sábado, 13 de abril de 2013

SIMPLICIDADE E ESPONTANEIDADE SÃO MARCAS DO PAPA FRANCISCO


13 de abril

No encontro com os jornalistas na Sala Paulo VI, o Pontífice recordou as palavras do arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, seu grande amigo, que o convidou a não se esquecer dos pobres, logo após sua eleição.
“Aquela palavra entrou aqui – disse, indicando a cabeça – ‘os pobres, os pobres’. Aí, pensei em Francisco de Assis e depois, nas guerras. E Francisco é o homem da paz, o homem que ama e tutela a Criação. Francisco é o homem que nos dá este espírito de paz, o homem pobre. Ah, como gostaria de uma Igreja pobre e pelos pobres!”, disse Francisco.
O ecumenismo, compromisso com os pobres e o impulso para a nova evangelização estão entre os temas que o novo Papa colocou no centro de seu ministério, neste primeiro mês de Pontificado. Numa das audiências gerais realizadas nas quartas-feiras, Francisco destacou que “a fé se professa com as palavras e com o amor” e recordou o papel fundamental das mulheres nos Evangelhos.
“Isso é bonito, e esta é um pouco a missão das mulheres, mães e avós. Testemunhar a seus filhos e aos netos que Jesus está vivo, que Ele ressuscitou. Ele é a esperança que enche o coração. Mães e mulheres, avante com este testemunho”, exortou.
Na Missa de posse da Cátedra do Bispo de Roma, celebrada na Basílica de São João de Latrão, no último domingo, 7, o Papa Francisco disse: “Amados irmãos e irmãs, deixemo-nos envolver pela misericórdia de Deus; confiemos na sua paciência, que sempre nos dá tempo; tenhamos a coragem de voltar para sua casa, habitar nas feridas do seu amor deixando-nos amar por Ele, encontrar a sua misericórdia nos Sacramentos. Sentiremos a sua ternura, sentiremos o seu abraço, e ficaremos nós também mais capazes de misericórdia, paciência, perdão e amor.”

"Somente comportando-nos como filhos de Deus, sem desanimar com as nossas quedas, com os nossos pecados, sentindo-nos amados por Ele, a nossa vida será nova, animada pela serenidade e pela alegria. Deus é a nossa força! Deus é a nossa esperança!" Papa Francisco

Leia na íntegra
http://papa.cancaonova.com/catequese-do-papa-francisco-100413/
"Somente comportando-nos como filhos de Deus, sem desanimar com as nossas quedas, com os nossos pecados, sentindo-nos amados por Ele, a nossa vida será nova, animada pela serenidade e pela alegria. Deus é a nossa força! Deus é a nossa esperança!" Papa Francisco

MISERICÓRDIA DE DEUS

O Senhor deseja que a misericórdia d'Ele aconteça conosco. É lindo como é inspirado o calendário litúrgico! Hoje, é o dia em que o Senhor se dispõe a derramar Sua misericórdia infinita, a qual Ele revelou a Santa Faustina.

O Papa João Paulo II instituiu a Festa da Misericórdia e faleceu às vésperas de uma delas. As festas litúrgicas começam a ser comemoradas na véspera; então, a partir das 18h, começa a solenidade. Já começada a Festa da Misericórdia, o Senhor ‘leva’ o Papa João Paulo II. Deus tinha uma escolha toda especial. Hoje, ele [João Paulo II] intercede por todas as pessoas, para que se abram à misericórdia. 

São Paulo nos diz em I Timóteo 1,12ss: “Graças àquele que me deu forças, Jesus Cristo Nosso Senhor, porque me julgou digno de confiança e me chamou ao ministério, a mim que outrora era blasfemo, perseguidor e injuriador. Mas alcancei misericórdia, porque ainda não tinha recebido a fé e o fazia por ignorância Paulo [Saulo antes da conversão] blasfemava contra os cristãos e os perseguia. Jesus, então, diz a ele: “Saulo, Saulo por que me persegues?" (Atos 9,4). Quantas injúrias ele fez a Jesus! 

O Senhor conhece sua vida e sabe tudo o que fez. Sabe dos maus caminhos que você está seguindo, dos seus pecados e da dureza de seu coração. Ele sabe do seu passado e do seu presente e, agora, vem salvá-lo. Aí está a misericórdia do Pai ao realizar a salvação em Jesus. 

Pensamos que, quando 'pisamos na bola’, Ele se esquece de nós. Mas não, ao contrário disso, Ele está bem perto. Aí está a misericórdia d'Ele: o coração de Jesus que se encontra com a nossa miséria. 

"Aquele mesmo Jesus, misericordioso com Saulo, está diante de você", ensina monsenhor Jonas


Nos tempos de erros de Saulo, Jesus estava com ele. Saulo tinha ódio do Mestre Galileu, o qual veio e trouxe toda aquela doutrina e fez milagres. Seu chefe O crucificou, mas os discípulos continuavam anunciando a Boa Nova. E Saulo os perseguia. Jesus esperava o momento de intervir na vida dele. Aquele mesmo Jesus que acolheu Saulo, que foi misericordioso com ele, está aí diante de você. 

Cristo está diante de você, esperando uma abertura do seu coração. Deixe que Ele penetre em sua vida. Como irmão e com autoridade, que vem pelo Espírito Santo, eu digo: Meu irmão, acolha, aceite e, com um gesto decidido, entregue-se a Jesus! 

Temos um pensamento de mudar primeiro para depois servir a Jesus; de sermos curados para depois servi-Lo, mas não é assim. O filho pródigo voltou para a casa do pai, mas se ele não retornasse, nunca teria roupas limpas novamente. Temos de ir ao encontro de Jesus do jeito que estamos. Talvez, seu coração esteja sem pecado, mas cheio de ressentimentos, raivas, decepções, mágoas e rancores. Com isso, nosso coração fica endurecido. Mesmos que assim seja, deixe Jesus entrar nele. Volte para o Senhor do jeito que você está. Entregue-se a Ele. Entregue seus sentimentos e mergulhe na misericórdia. Em um gesto interior de vontade, atire-se de cabeça na misericórdia do Senhor. Seja qual for sua vida de pecado, no 'mais ou menos', nesse coração endurecido e rancoroso, atire-se, jogue-se e mergulhe na misericórdia do Pai. 

“E a graça de Nosso Senhor foi imensa, juntamente com a fé e a caridade que está em Jesus Cristo” (I Timóteo 1,14). O mesmo que Deus fez na vida de Paulo, se nos entregarmos, Jesus fará a mesma obra em nós. Muito obrigado, Senhor! 

“Eis uma verdade absolutamente certa e merecedora de fé: Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o primeiro" (cf. I Timóteo 1,16). Paulo escreveu isso, depois de muito tempo, depois de um grande trabalho: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração”(Deuteronômio 6, 4-6).

Mesmo que você tenha andado errado, Deus ainda o ama e o quer de volta. Não é porque Ele precisa de você, mas porque você precisa d’Ele. Seja unicamente do Senhor! Ele sabe que você precisa voltar e ser unicamente d'Ele. Por isso lhe deu Seu Filho único para que todo aquele que crê não pereça, mas tenha vida eterna. Deus mandou Seu Filho para que o mundo fosse salvo. É pelas chagas do Senhor que somos salvos.

O Senhor nos amou e por amor foi até a cruz para nos trazer a salvação. Para nos tirar do poder das trevas e dar-nos a luz. 

Hoje, é o dia de sua opção por Jesus, Filho de Deus. Faça a sua opção por Ele. Não pertencemos a este mundo, somos cidadãos do céu e precisamos deixar cada vez mais longe o reino das trevas, onde impera o pecado. Deixe o reino do pecado e peça força ao Senhor. 

O Senhor endereçou o ministério de Paulo aos pagãos, os quais tinham uma vida desenfreada. Nós estamos em um mundo assim, vivemos como os pagãos. Somos contagiados por eles. Mas o Senhor está afirmando – através de um exemplo vivo de Saulo, que se transformou em Paulo. Jesus quer que você, uma vez perdoado e atingido pela misericórdia d'Ele, que vá se fazendo e não de uma hora para outra, que você queira ser um exemplo como Paulo. 
Que você não seja uma pessoa de vida medíocre e depravada, de ‘mais ou menos’, ou de um Cristianismo 'light' e que serviu ao Senhor e, por decepções, largou tudo. O Senhor quer que você, agora que recebeu a graça e em processo de transformação, acolha e entregue sua vida a Ele. 

Volte com plenos direitos de filho do Pai, com "sandálias novas" nos pés, como o 'filho pródigo' para levar o anúncio aos outros. Não espere mudar de vida, é necessário você voltar. 

Entregue-se a Jesus e salve-se. Não pense no que vai deixar para trás, pois Ele é cheio de amor. Há pessoas muito necessitadas, e muitas outras Jesus quer que você leve o "remédio". 

Este é o tempo e este tempo passará. Deus está abrindo as portas. Ele virá. Mais dia ou menos dia, Ele virá! 

A VITÓRIA DA VIDA

Tudo na Igreja celebra a vitória de Cristo!

"Cristo ressuscitou, aleluia, venceu a morte com amor, Aleluia! Tendo vencido a morte, o Senhor ficará para sempre entre nós, para manter viva a chama do amor que reside em cada cristão a caminho do Pai. Tendo vencido a morte, o Senhor nos abriu horizonte feliz, pois nosso peregrinar pela face do mundo terá seu final lá na casa do Pai". Ressoa o canto transbordante de felicidade nos lábios dos fiéis que celebram a Páscoa de Cristo. Preparados pela Mãe Igreja, chegamos às celebrações pascais, nas quais se proclama e se experimenta a vitória de Jesus Cristo sobre o pecado, a tristeza e a morte. A vida não é um beco sem saída, mas fomos feitos para experimentar a plena comunhão com Deus e uns com os outros!

O acontecimento da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo está na raiz da vida dos cristãos. Ser cristão significa ser enxertado na realidade sobrenatural do mistério pascal de Cristo. Ser não cristão é, simplesmente, desconhecer ou desconectar-se de modo consciente ou inconsciente, da realidade salvífica da Páscoa. A vida nova que brota do Cristo Ressuscitado é o mais importante para os cristãos, já que um mundo novo começou com Ele, tudo se fez realmente novo e a morte não tem mais a última palavra.

Nossa oração, as opções de vida que fazemos, a participação nos Sacramentos, tudo tem sua origem e aval de autenticidade na Páscoa de Cristo. Por isso nos reunimos para celebrar a Páscoa neste final de semana: na Quinta-feira Santa, a Páscoa da Ceia; na Sexta-feira Santa, a Páscoa da Cruz; de Sábado para Domingo, a Páscoa da Ressurreição. Não fazemos uma comemoração qualquer, mas se torna presente a única realidade do Cristo que passou da morte à vida, e somos chamados a participar com Ele da morte ao homem "velho" para viver o homem "novo", no dizer do Apóstolo São Paulo.
Tudo na Igreja celebra a vitória de Cristo! Na Quinta-feira Santa, vence o amor, o espírito de serviço humilde ao próximo do lava-pés e o memorial permanente do Cristo vivo, a Eucaristia. A Sexta-feira Santa se celebra com paramentos vermelhos, o rubro do sangue, do fogo, coragem, martírio: a morte de Jesus é celebrada em sua grandeza infinita, porque se entregou por nós e em nosso lugar, para que vença a vida! Na Vigília Pascal e no Domingo de Páscoa a luz de Cristo vence as trevas. Nela nascem para a vida no Batismo os Catecúmenos e nós participamos da experiência dos que o encontraram por primeiro, Maria Madalena, Pedro e João, os peregrinos de Emaús ou os Apóstolos reunidos. Não temos outra coisa a oferecer a não ser dizer, com a mesma pregação dos primeiros cristãos, que Cristo morreu, Cristo Ressuscitou, Cristo há de voltar, Cristo é o Senhor! Em nós existe a certeza de que tal anúncio traz consigo a força e o poder de salvação para todos os homens e mulheres de todos os tempos, e que, fora de Jesus Cristo, não existe esperança e sentido para a vida!

O Cristo ressuscitado está presente na Palavra do Evangelho que é anunciada. Quem a acolhe experimenta a transformação profunda de sua existência. Ouvir e viver sua Palavra é fonte de vida eterna. Não se trata de uma "mágica", mas transformação profunda, a partir de dentro! Que na Páscoa mais ouvidos e corações se abram para o anúncio do Evangelho.

O Cristo ressuscitado está presente nos irmãos e irmãs, especialmente nos mais pobres. Misteriosamente, sua vitória acontece quando as mãos se abrem para a caridade, tanto que, desde os primórdios da Igreja, a partilha dos bens é sinal seguro da autenticidade da vida cristã. Em Cristo e com Cristo são vencidas as desigualdades e a injustiça. Venham homens e mulheres de todas as raças e povos para a festa da fraternidade.

O Cristo ressuscitado está no meio de nós, quando nos reunimos em seu nome. Sabemos que dois ou mais reunidos na caridade e em nome de Cristo trazem consigo a potência transformadora do mundo em que vivemos. A sede de nosso tempo é de relacionamentos autênticos e sinceros, convivência transparente que atrai mais do que muitas palavras. Renovem-se as Comunidades de Igreja e a Páscoa de Cristo suscite nova e verdadeira capacidade para estabelecer laços. Ninguém passe em vão ao nosso lado.

O Cristo ressuscitado é portador da Paz. Aos seus temerosos discípulos se apresentou com os sinais da crucifixão, trazendo-lhes este dom precioso. Paz, poder para levar o perdão e a misericórdia, envio missionário e o sopro do Espírito Santo. Tudo o que a Igreja e os cristãos precisam já estava ali! Na Páscoa que celebramos neste ano, muitas portas fechadas sejam ultrapassadas pelo Ressuscitado, para que sua vitória vença as tristezas e os medos do nosso tempo. Venham todos ao Cenáculo do Domingo de Páscoa! Ele está disponível na Igreja, cujas portas querem estar escancaradas. Da Páscoa de Cristo para frente, nada é impossível, pois a vitória que vence o mundo é a nossa Fé no Ressuscitado!

O Cristo ressuscitado está presente na Eucaristia.Enquanto esperamos a sua vinda gloriosa na final dos tempos, é em torno do Altar da Eucaristia que se manifesta a exuberância de sua presença. Desde o princípio, Ele é reconhecido na fração do Pão, o primeiro nome da celebração eucarística. Na Santa Missa damos graças, ouvimos a Palavra, Ele está no meio da Comunidade Reunida, os pobres e os pecadores são acolhidos e o Senhor se faz sustento, na Sagrada Comunhão. Por isso, para nós, celebrar a Páscoa é achegar-nos à Assembleia Eucarística, onde Cristo se encontra! Venham, pois, todos os que se encontram distantes e dispersos, para celebrar a festa da vida! Aleluia!
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

EXISTE UMA DIFERENÇA ENTRE ENCONTRAR-SE COM DEUS E ESBARRAR NO SENHOR


. Muitas pessoas vivem “esbarrando” em Deus e não se deixam contagiar pelo seu amor, e depois, vivem reclamando de que Deus as abandonou ou que não atende as suas súplicas.

Mas é possível encontrar-se com Deus? Claro! Através da oração simples e sincera, através da participação da Santa Missa, através da Santa Eucaristia e principalmente através da aceitação da salvação que só é possível através de Deus, como lemos em Apocalipse 3, 20: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo.”

Este é um convite maravilhoso, deixe Jesus entrar verdadeiramente em sua vida. Ele está no horizonte que você contempla, nas árvores que vê, nas flores que você toca, no ar que você respira, na luz que te ilumina, no mundo ao seu redor.

Guarde com carinho no coração as palavras deste versículo, você sentirá que não está sozinho, lembre-se Deus não nos abandona. Agindo assim você terá forças e sua mente se inundará de confiança e de esperança. Se quer encontrar a Deus, então abra o seu coração e deixe aí Deus habitar. Não deixe a duvida impedir de você receber aquilo que Deus tem de maravilhoso preparado para todos os que nele confiam.

Meu bom Deus,
obrigado pelas bênçãos recebidas,
perdão pelos nossos pecados,
e dá-nos o desejo ardente de meditar
as Tuas palavras e pô-las em prática.
Amém!
Padre Alberto Gamabrini

QUANDO PODEMOS PERDE A UNÇÃO NO AGIR

Para que pedir ao Senhor sabedoria no uso dos dons? Para ministrar o remédio certo a nosso povo, para que aquilo que o Senhor quer nos dar não se torne veneno.

O Senhor quer que nós vivamos a sabedoria. Vive-se a sabedoria com humildade, com paciência, dando tempo ao tempo, perguntando ao Senhor como, quando e a quem manifestar os Seus dons.

Não adianta fazer as coisas que nós achamos boas: “Eu acho...” “Ah, eu pensava...”. O povo diz que "de pensar morreu um burro". Não adianta esse “eu pensava, eu achava”. A sabedoria se faz a partir daquilo que o Senhor nos manda fazer. Quando fazemos as coisas segundo nosso entendimento, perdemos a unção: “Porque eu acho, porque eu penso, porque seria melhor, porque o povo me pressionou”.

Mais do que nunca, o Senhor quer nos ensinar a sabedoria. É como se fôssemos ovelhas. A ovelha é um animal que não tem sabedoria nenhuma. Os cães têm faro, os gatos são espertíssimos, as aves conhecem as coisas, mas, de todos os animais, o mais desprovido de inteligência, sem tino, sem direção, é a ovelha. E a nós, que somos ovelhas, o Senhor quer dar sabedoria.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

AS DORES DO CRESCIMENTO


Paciência é fundamental na arte de crescer

Ele era um menino cheio de vida, gostava de correr no campo, jogar bola, apreciar as cores da natureza; os detalhes dos acontecimentos não lhes passavam despercebidos. No entanto, muitas vezes, acordava durante a noite chorando com dores nos braços e nas pernas. Os pais, preocupados em busca da cura, foram aconselhados a deixar o tempo passar, pois lhes diziam: "são as dores do crescimento". 

Quando meu amigo me contou essa fase de sua vida, fiquei o resto do dia com esta lição. Na verdade, crescer dói, porque exige mudanças. Mudar é exigente, pois nos desinstala, nos tira da zona de conforto e nos lança para o desconhecido. Aliás, a mudança nos rouba algo que passamos a vida inteira tentando conquistar: a segurança. Naturalmente, trabalhamos, estudamos, investimos nos relacionamentos e fazemos tantas outras coisas visando a segurança de uma vida tranquila e estável neste mundo. 

Gostamos de saber qual é o terreno que nossos pés estão pisando e onde vai nos levar o caminho que optamos por seguir. É por isso que nos sentimos tão ameaçados quando a mudança chega, seja por escolha, necessidade ou até mesmo obrigação. É como se o chão fugisse dos nossos pés. É preciso ter fé, arte e generosidade para saber recomeçar sem fugir do desafio. É nesta hora que o crescimento nos estende a mão e costuma caminhar, lado a lado, com a mudança; ele quer nosso bem, mesmo que, nem sempre, seja compreendido. 

O fim de um relacionamento, por exemplo, geralmente é um momento de dor, mas também de crescimento se ficarmos com o melhor que a pessoa nos ofereceu. Uma mudança inesperada de emprego também é uma ótima oportunidade para crescer e aprender coisas novas, mudar de cidade, de escola, ter de frequentar novos ambientes, conquistar novas amizades. Tudo isso, embora nos custe certo sacrifício, também nos dará prazer e nos fará crescer se soubermos acolher a novidade de coração aberto.
Até mesmo a dor pela morte de uma pessoa querida, por mais difícil que seja, pode nos proporcionar crescimento se conseguirmos superar o luto com o olhar fixo na ressurreição. A vida segue seu rumo; entre perdas e conquistas, dores e alegrias, surgem as oportunidades para crescer a cada dia, como surgem os primeiros raios de sol a cada amanhecer. Saber conciliar os acontecimentos é uma graça, mas também um desafio. Aliás, crescer é um dos maiores desafios do ser humano, até o próprio nascimento já é uma exigência ao nosso ser; e quando se fala em crescer para o amor e para a sabedoria, o processo costuma ser lento, além de ser uma questão de escolha e paciência constantes.

Paciência é fundamental na arte de crescer, pois não se atinge a estatura adulta de um hora para outra. Nos relacionamentos, é comum, mesmo entre as pessoas que se amam, aparecerem os conflitos. Na maioria dos casos, o motivo é a falta de paciência com o crescimento do outro. Neste caso, quem conseguir respeitar a opinião alheia, mesmo sem abrir mão da sua e aguardar o momento em que Deus dará luz, fazendo com que a harmonia vença, certamente crescerá mais do que quem optar por continuar defendendo seu ponto de vista. Mesmo que, agindo assim, enfraqueça a amizade ou até cause feridas. É preciso ser amigo do tempo, também é importante lembrar que o sofrimento, causado pela mudança, mantém as pessoas mais humildes e vigilantes para amar e servir mais, priorizando o que realmente vale a pena. 

Os momentos de maiores provações em minha vida foram quando percebi mais mudanças no meu jeito de ser e agir, ou seja, quando cresci. Recordo-me de uma época de enfermidade, por exemplo, quando eu dependia da ajuda de pessoas até para realizar as coisas mais comuns como prender o cabelo, vestir a roupa e até me alimentar. Depois, tornei-me muito mais solícita às necessidades alheias. Hoje, quando vejo alguém limitado neste sentido, naturalmente me antecipo em ajudar. Talvez seja por isso que o Senhor diz em Sua Palavra: "A minha graça te basta, porque o meu poder se manifesta na fraqueza" (2 Cor 12,9).

Acredito que é assim quando Deus permite que a dor nos visite, pois, certamente, está nos oferecendo a oportunidade de crescermos em algum aspecto de nossa vida. Que saibamos acolher o desafio com serenidade e confiança, unindo nosso sacrifício ao sofrimento que o próprio Deus experimentou ao morrer por amor a cada um de nós. Enquanto a humanidade procura soluções rápidas e imediatas para o sofrimento, nós cristãos devemos buscar forças na cruz de Cristo. É nela que podemos encontrar resposta para as nossas dores e anseios.

Mais do que um símbolo de sofrimento, a cruz é a nossa esperança e a certeza de que Deus não nos criou para as coisas pequenas e passageiras deste mundo, mas para o infinito, para uma vida plena e feliz. Portanto, coragem, não tenhamos medo de crescer! A dor do crescimento é passageira e a felicidade conquistada pela perseverança é eterna
Dijanira Silva