segunda-feira, 31 de dezembro de 2012


FELIZ ANO NOVO

Deus quer nos dar um tempo novo, tempo de graça, tempo de restauração e reconciliação. Reconciliação com nós mesmos, com os irmãos, com nossa família, sobretudo, com Deus.

O caminho para a nossa cura acontece quando aprendemos a rezar uns pelos outros e a pedir e conceder perdão. A Palavra de Deus é clara a esse respeito: ''Confessai, pois, vossos pecados uns aos outros e rezai uns pelos outros, a fim de serdes curados'' (São Tiago 5,16a)

Neste final de ano, procure fazer um bom exame de consciência; limpe o seu coração diante de Deus e daqueles que convivem com você. Se for preciso, peça-lhes perdão e não deixe de se confessar com um sacerdote para que possa se abrir para a grande graça que o Senhor tem para você neste novo tempo que se aproxima.

Que o Senhor possa passar pelas nossas vidas hoje - neste ano que está se findando e neste novo ano que está começando - e colher o nosso sorriso, nossa disposição em mudar. Ele nos fez para a felicidade. Traçou um plano de amor para nós. É direito d'Ele colher em nós esses frutos. Jesus em breve virá buscar esses frutos e é preciso que Ele os encontre! E todos nós somos responsáveis por isso. 

Senhor das misericórdias, eu confio em Vós!

Feliz 2013! Que Deus os abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

UMA CONSTELAÇÃO DE FAMÍLIA

Famílias respeitadas, sociedades sadias

É conhecida a sentença que, com pequenas variantes, afirma:«Família sadia, sociedade sadia. Família em crise, sociedade em crise». 
Essa afirmação é, sem dúvida, discutível; no entanto, é inegável que encerra um grande núcleo de verdade. Sobre a importância social da família há volumes alentados, análises e estudos muito ponderáveis. Eu desejaria agora, concretamente, frisar apenas uma das razões que, a meu ver, evidenciam o nexo de causalidade existente entre família sadia e sociedade sadia. 

Refiro-me ao fato de que, na sociedade, não há nenhum âmbito de crescimento humano e moral, nenhum ambiente educativo, nenhum “coletivo” tão propício e eficaz para o cultivo das virtudes como a família bem estruturada. E isso me parece de suma importância, levando em consideração que, no mundo atual, cada vez parece mais evidente que a sociedade precisa de um oxigênio vital, de virtudes aprendidas, arraigadas, exercitadas e desenvolvidas até a maturidade. Decadência social, ignorância ou desprezo pelas virtudes são a mesma coisa. 

A não ser que, hoje ainda, se considerem vigentes as afirmações feitas pelo poeta Paul Valéry, num famoso discurso à Academia Francesa: «Virtude, senhores, a palavra “virtude” já morreu ou, pelo menos, está em vias de extinção [...]. Receio que não exista jornal algum que a imprima ou se atreva a imprimi-la com outro sentido que não seja o do ridículo. Chegou-se a tal extremo, que as palavras “virtude” e “virtuoso” só podem ser encontradas no Catecismo, na farsa, na Academia e na opereta». 

Seria de desejar que atitudes desse tipo tivessem ficado enterradas no passado. Quando Valéry falava, virtude sugeria limite, enquadramento, barreira obsoleta num ambiente ébrio do vinho novo da liberdade. A centralidade da virtude, na formação do ser humano, havia cedido o espaço à liberdade sem limites, numa eufórica erupção de individualismo egocêntrico (que paradoxalmente, na primeira metade do século XX, descambou nas duas maiores tiranias da história). A sociedade atual, com suas mazelas, com os preocupantes desvios de uma parte não pequena da juventude (basta pensar nas drogas) é de molde a reacender uma autêntica “saudade das virtudes”. Mas, pergunto-me será isso possível ao mesmo tempo em que se exalta como nunca a “liberdade ilimitada” como único valor moral, ao passo que se desprestigia a família? 

Penso que, nos nossos dias, muitas vezes pode ser bom mergulhar um pouco na sabedoria dos antigos. Remontemos, há 2.500 anos, e ouçamos Confúcio dizer: «Para governar deliberadamente um reino é necessário dedicar-se primeiramente a estabelecer a família e o ordenamento que lhe convém… Uma família que responda às exigências humanas e pratique o amor bastará para infundir, no reino, estas mesmas virtudes» (Confúcio: Studio integrale,IX.3. Milão 1960)
Muito nos pode dizer também a sabedoria dos gregos. Qualquer estudioso da antiguidade clássica sabe que, entre os poetas e filósofos gregos – e, posteriormente, entre seus discípulos latinos – a grandeza do ser humano estava indissociavelmente vinculada à “aretê”, conceito de rico conteúdo cuja tradução mais aproximada, na linguagem moderna, é precisamente a de “virtude”. O homem vulgar – recorda Werner Jaeger na sua famosa “Paideia”– não tem “aretê”. E, nas pegadas de Sócrates, Platão reiterará que a virtude, a “aretê”, é a que torna a alma bela, nobre e bem formada, a que abrange e eleva o “humano” em sua totalidade, e irradia depois como glória na vida da comunidade. 

Como é sabido, o conceito clássico de virtude, cinzelado primorosamente pela sabedoria grega, pode resumir-se dizendo que é a elevação do ser na pessoa humana, a potencialização do “ser” humano; ou, com linguagem mais atual, a realização das potencialidades humanas no campo dos valores, a elevação da “qualidade humana”. 

Pois bem, perante isso, parece preciso perguntar-nos: Onde é que a nossa juventude aprende a “aretê”, a virtude que deve ser, acima de tudo, um valor reconhecido e amado pela criança, o adolescente e o jovem, uma convicção enraizada, uma prática exercitada com empenho, da qual depende o bem da pessoa e da sociedade? Será que, hoje, se pode dizer que a virtude se aprende na escola, em qualquer dos seus níveis e graus? É evidente que não. E em casa? 

A família, sim, já foi e deveria ser agora o caldo de cultura mais propício para a descoberta, a valorização, o aprendizado e a prática das virtudes. Mas, em que pé está a família entre nós? Será que há algum empenho dos poderes do Estado em fortalecê-la como estrutura vital e moral indispensável para a construção do bem e da sociedade. Creio que não está longe da verdade afirmar que, aparentemente – a julgar pela evolução do direito de família e dos projetos de lei em trâmite –, nota-se mais um empenho, por parte das cúpulas do poder, em desestruturar a família e em desferir-lhe golpes de morte. 

Estamos numa encruzilhada, e, além de honesto, é necessário não esconder a cabeça debaixo da asa. Não duvidemos. A futura sociedade brasileira caminha para uma dessas duas possibilidades, apontadas pelo jurista Pedro J. Viladrich: ou ser uma “constelação de famílias”, dessas células primárias, vitais, naturais, sadias, que constituem o bom tecido social; ou ser um “aglomerado de indivíduos”, preso cada um deles ao interesse particular e ligado aos demais pelo que Gustave Thibon chamava um “egoísmo compartilhado”. 

Na verdade, é perfeitamente compatível, na prática, ficar apregoando ideais comunitárias e metas sociais – de resto legítimas – e, simultaneamente, viver obcecados pela exaltação idolátrica do “indivíduo” com seu acúmulo de “direitos intocáveis”, como hidras que a cada dia criam uma nova cabeça. A maioria vive aos pés de um ídolo nitidamente egoísta, ao qual se sacrifica, como nos ritos pagãos, a família, os filhos, a razão, a moral, a ética, o respeito e a virtude. 

Por isso, pergunto-me se não terá chegado já o momento em que os responsáveis pelos destinos do Brasil, em vez de se dedicarem a lançar lenha na fogueira onde se incineram os valores familiares, voltem a sua atenção para a família, conscientes de que está – em boa parte por culpa deles mesmos – frágil e doente. Eu não duvido de que é na família, na autêntica família, mais do que em qualquer outro quadro de convivência, o “lugar” onde podem ser cultivados os valores, as virtudes e as sábias “tradições”, que constituem o melhor embasamento da educação cidadã. 

Quando a família for valorizada e defendida como um ideal, quando for uma meta prioritária do poder; quando for protegida e defendida como verdadeira “célula-base” da sociedade, então poderemos confiar em que as nossas crianças e adolescentes consigam aprender, como quem respira, o que significa amar e ser amado, conviver, compartilhar, respeitar, abraçar o desprendimento e conquistar o autodomínio e a capacidade de doação; e, assim, tornarem-se justos, amantes da verdade e da palavra, responsáveis pelos demais… Que consigam aprender, em suma, as virtudes que capacitam as pessoas para serem construtoras de uma sociedade justa e “respirável”.
Padre Francisco Faus

ONDE ENCONTRAR REFUGIO ?

A nossa vida passa por fases, e cada uma é diferente da outra, mas todas são necessárias. Em determinados momentos, encontramo-nos em situações que fogem totalmente ao nosso alcance. Sendo assim, precisamos recorrer a quem pode nos ajudar a superar o que nos inquieta.
Quando nos percebermos assim, a primeira coisa que precisamos fazer é rezar, derramar o coração diante de Deus e pedir a ajuda d’Ele, porque “mais vale procurar refúgio no Senhor do que confiar no homem” (Sl 117,8).
Derramemos, hoje, o nosso coração na presença de Jesus e tenhamos confiança na Sua misericórdia.
Obrigada, Senhor, porque podemos contar sempre Contigo!
Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago

SÓ OS PERSEVERANTES VENCERÃO


Veja o que nos diz a Carta de São Tiago: "Que ninguém, quando for tentado, diga: ‘Minha tentação vem de Deus’. Pois Deus não pode se tentado a fazer o mal e a ninguém tenta. Cada qual é tentado por sua própria concupiscência, que o arrasta e seduz" (Tg 1,13-14).

A concupiscência é “sem-vergonha”. Depende de você aceitá-la ou não para o pecado se concretizar (cf. Mc 7,20-22). É do coração do homem que saem as más intenções que o tornam impuro. Concupiscências são sementes do mal que têm forças e querem florescer em nós. Em determinado momento, é a ganância; em outro, é a inveja; ainda em outro, é a impureza... e assim por diante. São Paulo fala sobre isso claramente. A Palavra de Deus esclarece: não é o maligno, é a própria concupiscência que nos arrasta e seduz. O diabo apenas se utiliza dela para nos derrubar. “Uma vez fecundada, a concupiscência dá à luz o pecado, e o pecado, tendo atingido a maturidade, gera a morte” (Tg 1,15a).

Quando o pecado amadurece e cria raízes em nós, fica difícil de nos livrarmos dele. Somente pelo arrependimento e pela confissão Deus o arranca pela raiz. Mas, mesmo assim, temos de ficar atentos, porque a concupiscência continua dentro de nós, como semente.

Ceder à concupiscência qualquer fraco o faz... e está fazendo. Mas aqueles que são realmente homens e mulheres de Deus vencem a tentação movidos pela vontade de dar ao Senhor a vitória.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova