terça-feira, 12 de julho de 2011

JESUS QUER NOS LIBERTAR DE NOSSOS TEMORES

Os medos agudos são determinados por uma situação de perigo extraordinário. Como surgem de improviso e sem aviso, dessa forma desaparecem com o cessar do perigo, deixando somente uma má recordação. Não dependem de nós e são naturais.
Mais perigosos são os medos crônicos, os que vivem conosco, que levamos desde o nascimento ou da infância, que se convertem em parte de nosso ser e aos quais acabamos, muitas vezes, até os “acariciando”.
O medo não é um mal em si mesmo. Frequentemente, é a ocasião para revelar um valor e uma força inesperados. Só quem conhece o temor sabe o que é o valor. Transforma-se verdadeiramente em um mal que consome e não deixa viver quando, em vez de estímulo de reação e impulso para a ação, passa a ser uma desculpa para a inação, algo que paralisa. Quando este medo se transforma numa ânsia. Jesus deu um nome às ansiedades mais comuns do homem: “Que vamos comer? Que vamos beber? Com que vamos nos vestir?” (Mt 6,31).
A ansiedade converteu-se na enfermidade do século e é uma das causas principais da multiplicação dos infartos. Vivemos na ansiedade e, assim, é como se não vivêssemos! Esse mal [ansiedade] é o medo irracional de um objeto desconhecido. Temer sempre e esperar de tudo sistematicamente o pior e viver numa constante numa palpitação. Se o perigo não existe, a ansiedade o inventa; se existe, agiganta-o!
A pessoa ansiosa sofre sempre os males duas vezes: primeiro na previsão e depois na realidade. O que Jesus – no Evangelho de hoje – condena não é tanto o simples temor ou a justa solicitude pelo amanhã, mas precisamente esta ansiedade e esta inquietude. “Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”.
Deixemos de descrever nossos medos de diferentes tipos e tentemos, ao contrário disso, ver qual é o remédio que o Evangelho nos oferece para vencê-los. O remédio se resume em uma palavra: confiança em Deus, crer na Providência e no amor do Pai celeste. “Quanto a vós até os vossos cabelos da cabeça estão contados … Vós valeis mais que muitos pardais”. A verdadeira raiz de todos os temores é o de encontrar-se só. Esse contínuo medo da criança em ser abandonada.
E Jesus nos assegura justamente isto: que não seremos abandonados. “Se minha mãe e meu pai me abandonam, o Senhor me acolherá” (Salmo 27,10). Ainda que todos nos abandonem, Ele não nos abandona. Jamais. Seu amor é mais forte que tudo.
Não podemos, contudo, deixar o tema do medo neste ponto. Resultaria pouco próximo à realidade. Jesus quer libertar-nos dos temores e nos liberta sempre, mas Ele não tem um só modo para fazê-lo: tem dois. Ou nos tira o medo do coração ou nos ajuda a vivê-lo de maneira nova, mais livre, fazendo disso uma ocasião de graça para nós e para os demais.O próprio Cristo quis fazer essa experiência. No Horto das Oliveiras está escrito que “começou a experimentar tristeza e angústia”. O texto original sugere até a ideia de um terror solitário, como de quem se sente isolado do consórcio humano, em uma solidão imensa. E a quis experimentar precisamente para redimir também este aspecto da condição humana. Desde aquele dia, vivido em união com Ele, o medo – especialmente o da morte – tem o poder de levantar-nos em vez de deprimir-nos, de fazer-nos mais atentos aos demais, mais compreensivos. Em uma palavra: mais humanos.
Jesus Cristo está comigo. A quem temerei? Assaltem-me as vagas e a cólera dos grandes: tudo isso não vale, sequer, o peso de uma teia de aranha. Porque Ele está comigo e o Seu báculo me enche de confiança.
Padre Bantu Mendonça

NINGUÉM PODE SER FELIZ SE NÃO FOR AMADO

Amar é construir alguém querido,    amor gera a vida o egoísmo produz a morte. A psicologia mostra hoje, com toda clareza, que as graves perversões morais têm quase sempre como causa principal uma "frustração amorosa"Os jovens se encaminham para as drogas, para o sexo vazio, para o alcoolismo e para tantas violências, porque são carentes de amor, 'desnutridos' de amor. A pior anemia é a do amor. Leva à morte do espírito. Ninguém pode ser feliz se não for amado, se não fizer uma experiência de amor. Se isso é importante na infância e na adolescência, também na vida conjugal isso é verdade. E esse "amor conjugal" começa a ser aprendido e treinado no namoro. Na longa viagem da vida conjugal, que começa no namoro, você precisa levar a bagagem do amor. Você amará de verdade o seu namorado não só porque ele é simpático, bonito ou porque é um atleta, mas porque você quer o bem dele e quer ajudá-lo a ser ainda melhor, com a sua ajuda.Muitas vezes, você quis e procurou uma namorada perfeita, ou um rapaz ideal, mas saiba que isso não existe. A primeira exigência do amor é aceitar o outro como ele é, com todas as suas qualidades e defeitos. Só assim você poderá ajudá-lo a crescer, amando-o como ele é. Alguém já disse que o amor é mais forte do que a morte e capaz de remover montanhas.O amor tem uma força misteriosa; quando você ama o outro gratuitamente, sem cobrar nada em troca, você desperta-o para si mesmo, revela-o a si mesmo, dá-lhe ânimo e vida, "ressuscita-o". É com a chama de uma vela que você acende outra. Da mesma forma é com a doação da sua vida que você faz a vida do outro reviver. Desde o namoro você precisa saber que "amar não é querer alguém construído, mas construir alguém querido". É claro que um casal se aproxima pelo coração, mas cresce pelo amor, que transcende os sentimentos e se enraíza na razão.Todo relacionamento humano só terá sentido se implicar no crescimento dos envolvidos. De modo especial no namoro e no casamento isso é fundamental. A ordem de Deus ao casal é esta: "crescei". Deus não nos dá uma "ajuda adequada" (cf. Gên 2, 18) para "curtirmos a vida" a dois; mas para crescermos a dois. Isso vale desde o namoro. E o que faz crescer é o "fermento" do amor.São Paulo expressou as exigências do verdadeiro amor melhor do que ninguém: "O amor é paciente, O amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, Não se irrita, Não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, Mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa. Tudo crê, Tudo espera, Tudo suporta. O amor jamais acabará" (I Cor 13, 4-7).Medite um pouco sobre cada linha deste hino do amor e pergunte a si mesmo se você está vivendo isso no seu namoro.Desde o namoro é preciso ter em mente que a beleza do amor está exatamente na construção da pessoa amada. É uma missão para gente madura, com grandeza de alma. Construir uma pessoa é educá-la em todos os aspectos, e isso é uma obra do coração.O amor tudo suporta, tudo crê, tudo espera; o amor não passa jamais.
Felipe Aquino