domingo, 13 de abril de 2014

QUE DEUS TIRE DOS NOSSO CORAÇÃO TODO SENTIMENTO DE INJUSTIÇA

Que Deus, nesta semana tão santa que se aproxima, possa tirar do nosso coração todo esse sentimento de justiceiros que temos dentro de nós!
”Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?” (João 11, 
Essa é a sentença de Caifás, o sumo sacerdote naquele ano, que, reunido com o Conselho, com os fariseus e com os sumos sacerdotes decidem: ”Nós precisamos eliminar Jesus!” É verdade que eles não têm razões e motivações óbvias nem justas, por isso eles pronunciam uma sentença covarde e injusta. Não é que eles tenham medo de a nação perecer, na verdade, eles não querem aceitar a pregação de Jesus e, por isso, decidem eliminar o Mestre.
Sabem, meus irmãos, quando nós, hoje, olhamos para Jesus rejeitado, incompreendido, desprezado, sentenciado e condenado à morte, Ele representa, no meio de nós, todos aqueles que são injustamente condenados, sem direito a responder, sem direito a ter defesa, sem ter ninguém que fale por eles.
Nós, muitas vezes, cometemos essas injustiças também, quando nós não ouvimos a pessoa e simplesmente já a condenamos e já criamos sentenças contra ela! Quantas vezes, nós formamos tribunais em nossas casas e famílias; verdadeiros sinédrios, como este de Caifás, que se reuniu para julgar o Senhor, que estava sem nenhum direito de defesa, somente de acusação.
Que Deus, nesta semana tão santa que se aproxima, possa tirar do nosso coração todo esse sentimento de sermos justiceiros, que, muitas vezes, temos dentro de nós; todos os julgamentos injustos que já fizemos na vida, todas as pessoas que já condenamos e que já levantamos sentenças contra elas.
Quando alguém difama o outro, ele acaba com a reputação dessa pessoa e tira-lhe o direito de ter a verdade do seu lado. Nós, muitas vezes, ouvimos a primeira pessoa que nos traz uma injustiça, uma mentira a respeito de alguém e nós acreditamos nela por ingenuidade, por não gostar daquela outra pessoa, por pura imaturidade e, algumas vezes, até por maldade.
Hoje nós queremos pedir perdão a Deus pelas nossas sentenças injustas, pelos nossos julgamentos, pelos nossos tribunais e pelos sinédrios que fazemos ao redor de nós, para julgar, condenar e sermos, muitas vezes, injustos com as pessoas.
Que nós não tenhamos nunca mais a atitude de Caifás e dos sumos sacerdotes daquela época,  que simplesmente quiseram eliminar Jesus sem ouvir as verdadeiras causas [de desejarem matá-Lo]. Que não condenemos mais ninguém injustamente, que não coloquemos mais peso sobre os ombros de ninguém, pois, todas as vezes em que o fazemos, nós o fazemos com o próprio Jesus!
Padre Roger Araújo


SEMANA SANTA


Ao contrário do que muitas pessoas habitualmente pensam, a semana santa não é simplesmente um feriado, é ‘a grande semana’ ou ainda a ‘semana maior’ ou como mais conhecemos ‘semana santa’. A semana santa é um período religioso em que celebramos por excelência a paixão, morte e ressurreição de Jesus. Por essa razão, para os que creem, não se trata de mais um feriado e sim de um momento profundo de meditação e reflexão no mistério da salvação.
Assumamos a nossa fé em Jesus Cristo e vivamos com coerência o nosso catolicismo adentrando neste, que para nós, é o mistério da nossa fé e salvação.
Aqueles que fogem para as praias e os passeios, fazendo apenas um grande feriado; é porque ainda não entenderam a grandeza da Semana Santa e não experimentaram ainda suas graças. Ajudemos essas pessoas a conhecerem tão grande Mistério de Amor.
O cristão católico convicto celebra com alegria cada função litúrgica do Tríduo Pascal e da Páscoa. Toda a Quaresma nos prepara para celebrar com as disposições necessárias a Semana Santa. Ela com a celebração da Entrada de Jesus em Jerusalém (Domingo de Ramos). O povo simples e fervoroso aclama Jesus como Salvador. O povo grita “Hosana!”; “Salva-nos!” Ele é Redentor do homem. Nós também precisamos proclamar que Ele, e só Ele, é o nosso Salvador (cf. At 4,12).
Na Missa dos Santos Óleos a Igreja celebra a Instituição do Sacramento da Ordem e a bênção dos santos óleos do Batismo, da Crisma e da Unção dos Enfermos. Na Missa do Lava Pés na noite da Quinta Feira Santa, a Igreja celebra a Última Ceia de Jesus com os Apóstolos onde Ele instituiu a sagrada Eucaristia e deu suas últimas orientações aos Apóstolos.
Na Sexta Feira Santa a Igreja guarda o Grande Silencio diante da celebração da morte do seu Senhor. Às três horas da tarde é celebrada a Paixão e Morte do Senhor. Em seguida a Procissão do Senhor morto por cada um de nós. Cristo não está morto, e nem morre outra vez, mas celebrar a sua Morte é participar dos frutos da Redenção.
Na Vigília Pascal a Igreja canta o “Exultet”, o canto da Páscoa, a celebração da Ressurreição do Senhor que venceu a morte, a dor, o inferno, o pecado. É o canto da Vitória. “Ó morte onde está o teu aguilhão?”
A vitória de Cristo é a vitória de cada um de nós que morreu com Ele no Batismo e ressuscitou para a vida permanente em Deus; agora e na eternidade.
Esta é a Semana Santa que o mundo precisa celebrar para vencer seus males, suas tristezas, suas desesperanças.

O ÚLTIMO DOMINGO DA QUARESMA TEM DIFERENTES NOMES

O último Domingo da Quaresma tem diferentes nomes, sendo o mais conhecido o de Domingo de Ramos por causa da procissão que se faz, antes da Missa, com os ramos previamente benzidos. Chama-se igualmente Domingo das Flores, das Palmas; Domingo Hossana o ainda Páscoa florida pela mesma razão.

Outrora era denominado a Páscoa dos competentes, porque era neste dia que os catecúmenos, preparados ao longo da Quaresma, vinham, em conjunto, pedir o Baptismo que lhes seria administrado na solene Vigília Pascal, recitando agora o Símbolo dos Apóstolos (o Credo) que lhes havia sido explicado.

Chama-se ainda capitilavium por causa da ablução semi-litúrgica dos catecúmenos, festa que tinha lugar neste dia em algumas igrejas.

Também se diz Domingo da indulgência em virtude de neste dia começar a semana de reconciliação dos penitentes que receberiam o sacramento em Quinta-Feira Santa. Nesta semana os tribunais encerravam as portas bem como os demais serviços públicos e os imperadores concediam amnistia e remissão de penas. As Constituições Apostólicas explicam a finalidade deste descanso (VIII, 33): durante a grande semana que precede o dia de Páscoa e a que se segue, os escravos descansem visto que uma é a semana da Paixão do Senhor e outra a da Ressurreição e eles têm necessidade de ser instruídos nestes mistérios. Era assim, para eles, um retiro anual.

• Em todas as missas deste dia comemora-se a solene entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, com procissão ou entrada solene antes da missa principal e com entrada mais simples antes de cada uma das outras missas.

• A entrada solene pode repetir-se mas não a procissão antes de uma ou outra missa que costuma ter grande afluência de fiéis (cf. Missal Romano, p. 51, n. 1).

O CAMINHO DA SALVAÇÃO ESTÁ NA HUMILDADE


Que nós, hoje, possamos aprender a percorrer os caminhos de Jesus. Que nós possamos aprender a percorrer a estrada e a via da humildade, onde estão os humildes e os rejeitados. 
”E Ele foi encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2,8).
Neste Domingo de Ramos e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, nós contemplamos o ministério da redenção humana. Primeiro, em Jesus exaltado no meio do Seu povo e, entramos de uma forma triunfante e  gloriosa em Jerusalém. O povo aclama: ”Hosana nas alturas, bendito é aquele que vem em nome do Senhor”.
O Senhor, que entra triunfante em Jerusalém, é o Senhor que vai morrer injustamente condenado em uma cruz como o pior dos malfeitores. Há um povo que aclama Jesus; há um povo que nega Jesus; há um povo que vai depois contemplar a glória desse mesmo Deus.
Nós, hoje, queremos olhar para a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Claro, sem perder de vista a Sua ressurreição gloriosa. Ele, neste domingo, quer nos convidar a entrarmos em um mistério profundo do drama, da paixão, da dor e do sofrimento d’Ele. Cristo, que assumiu ser homem como nós e, uma vez que Ele assumiu a nossa humanidade, ser um de nós; no meio de nós Ele se humilhou sempre mais!
Humilhar quer dizer: rebaixar-se, colocar-se abaixo dos outros; não acima, não superior aos outros. Jesus não quis ser mais do que ninguém, não quis ser aclamado, exaltado, louvado, purificado. Não, Ele quis ser um de nós! Ele quis viver, no meio de nós, tudo aquilo que a humanidade vive: seus dramas, suas lutas, seus sofrimentos. Abraçou aquilo que muitos seres humanos precisam abraçar na Sua vida: a dor da injustiça, a dor da maldade humana e, mesmo sem pecado, Ele seguiu adiante carregando a Sua cruz.
Nosso Senhor Jesus Cristo, Nosso Deus amado, humilhado por causa dos nossos pecados, é, hoje, exaltado no mundo inteiro. Mas não se exalta o Senhor sem primeiro entrar no mistério da Sua humilhação; para que nós também, meus irmãos, sejamos curados das humilhações que sofremos em nossa vida. Para que descubramos sempre mais que o caminho da salvação está na humildade, não no orgulho, na exasperação ou na exaltação humana.
Que nós, hoje, possamos aprender a percorrer os caminhos de Jesus, que nós possamos aprender a percorrer a estrada e a via da humildade; onde estão os humildes, onde estão os rejeitados. Onde nós saibamos também crescer com as humilhações, com as rejeições e com as contrariedades da própria vida.
Que não fiquemos prostrados com aquilo que sofremos, mas que possamos crescer, como Nosso Senhor triunfou gloriosamente de Sua Paixão
Padre Roger Araújo