domingo, 11 de maio de 2014

A CONSAGRAÇÃO Á NOSSA SENHORA

nossa senhora tratado devocaoEntre os imensos frutos de revigoramento do fervor que a Efusão do Espírito Santo tem gerado entre nós, temos observado um que é especialíssimo por se referir à devoção a Nossa Senhora: o mesmo Espírito Santo que gerou Jesus no seio de Maria, inspira cada vez mais os batizados a assumir a filiação a esta Mãe Santíssima, que nos foi entregue por seu Filho aos pés da Cruz. Nós a assumimos como Mãe e temos renascido espiritualmente dela.
Um grande sinal desta entrega é o aumento significativo da prática tão antiga e nova da consagração total a Jesus Cristo pelas mãos de Maria, ensinada por São Luís Maria Grignion de Monfort. O que se pode testemunhar acerca desta consagração, é que tem sido grande fonte de libertação interior e de conversão.
Parece algo contraditório, mas o que se comprova na prática é que este ato de consagração, através do qual clamamos a Maria que nos apresente a Jesus na qualidade de escravos, entregando à sua administração todos os possíveis méritos de nossos atos e orações, traz imensos frutos de libertação para nossa vida. Como pode isto acontecer?
A graça
Sabemos que a graça é uma ação misteriosa de Deus em nossa vida e, portanto, ultrapassa o raciocínio humano, de modo que seria inútil tentar explicar inteiramente aqui este ato de fé, que é mistério para ser aceito e vivido. Mas em respeito à nossa humanidade, Deus, cheio de misericórdia – através das Escrituras e do ensinamento da Igreja – se curva sobre nós para tentar nos “explicar” o inexplicável.
Enquanto a imensa graça deste ato de consagração tem arrebatado imediatamente a uns, que fazem-na sem nada perguntar, outros querem ardentemente fazê-lo, mas surgem no seu coração certos temores, especialmente no que se refere ao seu papel intercessor: “Se fizer este ato de consagração, não poderei mais interceder especificamente por aqueles que me pedem orações? Não poderei oferecer por eles atos de sacrifício? Estarei me tornando escravo de Nossa Senhora ou de seu Filho Jesus? Entregarei meus méritos a Nossa Senhora ou a Jesus?”
Para que não existam mais esses temores, penso que seria importante recordar uma Palavra da Carta de São Paulo aos Coríntios acerca da criatura humana que precisamos encarar e aceitar: “Que tens que não hajas recebido?” (1Cor 4,7b).
Na realidade, tudo o que possamos ser, ter ou fazer é puro dom de Deus para nós. Consagrar os frutos de nossos méritos a Jesus é entrar na verdade da nossa relação com Ele: Deus é nosso Pai e nada temos, somos ou podemos fazer sem que Ele nos conceda. Portanto, nossos pretensos méritos são como “moedinhas” que Ele mesmo coloca em nossos “bolsos” para comprarmos um presente para Ele.
Comunhão dos Santos
Outro importante instrumento de compreensão do ato de consagração a Jesus por Maria é a meditação no mistério da Comunhão dos Santos: uma vez que todos os batizados formam um só “corpo” espiritual, cuja “cabeça” é Cristo, o bem de Cristo é comunicado a nós, e todo bem que recebemos dele é comunicado entre nós como a seiva é comunicada a todos os ramos de uma árvore. Como, então, pretendermos dominar este processo “determinando” a Deus o bem que Ele deve fazer a esta ou àquela pessoa através de nós?
É claro que devolver a Deus este direito que já é dele não significa sermos impedidos de interceder por aqueles que nos pedem orações. Mas significa deixar que Deus tome inteiramente em suas mãos os resultados de nossos atos e orações, e o faça pelas mãos daquela que foi escolhida para que Jesus, fonte de toda graça, viesse habitar em nós e nos dar tudo o que somos, temos ou fazemos. Maria é a porta por onde recebemos Jesus e toda graça; é também a porta por onde devolvemos a Jesus o direito sobre tudo o que temos, somos e fazemos.
Consagrar-nos a Jesus pelas mãos de Maria não é um favor que fazemos a Jesus, nem um sacrifício, mas uma grande bênção, um imenso dom, uma profunda alegria, e a restauração da consciência de uma verdade fundamental da nossa vida: somos dele, somos portanto de sua e nossa Mãe, Maria!
Na vida
Gostaria também de partilhar aqui um outro aspecto do ato de consagração a Jesus pelas mãos de Maria que toca profundamente o meu coração: o aspecto vivencial. Como São Luís de Monfort mesmo diz no seu “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, a entrega total a Maria é uma perfeita renovação das promessas do nosso Batismo. Pelo Batismo, renunciamos a Satanás e a compactuar com suas obras, renunciamos ao pecado e a fazer prevalecer a nós mesmos. Na entrega total a Maria, renovamos esta renúncia e ainda damos expressamente a Nosso Senhor, pelas mãos dela, o valor que Deus quiser dar às nossas ações e orações. Jesus se deu inteiramente a nós e o quis fazê-lo pelas mãos de Nossa Senhora, e agora nos devolvemos inteiramente a Ele também do mesmo modo: pelas mãos de Nossa Senhora.
Maria é a porta do céu, a porta das graças que circulam no corpo da Igreja. No entanto, durante a vida, Maria permaneceu muito oculta. A sua humildade foi tão profunda, que não teve na terra atrativo mais poderoso nem mais contínuo que o do escondimento para que só Deus a conhecesse. São Luís Maria de Monfort diz que o próprio Filho quis escondê-la durante sua vida, e em certa ocasião chegou a tratá-la como uma estranha para favorecer sua humildade, embora no seu coração a amasse mais do que a todos os anjos e a todos os homens.
Portanto, a nossa entrega a Maria precisa se efetivar na nossa vida através de atos concretos de humildade e aceitação de toda humilhação. Depois de nos consagrar a Jesus por intermédio dela, torna-se um absurdo ainda querermos fazer prevalecer nossa pessoa, nossas idéias, nossa vontade em qualquer situação da nossa vida diária. Daí o perigo de nos tornarmos pessoas consagradas a Nossa Senhora, muitas vezes ostentando um belo anel no dedo, sem nos lembrar que escolhemos livremente estar no lugar onde ela esteve com seu Filho Jesus enquanto viveram nesta terra: eles escolheram o último lugar, o lugar de servos, renunciando a todo direito de ditar normas ou prevalecer sua vontade diante de Deus.
Se estamos dispostos a abraçar esta grande graça de estar no lugar escolhido por Jesus e Maria nesta terra, vale a pena nos consagrar a Nossa Senhora. Mas se ainda desejamos conservar algum direito para nós nesta vida, nos preparemos melhor para viver esta devoção, porque ela envolverá desde as pequenas às grandes situações que encontraremos.
Esta escolha do último lugar, decorrente da consagração a Jesus por intermédio de Maria, vai muito além de um lugar físico ou de uma função no serviço da Igreja, que aos olhos de alguns pode parecer significar grandeza ou pequenez. Trata-se do espírito de pequenez, que o Espírito da verdade nos ensina a viver, conforme Cristo mesmo esclareceu no seu diálogo com a mãe dos filhos de Zebedeu (cf. Mt 20,20-28). Aquela mãe, na sua ingenuidade, pediu que Jesus colocasse seus filhos um à direita e o outro à esquerda dele no Reino de Deus, e Ele, após lhes perguntar se estariam dispostos a beber da “taça” da entrega total de sua vida, declarou que somente ao Pai caberia concedê-lo. E aproveitou a ocasião para ensinar aos seus discípulos: “Como sabeis, os chefes das nações as mantêm sob seu poder, e os grandes, sob seus domínios. Não deve ser assim entre vós. Pelo contrário, se alguém quer ser grande entre vós, seja vosso servo, e se alguém quer ser o primeiro entre vós, seja o vosso escravo. Assim é que o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate pela multidão” (cf. Mt 20,25-28).
Através daquela por quem veio a nós o Servo dos servos e foi a primeira a servir a Deus sem reservas, com a entrega total de sua vida, podemos nos consagrar, segundo a devoção ensinada por São Luís de Montfort, sabendo estar renunciando a todo pretenso direito, não só na outra vida, mas desde já, em cada situação do nosso dia-a-dia.
Sabendo disto, como pode alguém que se consagrou a Jesus pelas mãos de Maria ainda exigir direitos, consolos, regalias, reparação de ofensas recebidas, considerações, atos de gratidão ou prevalência da sua opinião diante de alguém? Tudo isto, até somos capazes de sentir, porque somos humanos e tais desejos se levantam dentro de nós. Mas um consagrado a Jesus por Maria rejeita tais pensamentos e até os confessa se neles consentiu ou agiu.
Queridos consagrados a Jesus por Maria, submetamos a cada dia todos os nossos desejos aos de Jesus e Maria, de modo que se os nossos não forem conforme os deles, possamos deixar que sejam aniquilados, e com eles todo egoísmo que nos separa de Deus, para chegarmos à união completa com Ele. E que o Senhor conceda mais e mais aos corações dos batizados o desejo de consagrar-se assim para sempre, pelas mãos de nossa querida Mãe!

BOM PASTOR

*
EU CONFIO EM DEUS !
E tenho a plena certeza que nas minhas provações é ELE quem me levanta para seguir o bom Caminho. Amém

TOTUS TUUS

Peça à Mãe que o Filho atende.
Está chegando o mês de maio. Mês das mães! Mês da Mãe das mães!
Maria, a nossa intercessora maior junto a Cristo.
Te amamos!!! Totus tuus! Salve Maria!

A paz!

13 PERGUNTAS COMUNS A RESPEITO DA CONSAGRAÇÃO TOTAL

1. Em que a Consagração proposta por São Luis Maria Montfort se diferencia das demais consagrações a Santíssima Virgem?

A Consagração proposta por São Luis é uma Consagração total, da pessoa inteira, como fala na própria fórmula da consagração, em “corpo, alma, bens exteriores, bens interiores, valor das obras boas passadas, presentes e futuras.”
E aqui é importante esclarecer: o que é este valor das boas obras?
Segundo o próprio São Luis explica, é o valor espiritual de todas as nossas obras de virtude, que se dá em 3 aspectos:
- Valor meritório: aumenta o nosso grau de glória no céu..
- Valor satisfatório: diminui a nossa eventual pena no purgatório
- Valor impetratório: é o valor que podemos “aplicar”, oferecendo uma obra de virtude por uma intenção em particular. Por esta consagração, nós nos entregamos inteiros a Virgem, e inclusive entregamos o valor das nossas boas obras, nos despojando daquilo que seria um “direito” nosso, para que Ela possa dispor deste valor livremente, e usar da forma como for melhor.
Por exemplo: por esta consagração à Virgem pode usar o valor de uma boa obra nossa para converter uma pessoa do outro lado do mundo, que nem conhecemos, que só conheceremos no céu! A explicação deste ponto encontra-se nos números 121 a 125 do Tratado.
2. Isto significa que esta consagração é superior as outras formas de consagração a Virgem?
Não necessariamente, se em outra forma de Consagração a pessoa se consagra com a consciëncia e a intenção de, entregando-se totalmente, consagrar também os seus bens espirituais, como explicamos acima, mesmo que a fórmula desta outra forma de consagração não explicite isso.
O diferencial da forma proposta por São Luis Montfort é que a fórmula expressa isso claramente, e a leitura do livro, bem como os 30 dias de preparação que ele propõe, tem como objetivo preparar a alma para este ato de Consagração Total.
3. Isso significa que, fazendo a Consagração, eu poderei me prejudicar no sentido de sofrer mais no purgatório, por ter renunciado aos meus bens espirituais?
São Luís responde sobre isso claramente no Tratado (n. 133), e diz que não!
Que Nosso Senhor e Sua Santíssima Mãe são mais generosos neste e no outro mundo, com aqueles que mais generosos lhe forem nesta vida… Ou não confiamos na Justiça e na Misericórdia de Deus?
Como acontecerá isso, não sabemos, é um mistério!
Pois está é a renúncia do Evangelho: é renunciar é ganhar cem vezes mais (Mc 10, 28-31). É perder pra ganhar.
Mais do que uma renúncia, poderia-mos dizer, a Consagração é um investimento; é colocar nossos bens mais preciosos nas Mãos Daquela que sabe administrá-los melhor do que nós, porque é a Grande Tesoureira de Deus; é colocar nossos bens na Arca do Imaculado Coração de Maria.
Alguns sugerem que Deus e Sua Mãe usem os bens espirituais de um consagrado para beneficiar outros consagrados.
Assim, os bens espirituais entregues nas Mãos Imaculadas da Virgem Maria multiplicam o seu valor, e os bens de um consagrado podem beneficiar muitos outros consagrados, e todos aqueles que Deus desejar.
4. Isso significa que, tendo feito a Consagração, eu não poderei mais fazer pedidos a Deus e a Virgem?
Poderei, sim, é o que São Luis responde no Tratado (n. 132).
O que eu não poderei mais é oferecer o valor das minhas obras por uma intenção particular (ex: fazer um jejum por uma determinada intenção), pois o valor das minhas obras, no ato de Consagração, já foi oferecido a Virgem, para que Ela, que sabe adminsitrar melhor do que, disponha livremente deste valor, para usa-lo segundo o Seu Coração.
Já fazer pedidos, eu posso; e com mais confiança ainda: pois serão os pedidos de um súdito que, por amor, entregou todos os seus bens a Sua Amada Rainha, e pede com a confiança de quem sabe que conta com toda a benevolência Dela.
Obs: São Luis ainda garante que essa Consagração é compatível com o estado de vida de cada um, e por isso não prejudica os deveres de estado de cada vocação; por exemplo, de um sacerdote que, por dever ou outro motivo, deve oferecer a Santa Missa por alguma intenção particular; pois a Consagração deve ser feita segundo a Ordem de Deus e os deveres de estado de cada vocação (n. 124).
5. Em que sentido se dá a “escravidão” à Virgem Maria? Parece algo tão estranho este termo…
É “estranho” porque precisa ser compreendido em seu significado espiritual. Se dá no mesmo sentido que a Virgem disse ao Arcanjo São Gabriel na Anunciação: “Eis aqui a Escrava do Senhor, faça-se em mim conforme a Tua Palavra.” (Lc 1,38) Se dá também no sentido do que Jesus viveu, como diz São Paulo aos Filipenses (F2, 7): “Aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de Escravo”.
São Luis mostra que naquela época não existia “servos / empregados” como existe hoje, e existia apenas escravo. A diferença é que o servo não depende totalmente do seu senhor, o escravo depende! A Virgem, em sua liberdade, é Escrava por Amor, porque quis se entregar inteiramente ao Serviço do Seu Amado, do Deus que Ela ama! Por esta consagração total, seguimos o exemplo da Virgem, nos entregando, por amor, para sermos “escravos de Jesus”, ou “escravos de Jesus por Maria”, ou ainda “escravos de Maria”. Todos estes termos estão corretos, diz São Luis, entendendo bem o seu significado.
E por esta Consagração, seguimos também o exemplo de Jesus, que se submeteu totalmente a Sua Santíssima Mãe quando se encarnou e foi gerado por Ela!
As referências para este assunto estão nos números 68 a 77 do Tratado, e do número 139 a 143.
6. Há alguma prática exterior obrigatória para que a Consagração se efetive?
Não há no Tratado nenhuma evidência que ateste isso.
Pelo contrário: São Luis fala no Tratado (n. 226) que a Consagração é essencialmente interior.
E que as práticas exteriores (oração do Rosário, do Magnificat, prática da penitência, trazer junto de si um sinal externo da Consagração, ingresso em movimentos marianos, preparação de 30 dias de oração antes da Consagração, etc) são recomendáveis, mas não são moralmente obrigatórias para um consagrado (pois não se faz nenhum voto, nesse sentido, ao se fazer a Consagração), nem são necessárias para que a consagração seja válida.
Até porque São Luis Montfort, que propõe todo este método de Consagração, não criou a Consagração, nem é um rito que ele insituiu; inclusive ele fala de muitos santos que viveram essa Consagração antes dele.
O que São Luis nos dá é um método para nos ensinar e ajudar a se preparar e a viver esta Consagração.
7. A Consagração implica em voto de celibato?
Não. São Luis deixa claro que a Consagração é um ato interior, e não menciona o celibato quando fala dos práticas exteriores recomendáveis.
A consagração do corpo, que a Consagração implica enquanto entrega total da pessoa, pode ser vivida pela virtude da castidade no estado de vida de cada um: os casados vivendo a sexualidade de acordo com o projeto de Deus, os não-casados vivendo na continência, os celibatários entregando-se inteiramente a Nosso Senhor e sua Mãe Santíssima no seu celibato (ver Catecismo da Igreja Católica, n. 2348-2356).
8. Sou muito pecador! Isso é motivo para não fazer a Consagração?
Não, senão ninguém se consagraria!
É exatamente o contrário: a Consagração Total nos ajuda a sermos santos!
O que São Luis fala que é necessário (n.99), neste sentido, é a firme resolução de evitar o pecado mortal, o esforço para evitar outros pecados e a busca de uma autêntica vida de oração, penitência e apostolado.
O que, de alguma forma, é obrigação de todo o cristão…
9. Existe alguma data específica para que a Consagração seja feita?
Não há evidencias disso no “Tratado”, mas o costume é que seja em uma data mariana.
10. Como são estes 30 dias de preparação?
São orações simples, mas como uma intenção profunda, que São Luis propõe que se faça durante 30 dias, renovando todos os anos quando se renova a Consagração, da seguinte forma (n. 227-233):
A lista das orações e os textos delas encontram-se no apêndice do “Tratado”, ao menos na ediçào das Vozes, com as traduções para o português; as orações podem ser rezadas em português):
- 12 dias preliminares pedindo o desapego do mundo, rezando a cada dia “Veni, Creator Spiritus” e “Ave Maris Stela”.
- 1ª semana (6 dias) pedindo o conhecimento de si mesmo, rezando a cada dia “Ladainha do Espírito Santo” e “Ladainha de Nossa Senhora”.
- 2ª semana (6 dias) pedindo o conhecimento da Virgem Maria, rezando a cada dia “Ladainha do Espírito Santo”, “Ave Maris Stela” e um Terço.
- 3ª semana (6 dias) pedindo o conhecimento de Nosso Senhor, rezando a cada dia a “Ladainha do Espírito Santo”, “Ave Maris Stela”, “Oração de Santo Agostinho”, “Ladainha do Ssmo. Nome de Jesus” e “Ladainha do Sagrado Coração de Jesus”.
11. No dia da Consagração, o que se faz?
Se comunga (estando devidamente preparado, evidentemente; recomenda-se inclusive a confissão no próprio dia, se possível), se escreve a fórmula da consagração (se encontra no final do Tratado, chamada “Consagração de si mesmo a Jesus Cristo, Sabedoria Encarnada, pelas mãos de Maria”) e se assina, atestando a consagração interior.
Recomenda-se ainda que neste dia se faça alguma forma de penitência (n. 231-232).
12. Não li o “Tratado” ainda. Posso me Consagrar, ou iniciar os 30 dias de preparação, mesmo assim?
A nível geral, recomendamos que não se Consagre, e nem mesmo que se inicie os 30 dias de preparação sem a leitura completa do Tratado, pois como se poderá preparar bem para a Consagração, sem a conhecê-la bem?
Além do mais, a Consagração é feita uma vez na vida, e portanto, é importante que se faça com esta preparação.
Até porque a Consagração poderá ser feito em outro momento mais para adiante, após a leitura do livro.
Provavelmente organizaremos outros “arrastões” para a Consagração em grupos em outras datas; e a Consagração também pode ser feita de forma de isolada, em uma data à livre escolha da pessoa.
Assim, recomendamos que iniciem os 30 dias de preparação aqueles que completarem a leitura do Tratado.
13. Falhei em algum exercício prático nos 30 dias ou no dia da própria Consagração, ou então cometi algum pecado mortal durante a preparação. Devo desistir de me consagrar no dia que propus?
Recomendamos, a nível geral, que não desista, e faça consagração!
Pois como dissemos, ela é um ato interior, não depende necessariamente dos atos exteriores de preparação, o demônio odeia a consagração, e poderá se utilizar de um escrúpulo nosso em não ter cumprido 100% a preparação para nos tentar a desistir de fazer.
Por isso, recomendamos que não se desista por algumas falhas nesse sentido.
No caso de uma queda em pecado mortal, que haja, evidentemente, arrependimento e se busque a Confissão o mais rápido possível.

UMA CARTA PARA MINHA MÃE

Para o dia das mães retomar a moda antiga e fazer uma homenagem a mãe, em tempos de redes sociais modernas pode ser uma grande declaração de amor
Querida mãe, neste clima de homenagens, pensei em lhe escrever uma carta, pois aprendi com a senhora que as palavras escritas com carinho voam como pássaros e chegam
 ao coração de quem amamos.
Confiando nisso, tenho me arriscado a escrever, de vez em quando, para 
as pessoas; hoje, resolvi lhe escrever mais uma vez. Pensei em lhe dizer muitas coisas, mas percebo que tudo se resume em uma palavra: obrigada!
Volto ao ano de 1952, quando você, enamorada, disse ‘sim’ ao casamento, assumindo com meu pai o desafio de construir uma família em meio às diferenças sociais e abrindo mão de tantas outras ofertas e sonhos. Você fez a melhor escolha,
 mãe, disse ‘sim’ ao amor e não se prendeu às ideias egoístas e às oportunidades que poderiam lhe proporcionar muitas coisas, mas, certamente, não lhe permitiriam ser minha mãe. Obrigada por isso!
Você abraçou o dom e a tarefa de ser esposa, doando-se gradativamente para que outras vidas surgissem e o mundo tivesse mais brilho, cores e sons. Em seu lar modesto e aconchegante, a pobreza nunca foi empecilho para deixar vir mais um filho ao mundo. E quando já tinha sete, foi a minha vez de chegar
Cheguei de mansinho sem nem mesmo você perceber. Deus quis me trazer aqui, pois sabia que você seria a melhor pessoa para me receber, formar e ajudar a crescer. Era um tempo de grandes mudanças para toda a família, sonhos se misturavam com realização; e eu crescendo em silêncio em suas entranhas. Mas, de tanto crescer, chegou o dia que minha existência lhe foi revelada, e você, em festa, começou longo a preparar-se para receber-me em seus braços. Como o tempo passou depressa, mãe!
Aqui fora, eu continuei crescendo com seus cuidados, e, hoje, compreendo bem melhor suas lições. Enquanto preparo-me para também ser mãe e vivo o dom do matrimônio, percebo-me, muitas vezes, reproduzindo seus gestos, e fico orgulhosa disso. Esses dias, arrumei a mesa para meu marido almoçar e, como já havia almoçado, simplesmente fiquei ao lado dele, contemplando seus gestos e ouvindo suas palavras. De repente, lembrei-me de você e disfarcei um sorriso, pois a vi fazer isso tantas vezes com o papai!
Mãe, você é doutorada na arte de amar. Se não aprendi melhor suas lições, certamente é porque não tenho sido boa aluna, mas me deixe sempre em sua escola, porque minha meta é ser como você.
Sua fé também me causa admiração. Tenho viva na memória as tardes de sábado, quando, de joelhos, rezava o “Oficio da Imaculada Conceição”, unindo seu coração ao da Virgem Santa, à qual tem uma devoção especial. Eu tentava imitar sua reza mesmo sem saber o significado das palavras, porque sua fé era como uma imã me atraindo para Deus. E o mais bonito é que sua fé é viva! Eu mesma sou testemunha de que o perdão tem morada fixa em seu coração, e quem bate à sua porta, procurando um conselho ou uma ajuda qualquer, nunca sai de mãos vazias. Por tudo isso, hoje, só posso agradecer a Deus, por ter me dado uma mãe tão boa, e à senhora por ter tido a coragem de ser minha mãe.
Recordo-me de que, em uma de suas muitas cartas, disse-me da sua alegria em ter uma filha consagrada a Deus na Comunidade Canção Nova e evidenciou a felicidade que sente ao me ver fazendo o bem. Saiba que todo o bem que, na minha pequenez, eu conseguir fazer até o fim da minha vida será sempre consequência do amor que recebi de Deus por meio da senhora e do papai. Portanto, os méritos sãos seus, mãe. Eu sou fruto da árvore que você se aventurou a plantar, cultivar e zelar com grande generosidade: a família. Jamais se esqueça de que valeu a pena sua opção pelo amor. Só existo por causa do seu ‘sim’! Obrigada! Parabéns por estar cumprindo tão bem sua missão neste mundo.
Feliz Dia das Mães!

Dijanira Silva

MÃE ADMIRÁVEL


Peço-te confiante, que me ajudes, ó grande Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, pois nunca se ouviu dizer que tenha abandonado algum filho teu que buscou refúgio em ti.
Tu mesma sentiste o peso e a aflição da vida! Estiveste ao pé da cruz, como a Mãe das Dores. E será que agora não irás atender ao meu pedido, quando te confio, suplicante, o meu sofrimento?
Não, jamais!
Tu és a saúde dos enfermos, a consolação dos aflitos, o auxílio dos cristãos. Inspira-me, porém, confiança especial o fato de seres chamada "Mãe Rainha Três Vezes Admirável".

EU SOU PARTE DAS OVELHAS


Jesus é a única porta pela qual entram os verdadeiros pastores das ovelhas. Com isso, Ele quer ensinar que “a única subida legítima rumo ao ministério do pastor é a cruz” e que só unindo-se a Ele pela caridade é possível que o sacerdote se torne um “bom pastor”.

NA EUCARISTIA TEMOS A PRESENÇA REAL DE JESUS CRISTO

A Eucaristia não é símbolo, não é lembrança; a Eucaristia é a presença real, viva, amorosa de Nosso Senhor Jesus Cristo no meio nós!
”Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (João 6, 56)
Os discípulos que tiveram a graça de conviver com o Senhor – e até se encontrarem com Ele depois da Ressurreição d’Ele – desejaram e anunciaram que o Senhor permanecesse entre eles! Depois dissso, Jesus ainda caminhou quarenta dias com Sua Igreja e só depois foi para o céu, contudo Ele mesmo nos disse: ”Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos”.
E muitos podem se perguntar: “Onde está essa presença de Jesus?” Jesus está na Sua Palavra, nas pessoas que se reúnem para orar em Seu nome; nas pessoas que fazem o bem em Seu nome e naqueles que são fiéis aos Seus mandamentos. E existe uma presença, por excelência, de Jesus entre nós, foi Ele quem assim quis e as Suas palavras nos dão certeza disso e certificam aquilo que Ele mesmo diz: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (João 6, 56).
O último presente de Jesus para nós, antes de morrer, foi na Última Ceia ao nos dar o Seu Corpo e Seu Sangue em Alimento: o sacramento da Eucaristia, que é para nós a presença maravilhosa de Deus no meio de nós. A Eucaristia não é símbolo, não é lembrança; a Eucaristia é a presença real, viva e amorosa de Deus no meio nós!
Comungar com o Senhor e do Senhor é comungar o Seu Corpo e o Seu Sangue! Não se trata de uma presença puramente espiritual, uma presença moral; mas sim de uma presença real. O mesmo Jesus, que nós comungamos na Eucaristia, é o Jesus que morreu na cruz. O Corpo de Jesus, que se oferece a nós pelas mãos dos sacerdotes, é o mesmo que ressuscitou dos mortos. Não há dois, há um só Jesus, o Senhor da vida, por isso ter comunhão com Ele e permanecer n’Ele é permanecer no Seu Corpo e no Seu Sangue.
Como nós precisamos mergulhar na profundidade desse mistério e na beleza sublime dessa graça que nos é dada! Estar na comunhão do Senhor é estar na comunhão do Seu Corpo e do Seu Sangue!
Não se trata de comungar a Eucaristia de forma automática, robotizada, entrar em uma fila e recebê-Lo em nós. Sim, nós O recebemos, mas uma vez que O recebemos, nós precisamos cultivar o Alimento que entrou em nós; precisamos valorizar, amar, adorar e permitir que Jesus seja vida para a nossa vida!
Adorado e glorificado seja o Senhor presente nos sacrários do mundo inteiro! E que Jesus resplandeça em nossa vida quando recebermos o Seu Corpo e o Seu Sangue.
Padre Roger Araújo

A FÉ ALIMENTA NOSSA RELAÇÃO COM DEUS

Hoje, mais do que nunca, somos convidados a ser homens e mulheres do Espírito e a alimentarmos a nossa fé, porque é ela quem nos mantém de pé.
”Jesus lhe disse: ‘Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”’ (João 20, 29).

Nós hoje queremos mergulhar na profundidade da misericórdia e do amor de Deus, porque Tomé precisou tocar nas mãos e nas chagas do Senhor para que ele pudesse acreditar e para que ele pudesse ter fé. É o tipo de fé que exige prova racional, é a fé que exige o conhecimento experimental: ”Se não me provar por A mais B, eu não creio, eu não acredito!”
Infelizmente, no mundo de ontem e, sobretudo, no mundo de hoje, muitas pessoas estão mergulhadas no racionalismo e na incredulidade diante das coisas da fé, dos mistérios de Deus, porque põem a fé à prova, submetem a fé – algo tão genuíno do Espírito e da profundidade da nossa alma e do nosso ser – à prova da razão.
Não, não é que tenhamos de ignorar a razão, não! Porque ela nos faz muito bem, ela nos dá pressupostos [para discernirmos entre o certo e o errado]. O que nós não podemos é diminuir a nossa fé, o que nós não podemos é ignorar a nossa experiência mística, o que nós não podemos é deixar de alimentar a nossa espiritualidade.
Porque fé é acreditar no que não se vê, é ter convicção daquilo que não estamos vendo, mas, mesmo assim, nós temos certeza, porque nosso espírito toca nas realidades divinas e nas realidades espirituais à medida que alimentamos o homem espiritual que somos, à medida que alimentamos a nossa espiritualidade, à medida que nós aumentamos e invistimos em nossa relação com Deus.
Quando nós não alimentamos a nossa relação com o divino, com o sagrado, a nossa relação pessoal com Deus, é óbvio que a nossa fé diminui ou se torna extremamente racional.
A bem-aventurança que Jesus, hoje, nos apresenta é fundamental para permanecermos firmes na fé e no seguimento do Senhor. A bem-aventurança de hoje nos permite experimentarmos a bondade e a misericórdia de Deus; a bem-aventurança da fé, a bem-aventurança de acreditar para além de nossas incredulidades. A bem-aventurança de alimentar o nosso espírito, porque não só de pão vive o homem, não só da matéria vive o homem, não só dos pressupostos racionais vive nossa humanidade, mas de tudo aquilo que vem da Palavra de Deus, do coração de Deus e da nossa experiência com Ele.
Somos, hoje, mais do que nunca convidados a ser homens do Espírito, mulheres do Espírito, e a alimentarmos a nossa fé, porque, no final das coisas, no fim de tudo, é ela quem nos mantém de pé. Mesmo sem ver eu creio, mesmo sem ter visto eu acredito, porque eu experimentei, do fundo de minha alma e do meu coração, um  encontro pessoal com Deus vivo!

Padre Roger Araújo

CONFIE NO SENHOR ELE TUDO FAZ

Deixa aos cuidados do Senhor o teu destino; confia nele e, com certeza, ele agira” (Salmo 36,5).
Entregue o seu dia a Deus, deixe que Ele conduza todas as suas ações e as situações que acontecem ao londo deste dia. Confie no Senhor que tudo faz.
Peça ao Espírito Santo que o conduza com sabedoria. Siga as inspirações de Deus, suscitada pelo sopro do Espírito, para que o seu dia seja repleto de sabedoria e paz.
Reze: Ó vinde, Espírito Criador, as nossas almas visitai, e enchei os nossos corações com os vossos dons celestiais.
Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago

A NOSSA CONSCIÊNCIA É A VOZ DO ESPIRÍTO SANTO

A nossa consciência não é um bicho-papão, pois é por meio dela que Deus nos fala com amor. Pode ser que, num caso especial, de grande necessidade, o Senhor nos fale ao ouvido, mas isso não é comum. O comum é Ele falar lá no fundo da nossa consciência para nos mostrar todas as coisas. Por isso, precisamos ser assíduos à oração. Não podemos ter medo de conversar com Deus sobre a nossa vida. 

Fale com o Senhor sobre seu filho, sobre seu marido e sua esposa. Fale com Ele sobre seu emprego e seu grupo de oração. Peça a Ele para falar dentro de você; depois, fique em silêncio. 

No começo, você perceberá que é "ruim de ouvido", mas, depois, com a prática, vai aprender a ouvir com o coração. A princípio, pode parecer que o Senhor não fala nada, não responde nada. Mas quanto mais você Lhe perguntar algo e O escutar, mais Ele o ensinará a verdadeira sabedoria: o que fazer em cada momento, diante de cada coisa. Muitas vezes, o Senhor fala, fala, fala, mas nós fingimos não O ouvir.

"Não podemos ter medo de conversar com Deus", ensina monsenhor Jonas Abib


Quando rezamos e pedimos a Deus uma orientação, Ele nos guia também pelos acontecimentos e pelas pessoas que coloca em nossa vida. Preste muita atenção a isso, porque o Senhor age pelas causas segundas, dizem os teólogos, ou seja, Ele age por meio de Suas criaturas. Deus nos fala também por meio dos ensinamentos da Igreja.

Na Última Ceia, Jesus disse aos apóstolos que o Espírito Santo os conduziria a “toda a verdade” (cf. Jo 14,15.25; 16,12-13). 

Deus não falará ao nosso coração algo diferente ou contrário àquilo que já ensinou ao Magistério Sagrado da Igreja. Assim, teremos um discernimento correto das coisas a fazer. A nossa consciência é a voz do Espírito, e a voz d'Ele é sutil, mas penetrante e regeneradora. Em geral, seguimos a voz das nossas paixões e sentimentos para as coisas boas e para as coisas más.

Quando nós, na humildade e na oração, aprendermos a ouvir a Palavra de Deus, a voz do Espírito Santo dentro de nós, e não a voz das nossas emoções, das nossas empolgações, começaremos a acertar com o projeto de Deus.

Tenhamos a certeza de que o Senhor poderia ter feito muito mais se, em vez de ficarmos buscando nossos projetos, guiados por nossas empolgações, tivéssemos paciência e humildade para escutar a voz d'Ele em nossa consciência.

Se pedirmos, Deus nos dará sabedoria. São Tiago disse: "Se a algum de vós faltar sabedoria, peça-a a Deus, que a concede generosamente a todos, sem impor condições, ela lhe será dada. Mas peça com fé, sem duvidar, porque aquele que duvida é semelhante a uma onda do mar, impelida e agitada pelo vento” (Tg 1,5-6).

A nossa humanidade, a nossa sociedade, há muito tempo não pergunta a Deus o que fazer. Mesmo nós, na Igreja, fomos seguindo os nossos projetos, fazendo as coisas de acordo com nossa própria cabeça. O importante é adquirir a prática de ouvir o Senhor com o coração. Ouvi-Lo é colher, no coração, o que Ele nos inspira.

Monsenhor Jonas Abib