domingo, 2 de fevereiro de 2014

DEUS NOS COMPREENDE SEMPRE


Há momentos na vida, nos quais nem nós mesmos somos incapazes de compreender o que se passa no nosso interior. Quando nos sentimos assim, parece que uma inquietação toma conta do nosso coração, mas, de forma alguma, devemos nos desesperar; ao contrário, lancemo-nos inteiramente nos braços do Pai e rezemos com confiança:
“Senhor, vós me perscrutais e me conheceis, sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto. De longe, penetrais meus pensamentos. Quando ando e quando repouso, vós me vedes, observais todos os meus passos. A palavra ainda me não chegou à língua, e já, Senhor, a conheceis toda” (Sl 138, 1-4).

Agradeçamos ao Senhor, na certeza de que a Sua bondade nos fortalecerá e nos conduzirá por um caminho seguro.

FEVEREIRO - MÊS DEDICADO AO ESPÍRITO SANTO!


"Quando lo Spirito Santo scende in un'anima e la mette in preghiera, questa si riempie di pace e gioia ineffabili. Senza lo Spirito Santo siamo come una pietra della strada. Prendete una spugna imbevuta d'acqua e nell'altra un sasso; premeteli ugualmente; dal sasso uscirà niente e dalla spugna si vedrà uscire acqua in abbondanza. La spugna è l'anima riempita di Spirito Santo, e la pietra è il cuore freddo e duro dove non abita lo Spirito Santo". (S. Giovanni Maria Vianney)

"Quando o Espírito Santo penetra numa alma e a põe em oração, esta alma se enche de paz e alegria inefáveis! Sem o Espírito Santo somos como uma pedra da estrada. Pegue uma espuma embebida de água e um pedregulho. Esprema-os. Do pedregulho não sairá nada, e da espuma vereis sair água em abundância! A espuma é a alma repleta do Espírito Santo, e a pedra é o coração frio e duro onde não habita o Espírito Santo!"

(S. Giovanni Maria Vianney - S. Cura d'Ars)

APRESENTAÇÃO DE JESUS NO TEMPLO

Passados quarenta dias sobre o seu nascimento eis que os pais do menino Jesus, Maria e José, o trazem ao templo para cumprir o que estava prescrito na Lei sobre o resgate dos primogénitos.
No templo e à sua espera encontra-se Simeão, esse velho piedoso e justo que toda a vida tem esperado por aquele momento, por ver a consolação de Israel. Que surpresa e que ternura, ver aquele velho homem com o menino de quarenta dias nos braços, um menino que é um dom, uma revelação que confirma o fim do seu tempo de espera.
Tem assim sentido a festa e tradição ortodoxa que termina o tempo de Natal com esta festa que designa “Festa do Encontro”, porque de facto se encontram o que espera e o esperado das nações.
Em Simeão revela-se esta nossa condição de seres em expectativa, em esperança, realidades que derivam do mesmo amor, porque só espera aquele que ama. E Simeão amava o seu Senhor, esperava pacientemente por se encontrar com ele, como lhe tinha sido prometido e revelado.
E face ao menino, àquele pobre menino, Simeão canta de alegria que agora pode partir em paz, que o Senhor o pode levar, pois viu a luz das nações, a salvação oferecida a todos os povos. E tudo naquele menino, acarinhado entre os braços! Como é possível Simeão veres tanto em tão pequena criança?
Este reconhecimento, esta visão só é possível àqueles que vivem na escuta e na expectativa, vigilantes e atentos, confiantes que o Senhor vem, mesmo que tarde, e por isso apaixonadamente se espera, permanecendo no amor e na escuta atenta.
Concede-nos Senhor esse dom de te aguardarmos, de estarmos vigilantes na expectativa, para que te possamos reconhecer e dizer como Simeão “é agora Senhor que vens”

APRESENTAÇÃO DE JESUS NO TEMPLO É A FESTA DO ENCONTRO DE JESUS COM SEU POVO, DE JOVENS COM IDOSOS, DA OBSERVÂNCIA COM A PROFECIA

Neste domingo, 2 de fevereiro, na basílica de São Pedro, o Papa Francisco celebra a Eucaristia da Festa da Apresentação do Senhor, que é também, desde 1997, o Dia dedicado à vida consagrada. A celebração pode ser seguida em direto, com video, neste mesmo site.
Na homilia o Santo Padre recordou que esta Festa “é chamada também a festa do encontro: o encontro entre Jesus e o seu povo”, mas “também um encontro no interior da história do povo, um encontro entre jovens e idosos: os jovens eram Maria e José, com o seu recém-nascido; os idosos eram Simeão e Ana”.
O Papa fez notar que, neste episódio, o Evangelho sublinha que Maria e José tinham a peito cumprir tudo o que era prescrito pela Lei do Senhor.
“Não é um facto exterior, não é para tranquilizar a consciência, não! É um desejo forte, profundo, cheio de alegria interior. Como diz o Salmo: “A minha alegria está na via dos teus ensinamentos… A tua lei é a minha delícia”.
Por sua vez, dos idosos Simeão e Ana o Evangelho sublinha que “eram guiados pelo Espírito Santo”. São dois velhos cheios de vida, animados pelo Espírito, dóceis à sua ação, sensíveis aos seus apelos…”
Neste encontro entre a sagrada Família e estes dois representantes do povo santo de Deus, é Jesus que está no centro. “É Ele que tudo move, que atrai uns e outros ao Templo, que é a casa do seu Pai”.

“É um encontro entre os jovens cheios de alegria a observar a Lei do Senhor e os idosos cheios de alegria pela ação do Espírito Santo. É um singular encontro entre observância e profecia, onde os jovens são os observantes e os idosos são os proféticos!”

Na verdade – observou ainda o Papa – reparando bem, a observância da Lei é animada pelo mesmo Espírito, e a profecia atua no caminho traçado pela Lei. Mais do que ninguém Maria está cheia do Espírito Santo.

“Caros irmãos e irmãs, à luz desta cena evangélica, encaremos a vida consagrada como um encontro com Cristo: é Ele que vem até nós, trazido por Maria e José, e somos nós que vamos ter com Ele, guiados pelo Espírito Santo. Mas é Ele que está no centro.”
“É Ele que tudo move – insistiu o Papa. É Ele que nos atrai ao Templo, à Igreja, onde O podemos encontrar, reconhecer, acolher, abraçar”.
“E também na vida consagrada se vive o encontro entre jovens e idosos, entre observância e profecia. Deixemos de as ver como duas realidades contrapostas! Deixemos que o Espírito as anima a ambas.”
E o sinal disto mesmo é a alegria: “a alegria de caminhar numa regra de vida; e a alegria de sermos guiados pelo Espírito, nunca rígidos, nunca fechados, sempre abertos à voz de Deus que fala, que abre, que conduz”.
“Faz bem aos idosos comunicar aos jovens a sabedoria; e faz bem aos jovens recolher este património de experiência e de sabedoria, e levá-lo para a frente, a bem das respectivas famílias religiosas e de toda a Igreja”

AS VEZES É DIFICIL ENTENDER QUE O TEMPO PASSOU

As vezes é difícil entender que o tempo passou, que as oportunidades perdidas não voltam , que amigos partiram, que sonhos se desfizeram, que alguns planos não se concretizaram. Que nos decepcionamos com pessoas e pessoas também se decepcionaram conosco. E difícil engolir que nos iludimos, acreditamos em quem não merecia tanto credito e não demos valor para quem teve consideração conosco e nos deu mais valor do que merecemos.
O tempo que parecia longo se tornou curto. A juventude que parecia eterna se tornou finita. E o tempo que foi não volta mais. A saudade é uma lembrança amável com gosto amargo, porque pessoas e momentos singulares estão na recordação e não estão mais presentes no nosso cotidiano.
Com isto eu decidi viver o agora. Aproveitar o tempo presente. Valorizar melhor os autênticos amigos. Viver com mais intensidade as oportunidades que que tenho. Reconciliar me com o me passado. Promover reencontros e quando possível dizer hoje as pessoas de ontem, o quanto elas foram importantes e não permiti que vá para o esquecimento os amigos que são eternos.
Eu reconheço os meus erros de ontem, sem precisar cultivar sentimentos de culpa. Eu recordo o meu passado sem precisar ser saudosista. Eu percebo as negligencias e a coisas que não deram certo, sem precisar culpar ninguém. Eu sigo em frente valorizando o que foi bom, corrigindo o que preciso corrigi, me esforçando para ser melhor hoje. Acima, de tudo buscando ter paciência com o tempo e com o limite de cada um, assim eu viverei melhor o meu tempo, sem a culpa do passado, sem o estresse do presente e sem a ansiedade do que há de vir. (Roger Araujo)

AS LEIS DE DEUS EM NOSSA VIDA

O Livro do Deuteronômio é um livro de leis do Antigo Testamento, por meio do qual o Senhor nos diz como a vida humana "funciona", sob o risco de o homem estragar a si mesmo caso resolva não segui-las. As leis de Deus não são como as leis dos homens.

Imaginemos o manual de instrução de um aparelho que compramos. Se utilizarmos o equipamento de acordo com as instruções do manual, teremos um bom rendimento do aparelho, pois somente quem o construiu entende do seu funcionamento e pode escrever sobre a melhor forma de usá-lo. Igualmente, somente Aquele que tem entendimento sobre nós, Aquele que nos criou, poderia fazer o Seu “manual de instruções”. E o manual de Deus é a Bíblia.

"Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças" (Det 6,4).
Esta é a primeira lei: “O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. E como Ele é Amor, quer que tudo se faça com Ele. Essa é a primeira lei de Deus. Ele pede que os homens feitos por Ele sejam regidos pelo amor. Então, "amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças". O Senhor não quer que nos percamos com outras coisas, pois pertencemos a Ele. 

Em Deuteronômio somos ainda advertidos de como viver as condições estabelecidas por Deus. Não como pesados fardos, mas o cumprimento dessas leis é para o nosso próprio bem e para a nossa felicidade neste mundo e na vida eterna. Deus nos escolheu para sermos sua propriedade exclusiva sobre todas as nações da terra. Tudo isso, porque somos um povo consagrado a Ele.

É assim que o Senhor nos ama! Ele nos escolheu por amor. Reconheça, pois, que o Senhor seu Deus é verdadeiramente fiel às suas leis.
Monsenhor Jonas Abib

MULHER E A MORAL CRISTÃ

images“A mulher não nasce, se faz”. Esta frase de Simone Beuavoir, líder feminista radical, se converteu em um verdadeiro estandarte deste movimento. Vários fatos concorreram para isso: a revolução sexual e feminista inspirada em um neo-marxismo, e facilitada pela pílula anticoncepcional, desenvolvida na década de 60.
O movimento feminista radical inspirou-se no marxismo e criou a tal ideologia de “Genero” (do inglês Gender). Para Karl Marx,  toda a história é uma luta de classes, de opressores contra oprimidos, em um batalha que terminará só quando os oprimidos se conscientizarem de sua situação, fizerem uma revolução e impuserem a “ditadura dos oprimidos”. A sociedade será, então,  totalmente reconstruída e emergirá a “sociedade sem classes”, livre de conflitos e que assegurará a paz e prosperidade utópicas para todos. Isto foi aplicado na Russia, China, Cambodja, Viet Nam, Laos, Cuba, etc. e gerou 100 milhões de mortos, e nada gerou de bom.
Foi Frederick Engels quem colocou as bases para a união do marxismo e do feminismo. O feminismo do “gênero” foi lançado pela primeira vez por Christina Hoff Sommers, em seu livro “Who stole feminism?” (Quem roubou o feminismo?)
A ideologia do “gênero” reinterpretou a história sob uma perspectiva neo-marxista, em que a mulher se identifica com a classe oprimida e o homem com a opressora. O matrimônio monógamo é a síntese e expressão do domínio patriarcal. Toda diferença é entendida como sinônimo de desigualdade, e portanto é preciso acabar com ela. O antagonismo se supera com a luta de classes. Então, as mulheres “devem ir à luta”.
Essa ideologia penetrou nas Nações Unidas (ONU) e então começou sua carreira ascendente. A primeira conquista foi em Pequim, em 1995, na IV Conferência da Mulher, da ONU, com um documento final que estabelecia uma série de pautas para implantar a ideologia. Desde então esta ideologia está se infiltrando cada vez mais nos costumes e na educação (colégios, universidades e meios de comunicação).
A tal ideologia de “gênero” (gender) hoje exige a eliminação de qualquer tipo de diferenças sexuais. Esta perigosa ideologia difunde que a moral cristã é discriminatória a respeito da mulher, e que é um obstáculo para seu crescimento e desenvolvimento; logo, precisa ser destruída. Assim, muitas organizações feministas promovem o aborto, o divórcio, o lesbianismo, a contracepção, o ataque à família, ao casamento, e, sobretudo à Igreja Católica; pois são realidades “opressoras” da mulher.
Mas na verdade foi o oposto; foi o Cristianismo quem libertou a mulher da condição de quase escrava e que se encontrava de modo geral no mundo pagão. O Papa João Paulo II afirmou na Carta Apostólica “Dignitatem Mulieris” (n. 12) que: “Admite-se universalmente — e até por parte de quem se posiciona criticamente diante da mensagem cristã — que Cristo se constituiu, perante os seus contemporâneos, promotor da verdadeira dignidade da mulher e da vocação correspondente a tal dignidade. Às vezes, isso provocava estupor, surpresa, muitas vezes raiando o escândalo: “ficaram admirados por estar ele a conversar com uma mulher” (Jo 4, 27), porque este comportamento se distinguia daquele dos seus contemporâneos. Ficaram admirados até os próprios discípulos de Cristo. O fariseu, a cuja casa se dirigiu a mulher pecadora para ungir os pés de Jesus com óleo perfumado, disse consigo: “Se este homem fosse um profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que o toca: é uma pecadora” (Lc 7, 39). Estranheza ainda maior ou até santa indignação deviam provocar nos ouvintes satisfeitos de si as palavras de Cristo: “Os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus (Mt 21, 31)”.
Cristo e o Cristianismo resgataram a mulher. Naquele tempo ela  não podia, por exemplo, ser testemunha diante do Sinédrio, o tribunal dos judeus, sua voz não valia. Quantas mulheres se destacaram no Cristianismo já no seu início. Santa Helena, mãe do imperador romano Constantino foi uma gigante; a rainha dos francos Clotilde, esposa de Clovis, rei dos Francos, Joana D’Árc, e tantas outras santas, mártires. A Igreja lutou contra o adultério também por parte do homem; o que não acontecia no mundo antigo. A proibição do divórcio deu grande proteção às mulheres. Além disso as mulheres obtiveram mais autonomia graças ao Catolicismo. Na Idade Média católica a rainha era coroada como o rei, geralmente na Catedral de Rheims, na França, ou em outras catedrais.  E a sua coroação  era tão prestigiada quanto a do Rei; o que mostra que a mulher tinha importância.  A última rainha a ser coroada foi Maria de Medicis em 1610, na cidade de Paris.  Algumas rainhas medievais tiveram papel importante na história, como Leonor de Aquitânia († 1204) e Branca de Castela († 1252); no caso de ausência, doença ou morte do rei, exerciam o seu poder.
Foi só no século XIX, mediante o “Código de Napoleão”, que aconteceu o processo de despojamento da mulher novamente: deixou de ser reconhecida como senhora dos seus próprios bens, e, em casa mesmo, passou a exercer papel inferior.
Felipe Aquino