segunda-feira, 1 de outubro de 2012

COMO UMA CRIANÇA NO COLO DE SUA MÃE


Hoje, a Igreja faz memória a Santa Terezinha do Menino Jesus, a santa das pequenas coisas. No abandono e na confiança em Deus, ela buscou fazer as pequenas coisas com amor e por amor.
Aprendeu a amar e aceitar a sua pequenez e a sua pobreza, vivendo numa total dependência do bom Deus, como as crianças quando estão no colo da mãe ou do pai. Muitas vezes, foi tida por boba, mas na verdade, ela soube por em prática esta palavra do evangelho: “Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18,3).
Peçamos hoje, a intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus, e aprendamos com ela a ter um coração de criança.
Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso!
Luzia Santiago



SOBRE AMOR, ROSAS E ESPINHOS


Amor, que é amor, dura a vida inteira.
Se não durou é porque nunca foi amor.
O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições.
 Sem perdão não há amor.
Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou.

O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado, eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto".

O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração os quais sozinhos jamais poderíamos enxergar.

O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!"

Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos, socorreu-me em minha cegueira. Eu possuía e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha.

Coisas que Jesus fazia o tempo todo.
Apontava jardins secretos em aparentes desertos.
Na aridez do coração de Madalena, Jesus encontrou orquídeas preciosas. Fez vê-las e chamou a atenção para a necessidade de cultivá-las.

Fico pensando que evangelizar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impróprios. Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois...

Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo nem tampouco fora do cultivo.
Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir.
Cada roseira tem seu estatuto, suas regras... Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira.

A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas... Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá de saber que com ela vão inúmeros espinhos. Mas não se preocupe. A beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos... ou não.

(Padre Fábio de Melo)

HISTÓRIA DE UMA ALMA :SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS




História de uma alma é um manuscrito autobiográfico de Maria Francisca Teresa Martin imortalizada na história da Igreja como Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, o qual é dividido em três manuscritos distintos (A, B e C) destinados respectivamente à: Madre Inês de Jesus, Irmã Maria do Sagrado Coração de Jesus, Madre Maria de Gonzaga. Cada um destes manuscritos trata do mesmo assunto. O Manuscrito muito mais do que uma Biografia é um itinerário da vida espiritual desta Doutora da Igreja. Ao narrar os fatos de sua vida, desde a infância até seus últimos dias, vemos o Amor misericordioso de Deus, que se manifestou na sua vida, lendo as páginas do livro não apenas com um olhar raso, mas um olhar contemplativo vamos percebendo que ela viveu de fato o que ela desejava ser: um “brinquedo velho” mas mãos do Menino Jesus, do qual Ele pudesse fazer tudo o que lhe fosse agradável. É possível perceber também que ao contrario das autobiografias modernas, Santa Teresinha não procura fazer de seus manuscritos uma exaltação de si mesma, mas sim deixar um testemunho de uma vida inteiramente consagrada ao Senhor.
Santa Teresinha nasceu em Alençon, na França em Janeiro de 1873, filha de pais católicos fervorosos Azélia Maria e Luís Martin (beatificados pelo papa Bento XVI) que lhe transmitiram uma boa educação na Fé, tanto que todas as filhas do casal se tornaram religiosas. Nesse ambiente de fé fervorosa Teresa percebeu desde a tenra idade o chamado do Senhor à vida consagrada no Carmelo. Inúmeras dificuldades se antepuseram à sua entrada no Carmelo, principalmente a sua pouca idade, mas confiante na bondade de Deus e com certeza de sua vocação soube esperar o seu momento, o qual chegou. Viveu sua vida no Carmelo tendo como um de seus propósitos rezar pela santificação dos sacerdotes. Apesar de ter morrido cedo deixou na Igreja um exemplo de santidade a ser seguido.
Durante a leitura do livro vai-se percebendo que Santa Teresinha não viveu nada de extraordinário como muitos pensam acerca dos santos. Mas ao contrário nas pequenas coisas e nos fatos comuns da vida ela foi tomando consciência de sua vocação e respondendo o seu SIM, ao chamado de Deus, ao qual ela tinha grande alegria de se considerar esposa.
Algumas passagens do livro chamam a atenção por demonstrar tão claramente a espiritualidade desta santa mulher, a Florinha Branca do Senhor, cito aqui por exemplo uma passagem que me chamou muito a atenção e me levou a refletir o verdadeiro sentido da vida cristã, que é a vocação à santidade: “Não desejo ser santa pela metade.” Uma exortação sempre tão atual para que possamos nos interrogar se estamos vivendo a santidade que o Senhor nos pede. Outro trecho de bastante significância é no qual ela diz: “No coração da Igreja, minha Mãe, serei o amor... Assim serei tudo... Assim se realizará o meu sonho!!!... O Amor é este vínculo da perfeição que Teresinha soube descobrir e viver, com esta reflexão surge a indagação no coração: Será que nós também estamos vivendo o Amor ao qual o Senhor me chama? Esta reflexão deve ser repetida no nosso coração sempre para que assim como Terezinha possamos exclamar o desejo de ser o Amor no seio da Igreja.
A Vida de Santa Teresinha também chama atenção em um aspecto: a santidade do ambiente familiar no qual ela vivia, percebe-se durante toda a leitura do livro o amor fraterno que ela tinha por suas irmãs, que também eram religiosas; também no tão grande amor que ela nutria por seu pai, a ponto de constantemente chamá-lo de “meu Rei”. Vê-se aí a necessidade de cultivar nas famílias esse sentimento de amor a Deus e ao próximo, e desenvolver desde a menor idade a formação cristã para as crianças. Santa Teresinha floresceu na fé porque teve quem a adubasse e regasse com os preceitos divinos e o exemplo de vida.
Santa Teresinha viveu o mistério do sofrimento em sua vida desde a separação de suas irmãs que entraram no Carmelo antes dela até na aridez que experimentou já no Carmelo; mesmo assim resignada e com alegria no coração, pois sempre oferecia esse sofrimento pela santificação dos sacerdotes, deixando assim o exemplo de saber aceitar o mistério da dor na nossa vida e tirar deste o ensinamento necessário para nossa caminhada de fé.
Após viver na sua vida a santidade, que se manifestou nas pequenas coisas, sofreu com a tuberculose que lhe causaria sua morte precoce aos 27 anos de idade. Foi canonizada em 1925, e declarada padroeira das missões junto com São Francisco Xavier. Em 1898 foi publicado pela primeira vez “História de uma Alma”. Ela deixa o exemplo de que não é necessário fazer coisas grandiosas e extraordinárias para se chegar à santidade, mas sim viver bem aquilo que nos é proposto em nossas vidas tendo sempre nosso olhar voltado para o céu, de onde Santa Teresinha olha e roga a Deus por nós. Quero ser como Santa Teresinha um brinquedo velho nas mãos do Menino Jesus, do qual ele faça o que lhe agradar.
Santa Terezinha do Menino Jesus continue a interceder a Deus no céu por todas as vocações. Que o Senhor do mesmo modo que fez à sua Florinha Branca, possa nos regar e adubar, para que possamos ser fortalecidos na fé e no Amor à Deus.

TOME HOJE, A DECISÃO MAIS IMPORTANTE DA SUA VIDA

Muita gente pensa que amor é somente um sentimento e que ele brota naturalmente sem que nada precisemos fazer. Não! Amar é, antes de tudo, um ato de vontade. É necessário querer amar, é preciso tomar a decisão de amar, de expressar amor pelas pessoas com quem convivemos. Querer envolvê-las com sinais de amor, até mesmo surpreendê-las com as nossas manifestações de amor.
Aqueles que não foram amados nem nunca tiveram um ambiente caloroso de afeto, frequentemente não sabem expressar seu amor, não conseguem traduzir esse sentimento em gestos. Não é que não exista amor neles, pois todos fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Há amor em nós, em todos nós.
Essas pessoas não conseguem manisfestar o amor em gestos. Ficam encabuladas, inibem-se. Amar é resultado de aprendizagem, é preciso aprendê-lo. Elas não receberam, não experimentaram, por isso não sabem expressar amor.
E como se rompe esse círculo vicioso?
Decidindo-se a amar. Na vida tudo é assim: a criança aprende a andar, andando; aprende a falar, falando. Do mesmo modo, nós só aprendemos a amar amando.
Mesmo se não tivemos a graça de viver num ambiente de amor - e por isso não aprendemos a amar, a manifestar esse sentimento -, chega uma hora em que é preciso decidir. Chega o momento de começar a emitir sinais de amor. Repito: amar é uma questão de decisão, é um ato de vontade. Expressar amor depende de nossa vontade. Começar a fazer gestos concretos de amor é resultado de uma decisão.
A hora é agora. Amar é uma coisa tão importante, é algo tão vital que você não pode deixar para depois. Por que você não se decide agora? Por que você não toma a decisão de começar a fazer gestos de amor?
Não se assuste, não se iniba. Decida-se e comece a fazer gestos de amor. Será como a criança que dá os primeiros passos. É como começar a dizer as primeiras palavras. É assim que se começa, é assim que se aprende a amar, que se rompe uma cadeia de morte, porque a Palavra de Deus diz claramente: “Sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte” (IJo 3,14).
Pare um momento e decida-se a amar; tome a decisão de começar a fazer atos de amor. Vai ser a mais linda decisão de sua vida!
Não deixe para depois. Faça isso agora. Decida-se a amar! Decida-se a fazer atos concretos de amor!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova