quinta-feira, 21 de novembro de 2013


APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA NO TEMPLO

A memória que a Igreja celebra hoje não encontra fundamentos explícitos nos Evangelhos Canônicos, mas algumas pistas no chamado proto-evangelho de Tiago, livro de Tiago, ou ainda, História do nascimento de Maria. A validade do acontecimento que lembramos possui real alicerce na Tradição que a liga à Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, construída em 543, perto do templo de Jerusalém.
Os manuscritos não canônicos, contam que Joaquim e Ana, por muito tempo não tinham filhos, até que nasceu Maria, cuja infância se dedicou totalmente, e livremente a Deus, impelida pelo Espírito Santo desde sua concepção imaculada. Tanto no Oriente, quanto no Ocidente observamos esta celebração mariana nascendo do meio do povo e com muita sabedoria sendo acolhida pela Liturgia Católica, por isso esta festa aparece no Missal Romano a partir de 1505, onde busca exaltar a Jesus através daquela muito bem soube isto fazer com a vida, como partilha Santo Agostinho, em um dos seus Sermões:
“Acaso não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu, foi escolhida dentre os homens para que dela nos nascesse a salvação; criada por Cristo antes que Cristo nela fosse criado? Fez Maria totalmente a vontade do Pai e por isto mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo; maior felicidade gozou em ser discípula do que mãe de Cristo. E assim Maria era feliz porque já antes de dar à luz o Mestre, trazia-o na mente”.
A Beata Maria do Divino Coração dedicava devoção especial à festa da Apresentação de Nossa Senhora, de modo que quis que os atos mais importantes da sua vida se realizassem neste dia.
Foi no dia 21 de novembro de 1964 que o Papa Paulo VI, na clausura da 3ª Sessão do Concílio Vaticano II, consagrou o mundo ao Coração de Maria e declarou Nossa Senhora Mãe da Igreja.
Nossa Senhora da Apresentação, rogai por nós!

ASSUMA SUA PERTENÇA A DEUS


Quando vimos Maria sendo apresentada ao Senhor no Templo, também pensamos o quanto nós precisamos assumir a nossa própria vocação, nossa pertença a Deus.
Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12,49-50).
Na liturgia de hoje, é com muita alegria que celebramos a festa da memória festiva da Apresentação de Nossa Senhora. Conforme o costume judaico, de acordo com a Tradição, Maria foi apresentada no Templo. Essa apresentação tem um significado muito especial de entrega, de consagração, de pertença. 
Maria nasceu para ser toda de Deus, para ser instrumento nas mãos d’Ele, para colaborar na salvação da humanidade. Desde pequena, seus pais, Ana e Joaquim, a levavam ao Templo para ser consagrada. Eles a educaram para que ela crescesse na fidelidade de Israel, para que crescesse temente a Deus. Os pais, com certeza, não sabem quais são os desígnios que foram reservados para essa menina, mas eles tinham consciência de que a filha deles havia nascido para ser do Senhor. 
É obvio que, ao longo da história, ao longo de seu crescimento, Deus foi se revelando a ela, até que, definitivamente, o Arcanjo Gabriel veio ao encontro dela para lhe revelar a plenitude da escolha divina, o desígnio que Deus tinha para ela. 
Meus irmãos, quando vimos Maria sendo apresentada ao Senhor no Templo, também pensamos o quanto nós precisamos assumir a nossa própria vocação, o nosso próprio chamado a sermos cristãos, a assumirmos a nossa pertença a Deus. Isso toca em nossa memória, de quando ainda éramos crianças, pois fomos levados ao Templo, à Igreja para sermos batizado, para ser consagrados a Deus, entregues à causa d’Ele. 
Quando os padres ungem o peito de uma criança com o óleo catecumenal, eles estão consagrando essa criança para que ela seja filho (a) de Deus. A marca da unção está em nós, somos ungidos no peito e também na testa com o santo óleo do Crisma para dizer: “Somos marcados para sermos propriedades do Senhor”. 
Se nós levássemos a sério o nosso batismo, seríamos como Maria nas mãos de Deus: um instrumento eficaz para a salvação da humanidade. Cada um de nós pode colaborar com Ele para que o mundo seja melhor, para que o mundo seja salvo, para que conheça a redenção divina. Basta que levemos a sério o nosso batismo, basta que cada pai e mãe tome consciência da educação cristã que precisa dar a cada uma das nossas crianças a partir das águas batismais. 
O batismo nos aponta a direção daquilo que Deus tem para nós. Felizmente, hoje, não faltam crianças batizadas, o que falta são pais que conscientizem seus filhos da missão, da consagração, da entrega que cada um de nós assumiu a partir do nosso batismo. 
Padre Roger Araújo

O ESFORÇO CONTINUA

A natureza e o universo nos revelam o Deus Criador
Embora esteja entre os vivos, mal podemos imaginar o que faria o Papa Emérito Bento XVI no encerramento do Ano da Fé. Por ser um homem muito lúcido, Ratzinger percebeu, sobretudo entre os intelectuais, uma grande vacilação na fé. Já não se trata de crer na Igreja Católica ou não, ou de aceitar – com adesão profunda – a pessoa de Cristo. Trata-se de algo mais fundamental, que é o de ter fé no Ser Primordial, no Único Vivente Necessário, n'Aquele que é capaz de dar sentido à vida.

O teólogo Bento XVI dialogou com o mundo moderno, manteve amizade com agnósticos conhecidos, sabia conviver com ateus, dos quais não temia os argumentos. Procurou esclarecer o homem moderno e, dentro de uma plena liberdade, chamá-los “à obediência da fé” (Rom 15,18) . É evidente que confiar no Deus Criador supõe um ato livre da vontade, iluminada pela inteligência. Mas a grande pergunta hoje é se o ser humano consegue atingir a compreensão do Ser Divino com as próprias luzes.

Ensina-nos o Apóstolo Paulo que sim. Nós, pela observação da natureza e do universo, podemos descobrir a existência desse Ser Amoroso. Escrevendo aos Romanos, fala com toda a clareza: “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus se tornam visíveis à inteligência por suas obras” (Rom 1,20). E acrescenta, para não deixar dúvidas:“De modo que não se podem escusar” (Rom 1, 20). Não há aqui espaço para debater o motivo, equivocado, da Filosofia, que pode ser o causador do abandono da fé por parte de muitos homens modernos.

O grande cientista Francis Collins entrou no Projeto Genoma como um ateu convicto, mas à medida que foi aprofundando seus conhecimentos e vendo a lógica da genética, converteu-se totalmente à fé no Deus Criador. Deve existir “o relojoeiro que fez essa máquina que é o relógio” (Rousseau). 

Mas estejamos atentos. Mesmo que a luz da inteligência nos possa conduzir a Deus, precisamos do auxílio da graça divina para descobrir o plano que o Pai Celeste tem para conosco: a vida sem fim junto d'Ele. “É Deus quem, segundo seu beneplácito, estimula em vós o querer e o agir” (Fil 1, 13). Sem oração humilde não chegamos lá. Vale a pena colaborar.


Dom Aloísio Roque Oppermann, scj

PERDÃO

Não cultive nem o ódio e nem o ressentimento, mas também não se obrigue a viver a falsidade e a mentira.Existe decepções que precisam de tempo e de cuidado para serem superadas. Não se engane, mágoa é magoa. Ferida é ferida. Mas, perdão também é perdão. Eu só assumo o perdão pleno na vida, quando eu trato a ferida como ferida e assumo que estou magoado e chateado. Ignorar talvez seja o caminho mais conveniente, mas também o mais falso e penoso para o coração. Eu sou perdoo, plenamente alguém quando reconheço que ela me feriu e me machucou. Nem sempre a pessoa precisa saber o tamanho da minha magoa. Porque, o tamanho da minha ferida cresce, a medida que eu fantasio e dou uma proporção maior aos fatos mais do que eles merecem. Mas, para minha verdade e para minha consciência, eu assumo viver o perdão a medida que reconheço onde eu fui ferido. Existem feridas escondidas, que não são cuidadas que voltam depois como chaga e tumor. Quem mais precisa do meu perdão não é a pessoa que que me machucou e me feriu, mas meu coração e minha saúde plena. ( Roger Araujo)

É HORA DE SAIRMOS DO COMODISMO

Sim, é hora de sairmos do comodismo, de fazer os dons que Deus nos deu multiplicar, crescer.
“Eu vos digo: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem” (Lc 19,26). 
As palavras do nosso Deus vem nos chamar a atenção para a dirigência, para a responsabilidade que nós precisamos ter com aquilo que Deus nos confiou. A parábola do Evangelho de hoje mostra o senhor que confia cem moedas para cada um dos operários que a ele se apresenta. Cada um deles faz o que pode com suas cem moedas: um as multiplicam, fazendo com que rendam dez vezes mais; outro, as fazem render cinco vezes mais; um terceiro pega essas moedas e apenas as coloca em um lenço e não faz com que se multipliquem. 
Por isto, o senhor é muito severo quando chega, é muito duro com este homem; e o pouco que ele tem, ele perde. Em compensação, aqueles outros que multiplicaram as suas cem moedas receberam em proporção àquilo que fizeram, foram recompensados por terem pegado seus dons e os multiplicado. 
Deus nos chama à ousadia – no bom sentido da palavra –, pois não quer que sejamos preguiçosos, relaxados ou negligentes. Às vezes, levamos a nossa vida de qualquer jeito, reclamando do que temos ou daquilo que não temos. E a nossa vida cai em um marasmo, as coisas não andam para frente e nós ficamos paralisados. 
Até as pessoas mais limitadas fisicamente multiplicam os dons que têm. Quando vemos pessoas cegas fazendo coisas extraordinárias, pessoas com uma perna só (ou nenhuma) em cima de uma cadeira de rodas, fazendo muito mais coisas do que nós, que temos braços e pernas, percebemos o quanto nós nos limitamos. Muitas vezes, ficamos presos à condição que temos e não saímos do marasmo. 
Sim, é hora de sairmos do comodismo, de fazer os dons que Deus nos deu multiplicar, crescer. Não podemos ficar parados pelo medo, pela letargia, reclamando que não podemos isso ou aquilo. Não importa a quantidade de dons e talentos que temos, o que importa é que, pouco ou muito, nós podemos multiplicá-los, nós podemos nos dar mais, ser mais ousados. O que não podemos é ficar parados, olhando para o céu, esperando que Deus faça a nossa vida acontecer. 
Ele nos deu inteligência, capacidade e fé. Se usarmos isto como nossas armas, nós multiplicaremos a graça de Deus entre nós. 
Padre Roger Araújo

PARA SERVIR É PRECISO AMAR !

Percebi há um tempo que os servos de Deus se preocupam muito em como apresentar Jesus para aqueles que ainda não O conhecem verdadeiramente. Mas esse apresentar pode ser, de fato, de diferentes formas. Alguns levam a Palavra de Deus às pessoas por meio de pregações, outros a levam através da música, de livros ou de testemunhos de vida. As pessoas se esforçam, porque querem levar Jesus àqueles que necessitam de uma mudança de vida. Querem mostrar quem foi o Homem responsável pela mudança que os fez servos de Deus.
Noto também que muitos são os que têm tentado fazer a mesma coisa, mas não se encaixam nos meios disponíveis, pois não sabem pregar, escrever nem cantar. Sentem vergonha de falar em público, e isso não permite que elas dêem seu testemunho de vida. No entanto, falta-nos perceber que, para levar Jesus ao próximo, muitas vezes não precisamos fazer grandes alvoroços nem sair decorando a Bíblia, embora seja preciso ter conhecimento sobre ela e a doutrina da Igreja. Também não precisamos ter todos os dons, pois o fato de não os termos não nos impede de sermos servos de Deus. O Senhor capacita Seus servos, mas é necessário, primeiramente, que se dê o primeiro passo e deseje servi-Lo.
Não existe escola para servos. Você só precisa se dispor a fazer a vontade de Deus. O importante é sermos servos bons e obedientes, levando o amor do Pai a todos, sem excessão.
Vejo também pessoas que não precisam abrir a boca para falar nada, pois só de olhar nos olhos delas já sabemos que há muito de Deus nelas. Isso é o mais importante! Acho encantador poder reconhecer Jesus no próximo.
Leve Jesus ao próximo amando-o, mostrando como o Senhor transformou você em uma pessoa melhor; mostre Jesus por meio de suas atitudes, com atos de caridade e compaixão. Você pode ser Deus para seu irmão, basta agir como Ele agiria. Imagine quantas vezes seus familiares e amigos representaram Deus para você. Quanto, de fato, eles o amaram sem lhe pedir nada em troca. Quantas vezes eles o acolheram quando você precisou.
Outra coisa que precisa ser pensada, muito antes de querer levar Jesus ao próximo, é se temos, realmente, ciência desse Amor que Deus nos convida a ter. Como apresentar um Deus que nem mesmo você conhece?! Temos de ter essa sensibilidade de mostrarmos o Senhor não com palavras, mas com ações.
Antes de Deus querer cada um de nós como servos que lutam bravamente a favor dEle, Ele quer que sejamos filhos. Então, antes de se empenhar em servir, dedique-se a conhecê-Lo, busque sempre intimidade com Ele e perceba que, logo depois, você estará apto a falar de um Deus que conhece verdadeiramente. Assim, você vai poder contar as experiências que teve com o Senhor.
Se você tem o desejo imenso de ser servo, entenda que é necessário apenas amar. Ame muito e, antes de fazer qualquer coisa, pense no que Jesus faria. Tenha certeza de que vai dar certo!
A mudança que você quer gerar na vida do outro pode começar na mudança que Deus gerou na sua vida. O Senhor sempre se utiliza de diferentes formas para alcançar quem Ele ama. Seja você um pregador, um amigo ou um irmão, você pode ser instrumento de Deus.
Deus é servido apenas quando é servido de acordo com a Sua vontade” (Padre Pio)

EIS-ME AQUI !


Certamente, você já sentiu um “chamado” algumas vezes, mas não sabe de onde veio. Como alguém chamando pelo seu nome, mas quando você olhava para responder (ou ver de onde vinha a voz) não encontrava nada nem ninguém. Era apenas uma impressão. Outras vezes, você sabe de onde está vindo a voz, mas está deitado no sofá, quase cochilando, entrando num sonho… De repente, escuta sua mãe o chamando para lavar louça ou seu pai pedindo um favor. Você, então, sente vontade de continuar deitado, de fingir que não escutou, mas sabe que, se não levantar correndo e ver o que eles querem, será castigado.
Na Bíblia, primeiro Livro de Samuel 3, 2–10, Samuel estava dormindo e ouviu uma voz que o chamava; por três vezes ele se levantou e foi ver com Eli por que o convocava, porém não era Eli quem dizia o nome do jovem. Quando Samuel compreendeu que  era Deus quem o chamava, respondeu imediatamente: “Fala, Senhor, que teu servo escuta!”. Nesse momento, Samuel estava dizendo a Deus: “Eis-me aqui”. Apesar de estar bem em sua cama, ele atendeu ao chamado do Senhor, respondendo-Lhe prontamente.
Quantas vezes, em nossa zona de conforto, ouvimos Deus nos chamando, mas não O atendemos de prontidão? Às vezes, até sentimos aquele toque no coração de “eu preciso fazer, preciso responder”, mas nossa preguiça acaba nos vencendo e continuamos no nosso comodismo.
O que nos impede de atender ao chamado de Deus é o nosso apego ao comodismo, o medo da mudança e, principalmente, de deixar de lado a nossa vontade e passar a viver inteiramente do querer de Deus.
Outra passagem da Bíblia que nos mostra o chamado do Senhor está em Mateus 14, 24–31. Quando Jesus está caminhando sobre as águas, Pedro pede para ir ao Seu encontro, caminhando também pela água; e o Senhor lhe diz :”venha”. Pedro vai, contudo, no caminho, perde a confiança em Deus e fica com medo; então, começa a afundar, mas Jesus o salva. É isso que nos acontece quando estamos caminhando na estrada de Deus, vivendo da vontade d’Ele; de repente, ficamos com medo e começamos a afundar, porque queremos fazer do nosso jeito, com nossas próprias forças, mas Jesus nos surpreende com a frase “homens de pouca fé, por que duvidastes?”.
Por que duvidar do Deus do impossível? Não há razão para isso.
Deixemo-nos, hoje, sermos conduzidos pelo querer de Deus, responder-Lhe somente “eis-me aqui” e deixá-Lo fazer em nós Seus planos, pois é o que há de melhor para nós. Saiamos da nossa zona de conforto, do nosso comodismo e nos coloquemos à disposição do Senhor.

A CONVERSÃO VERDADEIRA ALCANÇA MUDANÇA EXTERIOR

Muitos, após se encontrarem com Cristo pela primeira vez, principalmente aqueles que O conheceram em retiros espirituais, sentem uma alegria grandiosa e passam a segui-Lo logo depois. Vejo que, depois desses encontros, muitos acham que já estão convertidos; então, não buscam a santidade a cada dia.
Venho lembrar-lhes de que a conversão consiste em duas etapas: a primeira, quando O encontramos; a segunda só foi alcançada pelos santos, que é quando somos capazes de amar Deus sobre todas as coisas, ou seja, decidimos abandonar nossas idolatrias, nossos pecados e lutamos incessantemente contra o pecado.
Vários de nós vivem o seguinte testemunho: “Eu era um usuário de drogas, mas encontrei Jesus. Agora, não uso mais entorpecentes”. Legal! Você passou pela sua grande conversão, mas e as outras que devemos buscar a cada dia? São vários os pecados que devemos combater, não apenas um vício.
Acho engraçado, porque vejo pessoas publicarem frases como “a roupa que eu visto não diz sobre mim”. Você é quem pensa! Pergunte a uma pessoa que não o conhece o que ela pensaria ao olhar pela primeira vez para você. A grande evolução na conversão é que, uma vez entendido que somos templo do Espírito Santo e lutamos pela santidade ,vemos que, aquilo que era um desejo, uma vivencia interior do amor de Deus, tornar-se uma conversão exterior; é quando percebemos que uma pessoa foi realmente transformada por Deus, quando vemos o odor de Cristo em suas ações, em suas vestes e em seu olhar.
Os jovens se encontram afundados em muitas carências! Nós mulheres, muitas vezes, sentimos a necessidade de sermos amadas pelos outros; por isso, muitas de nós começam a usar roupas chamativas, curtas, para que alguém possa admirá-las ou desejá-las. Como é triste ver lindas mulheres sendo tratadas como pedaços de carne! Não porque querem que seja desse modo, mas porque agem inconscientemente, pois tudo o que querem é ser queridas, receber elogios.

ESPERAR EM DEUS

Se você quer, de verdade, ser feliz, não há outro caminho a não ser o da espera”
Todo ser humano é provido de vontades, desejos e sonhos. Ninguém vive querendo ser infeliz. Muito pelo contrário, faz de tudo para alcançar a felicidade tão sonhada. Você é assim? Eu também! Então, tranquilize-se. Você é normal.
À medida que o tempo vai passando, temos a necessidade de estar com alguém que seja especial, alguém que tenha a capacidade de estar ao nosso lado olhando na mesma direção, que não ame só as nossas qualidades, mas aprenda a superar os defeitos. Alguém que seja como um jardineiro,  o qual, dia e noite, não se cansa de regar o jardim que lhe foi confiado. Mesmo entre os espinhos, em tempo de seca ou dias de chuva, o jardineiro não desiste da missão que lhe foi confiada: amar e cuidar do seu jardim.
Às vezes, a vontade de ter alguém ao nosso lado é tamanha que a ansiedade nos faz meter os pés pelas mãos. Não é mesmo? Quantos jovens não conseguem passar, sequer, um mês sem “ficar” com alguém?! No entanto, perdemos a chance de avistar o certo, porque não nos desprendemos daquilo que é duvidoso. Muitos de nós têm assumido a missão de “atirador de elite”, treinado em atirar com precisão para conquistar o alvo desejado. Muitos têm vivido a vida assim… buscando ser feliz, “ficando” com uma hoje, com outra amanhã, amontoando momentos em cima de momentos, os quais, na verdade, aumentam ainda mais a carência e a solidão.
Se você quer, de verdade, ser feliz, não há outro caminho a não ser o da espera. Esperar a pessoa certa, o momento certo e a forma certa de começar um namoro. Isso é essencial! O namoro que começa nos atalhos, longe do caminho, dificilmente dará certo. Se você quer alguém especial em sua vida, comece a não mais se contentar com as facilidades que o mundo lhe oferece para saciar as suas carências.
É hora de levantar, jovens, homens, mulheres de garra e de fibra, capazes de suportar a tentação, superar os impulsos de viver o fácil sempre que a vontade bater.
Sei que você consegue e sei que você, assim como tantos outros, a partir de hoje, irão esperar em Deus. Ele  tem alguém muito especial para sua vida. Não destraia seu olhar; permaneça firme, pois sua hora chegará.

NÃO PODEMOS MENDIGAR O AMOR

Amar e ser amado são as maiores necessidades do ser humano. Uma vida sem amor é comparada a uma bela flor trancafiada num quarto escuro, em pouco tempo perecerá por falta do sol. A necessidade de amar nos faz dependentes uns dos outros e nos mostra que a solidão é o prêmio dos covardes, dos que temem a dor e se privam de experimentar o amor.
Somos carentes de dar e receber amor, mas não podemos obrigar as pessoas a nos amarem. Amor é doação; ninguém pode se sentir obrigado a dá-lo ao outro. O sentimento livre constrói pontes e nos leva ao encontro das pessoas.
Mendigamos amor quando deixamos de ser quem somos para agradar quem exige que nos tornemos a pessoa que ele quer que sejamos. O verdadeiro amor reside no respeito à individualidade do outro. Se é verdadeiro, sabe respeitar a individualidade. Sempre que abandonamos nossa casa interior para habitar a casa do outro, estamos, de certa forma, mendigando amor, deixando de ser aquilo que realmente somos.
Imploramos por afeto quando traímos nossos ideais para abraçar os sonhos frustrados de alguém. É como a jovem com futuro promissor que desiste de estudar para viver uma aventura desnaturada com um homem que diz amá-la. Quem desiste de sonhar com coisas reais para viver um conto de fadas certamente está também implorando amor.

Nós nos humilhamos por amor quando deixamos de lado as pessoas que nos são especiais para correr atrás de um amor desfigurado; belo por fora, mas pobre por dentro. Há muitos que deixam suas casas e partem em busca das caricaturas de amor que o mundo oferece. Confundem prazer com amor, com felicidade. Geralmente, abandonamos quem nos ama de verdade para ir atrás de quem nos vê como objetos. 
“Somos carentes de dar e receber amor, mas não podemos obrigar as pessoas a nos amarem.” 
Mendigamos amor quando reservamos todo nosso tempo para a pessoa que dizemos amar. Quem deixa de cuidar de si para cuidar de alguém mostra que, na verdade, está precisando mesmo é de cuidados. Desconfie das pessoas que só vivem para ajudar. Atos de caridade são excelentes, mas primeiro precisamos cuidar da nossa casa, para só depois ajudarmos o outro a arrumar a dele também. Mendigar amor é ter tempo de sobra para o outro e não ter tempo para si.
Quando caímos no desespero por termos sido abandonados por alguém que dizia nos amar, estamos mendigando amor. Não é fácil perder as pessoas que amamos, mas é preciso enfrentar a dor sem fingir que ela não existe. Demoramos para aceitar nossas perdas e, por isso, sofremos além da conta. Ficar preso a quem quer que seja é o sinal mais visível de que ainda somos pequenos aprendizes.

Ninguém merece viver uma vida de miséria. O amor que nos espera é repleto de realização, por isso merece ser encarado de forma madura, consciente e despojado de posses. Comumente, vemos pessoas dizendo amar, mas ainda vivem presas ao ser amado. Não sabem fazer nada senão em virtude do outro. Aprendi com a vida que amar é bom, mas para o amor ser verdade é preciso, antes, avaliar se o que sinto por alguém é amor ou desejo de posse. Se a resposta for a segunda, preciso admitir que tenho muito a aprender