sábado, 15 de setembro de 2012


NOSSA SENHORA DAS DORES

Quero ficar junto à cruz, velar contigo a Jesus e o teu pranto enxugar!"

Assim, a Igreja reza a Maria neste dia, pois celebramos sua compaixão, piedade; suas sete dores cujo ponto mais alto se deu no momento da crucifixão de Jesus. Esta devoção deve-se muito à missão dos Servitas – religiosos da Companhia de Maria Dolorosa – e sua entrada na Liturgia aconteceu pelo Papa Bento XIII.

A devoção a Nossa Senhora das Dores possui fundamentos bíblicos, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho Simeão, que profetiza a lança que transpassaria (de dor) o seu Coração Imaculado; a fuga para o Egito; a perda do Menino Jesus; a Paixão do Senhor; crucifixão, morte e sepultura de Jesus Cristo. 

Nós, como Igreja, não recordamos as dores de Nossa Senhora somente pelo sofrimento em si, mas sim, porque também, pelas dores oferecidas, a Santíssima Virgem participou ativamente da Redenção de Cristo. Desta forma, Maria, imagem da Igreja, está nos apontando para uma Nova Vida, que não significa ausência de sofrimentos, mas sim, oblação de si para uma civilização do Amor. 

Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!

PAZ : FRUTO DA RECONCILIAÇÃO

Passos para alcançarmos a reconciliação com Deus

O que é a paz? Muitas opiniões se multiplicam, muitos pontos de vista se antagonizam; uns dizem que a paz é a ausência da guerra, principalmente neste momento delicado, quando, a cada dia, surge mais uma guerra ou um conflito interno em países do mundo inteiro. Outros dizem que a paz é algo interno de cada pessoa, que cada um deve ter sua paz interior e isto basta. Tenho, hoje, uma reflexão sobre ela: a paz é fruto da reconciliação.

A palavra reconciliação é derivada direta da palavra concilio
, do verbo conciliar, concordar, estar de acordo. Então, reconciliar é conciliar de novo. Alguma opinião ou alguma atitude que desgastou esta “concordância”, alguma briga, discussão entre as pessoas, entre os povos, entre o homem e Deus precisa, de novo, ser conciliada pela aceitação da posição antagônica, mesmo que, com divergência em algum ponto. É um reatar as relações.

É preciso que cada homem tenha consciência de que a paz só acontece de verdade se ele estiver plenamente reconciliado com ele mesmo, com as pessoas que o cercam e com Deus. Isto significa viver reconciliado. 

Primeiro, com nós mesmos, aceitando nossa limitação, nossa incapacidade de atingir algumas coisas. Somos de carne e osso, fracassamos, damos certo em algumas coisas e noutras somos um desastre, por isso precisamos de ajuda. Isto não significa se acomodar às nossas limitações humanas, mas ter como meta o "ser melhor" e progredir a cada dia nesta busca, sem nunca esquecer nossa natureza fraca, frágil. Saiba que Deus nos ama e, por causa disso, precisamos nos valorizar, nos amar e cuidar de nós. Somos importantes neste mundo. 

Reconcilie-se consigo mesmo. Comece a se olhar sem acusações, com misericórdia, uma pessoa que luta para ser mais santo ou santa. 
Depois, é preciso estar de bem com as outras pessoas. Procuremos ser tolerantes quando as pessoas são imperfeitas e incoerentes: aceitemo-las. Elas podem estar passando pelo mesmo processo que nós, ou seja, necessitado de ajuda em algumas situações pessoais. Nós podemos ser esta ajuda. Ajudemos! Se magoou alguém, desculpe-se; procure-o, faça as pazes. Isto é divino. E se alguém o magoou, perdoe-o do fundo do coração. Tenha as mesmas atitudes de antes: acolha, dê um sorriso, trate-a como se nada tivesse acontecido. Isto significa esquecer e perdoar definitivamente.

Para isto é primordial estar de bem com Deus. Se pecamos e fazemos algo que feriu o coração do Senhor (nós sabemos quando fazemos este tipo de coisa), não podemos conviver com esta discordância e dar os passos para nos reconciliarmos com Ele. São necessários três passos para alcançarmos a reconciliação com o Pai:

1 – Reconhecer os próprios erros, pecados e falhas, não dissimular, não jogar a culpa nos outros ou nas situações, admitir que errou, mas quer se levantar;
2 – Arrepender-se profundamente. Ter ódio do pecado cometido. Fugir dele. Comprometer-se com Deus e evitar cair, de novo, na mesma fraqueza;
3 – Confessar-se regularmente com um padre.

Escutei uma explicação magnífica sobre a necessidade de confessar-se com o padre e não direto com Deus. Quando pecamos, este pecado atinge outras pessoas, por isso teríamos de nos confessar com todos aqueles que foram prejudicados pelos nossos pecados, para nos redimir de verdade. O sacerdote é o representante que saiu do meio do povo, foi consagrado para aceitar, em nome destas pessoas, a nossa confissão e nos absolver, perdoar-nos em nome de Deus, que é o Pai de todos nós. É sacramento estabelecido pelo próprio Jesus: “Tudo que ligares na terra, será ligado nos céus” (Mt 16,19a).

Então, reconciliar-se com Deus
, com as pessoas e consigo é "fonte de paz". As guerras acontecem, porque os homens querem permanecer na divergência, no desacordo. Hoje, Deus nos pede uma atitude diferente: viver reconciliado, viver em Paz com todos. Esta atitude é o maior grito de indignação que podemos dar contra a guerra.

A Paz de Jesu
s o ilumine a a viver reconciliado
Diácono Paulo Lourenço


NOSSA MELHOR ORAÇÃO É VONTADE DE DEUS

Sei em quem pus a minha confiança" (2 Timóteo 1,12b). O Senhor nos separou para si e para o seu serviço. Nós já não nos pertencemos mais: somos de Deus! 

Isso significa que em tudo o que fazemos – trabalhando, conversando, andando, dormindo, estudando, pregando, comendo, enfim, tudo - deve revelar que somos do Senhor e que pertencemos a Ele. Em tudo precisamos agir de acordo com a vontade divina e dar testemunho para nossos irmãos. Até mesmo nosso olhar, sorriso, modo de falar, agir e pensar têm de dar esse testemunho. 

Deus nos convida a manter viva em nós a sua Divina Presença em todos os dias de nossas vidas. Onde quer que nos encontremos, a presença do Senhor nos acompanha e nós precisamos refleti-la por meio de todas as atitudes e palavras. Não estamos sozinhos. Esta certeza nos ajuda a não termos medo, porque nosso Deus é um Deus vivo e presente, que está ao nosso lado e caminha conosco. 

Todo cristão deve pôr Jesus Cristo no centro de todas as atividades que realiza, pois o nosso trabalho deve ser santificado, santificante e santificador. Nossa melhor oração é a vontade de Deus. Vamos fazer tudo, a partir deste dia, para que em nossas ações Ele se alegre conosco. 

Vamos conhecê-Lo cada vez mais, dá-Lo a conhecer e levá-Lo a todos os lugares e pessoas que pudermos. Isso é oração ao ritmo da vida! Isso é trabalho santificado e missão de todos os cristãos.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova