domingo, 12 de fevereiro de 2012

A RECONSTRUÇÃO DOS MUROS DA ALMA


A obra de Deus supera as nossas expectativas...'
Jerusalém já foi ocupada, destruída e reconstruída inúmeras vezes e os textos bíblicos atestam tudo isso. A cidade santa sempre demonstrou que tinha mesmo algo de celeste. Seu poder de reconstrução, ao longo dos séculos, serve de exemplo para as grandes metrópoles que hoje sofrem com os desastres, naturais ou não.
Há uma semana a cidade do Rio de Janeiro viveu dias de terror com perdas irreparáveis: de vida, de sonhos e projetos... No coração dos cariocas fica a interrogação: de quem foi a culpa? Por que não foi possível prever os desmoronamentos?
Perguntas que talvez soem pela Cidade Maravilhosa eternamente e nunca sejam respondidas por completo. Mas a capacidade de reerguimento da Cidade Santa, que já teve suas muralhas e lugares santos destruídos, serve de sinal para a terra do Cristo Redentor e permanece em pé para as gerações de 30 séculos atrás, mas também para as de hoje.
Mais que falar de muros, prédios ou estruturas de concreto, a Cidade Santa fala de vida, de restauração de alma. A reconstrução que Deus fez na cidade, pela qual inclusive chorou, tão exaltada nas Sagradas Escrituras, é a mesma reconstrução que Ele quer fazer no nosso interior.
Reconstruir as estruturas físicas ou as perdas causadas por uma enchente não é algo fácil, requer tempo, recursos, suor e sacrifício. O vazio da ausência de alguém que se foi com as águas talvez nunca seja preenchido. Já a reconstrução do coração talvez não custe tanto, porque depende de algo plenamente ao dispor de nosso controle: a nossa vontade. Deus faz, reconstrói por completo, recupera aquilo que estava em ruínas, mas depende do nosso querer. O Senhor não agride o nosso livre-arbítrio.
Talvez o muro que precise ser refeito hoje seja um coração decepcionado com a vida, com os outros, consigo mesmo. E como é difícil reconhecer que exista alguma realidade que necessite ser reconstruída! É mais fácil e mais cômodo transparecer aos outros que está tudo nos conformes, que não existe nada que fugiu ao nosso controle.
Ao contrário das ruínas de concreto, nossas deformidades, muitas vezes, ficam escondidas. Só Deus e os mais próximos sabem onde precisamos de uma verdadeira cirurgia interior, em que precisamos crescer, o que precisamos deixar para estar em conformidade com Cristo. Se exposta ou não, a ferida ou a destruição interior que você vive hoje pode ser reparada por Aquele que tudo pode.
E o legal é que depende de nós, não depende do governo, não depende de investimentos externos. Depende do escancarar a nossa verdade diante de Deus e pedir que Ele mesmo nos reconstrua, nos refaça. O Senhor é o melhor arquiteto, engenheiro ou pedreiro a quem poderíamos recorrer. A obra d'Ele é completa e supera as nossas expectativas. Faça o teste.
Thaysi Santos

JESUS NOS ENSINA UMA AMOR INCONDICIONAL

 


No corpo de uma fundação, de uma família, para que ela tenha vida e vida em abundância, é imprescindível que todos se conheçam, se acolham e se assumam no que são, cooperem entre si para que cada um seja o que é e desenvolva seus talentos para o bem de todos. É a isso que podemos chamar ‘amor do corpo’.
Ele não se imprime tanto na sensibilidade, mas na vontade, e se traduz por uma responsabilidade crescente de se conhecer, acolher, assumir e cooperar na realização do que cada um é na família e para a família. Essa atitude gera em nós abertura gratuita, deixando de lado os julgamentos, aumentando a alegria pelo ser e pela vida do outro. E isso tudo gera amor. Amor genuíno, verdadeiro, que vai muito além da sensibilidade, embora possa também atingi-la; e é bom que a atinja e vá além; e ultrapasse-a.
Esse é o amor que Cristo nos ensinou, um amor incondicional que não leva em conta o que a pessoa faz, mas o que ela é. Ela é membro do mesmo corpo. Ela é família.
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

NINGUEM PASSA EM VÃO PERTO DE JESUS CRISTO


O Senhor nunca nos abandonará
A Igreja celebra anualmente o “Dia Mundial do Enfermo”, comemorado da Festa de Nossa Senhora de Lourdes, onze de fevereiro. A escolha da data indica a importância do Santuário de Lourdes, para onde acorrem multidões de doentes de todo o mundo. Na grande praça do Santuário, perguntei a uma pessoa ali chegada numa cadeira de rodas sobre sua condição e sobre a cura da enfermidade. A resposta foi surpreendente e edificante, quando me declarou ser peregrina fiel, visitando anualmente o Santuário, lavando-se na fonte mostrada pela Imaculada Conceição a Santa Bernadete. Disse-me não ter alcançado a cura física, mas a cura interior era assegurada e sempre mais intensa, a cada vez que ali chegava. Sua resposta transbordava alegria!
Naamã, o Sírio, chegado à porta da casa do profeta Eliseu (2 Rs 5, 9-14), depois de muita renitência, foi lavar-se sete vezes no Rio Jordão. Sua pele tornou-se como a de uma criança. O gesto que lhe foi pedido era tão simples que lhe parecia quase ridículo. Acolheu a palavra de seus empregados, demoliu primeiro o orgulho que lhe ocupava o coração e experimentou a graça da cura. Jesus, por sua vez, encontrando-se várias vezes com leprosos, cheio de compaixão, transforma-lhes radicalmente a vida (cf. Mc 1, 40-45; Lc 17, 1-19). “Se queres, tens o poder de curar-me”, num misto de desespero e confiança, diz um homem marcado pela doença e pela marginalização. Tocar no leproso, gesto inusitado não só naquele tempo, quebra todas as barreiras. O hanseniano das estradas da Galileia certamente se tornou profeta do tempo da Igreja, o nosso tempo! Neste tempo que é nosso, todos encontrem seu lugar, a acolhida e a cura!
“No acolhimento generoso e amoroso de cada vida humana, sobretudo da frágil e doente, o cristão expressa um aspecto importante do seu testemunho evangélico, segundo o exemplo de Cristo, que se debruçou sobre os sofrimentos materiais e espirituais do homem para curá-los. O encontro de Jesus com os dez leprosos, narrado no Evangelho de são Lucas (cf. Lc 17, 11-19), de maneira particular as palavras que o Senhor dirige a um deles: «Levanta-te e vai, a tua fé te salvou!» (v. 19), ajudam a tomar consciência acerca da importância da fé para aqueles que, angustiados pelo sofrimento e pela enfermidade, se aproximam do Senhor. No encontro com ele, podem experimentar realmente que quantos acreditam nunca estão sozinhos! Com efeito, no seu Filho, Deus não nos abandona às nossas angústias e sofrimentos (cf. Mc 2, 1-12), mas está próximo de nós, ajuda-nos a suportá-los e deseja curar profundamente o nosso coração” (Bento XVI, Mensagem para a Jornada Mundial do Enfermo de 2012).
É ainda o Papa Bento XVI que assevera: “Quem, no seu próprio sofrimento e enfermidade, invoca o Senhor, está convicto de que o seu amor nunca o abandona, e que também o amor da Igreja, prolongamento no tempo da sua obra salvífica, jamais desfalece. A cura física, expressão da salvação mais profunda, revela deste modo a importância que o homem, na sua integridade de alma e corpo, reveste para o Senhor. De resto, cada sacramento expressa e põe em prática a proximidade do próprio Deus que, de modo absolutamente gratuito, «nos toca por meio de realidades materiais que ele assume ao seu serviço, fazendo deles instrumentos do encontro entre nós e ele mesmo» (Homilia, Santa Missa Crismal, 1 de Abril de 2010). «Aqui, torna-se visível a unidade entre criação e redenção. Os sacramentos são expressão da corporeidade da nossa fé, que abraça corpo e alma, isto é, o homem inteiro» (Homilia, Santa Missa Crismal, 21 de Abril de 2011).
Ninguém passa em vão perto de Jesus Cristo. Ele cura através de vários “instrumentos”. Sejam hoje valorizados todos os que trabalham pela cura das enfermidades, dos grandes pesquisadores que surpreendem o mundo com suas descobertas, passando pela dignidade de tantos profissionais da medicina, cujo serviço é indispensável à sociedade. Ao seu lado, pessoal de enfermagem, cuidadores de doentes e idosos e tantas outras pessoas que podem fazer de sua profissão verdadeira obra de misericórdia. Jesus cura através do dom da Cura concedido a quem ele quer. Trata-se de um ministério presente em toda a história da Igreja e também em nosso tempo, exercido com o acompanhamento e discernimento dos pastores da Igreja. E o Senhor vai à raiz de todos os males, curando do pecado e proclamando “tua fé te salvou”.
Não se dispense o cuidado preventivo e curativo da saúde, reconheça-se o dom da cura, dêem-se ações de graças pela presença salvadora do Senhor em sua Igreja. Multipliquem-se as orações pela cura das enfermidades e cresça a pastoral da saúde. Dentro de alguns dias começará no Brasil mais uma Campanha da Fraternidade, oferecendo neste ano a contribuição da Igreja para o tema tão importante quanto desafiador, a Saúde pública. A Arquidiocese de Belém realizou um Seminário sobre o tema e desencadeará um processo de envolvimento progressivo dos fiéis católicos e de convite a toda a sociedade, para que a saúde se difunda sobre a terra
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

OS MILAGRES SÃO PARA AS PESSOAS QUE CAMINHAM


Os discípulos deixaram tudo para seguir Jesus, pois acreditam que Ele era o Messias; no entanto, o Senhor foi morto na cruz.
Caminhando lentamente para Emaús, dois discípulos sentiam-se sem coragem, pois haviam perdido tudo na vida quando deixaram tudo para seguir o Senhor. Jesus os frustrou, pois esperavam que Ele fosse o Salvador. No entanto, já não tinham mais esperança.
Meus irmãos, podemos perder tudo, mas não podemos nunca perder a esperança. Quando a perdemos, não temos forças para recuperar mais nada na vida. A melhor coisa feita por Deus é a certeza de que amanhã será um outro dia. Tudo pode estar terminado hoje, mas amanhã tudo começará novamente.
Os discípulos perderam a esperança. Caminhavam deprimidos, cabeça inclinada, falavam em voz baixa, pois pensavam que haviam perdido. Mas depois, voltaram felizes pelo mesmo caminho, recuperados em sua motivação.
Mas qual o segredo? O que aconteceu para que recuperassem a esperança quando regressavam pelo mesmo caminho? Quando caminhavam, tristes, para Emaús, Alguém se aproximou deles e lhes perguntou: “'O que andais conversando pelo caminho?' E um deles lhe disse: 'És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?' Ele perguntou: 'Que foi?' Eles responderam: 'O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo'” (Lc 24,17-19).
Eles conheciam bem Jesus, Sua vida e Seus milagres, mas quando falavam da ressurreição, não sabiam nada; apenas repetiam o que as mulheres haviam dito. Mas esse Homem que caminhava com eles lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?” (Lc 24,25-26).
Já em Emaús, Jesus sentou-se com eles à mesa, partiu o pão novamente e os serviu. Nesse momento, os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram o Senhor. Nesse momento, Jesus desapareceu e eles permaneceram com Sua Palavra. Aqui temos a essência dessa mensagem. Já com os olhos abertos, eles voltam a Jerusalém para dar testemunho.
A primeira coisa que quero sublinhar é que duas pessoas caminhavam a Emaús, mas ardia um coração. Eles tinham seus corações unidos, porque o fogo da Palavra consolidou a vida desses duas pessoas. Isso aconteceu no caminho, quando Jesus fez o milagre.
Você precisa de um milagre na sua vida? Você está rezando e esperando por um milagre? Vou lhe dar um segredo que vai mudar sua visão diante dos milagres: Deus quer fazer um milagre na sua vida, mas você precisa colocar-se a caminho.
Quantos matrimônios, quantos casais já perderam a ilusão?! Você já não tem mais a mesma alegria e caminha sem ilusão? Se você perdeu a esperança, Deus quer realizar o milagre de fazê-lo acreditar novamente.
Eu sei que quase todas as pessoas perdem a coragem em algum momento da vida. Elas estão decepcionadas com Deus, desiludidas.
Você está decepcionado com alguém? Está decepcionado com você mesmo e com Deus por Ele estar em silêncio, passivo diante das suas dificuldades? Você não é o único, muitos se decepcionam com o Senhor, porque O veem fazer tantos milagres aos outros, mas não receberam aquela graça que pediram a Ele. Não é errado estar decepcionado com o Senhor, pois esse é o princípio para você recuperar sua esperança n'Ele.
Os milagres não são para as pessoas que estão sentadas, mas para aquelas que caminham. Aquilo que esquenta o coração frio é a Palavra de Deus. A luz que aparece em meio à escuridão é Palavra de Deus. Quem precisa dessa luz e do calor no frio da sua vida? A Palavra faz arder o coração, iluminar a vida. Se você já perdeu a motivação e já acredita que sua doença não tem solução, você precisa da Palavra do Senhor.
Se você perdeu a esperança, feche seus olhos e sinta a escuridão. Agora, Jesus está perto de você, caminha ao seu lado e vai lhe explicar as Sagradas Escrituras, porque conhecer a Bíblia é conhecer o Senhor. Ele quer fazer arder o seu coração que está frio.
Abra suas mãos diante de você e faça esta oração: “Senhor, eu preciso de um milagre. A minha família, a minha história precisam de um milagre”.
Jesus, como aos leprosos, diz a você: “Fique em pé. Não faço milagres em pessoas sentadas, preguiçosas. Se você não preenche as talhas com 'água', não posso fazer milagres. Caminhe e os milagres acontecerão. Caminhando se abrem as 'águas do Mar Vermelho'. Caminhando se aquece o coração”.
Não espere por um milagre para caminhar. Caminhe para ver um milagre!

CONSAGRE-SE

Se até hoje você mediu seus valores por aquilo que o mundo oferece, o Senhor não o condena porque esse sempre foi seu padrão de vida: cursos realizados, profissão, cargos, posição, emprego... O que Ele quer é que, agora, sua vida seja colocada a serviço d'Ele.
Não pense que o Senhor o privará de sua realização. Ao contrário, será muito mais gratificante. Você terá alegria e felicidade verdadeiras. Para isso, é preciso que se entregue totalmente nas mãos do Senhor, pois Ele é o Senhor e você, o servo. Isso não significa que você tenha de ser padre, religioso ou religiosa... Em primeiro lugar, consagre-se ao Senhor. Depois, Ele mesmo lhe mostrará de que maneira servi-Lo
Eu sei que para muitos é difícil, mas a Palavra de Deus é clara. Até arrisco dizer: você está como Eliseu naquele momento em que sentiu o manto de Elias sobre seus ombros, pois Jesus passou e lançou o Seu manto sobre você, que é chamado a dar a sua resposta. Entregue-se, consagre-se, dê o seu “sim”. Coloque-se como patrimônio do Senhor.

Monsenhor Jonas Abib