quarta-feira, 14 de agosto de 2013


NÃO SEJAMOS DESERTORES VONTADE DE DEUS

A fé em Cristo tudo confirma
Tomai cuidado, diletos, para que os benefícios de Deus, tão numerosos, não se tornem condenação para todos nós, se não vivermos para ele de modo digno e não realizarmos em concórdia o que é bom e aceito diante de sua face, pois foi dito em algum lugar: “O Espírito do Senhor é lâmpada que perscruta as cavernas das entranhas” (Pr 20,27 Vulg.).

Consideremos quão próximo está e que nada lhe é oculto de nossos pensamentos e palavras. É, portanto, justo que não sejamos desertores de Sua vontade. É preferível ofendermos os homens estultos e insensatos, soberbos e presunçosos na jactância de seu modo de falar, a ofender a Deus.
Veneremos o Senhor Jesus, cujo Sangue foi derramado por nós, respeitemos nossos superiores, honremos os anciãos, eduquemos os jovens na disciplina do temor de Deus, encaminhemos nossas esposas para todo o bem. Manifestem o amável procedimento de castidade, mostrem seu puro e sincero propósito de mansidão, pelo silêncio deem a conhecer a moderação da língua, tenham igual caridade sem acepção de pessoas para com aqueles que santamente temem a Deus.
Participem vossos filhos da ciência de Cristo. Aprendam que grande valor tem para Deus a humildade, o poder da casta caridade junto d'Ele, como é bom e imenso Seu temor, protegendo a todos que n'Ele se demoram na santidade de um coração puro. Ele é o perscrutador dos pensamentos e resoluções da mente. Seu Espírito está em nós, e, quando quer, retira-o.

A fé em Cristo tudo confirma. Ele, pelo Espírito Santo, nos incita: “Vinde, filhos, ouvi-me; ensinar-vos-ei o temor do Senhor. Qual é o homem que quer a vida e deseja ver dias bons? Afasta tua língua do mal e não profiram teus lábios a mentira. Desvia-te do mal e faze o bem. Busca a paz e persegue-a” (Sl 33,12-15).

Misericordioso em tudo, o Pai benigno tem amor pelos que O temem, concede com bondade e doçura Suas graças àqueles que se aproximam d'Ele com simplicidade. Por isso não sejamos fingidos nem insensíveis a Seus dons gloriosos.
São Clemente I, Papa e Mártir - Século I

CHAMADOS Á OUSADIA DA FÉ

Você sabe quanto é precioso o seu “sim” para o Senhor? De fato, a Palavra tem de ser guardada em seu coração, pois se for apenas uma palavra, não terá importância.

Muitos homens e mulheres foram ousados, pois foram além. Viver em Deus é uma ousadia da fé, pois você vai até os confins da Terra.

Disse-lhes Jesus: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados. Depois que o Senhor Jesus lhes falou, foi levado ao céu e está sentado à direita de Deus. Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e confirmava a sua palavra com os milagres que a acompanhavam" (cf. Marcos 16- 15,20).

Nós somos como o boi, pois não sabemos a força que temos. Nós cristãos esquecemos que temos a força de Deus, e, muitas vezes, estamos como a Samaritana, estamos no poço, mas passando sede. 

Enquanto eles falavam ao povo, vieram os sacerdotes, o chefe do templo e os saduceus, todos contrariados, porque ensinavam ao povo e anunciavam, na pessoa de Jesus, a ressurreição dos mortos. Prenderam-nos e os meteram no cárcere até o outro dia, pois já era tarde. Muitos, porém, dos que tinham ouvido a pregação creram, e o número dos fiéis elevou-se a mais ou menos cinco mil. No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém os chefes do povo, os anciãos e os escribas com Anás, sumo sacerdote, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem pontifical. Colocando-os no meio, perguntaram: "Com que poder ou em que nome fizestes isso?". Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu-lhes: "Chefes do povo e anciãos, ouvi-me: se hoje somos interrogados a respeito do benefício feito a um enfermo, e em que nome foi ele curado, ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: foi em nome de Jesus Cristo Nazareno, que vós crucificastes, mas que Deus ressuscitou dos mortos. Por ele é que esse homem se acha são, em pé, diante de vós" (Atos 4).

Nós estamos com muitos covardes por aí, pois questionam a fé das pessoas. Pedro teve coragem, foi ousado, e nós precisamos ser como ele. Se a Igreja incomoda muitas pessoas, se muitos se incomodaram pela visita do nosso Papa, é porque a Igreja é de Deus. 

Se existe algum culpado pelas pessoas saírem da Igreja, somos nós, pois não a apresentamos bem aos outros. Elas não se sentem atraídas. Não adianta querer que as pessoas se apaixonem por Deus se continuam distantes; elas precisam ter um encontro pessoal com Jesus. Há pessoas que abandonam a fé por pouca coisa.

Se queremos viver uma fé autêntica, nesse Ano da Fé, precisamos viver, a cada dia, com ousadia nas dificuldades, pois nada é fácil. Quantas quedas temos em nossa caminhada! Nós temos uma meta: o céu.

Quando me refiro à ousadia, não digo para você sair pelas ruas com um microfone gritando a todos que você é católico, estou dizendo para você não ter vergonha de ser o que é. Afinal de contas, será que a nossa fé não é valiosa?

Temos que aprender a ser ousados, aprender a assumir a nossa fé. Por Deus nós temos de ter coragem de anunciar a verdade que nós cremos.

O Senhor nos conquista para conquistarmos os outros. Não desista, seja ousado, pois as palavras comovem, mas os testemunhos arrastam. Você pode fazer grandes mudanças com suas palavras. Faça bem feito, capriche, não seja relaxado nas coisas do Senhor, pois quem ama cuida. Faça o melhor!
  
Seja santo nas pequenas coisas, em coisas simples, não tenha vergonha de ser aquilo que você é: católico, apostólico. Deixe sua preguiça de lado e vá fortalecer a sua fé, seja inteiro de Deus
.Padre Jorge Bispo 
Paróquia Nossa Senhora da Conceição (RJ)

DEUS NÃO NOS DEIXA NA ROTINA

Diante da grandiosidade que nos é apresentada por Deus agora, é preciso abrir o coração para viver um tempo novo. O Senhor nos prometeu: “Meus olhos estarão abertos e meus ouvidos atentos à oração feita neste lugar. Pois agora escolhi e santifiquei esta Casa dedicada ao meu nome para sempre. Meus olhos e meu coração estarão nela todo o tempo.” (2 Cr 7, 15-16).

Agora é o tempo da graça, o tempo oportuno. Tudo o que ficou para trás precisa ser deixado no coração de Deus. Não fique se lamentando, não fique mais com os olhos voltados somente para os problemas. Olhe para o Senhor. Os olhos d'Ele estão voltados para você e para a sua casa. 

No número 83 do seu diário, Santa Faustina traz o que o próprio Jesus lhe disse a respeito do significado da intensificação de Sua Misericórdia nesses tempos: "Escreve isto: Antes de vir como justo Juiz, venho como Rei da Misericórdia...”. O Senhor quer atingir a cada um pessoalmente, penetrar a nossa consciência e o coração com esta graça extraordinária da Divina Misericórdia, capaz de nos transformar em homens e mulheres novos.

O Senhor não nos quer mais olhando para os nossos pecados. Ele nos chama para que sejamos adoradores a fim de experimentarmos a Sua Misericórdia. A adoração não é para os perfeitos nem para aqueles que já chegaram a um alto grau de santidade. A adoração é para nós pecadores, que sentimos a força do pecado em nós. São Paulo dizia que sentia o pecado como duas naturezas, duas forças se debatendo uma contra a outra em seu interior: “Por um lado eu conheço e quero o bem, mas enquanto eu sei o que é bom e quero o bem, acabo fazendo o pecado e o mal” (cf. Rm 7,19). São Paulo não era um recém-convertido quando escreveu a Carta aos Romanos. Ele já tinha sofrido muito por Cristo e se transformado bastante, e mesmo assim ainda sentia dentro dele essa luta que acontece com todos nós.

Em geral, dizemos que somos pecadores, fracos, maliciosos, neuróticos, sensuais... e porque nos sentimos assim, nos entregamos e acabamos nos tornando mais sensuais, mais vaidosos, brutos e egoístas ainda. Mas é preciso fazer como Beethoven: tirar proveito da doença que temos ou de qualquer pecado que nos domine, utilizando-os como trampolim para nos elevarmos. 

Deus não nos deixa na rotina. De tempos em tempos Ele nos traz coisas novas. Ele vai desdobrando o que Ele mesmo criou. Ele vai nos apontando realidades novas e vai nos conduzindo por rumos novos, os quais antes nem podíamos imaginar. "Isto é obra de Deus: admirável aos nossos olhos”. Um coração que adora o Senhor não perde a capacidade de se maravilhar diante dessa obra de restauração que Ele realiza. Não temos como parar. Não temos como envelhecer. Somos e seremos sempre novos quando nos abandonamos nas mãos de Deus.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

SENHOR DÁ -NOS A GRAÇA DO AMOR



A Palavra de hoje nos revela que somente a fé pode nos fazer reconhecer o amor de Deus e das pessoas, porque fé é confiança, é acreditar na palavra de alguém antes mesmo de ele realizar o que prometeu.

Se confiamos na palavra das pessoas, porque não confiaremos na Palavra de Deus que nos garante amor? É acreditando no Senhor que experimentamos o Seu amor, e é a fé que nos faz reconhecer esse amor.

Quando uma pessoa não acredita no amor, muitas vezes, é para se proteger, porque abrir-se a ele é tornar-se vulnerável para ser machucado. Por isso, muitos que foram feridos no passado têm dificuldade de acreditar no amor.

A falta de confiança das pessoas no amor é como uma rolha que bloqueia a entrada dele no coração. As pessoas precisam de amor, mas não daquele que é prejudicial, egoísta e que não produz vida, ou seja, o amor a si próprio. As pessoas precisam do amor que traz vida, que abre o coração para Deus e para os outros.

O amor a Deus e aos outros é o início da vida. Quando uma pessoa começa a amar o Senhor e as pessoas é sinal de que uma vida nova começa no coração dela. É sinal de que Deus está presente em sua vida. É como diz a Palavra: “Deus é amor. Quem permanece nele permanece em Deus, e Deus permanece nele”.

Nosso Senhor Jesus Cristo vem para nos ensinar que, no céu, tudo o que opera é o amor, é o próprio Deus derramado em nosso coração.

Quem vive no Senhor ama seu irmão; e quando isso acontece, o próprio Senhor vem viver em você. Se você deseja trazer o céu para dentro da sua casa e da sua vida, procure amar as pessoas que o Pai colocou no seu caminho.

Não é fácil amar, mas é necessário. A sua felicidade está condicionada ao amor que você dá às pessoas. Se você amar, será feliz e Deus viverá na sua vida. Se você não amar, você será triste e O tirará de sua vida.

Amar não é ser submisso e fazer tudo que uma pessoa quer só para agradá-la. Amar é ser justo, honesto, é ter respeito e ser respeitado. Quem ama diz 'não', corrige, tem paciência. No amor não há medo ou imposições.

Se as pessoas tiverem medo de você, elas não vão conseguir amá-lo, e uma pessoa mal amada sofre muito.

O sentimento de rejeição é destrutivo, maligno e, muitas vezes, plantado em nós pela tentação, porque esta sabe que não se pode viver sem o amor. As pessoas precisam de amor tanto quanto precisam de comida. Se você não se alimenta, morre. Se você não recebe amor, também morre, só que espiritualmente.

É muito importante amar e ser amado, mas ninguém ama se não tiver amor para dar. E Deus tem uma coisa nessa Palavra que é um pedaço do céu na nossa vida: “Quanto a nós, amemos, porque Ele nos amou primeiro.”

Nós somos capazes de amar, porque esse Deus maravilhoso, que nos criou, nos amou primeiro. Ele nos ama sem medida e nada afasta Seu amor de nós. Diz a Palavra que Ele carrega nossos fardos, tem ciúme de nós e está sempre conosco, principalmente nos momentos mais difíceis.

O verdadeiro amor não se cansa, ele compensa toda luta e sacrifício. Quando você é amado por alguém, você tem mais força para viver e, quando você ama alguém, você tem mais coragem. Por isso, a Palavra diz: “Você que foi amado Deus, ame também o seu irmão.”

Você quer amar? Ame nas pequenas coisas, ajude, cuide com carinho, confie mesmo se a pessoa errar. O amor que você dá volta cem vezes mais para sua vida.

Vamos pedir a Deus que nos dê a graça do amor.
Márcio Mendes
Membro da Comunidade Canção Nova

A INTIMIDADE COM A PALAVRA NOS LEVA A INTIMIDADE NA ORAÇÃO

Poucas pessoas têm a chance de passar mais tempo com a família do que no ambiente de trabalho. A grande maioria passa, no mínimo, oito horas diárias junto. Guardando toda a responsabilidade que cada ocupação exige, é no ambiente de trabalho que se pode conhecer muitos dos valores das pessoas que nos cercam, descobrindo afinidades que podem inclusive se estender para além dos ‘portões’. 

Muitos amigos foram um dia chefe e funcionário, ou mesmo colegas de trabalho, e hoje compartilham a mesma religião, a mesma crença. Jesus deu o primeiro exemplo quando disse: “Já não vos chamo SERVOS, mas sim AMIGOS” (cf. Jo 15,15).

Estamos tão acostumados, que nem percebemos mais a tremenda mudança que isso significa. É o próprio Filho de Deus nos dizendo que, embora sejamos servos, Ele, que é o nosso Senhor, já não nos trata como Seus servos, mas sim como Seus AMIGOS.

Na verdade, nós somos servos e sempre o seremos. Mas, Jesus estabeleceu um outro patamar de relacionamento. Ele toma a nós, Seus servos, e nos eleva à qualidade de amigos.

Jesus já Se comprometeu com Sua escolha e não volta atrás. Ele nos vê, nos chama e nos trata como amigos. Não podemos perder essa chance única que Jesus nos dá. Primeiro, fazer de tudo para não perder Sua amizade; depois, cultivá-la. E devemos estender esse gesto dentro do nosso ambiente de trabalho, conquistando a amizade de quem divide conosco as responsabilidades do dia-a-dia.

A intimidade com a Palavra de Deus na Bíblia é o segredo para nos aprofundarmos nessa amizade. Ao escrever “A Bíblia foi escrita para você”, preparei um livrinho de receita, permitindo que você também possa alcançar o bem através daquelas simples instruções. Trata-se de um manual – que pedagogicamente – nos encaminha para uma amizade cada vez mais íntima com Jesus, podendo ser estendida ao próximo.

A intimidade com a Palavra de Deus vai nos levar à intimidade na oração. Criando intimidade com a Palavra de Deus, nossa maneira de orar vai se transformando. Vamos nos tornando mais simples, mais diretos, informais. Vamos nos tornando colegas de trabalho mais comprometidos com o bem dos próximos, mais íntimos.

A Palavra e a oração vão nos levar ao mais importante: faremos tudo o que já fazemos em nosso dia-a-dia, mas do jeito de Jesus. Então, a amizade terá realizado o seu efeito: um amigo se torna do jeito do outro amigo.


Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova