quinta-feira, 8 de setembro de 2011

OBEDIÊNCIA

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Está ligada ao sentido da procura incessante da vontade de Deus



“Pela profissão da obediência, os religiosos oferecem a Deus, como sacrifício de si mesmos, a plena entrega de sua vontade e por isso se unem mais constante e plenamente à vontade salvífica de Deus” (Perfectae Caritatis n. 14).
A prática das virtudes e o desejo da santidade são, nesta vida, preparação e desenvolvimento da vida eterna. Para o monge, constitui isso o conteúdo de sua vocação, pois este é convidado a viver já aqui na terra as realidades celestes. Para a realização desta tão sublime vocação, São Bento estabelece o recinto do mosteiro, como lugar propício ao seu desenvolvimento, é a chamada “escola do serviço do Senhor”.
Nessa escola, porém, a perfeição não é buscada como algo particular do monge, mas, comum a todos os membros desta comunidade que poderá chamar-se santa, já que somará mais que santos individualmente.
A comunidade é formada pelo Abade e pelos irmãos, a quem Bento dedica os capítulos 2 e 3 da Regra. É na obediência que encontramos o ponto fundamental de união entre essas duas partes, é ela o elemento vital que une todos os membros desse corpo único, que é o mosteiro. É pela obediência também que se viabiliza a prática da tão importante virtude da estabilidade, destacada por São Bento no capítulo IV de sua Regra, quando indica os instrumentos das boas obras, pois é por meio da autoridade que se evita tudo que perturbe a comunidade, ao passo que se realiza tudo que possa favorecê-la; se não há uma relação harmônica de obediência entre a cabeça e os membros do corpo é impossível haver comunidade e comunhão.
Podemos dizer que a obediência é o que caracteriza a vida do monge cenobita. É ela a alma do seu compromisso cristão.
Descrevendo os quatro gêneros de monges – anacoretas, sarabaítas, giróvagos e cenobitas – no capítulo I de sua Regra, São Bento caracteriza o “poderosíssimo gênero dos cenobitas” como “aquele que milita sob uma regra e um abade” (RB1,2), ou seja, que vive sob a obediência.
Para São Bento, a obediência não é apenas a aceitação e o cumprimento das prescrições das constituições e dos superiores pela obrigação, nem confere a ela o mero valor funcional, sendo necessário para o bom funcionamento da comunidade apenas.


Obediência em São Bento tem um sentido mais dinâmico e amplo; traz uma noção teológica e cristológica, uma noção que inclui tudo o que a Sagrada Escritura expressa com o complexo conceito de obediência.
Como tudo na vida do monge,a obediência, que é simultaneamente amor e serviço aos irmãos, é um sinal escatológico, isto é, tem uma referência à dimensão de eternidade da vida humana. Pelo voto de obediência, o monge coloca-se de maneira mais eficaz no mistério da vontade do Pai, aceito e vivido por Jesus. Por intermédio de seu voto, o monge entra diretamente no caminho escolhido por Cristo e participa com Ele da missão de levar o mundo a seu verdadeiro destino, o Pai.
Para compreender-se o sentido real da obediência que o monge professa, segundo Dom André Louf, é preciso fazer-se a distinção entre a obediência política e a obediência evangélica na comunidade monástica.
Segundo ele, ainda hoje, na espiritualidade corrente há uma confusão entre essas duas formas de obediência. A obediência política consiste em que os membros de uma sociedade prestem obediência a um chefe, em vista do bem comum e este, por sua vez, é obrigado a dar ordens a serviço do bem comum também.
A obediência evangélica está ligada ao sentido da procura incessante da vontade de Deus, à escuta dessa vontade e estar disponível a ela, entregando-se ao seguimento de Cristo até o Pai, passando pela morte. É claro que as duas são importantes e necessárias no mosteiro, porém, a primeira está dentro da dimensão da segunda. Bento não se esquece da organização material da Casa de Deus, no entanto, realça também nelas a realidade sobrenatural. “Veja todos os objetos do mosteiro e demais utensílios como vasos sagrados do altar” (RB.31,10).


Por um monge do Mosteiro da Transfiguração

ORAÇÃO NOSSA SENHORA ( NATIVIDADE)

Oh! Graciosíssima menina! Que com vosso feliz Nascimento haveis consolado ao mundo, alegrado ao céu e aterrado ao inferno; Haveis dado ajuda aos caídos, esperança aos tristes, saúde aos enfermos e alegria a todos; Suplicamos-vos com os, mas fervorosos afetos que renasçais espiritualmente com vosso Santo amor em nossas almas; Renovai nosso espírito para que vos sirvamos, acendei de novo nosso coração para que vos amemos; E fazei florescer em nós aquelas virtudes com as quais possamos fazer-nos sempre mais agradáveis a vossos benigníssimos olhos. Oh! Maria! Sede para nós Maria, fazendo-nos experimentar os saudáveis efeitos de vosso suavíssimo nome; Sirva-nos a invocação deste nome de alívio nos trabalhos, de esperança nos perigos, de escudo nas tentações, de alimento na morte. Seja o nome de Maria como mel na boca, a melodia no ouvido, e o júbilo no coração. Assim seja. a vosso dulcíssimo e amabilíssimo coração. Amém

NATIVIDADDE DE NOSSA SENHORA

Hoje é comemorado o dia em que Deus começa a pôr em prática o Seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse para habitá-la. Esta "casa", que é Maria, foi construída com sete colunas, que são os dons do Espírito Santo.
Deus dá um passo à frente na atuação do Seu eterno desígnio de amor, por isso, a festa de hoje, foi celebrada com louvores magníficos por muitos Santos Padres. Segundo uma antiga tradição os pais de Maria, Joaquim e Ana, não podiam ter filhos, até que em meio às lágrimas, penitências e orações, alcançaram esta graça de Deus.
De fato, Maria nasce, é amamentada e cresce para ser a Mãe do Rei dos séculos, para ser a Mãe de Deus. E por isso comemoramos o dia de sua vinda para este mundo, e não somente o nascimento para o Céu, como é feito com os outros santos.
Sem dúvida, para nós como para todos os patriarcas do Antigo Testamento, o nascimento da Mãe, é razão de júbilo, pois Ela apareceu no mundo: a Aurora que precedeu o Sol da Justiça e Redentor da Humanidade.
Nossa Senhora, rogai por nós!

QUEM AMA CONFIA !

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O amor lança fora todo temor
Ela o segurava nos braços debaixo de um sol forte e em meio à agitação própria da cidade grande, ele dormia sereno e calmo, pois estava seguro de que nada poderia atingi-lo. Esta cena não faz parte de um filme, é real e apesar de a ter contemplado há algum tempo, ainda hoje me recordo claramente dela. No ponto de ônibus, uma mãe, com ar de preocupada, segurava seu filho nos braços enquanto mantinha os olhos fixos nos ônibus que chegavam e saíam sem parar. Um deles poderia ser o seu e ela não poderia nem sequer pensar em perdê-lo.Observei que, apesar da agitação própria do local e da preocupação aparente da mãe, a criança dormia tranquila e sossegada. Sem palavras parecia dizer: "Nada temo, pois os braços que me seguram são de alguém que me ama".
Naquele dia, a cena, foi um pretexto para Deus falar comigo. Já observou que quando não paramos para ouvir a voz de Deus por meio da oração Ele nos fala pelos fatos? No meu caso, eu estava vivendo um tempo de muita correria no trabalho, já não conseguia rezar como antes e queria resolver todas as coisas com minhas forças. Quando ocupamos o lugar de Deus é isso que acontece. Com aquela situação, o Senhor foi me mostrando que eu precisava confiar mais no amor d'Ele. Precisava viver a atitude daquela criança, ou seja, abandonar-me. Na verdade, precisava amá-Lo mais e deixar-me amar por Ele, pois só confia quem verdadeiramente ama, e quem ama consequentemente confia.
E mais: Deus Pai abriu meus olhos para eu perceber que a raiz da minha agitação era também falta de amor-próprio e má interpretação do Seu amor por mim. Eu estava me comportando como serva de Deus e não como Sua filha. E isso faz uma grande diferença em nossa vida como cristãos. O próprio Senhor disse em Sua Palavra: “Já não vos chamo servos, mas amigos [...]” (João 15, 15). Ou seja, o Senhor nos elegeu, nos amou, não quer apenas o nosso serviço, mas nosso amor. Isso é próprio de uma relação de amizade. Amamos e somos amados, e o amor vai além do fazer.
Hoje, por providência, contemplei uma cena semelhante e lembrei-me das lições de outrora. Já não estou tão agitada como antes, vivo uma fase diferente. Mas uma coisa é certa: preciso continuar na escola da confiança. Devo aprender mais de Deus na matéria do amor. "O amor lança fora todo temor, é paciente, tudo suporta, tudo crer, tudo espera [...]" (I Coríntios 13,4-7). É por isso que quem ama confia!
Quanto mais amamos a Deus e nos deixamos envolver por Sua misericordia, tanto mais vamos encontrando a harmonia que tanto desejamos. E que muitas vezes buscamos nas pessoas, nos cargos, no poder, no ter ou de tantas outras formas aparentes de segurança neste mundo.
O abandono é, antes de tudo, uma atitude de confiança, fruto da maturidade, e a maturidade não se alcança de uma hora para outra, é preciso ter paciência com o tempo, dar passos e superar os obstáculos. É por isso que quem já teve sua fé provada, tem mais facilidade em confiar em Deus, tem forças para ir mais longe mesmo quando tudo parece perdido.
Aquela criança provavelmente se sentia amada, por essa razão as circunstâncias não a impediam de confiar e repousar tranquilamente no regaço acolhedor de sua mãe.
São Francisco de Sales faz uma interessante comparação, quando fala da alma recolhida em Deus. De fato, diz ele; "[...] os amantes humanos contentam-se, às vezes, em estar junto da pessoa a quem amam, sem lhe falarem nada e sem nem sequer pensar em outra coisa que não seja estar ali... Sentem-se amados e isso basta. É assim que acontece com a alma que se entrega aos cuidados do Criador. Repousa sossegada, mesmo em meio aos constantes desassossegos que vive no dia a dia".
Compreendo, cada vez mais, que a experiência do abandono em Deus passa pela descoberta do Seu amor incondicional por nós.
Peço ao Senhor que hoje lhe permita viver esta experiência e o cure profundamente de toda falta de amor, devolvendo-lhe a serenidade e a paz, fruto da confiança n'Ele.
Assim como a mãe segura em seus braços o filho amado, Deus hoje o segura, não tema. Nos braços do Pai nada poderá atingi-lo, e quem ama confia.
Dijanira Silva

QUAL A CONDIÇÃO PARA ALCANÇARMOS A SABEDORIA DIVINA ?

A condição para alcançar a sabedoria de Deus é que perguntemos tudo ao Senhor: “Pergunte-me tudo. Pergunte-me tudo sobre todas as coisas, não somente sobre as espirituais, mas também sobre as coisas humanas, as naturais. Pergunte-me tudo: sobre sua casa, sua vida, seu trabalho. Sobre se você compra ou não compra uma coisa, fecha ou não fecha um negócio, assume ou não assume um compromisso, aceita ou não aceita fazer aquela palestra, se vai dar ou não vai dar aquele passeio, se vai ou não fazer aquela contribuição... Pergunte-me tudo: não só sobre a vida espiritual, mas sobre toda a sua vida, sobre todas as coisas: sua vida financeira, estudos, trabalho, vida afetiva, sobre a educação dos filhos... Pergunte-me tudo!
Também sobre a vida espiritual: se você vai àquele encontro, se vai participar daquele grupo de oração, se aceita certo compromisso, como é que vai usar oe fim de semana, se vai dar aquela ajuda na Igreja, se vai assumir aquele compromisso naquele movimento, naquela parte, naquela pastoral da Igreja... Pergunte-me tudo”.
Perguntar tudo, porque Deus quer nos ensinar todas as coisas. Quando perguntamos, o Senhor começa a nos responder e começamos a colher as respostas d'Ele. O Pai responde às perguntas que fazemos.
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova