segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O SOFRIMENTO AMADURECE



Quando eu era criança, lembro-me de ter visto meu pai fazer vários cortes no tronco de uma árvore e dela escorrer um líquido. Durante toda a noite, esse líquido gotejou a ponto de deixar a terra, em volta dela, molhada. Eu não entendi nada naquele momento, achei que ele a estava machucando.

Perguntei-lhe o porquê de tudo aquilo e ele me disse: “Espera que vou mostrar para você”. Naquele ano, a árvore deu muitos frutos, então, ele levou-me até ela, mostrou-me o tronco e disse: “Está vendo quantos frutos? Foi por isso que eu cortei a árvore. Se eu não tivesse machucado o tronco dela, ela não teria dado todos estes frutos”.

Da mesma forma, nós também não entendemos muitos acontecimentos em nossas vidas que nos ferem. Por essa razão caímos na tristeza, murmuramos, ficamos magoados e, muitas vezes, revoltados. No entanto, se olharmos por esse prisma, constataremos o quanto amadurecemos com os sofrimentos. São incalculáveis os frutos que surgem depois da tribulação.

Feliz de você que chora, como "chorava" aquela árvore, pelos problemas e dificuldades que enfrenta. Deus não se alegra com o nosso sofrimento, mas sim, com a consequência dele na nossa vida. O Senhor sabe que a dor faz em nós aquilo que meu pai fez com o tronco daquela árvore. Ele está ao nosso lado em todos os momentos. O Senhor vê além e se alegra porque tem certeza dos frutos. É por esta razão que o próprio Jesus nos alerta e consola:

"Eu vos disse isso para que em mim tenhais a paz. Neste mundo experimentareis a aflição, mas tende confiança, Eu venci o mundo!"(João 16,33).

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova


ELIMINANDO OS MAUS VICÍOS

Para manter-se fiel é preciso ser coerente

Nossa vida nem sempre está preparada para acolher novidades, projetos novos, etc. A vida pode ser comparada a um campo virgem; no momento em que se deseja plantar nele, é preciso prepará-lo bem. O agricultor, que somos nós, prepara o terreno, busca fertilizar a terra e só depois planta os grãos. Enquanto não era fértil, nada nele crescia, mas agora que o terreno é bom, nele também podem crescer sementes de outras plantas que não foram semeadas, que estavam ali antes do solo ser adubado e que colocam em risco a boa semente. Assim também acontece com um ideal.

Ao lado de um ideal, surgem também vícios e hábitos adquiridos antes dele, os quais, se não forem combatidos, acabam por ferir ou mesmo destruir todo o objetivo, todo o projeto e, por fim, toda a vida. Não é possível cultivar costumes de naturezas diversas no mesmo campo. No Evangelho de Mateus (Mt 13), encontramos a parábola do semeador e vemos os riscos que a semente corre para seu desenvolvimento, porque o terreno está cheio de hostilidades. Se os espinhos crescem ao lado da boa semente, podem vir a sufocá-la. O ideal, que é a semente, era boa; a terra era de boa qualidade e fertilizada, mas as pragas do campo terminaram por sufocar a semente.

O bom trigo não cresce onde os espinhos não são arrancados. Por isso, se não arrancamos de nós os hábitos contrários aos nossos projetos, eles acabarão sufocando aquilo que de bom estávamos cultivando. Ao lado de um ideal sempre crescem seus opostos; se algo é exigente, a preguiça e a distração logo se achegam como uma força contrária que impulsiona a abandonar tudo. Podemos ter os melhores projetos e propósitos, mas se não estivermos atentos às vozes contrárias que se insinuam, desorganizam nossa vida e enfraquecem nossas determinações, teremos nosso terreno, onde foi semeado o bom trigo, transformado em um grande matagal de espinhos; pior ainda quando se termina por apenas justificar a infidelidade e abandonar o terreno.
É sempre muito forte em nós um hábito antigo, um vício, etc. Se não ficarmos atentos, podemos, depois de ter trabalhado tanto, ter nosso terreno transformado em selva. Imagine tanto tempo e esforço investido em algo que, depois, termina em nada, porque faltou o último esforço. Parecendo com alguém que prepara um bolo e, depois, o deixa queimar no forno, perdendo, assim, os ingredientes e o esforço, ainda sobrando a fôrma para ser lavada.

Um exemplo disto nos dá São Paulo (1Cor 9,24-25): “Correi de tal maneira que conquisteis o prêmio. Todo atleta se impõe todo tipo de disciplina. Eles assim procedem para conseguir uma coroa corruptível. Quanto a nós, buscamos uma coroa incorruptível”.

Não se compreende alguém que, desejando um casamento feliz, não procura crescer nas qualidades necessárias para um bom matrimônio e termina por destruí-lo apenas por não ter lutado contra os hábitos incompatíveis a ele. Ou alguém que, num momento de dificuldade, não busca adequar seu jeito de ser ou comportamento, de tal forma que possa superar o problema. A boa disposição deve comportar a capacidade de privar-se daquilo que é menor que o ideal, de tal forma a poder conquistá-lo. Não é possível ficar com a melhor parte de tudo.

Para manter-se fiel e perseverante é preciso ser coerente.Quando se propõe uma meta, um ideal de vida e um crescimento é preciso limpar a alma do vício que lhe é contrário. Interessante que uma gota de veneno em um copo de água limpa torna toda a água um veneno; mesmo a proporção do mal sendo pequena, ele é sempre nocivo. É preciso escolher. Não pode haver incompatibilidade entre os ideais e os meios para atingi-los. Devemos rejeitar tudo que é incompatível com nosso ideal de vida para conseguirmos realizá-lo um dia. Uma vez que se deseja algo também é preciso desejar os meios corretos que conduzem a ele, mesmo que existam incômodos que, se rejeitados, conduziriam o ideal ao fracasso.
Padre Antônio Xavier - Comunidade Canção Nova

SÓ QUEM AMA SABE SER FIEL

Todos nós temos necessidade de ter alguém que se comprometa conosco, que abrace a nossa causa, defendendo-nos, ajudando-nos e cuidando de nós. Temos necessidade de ser amados e acolhidos, principalmente nos momentos de dificuldade.
Precisamos tomar consciência de que não estamos sozinhos, porque o próprio Senhor nos prometeu que estará conosco todos os dias da nossa vida, e estará sempre ao nosso lado.
É a Ele que devemos recorrer sempre, porque Ele sempre nos chama e nos consola: “Vinde a mim vós todos que estais aflitos sob o fardo e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas, porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (Mateus 11, 28-30).
Descansemos em Jesus e deixemo-nos cuidar por Ele. Façamos um ato de entrega de todas as nossas preocupações e inquietações a Ele, porque o Senhor sabe como fazer e como resolver todas as situações.
Com confiança, aproximemo-nos de Nosso Senhor Jesus Cristo e oremos incessantemente ao longo deste dia:
Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago