domingo, 2 de novembro de 2014

FINADOS DAR UM SALTO NA FÉ PARA ENTENDER ESSA REALIDADE

É necessário arriscar-se no salto da fé para entender esta estupenda realidade


Confessamos a fé cristã, que nos indica a perspectiva de uma vida que não tem fim, na eternidade, plena comunhão com a Santíssima Trindade, a Virgem Maria, os anjos e os santos. Temos a confiança de que experimentaremos a plenitude da felicidade, para a qual fomos criados, pelo amor misericordioso de Deus. Com frequência, no contato com pessoas que se aproximam do limiar de sua entrada na eternidade, tenho recebido de Deus a graça de anunciar-lhes estes valores perenes, ajudando-as a superar o receio, aliás, muito natural, diante do mistério da morte. Ao dar os Sacramentos da Penitência e Unção dos Enfermos, ouvi fiéis surpreendidos pela linguagem carregada de alegria e otimismo, com que a Igreja efetivamente celebra o mistério do Cristo Morto e Ressuscitado, também em tais circunstâncias críticas e ao mesmo tempo carregadas de sentido. É magnífico vê-los, após os chamados sacramentos medicinais ou de cura, receberem Jesus Eucaristia, algumas vezes como viático, alimento de vida eterna, para se aproximarem do Senhor, em sua Páscoa pessoal!
É com este mesmo espírito de confiança que a Igreja celebra, no início do mês de novembro, a Solenidade de todos os Santos, nossa vocação e meta a ser alcançada, e a Comemoração de todos os Fiéis falecidos. Nossa visita aos cemitérios, nos dias que se aproximam, pode ser uma bela oportunidade para corajosa profissão de fé, quando estivermos diante nas sepulturas, nas quais repousam apenas restos mortais dos nossos entes queridos, com a certeza de que eles e elas já não se encontram ali, pois, apenas soada a trombeta do Anjo da Morte, que os chamou, apresentaram-se diante do Senhor, para dar contas da linda aventura da vida terrena, entendida como um caminho para a eternidade, pois “está determinado que os homens morram uma só vez, e depois vem o julgamento” (Hb 9, 27).
A Igreja põe em nossa boca expressões altamente comprometedoras: “Creio em Deus Pai, todo poderoso, Criador do céu e da terra e em Jesus Cristo seu único filho, Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém”.
Deus é Pai, pode tudo, é o Criador! O Universo não é obra do acaso, mas pensado por Ele, desde a eternidade com inteligência e amor, finalizado à plena realização de seus filhos e filhas. Seu poder não é despótico ou autoritário, mas amoroso e harmônico, de modo que todas as criaturas, voltando-se para Ele, encontram continuamente seu equilíbrio interior e o justo relacionamento umas com as outras. Contemplar luz e escuridão, sorriso ou choro, morte e vida, tudo encontra seu lugar quando se vê do ângulo do último dia da criação, quando Ele mesmo se encantou com a obra feita: tudo é muito bom! Acreditar em Deus Criador, saber que não estamos jogados e perdidos! Quem começa com este risco da fé vislumbra o sentido da existência!
O mundo não foi deixado ao léu, mas acompanhado e sustentado com amor por quem o criou. Muitas vezes, na história que chamamos “da salvação”, Deus ofereceu aliança aos homens e mulheres. Sinalizou as veredas da felicidade, enviou seus profetas, formou seu povo, como um pai que educa seus filhos. Se tantas vezes não foram capazes de escutá-lo, seu amor nunca esmoreceu. A plenitude dos tempos, com a maturidade da história humana nesta terra, irrompeu como dom do amor de Deus, quando enviou seu Filho amado, concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da Virgem Maria. É tão bom e bonito viver nesta terra, que Deus quis assumir uma carne como a nossa, desejou percorrer os mesmos caminhos de dores e angústias, esperanças e alegrias, menos o pecado. E Jesus, filho amado, foi até o mais profundo dos abismos da existência humana. Tocou com suas mãos todas as etapas da vida humana, dos primeiros vagidos de recém-nascido até o grito do abandono, no alto da Cruz, para que nenhum clamor fique sem sentido. Nele e por Ele, tudo encontra seu rumo de passagem para a vida que não tem fim. Em sua morte nós fomos resgatados, para ressuscitar com Ele. A dor da morte, que nos assombra com ares de absurdo, na fé pode ser superada e já está superada, Só que é necessário arriscar-se no salto da fé para entender esta estupenda realidade! O Espírito Santo de Deus venha em auxílio de nossa fraqueza para dizermos “creio”.
Percorridas estas etapas altamente realizadoras para a existência humana na terra, podemos proclamar a corresponsabilidade chamada “Comunhão dos Santos”. Ninguém caminha sozinho e tudo o que fazemos pode contribuir para o bem dos outros! A própria sombra da morte pode ser iluminada pelo amor mútuo, experimentado na presença solidária dos irmãos e irmãs. Apoio, consolo, oração, gestos, tudo o que muitos velórios e enterros cristãos já testemunharam. É uma das Obras de Misericórdia.
E o Credo continua com “Remissão dos pecados”. Como Deus não nos fez para o pecado, e cristão que se preze não se acomoda com o pecado, mas acredita que só em Cristo e na força de sua Morte e Ressurreição se encontra o perdão, e sabe ser destinado à salvação. Vale insistir na verdade a respeito do encontro definitivo com o Senhor, quando a morte chegar. É honestidade anunciar a uma pessoa que viveu seriamente o cristianismo que a “sua hora” chegou, e convidá-la a preparar-se bem. Medo, ousadia, precipitação? Nada disso! Realismo e certeza, esperança da salvação. Uno-me a muitas pessoas que assim me ensinaram. Desejo abraçar a hora de Deus, quando, onde e como chegar, como fruto de seu amor misericordioso, que sabe quando estaremos prontos.
Somos destinados à ressurreição. Cristo ressuscitou de verdade e nos garante que com Ele ressuscitaremos. “Creio na Ressurreição da carne”. A morte, a inevitável irmã morte corporal, como a chamou São Francisco de Assis, é passagem, não a última e definitiva palavra. Desejamos uma morte santa e feliz, desejamos ter mãos limpas e puro o coração quando chegar a hora. Não é em vão que pedimos, na Ave Maria, que Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa, rogue por nós agora e na hora de nossa morte, os dois momentos de que temos certeza, de hoje até à eternidade.
E com o Credo chegamos à “Vida eterna”. Nela acreditamos, como cristãos, para ela caminhamos, almejamos os seus valores e sabemos que começa agora. De fato, como se expressou o Senhor na Oração Sacerdotal, “esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que enviaste” (Jo 17, 3). Começa com a fé, adesão a Jesus Cristo, como a qualidade de vida e santidade que Deus deseja para todos e se prolongará para sempre.
Boa festa de todos os Santos para todos! Piedosa celebração de Finados e uma excelente preparação para uma boa e santa morte, no dia marcado pelo amor infinito de Deus por nós!

Dom Alberto Taveira Corrêa

COMEMORAÇÃO DOS FIÉIS DEFUNTOS

Neste dia ressoa em toda a Igreja o conselho de São Paulo para as primeiras comunidades cristãs: “Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais como os outros que não tem esperança” ( 1 Tes 4, 13).
Sendo assim, hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis que, se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações.
O convite à oração feito por nossa Mãe Igreja fundamenta-se na realidade da “comunhão dos santos”, onde pela solidariedade espiritual dos que estão inseridos no Corpo Místico, pelo Sacramento do Batismo, são oferecidas preces, sacrificios e Missas pelas almas do Purgatório. No Oriente, a Igreja Bizantina fixou um sábado especial para orações pelos defuntos, enquanto no Ocidente as orações pelos defuntos eram quase geral nos mosteiros do século VII; sendo que a partir do Abade de Cluny, Santo Odilon, aos poucos o costume se espalhou para o Cristianismo, até ser tornado oficial e universal para a Igreja, através do Papa Bento XV em 1915, pois visava os mortos da guerra, doentes e pobres.
A Palavra do Senhor confirma esta Tradição pois “santo e piedoso o seu pensamento; e foi essa a razão por que mandou que se celebrasse pelos mortos um sacrifício expiatório, para que fossem absolvidos de seu pecado” (2 Mc 2, 45). Assim é salutar lembrarmos neste dia, que “a Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados” (Catecismo da Igreja Católica).
Portanto, a alma que morreu na graça e na amizade de Deus, porém necessitando de purificação, assemelha-se a um aventureiro caminhando num deserto sob um sol escaldante, onde o calor é sufocante, com pouca água; porém enxerga para além do deserto, a montanha onde se encontra o tesouro, a montanha onde sopram brisas frescas e onde poderá descansar eternamente; ou seja, “o Céu não tem portas” (Santa Catarina de Gênova), mas sim uma providencial ‘ante-sala’.
“Ó meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno. Levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem! Amém!”

UMCATÓLICO PODE SER CREMADO

Muitas são as pessoas que morrem e têm como último pedido que seu corpo seja cremado. Mas isso é correto para um cristão?
Uma hora ou outra, todos vão se deparar com a morte. Mas nós podemos ter um desejo ou fazer um pedido aos nossos familiares sobre o que eles devem fazer com nosso corpo? A verdade é que, depois de mortos, não podemos tomar decisões. Mas e a cremação, é possível? Vamos partir de outro ponto: a vida. De maneira geral, a vida é um dom precioso, mais ainda a vida do ser humano, afinal somos “imagem e semelhança” (Gn 1,26) do Senhor. Por essa razão, devemos ter todo cuidado, todo amor para com a nossa vida e a do próximo. Devemos ter os devidos cuidados no tocante à espiritualidade e à saúde, realizar exercícios físicos, ter uma boa alimentação.
É muito bom ver pessoas que cuidam do exterior e do interior. O cuidado com si mesmo é importante e recomendável pelo apóstolo Paulo, pois somos templos do Espírito Santo (cf. 1Cor 6,19), mas é claro que devemos ter cuidado com a vaidade!
Deus mora no ser humano, habita cada pessoa. A vida é dom divino, assim como o corpo também o é. E porque Deus mora na pessoa humana, cada homem deve, com gratidão, zelar pela vida e pelo corpo.
Com a morte da pessoa, o cuidado com ela continua?
Sim, deve continuar. A dignidade e o respeito pelo corpo do ser humano estão presentes na Sagrada Escritura, pode-se verificar que, desde o Antigo Testamento, os homens eram colocados em sepulturas (Gn 23,4), inclusive Abraão quis para sua esposa “a melhor sepultura” (23,6). Já no Novo Testamento, nosso Senhor Jesus Cristo foi colocado num sepulcro novo de José de Arimateia (Lc 23,51-53).
Mas quando se fala de cremação do corpo, algumas pessoas pensam que é um pecado, já que o corpo é templo do Espírito. “A Igreja conta esses que desejam ter o corpo cremado”.
Na verdade, a Igreja não é contra a cremação; ao contrário, até a permite. Há casos em que a cremação é necessária devido a alguma doença grave do falecido ou no caso de ele ter morrido fora de seu país e a família não teve condições de transportar imediatamente o corpo. Há também casos em que a pessoa desejava mesmo ser cremada.
No entanto, uma coisa precisa ficar clara: a cremação não deve ter fins supersticiosos, nem de uma crença que não condiz com a fé católica. O Catecismo nos ensina: “A Igreja permite a cremação, a não ser que esta ponha em causa a fé na ressurreição dos corpos” (n. 2301).
Às vezes, alguns filmes apresentam cenas muito emocionantes, quando o ator espalha as cinzas da pessoa amada como se a presença dela fosse ficar por ali vagando. Essa não é a nossa fé. Como católicos cristãos, nossa fé é de ressurreição. Quando se faz a opção pela cremação, seja por um pedido da pessoa ou por questão de saúde, tal atitude não deve negar a fé na ressurreição.

Padre Marcio

VOCE TEM VALOR



Quero que valorize o que você tem,
Você é um ser, você é alguém,
tão importante para Deus…
Deixa de ficar sofrendo angústia e dor
neste seu complexo inferior,
dizendo às vezes que não é ninguém…
Eu venho falar do valor que você tem…
Eu venho falar do valor que você tem…
O Espírito Santo mora em você
fazendo gemidos inexprimíveis!
Depois da viagem fantástica que fizemos pelo Cosmos, você pôde notar a sua grandeza e a sua beleza. Mas todo este universo “não sabe que existe”; não tem alma, não tem inteligência, não tem vontade e não tem consciência. Você tem; por isso você é mais importante do que todo o Cosmos. Você é mais importante do que as quintilhões de estrelas…
Creia por favor, você é mais belo do que o Sol, mais brilhante do que a Lua, mais fantástico do que tudo o que os seus olhos veem…
Um grito de júbilo explodiu no universo quando a vida se tornou consciente, inteligente, dotada de vontade e liberdade.
Podemos dizer como o poeta que o Cosmos “chorou” de alegria quando viu você surgir das mãos de Deus.
“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra… criou-os homem e mulher”. (Gn 1, 26-27)
Veja, você veio ao mundo, depois de bilhões de anos de preparação, para ser rei deste universo dado por Deus.
Então você não pode se arrastar como um escravo; você não pode viver como uma águia de galinheiro; a sua dignidade de filho de Deus não permite. Você sintetiza no seu ser todo o universo criado e a glória do Criador. Você é a meta de toda a criação. Você é a voz e a alma do universo. É através de você que a matéria bruta, a planta silenciosa, e o animal selvagem vão dar glória ao Criador. Eles olham para você… Não os decepcione.
Há bilhões de anos Deus preparou a sua chegada. Desde o primeiro átomo de hidrogênio que foi criado há bilhões de anos, Ele já pensava em você. E, quando você foi gerado por seu pai, de todos aqueles quinhentos milhões de espermatozóides, só um fecundou aquele óvulo bendito de tua mãe: daí nasceu você.
E ninguém jamais será igual a você… porque o Criador trabalha com exclusividade. Não aceita repetir as suas obras. Entre as mais de seis bilhões de pessoas do Planeta, não há dois quetenham o mesmo código genético (DNA) ou as mesmas impressões digitais. Não é fantástico?
As mulheres querem roupas exclusivas, sem que outras tenham iguais, o Criador deu isto de graça a todos, não nas roupas, mas no ser. A roupa exclusiva acaba, mas você não!
Você é um indivíduo, isto quer dizer, único, irrepetível, singular. Sua vida é única, não houve e não haverá outro igual a você na história deste mundo… já pensou?
Mesmo que o homem possa chegar à loucura de clonar o corpo, Deus não clonará a alma; portanto, nem os clones humanos seriam pessoas iguais.Veja o valor que você tem. Veja com que capricho e sabedoria você foi criado. São Paulo nos diz que Deus nos amou antes de ter feito este mundo:
“Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda bênção espiritual em Cristo, e nos escolheu nele antes da criação do mundo…” (Ef 1, 3)
Isto quer dizer, que antes de criar o primeiro átomo de hidrogênio, há bilhões de anos, Deus já te amava e te queria… Antes de ser filho dos teus pais, você já era um filho amado de Deus.
Prof. Felipe Aquino

SENHOR ENSINA-ME



Senhor que neste dia eu só fale coisas agradavéis aos que estão ao meu lado.