o coração para a graça de Deus significa ficar indiferente a dor do próximo, ao sentimento do próximo, a necessidade que o próximo tem!
”E perguntou-lhes: ‘É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?’ Mas eles nada disseram” (Mc 3, 4).
Meus queridos irmãos e irmãs, nós hoje continuamos a reflexão sobre aquilo que começamos a fazer no dia de ontem: ”o sentido sagrado do sábado”, o repouso sabático para o judeu, para aqueles contemporâneos de Jesus, para os quais observar o sábado estava acima de qualquer coisa.
Por isso, quando o homem de mão seca se aproxima do Senhor, precisando da ajuda de Jesus, do toque de Jesus, da graça de Jesus, eles começam a observar: ”Será que Ele vai fazer o que não é permitido no dia de sábado?”. E aí o Senhor questiona se não seria permitido fazer o bem, se não seria permitido salvar uma vida ou se seria preferível deixá-la morrer, porque no sábado não se podia fazer nada. Eles simplesmente se calaram e nada responderam.
Isso, sim, provocou uma ”ira santa” em Jesus! Ele olhou ao Seu redor, movido por uma tristeza e por um abatimento por causa da dureza do coração daquelas pessoas. A única coisa que não pode acontecer com um homem religioso, uma mulher religiosa, um homem de Deus, uma pessoa que procura ser de Deus, é fechar o coração para a graça de Deus. E fechar o coração para a graça de Deus significa ficar indiferente à dor do próximo, ao sentimento do próximo e à necessidade que o próximo tem!
Não existe ”bitolamento religioso” maior do que nós irmos à Missa, a grupos de oração, rezarmos o nosso terço, adorarmos o Senhor e simplesmente sermos indiferentes à dor, ao sofrimento e à necessidade pelos quais o outro passa.
A religião que vivemos, irmãos e irmãs, deve ser a religião que ”cutuca” o coração, a religião que torna o coração mais sensível às necessidades e ao sofrimento do nosso próximo. Não podemos viver uma religião na qual estamos muito apegados a compromissos religiosos, reuniões para lá e para cá, orações de lá e cá (muitas pessoas se sentem muito religiosas quando rezam muito, quando têm muitos compromissos na Igreja), quando, na verdade, nem nos sobra tempo para cuidar dos sofrimentos daqueles que estão ao nosso lado e, muitas vezes, até dentro da nossa própria casa e da nossa própria família.
A “religião” que leva as pessoas a só rezarem e a não praticarem o amor e a caridade para com o próximo não é a de Jesus!
Padre Roger Araújo

PROCURA-SE UM DESERTO

O deserto nos ajuda a compreender nossa missão
É preciso que se estude, um dia, o papel do deserto na vida do ser humano ou, ao menos, na vida de certas pessoas. Para uma legião de monges, ele se tornou um ideal, quase uma obsessão. Achavam impossível viver longe dele e, por isso, deixaram tudo e partiram para um mosteiro. Ali, na oração e no trabalho, não tinham em mente fugir do mundo, mas compreendê-lo melhor e colocá-lo em sua oração. Charles de Foucauld († 1916), nascido numa família aristocrática francesa, fez do deserto, no norte da África, o seu lar. Saint-Exupéry compreendeu melhor a terra dos homens depois que seu avião teve uma pane, vendo-se obrigado a passar dias e dias no deserto do Saara, completamente isolado de tudo. 
A lembrança desse silêncio o fez, um dia, escrever: “Eu sempre amei o deserto. A gente se senta numa duna de areia. Não se vê nada. Não se escuta nada. E, no entanto, no silêncio, alguma coisa irradia”. Claro que ninguém ama o deserto por ele mesmo, pois “o que o torna belo é que ele esconde um poço em algum lugar”. Quem nunca teve um avião não sabe o que é se sentir, de repente, num deserto, como Saint-Exupéry. Mas isso não nos impede de fazer essa experiência tão importante e renovadora, que foi escolhida pelo Senhor para preparar o coração de Seu povo antes da entrada na Terra Prometida: “Guiou o seu povo no deserto: pois eterno é seu amor” (Sl 136,16).
Cada pessoa tem condições de criar um deserto em torno de si mesma e, principalmente, em seu coração. Ali, na rica solidão de seu interior, saberá dar à sua vida, às pessoas que a cercam e a ela própria o devido valor. Aliás, nunca uma pessoa poderá compreender tais realidades se não se encerrar em si mesma.
O deserto é feito de silêncio. Não de um silêncio estéril, marcado apenas pela falta de barulho, mas de um silêncio que nasce dentro da própria pessoa, feito de reflexão e paz. Um silêncio feito de amor.
É necessário, de quando em vez, fazermos uma parada na vida. Parada semelhante à daqueles que, andando pelo deserto, ficam algum tempo no oásis que encontram. Saem dali refeitos, enriquecidos e animados. Também nós sairemos enriquecidos dos momentos de deserto que criarmos. Depois disso, teremos melhores condições de enfrentar a vida de cada dia, com seus problemas, desafios e solicitações. Sairemos de nossos desertos convictos de que, nesses tempos que periodicamente nos concedemos, longe de nos isolarmos num egoísmo estéril, criaremos melhores condições para estabelecer um encontro leal, profundo e sincero com nós mesmos, com os outros e com Deus.
Na vida de Cristo há vários momentos que testemunham o quanto Ele amava o deserto: “Logo em seguida, Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. Depois de despedi-las, subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e Jesus continuava lá, sozinho” (Mt 14,22-23). Sua vida não era tranquila: as multidões O procuravam a toda a hora e em todos os lugares; pediam curas, exigiam Sua presença e Sua palavra. Ele atendia a todos com uma paciência que a outros conquistava. À noite, cansado, deixava os apóstolos descansando e retirava-se para longe. Suas noites de oração eram o Seu “deserto”.
Numa época e num mundo marcados pela agitação (ou pela dispersão), é urgente seguirmos o exemplo de nosso Mestre, procurando criar espaços de deserto. Justamente, porque as atividades nos absorvem, porque todos solicitam nossa presença e nossas responsabilidades se multiplicam; por isso precisamos de “desertos” em nossa vida, o qual nos dará maior unidade, nos tornará mais amigos de nós mesmos, e fará com que cumpramos melhor nosso papel no plano que o Pai tem para nós. Tempos de deserto não são de fugas, mas multiplicadores de nossas forças, tornando-nos mais eficazes.
Só quem já fez a experiência de deserto é capaz de valorizá-lo devidamente e de lhe dedicar um tempo que a eternidade recompensará.
Dom Murilo Krieger, scj 
Arcebispo de Salvador (BA)

COMO CUIDAR DO MEU INTERIOR

Jesus disse que onde estiver o nosso tesouro, aí estará o nosso coração, a nossa vida. E é fácil saber qual é o nosso tesouro; pois Jesus disse também que a boca fala daquilo que está cheio o coração.
Do que você tem falado? Só de dinheiro, de carros, de casas, de viagens? Onde está o seu tesouro, dentro ou fora de você?
Você é alguém muito importante e isto não é uma invenção minha, é algo decidido por Deus ao fazê-lo Seu “filho”. Mas é imprescindível ter consciência disso e construir a vida sobre este paradigma, esta verdade existencial, para que a sua vida seja construída sobre bases sólidas.
Você já sabe que a sua dignidade está nisto: você é “filho de Deus”. Mas é preciso interiorizar esta verdade, fazê-la descer da cabeça para o coração, para a vida; isto é, passar a viver guiado por esta realidade; tê-la como o valor central da vida.
Não basta você chamar a Deus de Pai no Pai-Nosso, viva isto. Faça esta oração com profundidade… reze isto com a sua vida.
Mesmo que você perca tudo, sempre lhe restará o “mais importante”, a sua identidade original que você carrega conscientemente. Esta será a sua grande liberdade, insuperável qualquer que seja a limitação física a que você esteja preso.
Saint Exupery exprimia dizendo que: “o importante é invisível aos olhos”.
Se o “seu valor” estiver no seu íntimo nada poderá atingir você. Sua felicidade não vai depender dos elogios e nem das críticas ou ofensas que receber. As vitórias e derrotas parecer-lhes-ão mais aparentes do que reais.
Quando é o nosso ego que nos põe a correr atrás dos castelos de areia e das joias de fantasia, pagamos um preço muito caro. De repente você se vê lutando contra o mundo, com medo de ser superado pelos outros e ultrapassado. Está sempre desconfiado, como se a qualquer hora fosse sofrer uma emboscada. Assim você vai pela vida, vencendo quem sabe à custa de “chutar os outros”, até que talvez encontre alguém mais forte do que você… Isto não é vida!
É claro que você precisa lutar para realizar tudo o que é bom para a sua vida e sua família, mas sem se preocupar demais com os resultados. Deixe-os “por conta de Deus”.
A lógica da vida é esta: o homem colhe o que planta. Plante coisas boas, com capricho e retidão, e os frutos serão colhidos naturalmente.
No mais, deixe Deus conduzir a sua vida para onde Ele quiser. Ele fará isso com uma decisão sábia e amorosa.
Prof. Felipe Aquino

ABRA-SE A VIDA NOVA

O Evangelho nos leva a uma reflexão: somos sempre conduzidos por Deus, guiados pelo infinito amor d’Ele por nós, reconduzidos ao seio da família quando nos desinstalamos de nossa própria terra, do nosso povo, da nossa família, para, juntamente, com um novo povo, seguirmos a vontade do Senhor a nosso respeito, formando, dessa forma, uma nova aliança de amor.
Isso serve para todos – para os casais, para os filhos, para os religiosos e religiosas, futuros sacerdotes, leigos consagrados… Assumir a filiação espiritual é condição essencial para vivermos a nossa vocação e seguirmos a voz do Pai, que se manifesta no próximo, constituído por Ele na nossa caminhada espiritual. Isso nos dá a graça de dizermos: ”Abba, Pai!” e de sermos saciados de nossas carências mais profundas de afeto, amparados nos clamores mais íntimos de nossa alma.
Jesus viveu longos anos ao lado da Mãe antes da vida pública, dependendo dela para aprender tudo, juntamente com seu pai, José. Hoje, o Senhor nos chama para nos abrirmos à vida nova, que representa, para nós, muito mais que apenas servir e obedecer às leis e preceitos dados por Ele para a nossa salvação, mas que significa nos encontrarmos envolvidos no abraço misericordioso do Pai, que nos acolhe como filhos. Os mandamentos nos foram concedidos pelo Senhor para vivermos na liberdade de filhos amados que somos, curados das nossas chagas de pecado para vivermos plenamente o amor.
Você pai, mãe, filho ou filha, abra-se à vida nova, a começar por esse abraço misericordioso do Altíssimo, que restaura em nós a imagem de filhos amados feitos para o amor e para a plena felicidade.
Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago

APRENDER A OUVIR A DEUS

Deus quer nos ensinar todas as coisas. Quando perguntamos, o Senhor começa a nos responder, e não pensem que essa resposta será como às vezes pensamos: que vamos escutar uma resposta do Senhor, “sim ou não”, “faça ou não faça”, “é isso ou aquilo”... 
A pessoa tem a impressão de que Deus deveria falar ao ouvido; mas não é assim! Outros pensam que a resposta do Senhor é forte, evidente. Porém as coisas de Deus são muito sutis, muito discretas. 
Deus quer que usemos a inteligência que Ele nos deu, quer também que ouçamos os conselhos de um bom e sábio orientador, mas isso depois de rezar para que tudo seja iluminado e guiado pelo Santo Espírito.
Santo Inácio de Loyola mandava seus filhos rezarem como se tudo dependesse de Deus, mas que trabalhassem como se tudo dependesse apenas deles. 
Quando nós aprendermos a ouvir a Palavra de Deus e não a voz das nossas emoções, das nossas empolgações, começaremos a acertar com o projeto de Deus.

Monsenhor  Jonas Abib

A CADA NOVO DIA SOMOS CHAMADOS A EXPERIMENTAR O AMOR DO PAI

A cada novo dia somos chamados a experimentar o amor do Pai, compartilhando com os irmãos a certeza de que a cada passo dado existe um Pai que zela por nós. Com Sua mão poderosa Ele nos guia, nos ampara e a nossa caminhada é suave, na direção certa.

Quando Deus enviou seu Filho único, para que com Sua morte de cruz redimisse os nossos pecados, Ele provou que o Seu amor e a Sua bondade são tão imensos que céus e terras se moveriam por nós. Por isso, hoje, vivemos com esta certeza que nos conforta e preenche de amor e paz o nosso coração.

A paz e a alegria da nossa vida estão totalmente ligadas à confiança que temos em Deus, tudo o que precisamos vem Dele. Estando com Ele estamos firmados em uma rocha que nunca se abala, temos auxílio sempre, é como lemos em Isaias 26, 4 “Tende sempre confiança no Senhor, porque o Senhor é o rochedo perene”.

Confiança é sinônimo de esperança, sabemos que Deus tem o poder para transformar nossa vida, nossa situação, cuidar de cada uma de nossas necessidades e por isto esperamos sempre sem desistir e sem duvidar.

Confiança é também sinônimo de gratidão, diante de toda a vitória prometida por Deus a nós, ficamos imensamente felizes e esta felicidade é certamente combustível para uma vida cheia de gratidão. Esta sempre pronto a agradecer é digno daqueles que percebem a grandeza da ação de Deus em sua vida. Confie e sorria sempre, Deus está cuidando de você!

Senhor,
dá-nos equilíbrio, sabedoria e inteligência
para sabermos organizar a nossa vida,
estabelecendo as prioridades corretamente.
Faz-nos levantar da nossa comunidade.
Amém!

Padre Alberto Gambrini