sexta-feira, 18 de março de 2011

QUARESMA , A LUTA CONTRA O PECADO

Desde o início do Cristianismo a Quaresma marcou para os cristãos um tempo de graça, oração, penitência e jejum, com o objetivo de se chegar à conversão. Ela nos faz lembrar as palavras de Jesus: “Se não fizerdes penitência, todos perecereis” (Lc 13,3). Se não deixarmos o pecado, não poderemos ter a vida eterna em Deus; logo, a atividade mais importante é a nossa conversão, renunciar ao pecado.

Nada é pior do que o pecado para a vida do homem, da Igreja e do mundo, ensina a Igreja; por isso Cristo veio, exatamente, “para tirar pecado do mundo” (cf. Jo 1, 29). Ele é o Cordeiro de Deus imolado para isso.

São Paulo insiste: “Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!” (2 Cor 5, 20); “exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (cf Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação” (2 Cor 6, 1-2).

A Quaresma nos oferece, então, esse “tempo favorável” para deixarmos o pecado e voltarmos para Deus. E para isso fazemos penitência. O seu objetivo não é nos fazer sofrer ou nos privar de algo que nos agrada, mas ser um meio de purificação de nossa alma. Sabemos o que devemos fazer e como viver para agradar a Deus, mas somos fracos; a penitência é feita para nos dar forças espirituais na luta contra o pecado.

A melhor Penitência, sem dúvida, é a do Sacramento que tem esse nome. Jesus instituiu a Confissão em Sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da Ressurreição (cf. Jo 20,22) dizendo-lhes: “A quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados”. Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência.

Além do Sacramento da Confissão a Igreja nos oferece outras penitências que nos ajudam a buscar a santidade: sobretudo as recomendadas por Jesus no Sermão da Montanha (cf. Mt 6,1-8): “O jejum, a esmola e a oração”, chamados pela Igreja de “remédios contra o pecado”.

Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma, a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. Vencemos o pecado praticando a virtude oposta a ele. Assim, para vencer o orgulho, devemos viver a humildade; para vencer a ganância devemos dar esmolas; para vencer a impureza, praticar a castidade; para vencer a gula, jejuar; para vencer a ira, aprender a perdoar; para vencer a inveja, ser bom; para vencer a preguiça, levantar-se e ajudar os outros. Essas são boas penitências para a Quaresma.

Todos os exercícios de piedade e de mortificação têm como objetivo livrar-nos do pecado. O jejum fortalece o espírito e a vontade para que as paixões desordenadas (gula, ira, inveja, soberba, ganância, luxúria, preguiça) não dominem a nossa vida e a nossa conduta.

A oração fortalece a alma no combate contra o pecado. Jesus ensinou: “É necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1b); “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26,41a); “Pedi e se vos dará” (Mt 7,7). E São Paulo recomendou: “Orai sem cessar” (I Ts 5,17).

A Palavra de Deus nos ensina: “É boa a oração acompanhada do jejum e dar esmola vale mais do que juntar tesouros de ouro, porque a esmola livra da morte, e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna” (Tb 12, 8-9).

“A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados” (Eclo 3,33). “Encerra a esmola no seio do pobre, e ela rogará por ti para te livrar de todo o mal” (Eclo 29,15).

Então, cada um deve fazer na Quaresma um “programa” espiritual: fazer o jejum que consegue (cada um é diferente do outro); pode ser parcial ou total. Pode, por exemplo, deixar de ver a TV, deixar de ir a uma festa, a uma diversão, não comer uma comida de que gosta ou uma bebida; não dizer uma palavra no momento de raiva ou contrariedade, não falar de si mesmo, dar a vez aos outros na igreja, na fila, no ônibus; ser manso e atencioso com os outros, perdoar a todos, dormir um pouco menos, rezar mais, ir à Santa Missa durante a semana... Enfim, há mil maneiras de fazer boas penitências que nos ajudam a fortalecer o espírito para que ele não fique sufocado e esmagado pelo corpo e pela matéria.

A penitência não é um fim em si mesma; é um meio de purificação e santificação; por isso deve ser feita com alegria.

TESTEMUNHAS DE CRISTO

Você sabe o que é uma testemunha?
Imagine que está havendo um julgamento, e alguém é chamado para testemunhar. Uma testemunha precisa apresentar fatos que traduzam e comprovem suas palavras, mas sim palavras que traduzam e comprovem fatos. A grande promessa do Senhor é esta: “[vós] serdes minhas testemunhas” (At 1,8).
Imagine agora quando Jesus foi julgado. Naquela ocasião, ninguém compareceu para testemunhar a favor dele. Apareceram muitas falsas testemunhas, mas a seu favor ninguém se manifestou.Não houve ninguém para falar dos milagres de Jesus. Quantas pessoas foram curadas? Pessoa alguma apareceu para falar que Jesus o ressuscitou dentre os mortos, e Jesus ressuscitou a vários! Ninguém apareceu para dizer: “Jesus perdoou os meus pecados”; ou “Jesus transformou a minha vida”; ou, ainda, para dizer: “Jesus falou, e falou ao meu coração; fui atingido, mudado, convertido, pois suas palavras enterneceram o meu coração!”
Neste tempo em que vivemos, o Senhor precisa de testemunhas. A situação é esta: nos dias de hoje, Deus está sendo julgado pelo homem, e sem nenhum testemunho!
O homem construiu o seu mundo, o mundo da sua razão, da sua inteligência; tornou-se o senhor, ao desejar ser O senhor, e, assim, Deus não teve vez. O plano de Deus a nosso respeito, nós que somos filhos criados por amor, para uma eternidade de amor, não teve mais espaço no mundo que o homem construiu.
O Papa João Paulo II dizia que o homem de hoje vive como se Deus não existisse; e o nosso Bento XVI diz que o homem moderno construiu um mundo onde não há lugar para Deus. 
A Lei do Senhor não é um peso para nós, ela é libertação. Ela é mais do que as leis que regem os astros, os planetas, o corpo humano, a química, a física, a eletricidade e que existem para mover, para fazer funcionar as coisas todas. A Lei do Senhor é para o nosso bem, a nossa construção, para realizar o projeto do Pai sobre nós