sexta-feira, 10 de junho de 2011

NÃO DEVEMOS NOS ESCONDER DE DEUS

Todo aquele que procura matar sua sede com coisas passageiras jamais a saciará. Quem busca a todo custo preencher suas carências, só faz com que elas aumentem.
Não se mata a sede de amor nem se mata a sede de Deus entulhando o coração com coisas mundanas. Tampouco se preenche o vazio do coração com muitos maridos (ou esposas), como fez a samaritana. Você voltará a ter sede, esse amor não vai saciar seu vazio. Mas se você beber da água de Deus, o Espírito Santo, não sentirá mais sede.
Ao sermos tocados em nossas feridas, não devemos nos esconder de Deus. Devemos entender que Ele é o profeta, assim como a samaritana o fez: "A mulher lhe disse: 'Senhor, vejo que és um profeta!" (João 4, 19).
Não é por acaso que Ele entra em nossa vida e nos traz novas experiências. Deus se aproxima de nós para abrir nossos olhos para o que realmente nos é essencial, trazendo-nos a água que realmente nos saciará.
Jamais confunda o dom de Deus com a adivinhação, o Senhor tem a palavra da ciência. Sua Palavra nos liberta, nos alimenta, ao contrário da adivinhação, usada muito por charlatães para escravizar e enganar pessoas.
É impossível estar unido a Deus e vender Seus dons; esse não é um esforço da inteligência ou um entendimento por meio de filosofia. Esse dom é uma bênção do Espírito Santo destinado a poucos.
O que distingue a palavra de ciência da adivinhação é a inspiração, a qual vem de Deus, seja por meio de nossa imaginação, seja por meio de uma revelação ou até mesmo por intermédio de outros sinais.
Ao ser tocado pelo Espírito Santo você será capaz de entender melhor as raízes profundas desse dom, que vem da presença de Deus em nossos corações.
Jesus tocou a samaritana com a seguinte frase: “Vá chamar teu marido e volta aqui”. Por mais que tenha doído, foi a forma que Cristo encontrou de tocá-la e saber se ela estava aberta a receber Suas palavras.
Desperte no seu coração a curiosidade de descobrir os dons de Deus, seja com a oração, seja com os carismas ou palavras de ciência.
Tenha vontade de se libertar, salvar, viver e Deus agirá sobre sua vida. Compreenda o que é do Senhor, o que vem de Deus, o que o alimenta e o sacia, permitindo que Ele derrame todos Seus carismas sobre seu coração ferido.
Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova

CORAÇÃO SIMPLES

O Senhor tem suscitado no coração dos simples a expectativa da Sua vinda e o Seu Reino será implantado definitivamente. São os corações simples que percebem os sinais dos tempos. Sempre foi assim na história da Igreja. É o povo simples que se abre aos sinais de Deus. A sabedoria divina se manifesta aos pobres: no Antigo Testamento eram os “pobres de Javé”; no Novo Testamento, os “pobres de coração”.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

ETERNO OU ERÓTICO : O QUE O SACIA ?


É certo que no homem há o desejo pelo prazer, o desejo de possuir coisas e pessoas, a vontade de experimentar novos sentimentos e sensações a todo momento. Muitas vezes, essas situações revelam o nosso vazio e nos angustiam logo que experimentadas.
Isso ocorre com todos nós e, na modernidade, este desejo de possuir tudo e todos é potencializado pelas novas tecnologias que nos abrem uma gama incontável de possibilidades. Somos bombardeados por meio de palavras, imagens e sons que nos envolvem rapidamente. O mais grave é que alguns conteúdos nos transformam em objetos, e quando menos esperamos, estamos fisgados pelos chamados conteúdos eróticos.
Dessa forma, a busca do prazer transforma-se em uma verdadeira enrascada, principalmente quando acessamos os conteúdos chamados “Adultos”, que começam com um ensaio fotográfico mais sensual, e o mesmo site o leva para outro mais quente, e logo há alguém refém de vídeos e fotos chamados pornográficos.
Esses conteúdos são uma mentira, a qual nos envolve de tal forma que acabamos por ter a nossa vida dirigida em razão do prazer, da satisfação, do gozo, e quando paramos para pensar nos sentimos distantes de Deus, na angústia e na solidão.
Este desejo de ser “feliz”, buscando o que está fora de nós, pode ser um grande instrumento para a experiência do homem com o Senhor, da mesma forma que pode ser a causa de nossa escravidão ao erro. Assim foi com Santo Agostinho, que testemunhou na obra “Confissões” o quanto buscava no erótico a razão da sua vida, a ponto de afirmar: “Eis que eu Te procurava fora, e Tu estavas dentro de mim”.
Platão, um dos mais importantes filósofos da Grécia antiga, em sua obra nominada “Banquete”, narra o nascimento do mito Eros, segundo ele este é pobre, sujo, hirsuto, descalço, sem teto, e está sempre à espreita do belo dos corpos e da alma, com sagazes ardis. Ele não é belo como geralmente se crê, mas é extremamente astuto.
O Papa Bento XVI, em sua Encíclica Deus caritas est, ensina que o eros necessita de disciplina, de purificação para dar ao homem não o prazer de um instante, mas uma encontro verdadeiro com o eterno. Segundo o Santo Padre o modo de exaltar o corpo, a que assistimos hoje, é enganador. O eros degradado a puro sexo torna-se mercadoria, uma coisa, que se pode comprar e vender; assim, o próprio homem torna-se mercadoria.
Existe desta forma, uma significativa relação entre a busca pela insaciabilidade com a santidade. Na outra vertente há o estrago que o desequilíbrio causa no homem quando ele reduz a sua vida ao erotismo.
Portanto, a busca por algo absoluto pode ser feito a partir da escolha certa, rompendo com o erotismo e e se abrindo à eternidade!
Quando decidimos não ser escravizados pelos apelos eróticos e todas as suas vertentes, podemos saciar a sede do nosso coração, fixando no amor incondicional a Deus e ao próximo, e tomar posse das palavras de São Pedro:
Senhor, a quem iríamos nós? Tu tu tens as palavras da vida eterna! (Jo, 6, 68).
Ricardo GaiottiAdvogado, missionário da Canção Nova