segunda-feira, 3 de março de 2014

A FELICIDADE QUE DESEJAMOS ESTÁ DENTRO DE NÓS


Muitas pessoas falam de alegria neste tempo de carnaval, relacionam alegria com bebidas, e com tantas outras coisas. Vemos muitos modelos de alegria que nos são apresentados pela mídia, pelo marketing das grandes marcas, a transmissão das festas nas grandes cidades, que nos apontam um tipo de alegria. Aqui, estamos propondo um outro tipo de alegria que é sinônimo de um encontro. 

Orígines, um dos padres dos primeiros séculos, já falava que a alegria é fruto de um encontro indizível com Jesus Cristo. Santo Agostinho, disse que procurava fora uma felicidade que estava dentro dele. Esta busca de Santo Agostinho mostra o que as pessoas estão buscando lá fora, uma felicidade que está dentro de nós. 

Deus quer se revelar a partir do seu interior. A alegria que a sociedade propõe é uma alegria que sempre está fora. O que muitas pessoas fazem nestes dias de carnaval se não procurarem uma alegria externa para fugirem de si mesmas? Quantas pessoas buscam fugir das feridas internas, fogem da própria história, fogem dos medos interiores? Pessoas que não se reconciliaram consigo mesmas e por isso vivem sempre procurando esta felicidade passageira. 

É só encontrando-se consigo mesmo e com o Deus que descansa dentro de nós, que podemos encontrar a verdadeira felicidade. A verdadeira felicidade começa dentro de você, num encontro com o seu interior.

Filho (a), não fuja de você mesmo, porque a verdadeira felicidade está à sua disposição. É só você olhar para dentro de si. 

Na primeira leitura, São Paulo reconhece e agradece a Deus pela ressurreição de Cristo. Nosso nascimento pela fé é fruto de ressurreição de Cristo, porque “ele nos fez nascer de novo, para uma esperança viva, para uma herança incorruptível, que não estraga, que não se mancha nem murcha, e que é reservada para vós nos céus”. Nascemos de uma alegria que não é de momento, uma alegria que aconteceu a partir de um ato concreto: a ressurreição de Cristo
São Paulo ainda usa a figura do ouro, que passa pelo fogo, para nos falar da fé: “Deste modo, a vossa fé será provada como sendo verdadeira — mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo — e alcançará louvor, honra e glória, no dia da manifestação de Jesus Cristo”

Veja, “uma alegria indizível e gloriosa”, é esta alegria que nós queremos e pedimos a Deus. Esta é a alegria que Deus reservou para mim e para ti, que é maior do que eu posso pedir, pensar ou imaginar. Lá fora tem muita gente querendo esta alegria, mas estão buscando em lugar errado. Não existe maturidade sem fogo da provação. 

Muita gente gosta de pregar sobre os milagres, as curas e libertações, mas não existe ressurreição se a pessoa não passa pela provação. É a provação que nos torna ouro de verdade, que purifica o nosso coração. 

Você que está enfrentando uma provação na sua família, no seu trabalho e até na igreja: não desanime! Não permita que o seu terreno seja duro e pedregoso a ponto de rejeitar a Semente da Palavra. Aproveita esta terra remechida e provada para fazer dela uma terra fértil. 

Este processo de provação, que todos nós vivemos, pode ser encontrada na encíclica do Papa Francisco e Bento XVI Lumem Fidei: 

“O cristão sabe que o sofrimento não pode ser eliminado, mas pode adquirir um sentido: pode tornar-se acto de amor, entrega nas mãos de Deus que não nos abandona e, deste modo, ser uma etapa de crescimento na fé e no amor. Contemplando a união de Cristo com o Pai, mesmo no momento de maior sofrimento na cruz”
O Evangelho de hoje é um evangelho belíssimo, que também fala de provação. Este jovem rico passou por uma prova. Jesus o provou para que ele percebesse o que, de fato, era importante na vida dele. Mas não nos enganemos, este jovem sou eu e você. 

Jesus está perguntando para você que está aqui: qual é a sua fonte de alegria? Onde você tem colocado o seu coração? Qual a sua riqueza? 

Veja que a relação de Jesus com aquele jovem não se deu, em sua profundidade, através das palavaras, mas pelo olhar. Jesus o olhou e o amou, mas ele não sedeixou cativar por aquele olhar. As riquezas daquele jovem não deixaram que ele fosse seduzido por Jessus. O que te prende, que ainda não te deixou entregar a sua vida para Jesus? É uma amzade? O uso abusivo da internet? Não sei, é você quem sabe. 

A pergunta do jovem “o que devo fazer para ganhar a vida eterna?”, é, na verdade, a pergunta da alma de todo o ser humano. No fundo, todos nós queremos a vida eterna e a liberdade; e Jesus revela que só tem tudo quem dá tudo. Qual o tudo que você precisa entregar para Deus hoje? Você jovem, que está aqui e que fica arranjando desculpa para si mesmo: o que é prioridade na sua vida? Se Deus for prioridade na sua vida você arruma tempo, cava um jeito, mas não fica um dia se quer sem falar com Deus. É preciso fazer uma opção. Jesus tem uma vida nova pra te dar. 
Padre Adriano Zandoná 
Missionário da Comunidade Canção Nova
Ser Santo é lutar contra o pecado de todos os dias”

Beato João Paulo II

NÃO EXISTE ALEGRIA QUE SUPERE A DE COLOCAR DEUS EM PRIMEIRO LUGAR

Quando nós olhamos para o mundo, para tudo o que este está vivendo nos blocos de carnaval, na Marquês de Sapucaí, nos clubes, nós vemos as pessoas "felizes e eufóricas" e com um sorriso nos lábios. E nós viemos aqui para viver um retiro na Canção Nova. O que temos de diferente deles? A certeza de que escolhemos a melhor parte.

Esta alegria, que nós vemos naquele povo com os abadás, correndo nos desfiles, vai acabar na Quarta-feira de Cinzas. Aquela alegria vai acabar quando as escolas passarem, os blocos desligarem os sons e os clubes fecharem as portas. A nossa alegria não, ela vai muito além daquilo que é ofertado pelo mundo, pois a nossa alegria é sobrenatural, ela vem do Senhor e permanece para sempre. Esta alegria não passa nem mesmo nos dias difíceis.

O povo de Deus, na época do profeta Isaías, era dividido em 3 grupos: os acomodados, os tristes e um pequeno grupo que acreditava na vinda do Messias e permanecia fiel à profecia dos profetas.

O primeiro grupo vivia uma fé mundana, estava na pátria dos israelitas, mas adorava outros deuses e vivia tudo o que os pagãos viviam. Hoje, encontramos católicos assim, que se dizem cristãos, mas vivem nas coisas do mundo, acham tudo normal, dizem que tudo o que está no mundo faz parte da "cultura"; as novelas, as músicas, os carnavais da vida, tudo é muito “comum” para esses católicos.

Mas daí você pode dizer que isso é palavra do padre Roger. Então, vamos pegar a palavra do Cardeal Ratzinger: Não são os cristãos que se opõem ao mundo. É o mundo que se opõe a eles quando é proclamada a verdade sobre Deus, sobre Cristo e sobre o homem".

Hoje, se desculpa tudo com a palavra “humano”. Pratica-se o divórcio porque “é humano”. Bebe-se porque “é humano”. Absolve-se quadrilhas porque isso “é humano”. A juventude arrisca-se no mundo porque isso “é humano”. Assim, se designa com a palavra "humano" o que é mais desprezível e mais baixo no homem. Por vezes, até esta palavra se torna sinônimo de animalesco. Que modo estranho de falar, de modo que humano é justamente o que nos distingue do animal
Nós temos que encontrar a capacidade do não conformismo, de denunciar a cultura que nos cerca, não porque somos melhores, mas porque descobrimos a verdadeira alegria que é pertencer ao Senhor. 

Nós achamos que somos muitos, mas não somos nada, pois lá fora, na cultura do carnaval, está uma multidão que procura uma alegria passageira. Nós somos uma minoria, mas um pequeno resto que encontrou a felicidade eterna. Existe uma promessa para nós, uma promessa de céu. Nós não podemos perder a esperança do céu, a esperança de que um dia o nosso sofrimento vai acabar, porque ele não é eterno. O único lugar que possui um sofrimento eterno é o inferno, e você não foi feito para esse lugar! 

O céu é o motivo de estarmos no terceiro grupo que compunha o povo de Israel, aqueles que resistem, aqueles que sonham com a vinda do Messias. Nós somos a mais bela criação de Deus, os filhos deste Deus, que cuida dos pássaros e dos lírios, mas que, antes, cuida de mim e de você. Nós somos este grupo de fé e esperança, confiamos neste Deus que providencia tudo o que precisamos. 

Não existe alegria que supere a de colocar Deus em primeiro lugar. Deus está dizendo “confia em Mim e Eu cuidarei de você. Retorna, volta à santidade, volta à radicalidade, volta a confiar em Mim”. Este é o grito que o Senhor está dando para nós hoje. 

Eu estou falando isso aqui para vocês, porque é algo que estou vivendo. Meu pai está numa cama, com câncer e pesando 48kg. Este sorriso que eu dou a vocês não é falso não, é um sorriso de quem confia em Deus, de quem usufrui esta alegria de esperança e de céu. 

Você que veio aqui "xavecar" as meninas, não percebeu que Deus está "xavecando" você não? Fique com Deus, fique com a melhor parte! 

Você que faz parte do “bonde da ostentação”, entre na barca de Jesus Cristo, confie n’Ele e entregue a sua vida ao céu, à vida eterna, à salvação. Não tenha medo de mergulhar naquilo que Jesus está dizendo: “Vós valeis mais do que as aves” (Mateus 6, 26 ss). 

Esta alegria é aquela que nos garante que, mesmo nos momentos difíceis, nunca estaremos sozinhos. 
Padre Roger Luís 
Padre da Comunidade Canção Nova

DEUS NOS CONVIDA A VIVER UMA VERDADEIRA ALEGRIA

Como a doença se dá no corpo, assim a tristeza se dá no espírito e o destrói” (Sêneca).

Cantai hinos ao Senhor, ó seus fiéis, rendei graças a sua santa memória: pois a sua ira dura apenas um instante, mas a sua bondade, por toda a vida; o choro pode persistir uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30,5-6).

A alegria do Senhor é, de fato, a nossa força. Em nossa vida existem e existirão momentos de tristeza, e isso é perfeitamente normal. Contudo, Deus está sempre pronto a transformar nossa tristeza em alegria: com a força da fé em Deus poderemos sempre transformar os efeitos (consequências) e as raízes (motivos) de nossas tristezas, transformando nossas derrotas em sucesso!

As tristezas que experienciamos são eventualidades normais na vida, todavia, elas precisam ser momentâneas; não podemos permitir que elas finquem suas raízes em nossa história. A tristeza pode até ter um efeito pedagógico, pois ela pode ser o segredo do lúdico, da arte, da poesia, mas somente quando não ultrapassa o limite do seu tempo em nós: ela não pode estabelecer morada em nosso ser, pois, como diz o livro de Eclesiástico, no capítulo 30, versículo 25: “A tristeza matou a muitos e nela não há utilidade alguma”.

Precisaremos aprender a transformar os motivos de nossa tristeza (suas raízes), para assim poder também transformar os seus efeitos em nós (suas consequências). Isso só será possível se modificarmos (transmutarmos) nosso olhar acerca das raízes de nossas tristezas, buscando compreendê-las – pela força da fé – de maneira diferente, sob outra ótica.

Infelizmente, tenho encontrado muitíssimos corações dominados pela tristeza: pessoas que perderam a alegria e “vivem apenas por viver”, seres humanos que não encontram mais sentido e prazer na existência. Não as condeno. Contudo, percebo que, na grande maioria das vezes, isso acontece em virtude de uma visão deturpada que vamos alimentando acerca da vida: as pessoas se entristecem demais porque os motivos pelos quais elas buscam a sua alegria são superficiais e passageiros... Busca-se a felicidade apenas no provisório e se esquece de que a real felicidade é aquela que se alicerça em realidades eternas, naquilo que não passa!

A concepção de alegria e felicidade de muitos é formada pelas novelas e pela atual sociedade, as quais, inúmeras vezes, imprimem em nós a compreensão de que a alegria só se encontra no ter e no prazer, e em momentos nos quais tudo é “mágico e dá certo, segundo o que havíamos sonhado e imaginado”. Para transformar os efeitos da tristeza será preciso transformar os seus motivos (e a compreensão da alegria que nós temos: transformar a mentalidade): mudando a nossa visão e compreensão de felicidade e descobrindo onde moram as verdadeiras alegrias.

Vamos compreender as atuais raízes da tristeza e da dificuldade para encontrar a alegria a partir das reflexões propostas pela Exortação Apostólica Evangelii Gaudiumdo Papa Francisco: “A tentação apresenta-se, frequentemente, sob forma de desculpas e queixas, como se tivesse de haver inúmeras condições para ser possível a alegria. Habitualmente isto acontece, porque ‘a sociedade técnica teve a possibilidade de multiplicar as ocasiões de prazer; no entanto ela encontra dificuldades grandes para construir ocasiões de – verdadeira – alegria’” (E.G. 7).

Muitos, sem a devida maturidade, definem inúmeras “condições” para que a sua alegria aconteça. Assim, quando alguma dessas condições não é correspondida, tais corações, infantilmente, se entregam a processos de tristeza e decepção. Contudo, a verdadeira alegria vem de dentro para fora e encontra a sua raiz em Deus. Afinal, “para a alma que busca a alegria em Deus é sempre primavera [...]”. Individualismo e fechamento são a gênese de tristeza.
“O grande risco do mundo atual, com a sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Este é um risco, certo e permanente [...]. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado” (E.G. 2).

Mas Deus nos convida a viver uma verdadeira alegria, que brota da comunhão e vida construída n’Ele e com Ele: 

“A sua mensagem é fonte de alegria: ‘Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa’ (Jo 15,11). A nossa alegria cristã brota da fonte do seu coração transbordante. Ele promete aos seus discípulos: ‘Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há de converter-se em alegria’ (Jo 16,20). E insiste: ‘Eu hei de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria’ (Jo 16,22) (E.G. 5) 
Os remédios contra a tristeza são: 

Oração: 
“A oração é um remédio salutar contra a tristeza porque eleva o nosso espírito a Deus, que é a nossa alegria e consolação” (São Francisco de Sales).

Paciência: Santo Tomás de Aquino ensina que “o verdadeiro remédio para curar a tristeza é a paciência”. Paciência diante das contrariedades, diante daquilo que não saiu do jeito que nós queríamos, daquilo que nos frustrou, que não saiu de acordo com nossas expectativas, etc.

Viver a alegria nas pequenas coisas do cotidiano.

Cultivar um olhar de esperança:
 “Jamais vãs tristezas e inquietações; fazer o bem e fazê-lo com alegria, eis um duplo bem; entristecer-se com os defeitos próprios é acrescentar defeito a defeito” (São Francisco de Sales).

Nunca perder de vista o amor de Deus:  Filiação divina. O Amor de Deus por nós é fonte de verdadeira e constante alegria!

Cultivar, com luta e sinceridade, o bom humor: A alegria é uma realidade que se aprende, que precisa ser estimulada e cultivada em nós. Da mesma forma a tristeza e a reclamação são aprendidas pelo coração.

“Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que «da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído»1. Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada. Ninguém nos pode tirar a dignidade que este amor infinito e inabalável nos confere. Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria. Não fujamos da ressurreição de Jesus; nunca nos demos por mortos, suceda o que suceder. Que nada possa mais do que a sua vida que nos impele para diante!” (E.G. 3).
Padre Adriano Zandoná 
Missionário da Comunidade Canção Nova

A ALEGRIA DA FIDELIDADE

Que Deus nos conduza, nos inspire e fale ao nosso coração; que Ele mude o percurso da nossa história. Que você não seja a mesma pessoa, que você seja melhor, que Ele lhe traga a luz. Que o Senhor nos conduza ao caminho da felicidade, porque felicidade é estar no centro da vontade de Deus. Que a exemplo da Virgem Maria nós possamos conduzir as nossas vidas e dizer um ''sim'' a Deus. Assim como Nossa Senhora, que nos sejamos um ''sim'' para Deus!

Há uma nova vida sendo gerada dentro de nós pela graça de Deus, pela Sua misericórdia. O tema que me foi proposto é para a pregação de hoje é: ''A alegria da fidelidade''. E a alegria da fidelidade quer dizer sermos fiéis a esse Deus, que nos tornou pessoas melhores, fecundas. Embora, muitas vezes, nos desviemos do caminho que Ele nos propôs; dia após dia, precisa aflorar dentro de nós a fidelidade. Nós precisamos contemplar a graça de Deus Pai dentro de nós.

Você já melhorou muito, mas ainda há muito a melhorar, por isso pé na caminhada, aguente firme, pois o caminho é longo e difícil. O caminho é longo, tem espinhos, mas temos que prosseguir, ir rumo ao alvo [céu]. O caminho é árduo, mas chegaremos aonde está o nosso tesouro: Nosso Senhor Jesus Cristo! Chegaremos lá, cantando em uma só voz, proclamando o nome de Jesus e, a nossa chegada será o nosso grande testemunho.

Há uma grande alegria na fidelidade; e quem vive a fidelidade experimenta a verdadeira felicidade. Do contrário vivemos de uma alegria fugaz, como uma fumaça que, de repente, some. A felicidade é duradoura, Deus nos quer felizes!

Como diz aquele ditado: ''Onde passa um boi, passa uma boiada''. Assim também é a infidelidade, que acontece quando vamos contrariando os nossos princípios e as coisas boas que aprendemos dos nossos pais; fazemos muitas coisas por baixo dos panos e somos infiéis com nós mesmos e com tudo o que aprendemos. Várias vezes isso acontece conosco, porque não há um justo sobre a Terra! Não ponha a mão sobre a sua cabeça e se ache culpado, pois, todos nós somos culpados e pecadores.

Jesus é fiel, Deus é justo. Nós precisamos insistir para que as coisas ocorram de forma certa. Podemos e devemos realizar muitas obras de justiça, de fidelidade e de amor!

Eu não sou justo, não sou fiel, ainda não o sou! Quando o "Perfeito" vier, o imperfeito em nós desapareça! Mas, agora devemos confessar: não somos justos, não somos fiéis, mas podemos com o nosso esforço realizar muitas obras de Deus!

Vejam, a alegria da luz consiste em iluminar. Que tristeza seria para a luz se tudo fosse escuridão, ela não teria cumprido a sua missão. A alegria da água consiste em purificar, em molhar, em saciar a nossa sede; da mesma forma, se ela não realizasse a sua missão ela não serviria para nada, seria podre e infeliz. Assim, a luz e a água deixariam de cumprir a sua missão, não porque elas queiram, mas porque foram impedidas de fazê-lo. Da mesma forma, a alegria do sol é cumprir a sua missão, realizar aquilo para o qual ele é chamado. 

Pois então, a alegria do homem é ser o que ele é no coração de Deus, cumprir o que Deus tem para ele e realizar a obra para a qual ele foi chamado e escolhido. Há uma vida sendo gerada dentro de nós; por isso sair do propósito de Deus é ser infiel ao Senhor.
Estamos às vésperas da Quaresma, que é uma ótima oportunidade para nos esvaziarmos de nós mesmos e preenchermos o espaço com a vontade de Deus. O que faz uma pessoa ser infiel? É querer ser cheia de si mesma, querer satisfazer os seus desejos, tudo tem de ser bom para ela. Aquele que está cheio de si, é egocêntrico, não se importa se vai pisar nos outros, é uma pessoa arrogante, só pensa em si. A infidelidade às leis de Deus não começa nos grandes atos, mas nas pequenas contrariedades a elas que fazemos em nosso coração.

''Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: Eles já não têm vinho. Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou. Disse, então, sua mãe aos serventes: Fazei o que ele vos disser. Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas'' (São João 2, 3-6).

Tudo o que nos afasta de Deus é infidelidade, se Ele é amor precisamos mergulhar n'Ele e ser fiéis! Deus é amor, estejamos no estágio em que estivermos. Jesus não veio fechar portas e, sim, abri-las, Ele veio salvar o mundo, Ele é a cura! Enquanto existir o bem, o mal tem cura. A santidade é Jesus, a salvação é Jesus, portanto, queira Jesus e nada mais, queira ser como Ele! O amor de Deus é verdadeiramente perfeito!
Eugênio Jorge 

Músico e pregador da Missão Mensagem Brasil


TROPEÇAR NA VIDA, CAIR FAZ PARTE DO ATO HUMANO

Tropeçar na vida, cair, fazer a experiência da queda diante das dificuldades é algo que faz parte do ato humano de existir. Mas, uma coisa diferencia o homem de fé daquele que não a possui. Um cai e reclama da queda o outro que é detentor de uma fé verdadeira sabe que, mesmo caindo, pode e deve reerguer-se, aprendendo daquele momento uma lição de vida. 

Em Romanos 10,13 lemos; “porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”, portanto não nos é permitido temer os tropeços da vida, temos um a salvação para todos os nossos problemas, quando depositamos em Deus a nossa fé. Por mais difícil que seja o caminho por onde costumamos passar, é preciso lembrar que Deus é o nosso refugio e fortaleza, nossa verdadeira ancora, sem Ele nada somos.

Quando a tristeza por qualquer motivo quiser se abater sobre seu espírito, levante-se e vá até a janela e sinta a vida que corre lá fora: as árvores carregadas de frutos, as plantas oxigenando o ar que você respira, o céu azul ou estrelado, é a vida alegre de uma natureza que foi feita inteira para você. As vezes basta um simples sorriso seu para curar uma dor, cicatrizar uma ferida, alegrar o seu coração e te colocar de volta no caminho de Deus. Tenha coragem, invoque o nome do Senhor e tome posse das graças que Ele tem reservado para você.

Meu bom Senhor, que saibamos contar os nossos dias e bem administrá-los, privilegiando sempre as coisas que não passam. Fica conosco e dá-nos o sabor pelas coisas do espírito. Amém!

Padre Alberto Gambarini

NÃO SÃO CRISTÃO QUE SE OPÕEM AO MUNDO


"Não são os cristãos que se opõem ao mundo. É o mundo que se opõe a eles quando é proclamada a verdade sobre Deus, sobre Cristo e sobre o homem. O mundo revolta-se quando o pecado e a graça são chamados por seus próprios nomes. Depois da fase das 'aberturas' indiscriminadas, é tempo do Cristão reencontrar a consciência de pertencer a uma minoria e de estar muitas vezes em oposição ao que é óbvio enatural para aquilo que o Novo Testamento chama - e certamente não em um sentido positivo - o 'espírito mundano'. É tempo de se reencontrar a coragem do anticonformismo, a capacidade de se opor, de denunciar muitas das tendências da cultura que nos cerca". (Card. Ratzinger - "A fé em crise?").

HÁ UMA IDADE CERTA PARA INICIARMOS A VIDA SEXUAL ?

Sexo existe para a plenitude do amor
Em que idade estamos prontos para fazer sexo? Esta é uma pergunta que rola muito nas revistas para adolescentes, nos “papos” sem censura ou até nos programas que se dizem "abertos" às questões sobre amor e sexo. Mas se formos responder "na lata" a esta pergunta, eu lhe diria que estamos prontos por volta dos 12-14 anos de idade. Ficou assustado? Estamos “prontos”, do ponto de vista biológico, quando nosso corpo está “desenvolvido” e “acabado”, “pronto” para gerar uma vida. Sim! Do ponto de vista biológico, prontos para cumprir a finalidade do sexo: unir e procriar. 

Aí entram algumas perguntas: Você, nesta idade [12-14 anos], está pronto para unir-se, pelo resto de sua vida, a essa pessoa com quem você está tendo a mais linda expressão de amor? Você está pronto (a) a dar-se, por inteiro, a ela (e) não só no corpo, mas no coração e na alma?

Sexo existe para a plenitude do amor! Você acredita que ama, de verdade, essa pessoa? Tem certeza de que ela o ama na totalidade? Será que vocês estão prontos?

Não se trata de uma questão de idade, mas sim de dom. Você se valoriza como um dom a ser doado? O outro é um dom para você? Você está disposto a recebê-lo como tal?

Você pode me dizer: "Poxa, Adriano! Já sou adulto e estou numa relação muito bacana! Acho que estamos prontos para ter nossa relação sexual". Aí vem a pergunta: "Quando, numa relacionamento, sabemos que está na hora de termos uma relação sexual?". Eu lhe respondo: “Quando você estiver pronto a se unir para sempre no amor”. No entanto, a resposta mais comum, no mundo, para essa pergunta sobre sexo costuma ser: "é diferente para todos, cada um tem um tempo”. 

Biologicamente, o seu corpo estará "pronto" para o sexo quando você atingir a adolescência. Mas isso não significa que, nesta fase, você deva começar a ter relações sexuais. Há uma grande responsabilidade emocional quando entramos em um relacionamento assim. 

O que acontece quando duas pessoas já deram de si, em profunda intimidade, mas o relacionamento termina e eles não querem mais nada um com o outro? Fica o vazio de uma mentira. 

A cada relação sexual você diz: "Eu sou seu, todo seu e para sempre seu”. Mas se, depois de atingir o prazer, você vestir sua calça e for embora, eu lhe direi que você é uma mentira. Se, depois de uns anos juntos, a relação acabar, eu lhe digo tudo foi uma mentira. No sexo, mesmo que não tenha dito em palavras, você diz: “sou seu para sempre”. Na vida, se você termina um relacionamento, você negou isso tudo. 

O sexo deve ser reservado para duas pessoas que não estão simplesmente no amor do momento, mas em um relacionamento ao longo da vida, estão prontas para aceitar a responsabilidade de amar e ser amado.

“Quando estou pronto para o sexo?” Existe um critério para responder a essa pergunta. A Igreja assim nos ensina: quando você, homem ou mulher, estiver pronto para proclamar seu amor para a pessoa, dizendo que se responsabiliza por ela pelo resto de sua vida, que está pronto a dar tudo de si e receber tudo dela, quando tiver a coragem de assumi-la perante Deus e os homens. Você estará pronto ao assumi-la como alguém para santificar e trilhar com você o caminho do céu. Você perceberá o momento quando puder jurar, por toda sua vida, fidelidade à sua amada e aos filhos que virão desse amor. 

Quando seu amor atingir o pleno sentido de concretude, e não só os corpos se unirem, mas a alma e o espírito também – não em vista de um prazer de minutos ou meses, mas por toda uma vida – você estará pronto para o sexo

Existe um critério objetivo, prático e rápido para responder a essa pergunta: se você não é casado, você não está pronto para o sexo, pois ainda não é capaz de aceitar todos os prazeres e todas as responsabilidades que este lindo projeto de Deus traz como verdade para sua vida e para vida do seu amor.

“A este amor conjugal, e somente a ele, pertence a doação sexual, que se realiza de maneira verdadeiramente humana, somente se é parte integral do amor com o qual homem e mulher se empenham totalmente um para com o outro até a morte” (Sexualidade humana: verdade e significado – Orientações educativas em família.)
Adriano Gonçalves

OS MEUS PASSOS NÃO SÃO LENTOS ENEM DEVAGAR


Os meus passos não são lentos e nem devagar. Eles andam conforme a intensidade dos movimentos que eu consigo dar. Eu não ando com pressa, porque já corri muito, escorreguei, tropecei e me machuquei. Eu não vou parar, porque estou vivo e eu tenho energia e gás para seguir na estrada…Mas, ando na minha marcha, conforme consigo andar. Um dia eu chego lá, eu não vou desanimar não. Quem puder me esperar, que me espere. Quem quiser ir na frente, que marche adiante.

Eu quero olhar as plantas, contemplar cada por do sol. Eu quero ouvir os pássaros cantarem. Eu quero apreciar o sorriso das crianças. O choro dos tristes. Eu quero consolar e dizer uma palavra de animo a quem estiver desolado. Eu quero ver a vida acontecer e me fazer presente nela não com um mero espectador, mas, vive lá da melhor forma que eu consiga viver.

Eu quero caminhar vislumbrando o que estar ao meu lado. Porque em muitos momentos da vida, eu simplesmente corri, ignorei e não valorizei as pequenas coisas que tinham grande significado. Eu perdi o por de sol ontem. Eu não fui inteiro em tudo o que eu fazia. Eu não curti a intensidade de momentos únicos. Eu deixei passar em branco datas importantes. Eu não valorizei pessoas que foram importantes para mim e só me dei conta do valor delas, quando não as tinha mais junto a mim.

Eu não quero voltar atrás, porque a vida segue adiante, eu apenas quero direcionar os meus passos para que se desviem das pedras e dos espinhos. Que eles possam pisar com mais intensidade em cada pedaço de solo que eu passe, pois ninguém anda numa mesma estrada duas vezes. Eu já aprendi que a única vez que estou em cada lugar ele precisa ser único para mim e assim eu quero valorizar e viver bem cada momento da minha vida. (Roger Araujo)

ATENÇÃO, MULHERES , NÃO SE ESQUEÇAM DE AMAR

A qualidade de sua vida depende do amar
Cresci ouvindo conselhos que diziam mais ou menos assim: “Estude bastante para conseguir um bom emprego e ter o seu próprio dinheiro. Se você não estudar, vai depender dos outros a vida inteira”. O tempo foi passando e continuei tentando corresponder a essas dicas, principalmente porque vinham de pessoas que queriam o meu bem mais do que tudo neste mundo. Sem dúvida, foram bons conselhos e me ajudaram a ser responsável e coerente com meus estudos e minha vida profissional. Mas fico pensando o que seria de mim se não tivesse tido também a graça de ser esclarecida que, acima de tudo, meu valor não está naquilo que eu faço ou nos bens que eu possa adquirir, mas sim naquilo que eu sou como pessoa, ou seja, no meu caráter e na minha dignidade de filha amada de Deus. 

Hoje, pela missão que Deus me confia na Comunidade Canção Nova, lido com muitas pessoas e escuto partilhas, principalmente de mulheres pedindo ajuda para reencontrar um sentido na vida, que, talvez, tenha se perdido por levarem tão a sério aqueles tipos de conselhos. São mulheres profissionalmente realizadas, mas inquietas, pois percebem que alguma coisa se perdeu pelo caminho e sentem vontade de voltar para procurar, mesmo sem saber o que foi perdido. Fazem compras, viajam, tiram fotos e curtem novos contatos, mas o coração permanece vazio. Será que é por falta de amor?
No filme "Titanic", há uma frase de que gosto muito: “O coração de uma mulher é um oceano de mistérios”. E são tantos mistérios, que até nós mulheres levamos a vida inteira os admirando e tentando lidar com eles, já que os desvendar é impossível. A meu ver, são exatamente esses mistérios ou segredos que tornam o coração da mulher um “território sagrado”, feito para amar e ser amado, parecido com o coração de Deus. O problema é que, constantemente, nós nos esquecemos disso, ou pior: nunca soubemos.

Nestes dias, recebi a partilha de uma moça que retrata o que digo:  
“Minha vida não é diferente da de muitas mulheres que conheço com minha idade. Estou na casa dos trinta e me pergunto: O que será que me falta para ser realmente feliz? Profissionalmente falando, estou realizada. Terminei meu doutorado, tenho um ótimo emprego, casa própria, carro, viagens e tantas outras coisas que sempre quis. Claro que batalhei muito para chegar onde estou, mas não sei se valeu a pena... Nunca fui de ter muitos namorados; na verdade, meus relacionamentos foram todos complicados e marcados por experiências sexuais. Sempre quis ter um relacionamento sério e partilhar de momentos como o namoro, a amizade, o noivado e o casamento, mas fico presa a tantas coisas, algumas ligadas a traumas de infância, e não consigo ir em frente. Emfim, tenho sede de amar, mas acho que não sei como nem por onde começar. Vejo o tempo passando e sito-me cada vez mais perdida. Como é difícil saber dosar este tempo da espera! Pode me ajudar? “Não sei se estou sabendo falar com Deus”.

Respondi para ela o que digo também a você, que, talvez, esteja vivendo algo semelhante. Tenha calma! Deus está ouvindo suas súplicas, sim, e quer ajudá-lo a encontrar a felicidade.

Sem a pretensão de apresentar uma fórmula mágica que irá resolver seus problemas, partilho algumas pistas baseadas em minhas experiências e em ajudas que recebi de algumas pessoas durante minha caminhada espiritual.

Primeiro, proponho que você responda uma coisa: "O que, realmente, você quer?". Acontece que, a maioria das pessoas que chegam a perceber que “falta um sentido em sua vida”, já foram tão programadas sobre o que deveriam querer e fazer que não sabem o que realmente querem. Neste caso, conseguir discernir o que quer e admitir que precisa de ajuda para chegar lá já é um grande passo. A segunda dica é refletir sobre suas escolhas antigas e tentar perceber o que houve de errado e à qual fantasia ou ilusão do passado você ficou presa.

Tenha a coragem de refletir sobre isso sem pressa. É preciso “arrumar a casa” e analisar o que realmente vale a pena guardar. Faça uma limpeza geral nas "gavetas" e nos "armários" da sua alma e analise seus afetos. Isso vai lhe permitir jogar muitas coisas fora, deixando espaço vazio para receber o novo que Deus quer lhe proporcionar. Pode ser que você sinta medo de mexer em coisas antigas e queira passá-las adiante. Não faça isso. Coragem! Ajudada pela graça de Deus, assuma sua verdade e reconcilie-se com ela por mais difícil que seja. A Palavra de Deus nos diz: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

Outra dica: não culpe ninguém! Lembre-se de que nós somos pessoas livres e o que nos acontece é sempre resultado de nossas escolhas; portanto, não caia na tentação de culpar as pessoas e se eleger como vítima, porque isso só atrapalha o processo de cura que Deus deseja realizar em sua vida. Você precisa entender que tudo o que viveu, inclusive os acontecimentos dolorosos e os relacionamentos que não deram certo no seu passado,foram necessários para seu crescimento e Deus não está alheio a nada disso.

Procure reconstruir sua história sempre a partir da verdade, pois quando você a acolhe faz uma grande descoberta: percebe que é capaz de amar e começa a amar.

Amar a Deus, a si mesmo e aos outros.
 Sim, a si mesmo e depois aos outros. Somente quando conseguimos nos aceitar e nos amar como somos, é que conseguimos dar amor às pessoas. Sou testemunha disso; enquanto busquei preencher minha vida com o amor que eu recebia, nunca me sentia plenamente amada, era como se meu coração fosse um saco sem fundo; recebia amor, mas nunca era o suficiente. Já se sentiu assim alguma vez? Não se desespere. Tem jeito! Vivendo o processo de cura interior, fui cada vez mais me aceitando e me amando como sou, e essa experiência capacita-me, a cada dia, a levar o amor também a outras pessoas.

O fato é que não podemos dar aquilo que não temos; então, se você conseguir se amar e se aceitar, isso já é maravilhoso. Quando conseguimos dar amor a nós mesmos e nos redescobrimos como pessoa importante, valiosa e querida por Deus, é como se nascêssemos de novo, e isso abre nosso coração para recebermos o amor guardado por outras pessoas para nós.

Portanto, agora que você já sabe que é amada incondicionalmente por Deus, não se esqueça de amar a si mesmo. Lembre-se de que a qualidade de sua vida depende desta condição: amar. Deus nos criou com um coração parecido com o d'Ele, a fim de, por nosso intermédio, revelar Seu amor à humanidade. Talvez seja por isso que, para nós mulheres, amar é viver.

Apaixone-se por si mesma e seja paciente com seu processo
. Tenha a coragem de jogar fora o que já não lhe pertence e abra as janelas do coração para que entre o ar puro e refrescante do amor, trazendo vida nova aos seus dias e sentido para tudo o que a Divina Providência lhe permitir viver daqui para frente.
No filme "Titanic", há uma frase de que gosto muito: “O coração de uma mulher é um oceano de mistérios”. E são tantos mistérios, que até nós mulheres levamos a vida inteira os admirando e tentando lidar com eles, já que os desvendar é impossível. A meu ver, são exatamente esses mistérios ou segredos que tornam o coração da mulher um “território sagrado”, feito para amar e ser amado, parecido com o coração de Deus. O problema é que, constantemente, nós nos esquecemos disso, ou pior: nunca soubemos.

Nestes dias, recebi a partilha de uma moça que retrata o que digo:  
“Minha vida não é diferente da de muitas mulheres que conheço com minha idade. Estou na casa dos trinta e me pergunto: O que será que me falta para ser realmente feliz? Profissionalmente falando, estou realizada. Terminei meu doutorado, tenho um ótimo emprego, casa própria, carro, viagens e tantas outras coisas que sempre quis. Claro que batalhei muito para chegar onde estou, mas não sei se valeu a pena... Nunca fui de ter muitos namorados; na verdade, meus relacionamentos foram todos complicados e marcados por experiências sexuais. Sempre quis ter um relacionamento sério e partilhar de momentos como o namoro, a amizade, o noivado e o casamento, mas fico presa a tantas coisas, algumas ligadas a traumas de infância, e não consigo ir em frente. Emfim, tenho sede de amar, mas acho que não sei como nem por onde começar. Vejo o tempo passando e sito-me cada vez mais perdida. Como é difícil saber dosar este tempo da espera! Pode me ajudar? “Não sei se estou sabendo falar com Deus”.

Respondi para ela o que digo também a você, que, talvez, esteja vivendo algo semelhante. Tenha calma! Deus está ouvindo suas súplicas, sim, e quer ajudá-lo a encontrar a felicidade.

Sem a pretensão de apresentar uma fórmula mágica que irá resolver seus problemas, partilho algumas pistas baseadas em minhas experiências e em ajudas que recebi de algumas pessoas durante minha caminhada espiritual.

Primeiro, proponho que você responda uma coisa: "O que, realmente, você quer?". Acontece que, a maioria das pessoas que chegam a perceber que “falta um sentido em sua vida”, já foram tão programadas sobre o que deveriam querer e fazer que não sabem o que realmente querem. Neste caso, conseguir discernir o que quer e admitir que precisa de ajuda para chegar lá já é um grande passo. A segunda dica é refletir sobre suas escolhas antigas e tentar perceber o que houve de errado e à qual fantasia ou ilusão do passado você ficou presa.

Tenha a coragem de refletir sobre isso sem pressa. É preciso “arrumar a casa” e analisar o que realmente vale a pena guardar. Faça uma limpeza geral nas "gavetas" e nos "armários" da sua alma e analise seus afetos. Isso vai lhe permitir jogar muitas coisas fora, deixando espaço vazio para receber o novo que Deus quer lhe proporcionar. Pode ser que você sinta medo de mexer em coisas antigas e queira passá-las adiante. Não faça isso. Coragem! Ajudada pela graça de Deus, assuma sua verdade e reconcilie-se com ela por mais difícil que seja. A Palavra de Deus nos diz: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

Outra dica: não culpe ninguém! Lembre-se de que nós somos pessoas livres e o que nos acontece é sempre resultado de nossas escolhas; portanto, não caia na tentação de culpar as pessoas e se eleger como vítima, porque isso só atrapalha o processo de cura que Deus deseja realizar em sua vida. Você precisa entender que tudo o que viveu, inclusive os acontecimentos dolorosos e os relacionamentos que não deram certo no seu passado,foram necessários para seu crescimento e Deus não está alheio a nada disso.

Procure reconstruir sua história sempre a partir da verdade, pois quando você a acolhe faz uma grande descoberta: percebe que é capaz de amar e começa a amar.

Amar a Deus, a si mesmo e aos outros.
 Sim, a si mesmo e depois aos outros. Somente quando conseguimos nos aceitar e nos amar como somos, é que conseguimos dar amor às pessoas. Sou testemunha disso; enquanto busquei preencher minha vida com o amor que eu recebia, nunca me sentia plenamente amada, era como se meu coração fosse um saco sem fundo; recebia amor, mas nunca era o suficiente. Já se sentiu assim alguma vez? Não se desespere. Tem jeito! Vivendo o processo de cura interior, fui cada vez mais me aceitando e me amando como sou, e essa experiência capacita-me, a cada dia, a levar o amor também a outras pessoas.

O fato é que não podemos dar aquilo que não temos; então, se você conseguir se amar e se aceitar, isso já é maravilhoso. Quando conseguimos dar amor a nós mesmos e nos redescobrimos como pessoa importante, valiosa e querida por Deus, é como se nascêssemos de novo, e isso abre nosso coração para recebermos o amor guardado por outras pessoas para nós.

Portanto, agora que você já sabe que é amada incondicionalmente por Deus, não se esqueça de amar a si mesmo. Lembre-se de que a qualidade de sua vida depende desta condição: amar. Deus nos criou com um coração parecido com o d'Ele, a fim de, por nosso intermédio, revelar Seu amor à humanidade. Talvez seja por isso que, para nós mulheres, amar é viver.

Apaixone-se por si mesma e seja paciente com seu processo
. Tenha a coragem de jogar fora o que já não lhe pertence e abra as janelas do coração para que entre o ar puro e refrescante do amor, trazendo vida nova aos seus dias e sentido para tudo o que a Divina Providência lhe permitir viver daqui para frente.