terça-feira, 18 de setembro de 2012


ORAÇÃO EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ


"Pelo sinal da Santa cruz, livra-nos Deus Nosso Senhor, dos nossos inimigos.
Senhor Jesus por Tuas chagas fomos curados!
Por Tua cruz fomos libertados!
Jesus que em seu próprio corpo levou nossos pecados ao madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça, por Tuas chagas fomos curados.
Ó Jesus, cujos ombros foram abertos por feridas por causa do peso da cruz, feridas causadas pelo madeiro e pelos nossos pecados, se a cruz pesar seja nosso Cirineu, se a cruz pesar e eu cair, ajuda-me a levantar, que a Tua cruz seja a minha salvação.
Ó Santa Cruz bendita onde a humanidade foi redimida e o Filho do homem teve suas mãos transpassadas e o seu peito aberto de onde jorrou água e sangue.
Ó Santa Cruz, instrumento de morte e de castigo, mas que pelo Sangue Redentor tornou-se sinal de nossa salvação.
Jesus na Tua cruz eu coloco a minha cruz. (Coloque sua intenção)
Salve ó cruz doce esperança, concede aos réus remissão, dá-nos o fruto da graça que floresceu na Paixão. Louvor a vós, ó Trindade, fonte de todo perdão aos que na Cruz foram salvos daí a celeste mansão.
Jesus, dai-nos a graça de viver nos frutos da Tua redenção (3x).
Amém".

Padre Marcelo Rossi

LIVRES PARA QUE ?

Embora a modernidade tenha aberto muitas possibilidades ao homem, poucos se comprometem, verdadeiramente, com um ideal que valha a pena. O homem moderno parece ter-selibertado de muitos obstáculos que entravavam a sua liberdade de fora, mas não consegue libertar-se das suas limitações internas.
Livres para quê?Grande parte da atual confusão acerca da liberdade se deve ao fato de pensarmos que ela consiste na ausência de restrições externas, esquecendo-nos de que são mais importantes as limitações internas, procuradas ou aceitas, que impedem o desenvolvimento da nossa verdadeira personalidade. Trata-se essencialmente de possuir e de saber exercer um potencial interior que inclui – em íntima relação – o domínio de si, a posse de si e a realização pessoal.
"Tornas livre um homem – dizia James Farmer, destacado líder da campanha em favor dos direitos civis do negro americano –, mas ele ainda não é livre. Falta ainda que se liberte a si mesmo". E Nietzsche escreveu: "Julgas que és livre? Fala-me da raiz dos teus pensamentos, não de como te livraste do jugo. Achas que foste capaz de livrar-te dele? Muitos abandonaram todos os seus valores ao rechaçarem as suas servidões. Livre de quê? Que importa isso a Zarathustra? Olha-me nos olhos e responde-me: livre para quê?...”
O homem moderno quer ser livre, mas o seu problema consiste em não saber para quê deve ser livre. Como resultado, há o perigo de perder ou abandonar a sua liberdade, nem que seja pela simples razão de que é, cada vez menos, capaz de propor-se uma meta que valha a pena, para a qual possa orientar essa mesma liberdade.
Estancados na encruzilhada
Em última análise, de pouco serve a liberdade a um homem que careça de valores ou de ideais e, menos ainda, a quem tenha medo de comprometer-se. Ora, não há dúvida de que o homem moderno está inseguro dos seus ideais e nada disposto a comprometer-se com eles.
De pouco serve a liberdade àquele que carece de valores ou ideais, porque, não tendo, na sua vida, metas que valham a pena, as suas opções têm pouco ou nenhum valor real. Fundamentalmente, o seu problema é que não é capaz de respeitar as coisas que escolhe, porque escolheu coisas sem valor. Mesmo na hipótese de que haja mais liberdade no mundo de hoje, de que ela serve a um mundo que perdeu grande parte dos seus critérios de valor? É muito triste orgulhar-se de se ter, finalmente, aberto todos os caminhos, de se ter varrido todas as restrições que o entulhavam e, ao mesmo tempo, ter a crescente convicção de que são caminhos que não levam a parte alguma.
 De que serve ter aberto todos os caminhos se, no fundo, há o medo de escolher um dentre eles ou, até mesmo, de fazer um pouco mais do que tímidas tentativas se, quando muito, ensaiam-se uns passos por determinado caminho, mas logo se está inclinado a desandá-lo por tédio ou por cansaço, para depois experimentar outro caminho (outro trabalho, outro homem, outra mulher...) e outro e outro?
 O homem de hoje contempla com tanto receio à possibilidade de se comprometer que está em perigo de paralisar, voluntariamente, o seu poder de escolha, a sua própria liberdade. Escolher é comprometer-se. Toda escolha é um compromisso. Por isso, aqueles que têm medo de escolher ou se limitam às tentativas que abandonam rapidamente, contradizem e anulam a sua própria liberdade.
 O homem moderno, como o homem de todas as épocas, está na encruzilhada de vários caminhos, mas enquanto tiver medo de se comprometer, ficará estancado na encruzilhada.
Cormac Burke

DOM DA AMIZADE

Muitas amizades terminam, porque nunca começaram de verdade

Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro 'O Pequeno Príncipe', escreve: "Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo". Muitas vezes, vivemos em meio a multidões e nos sentimos sozinhos. Falta-nos a presença de um amigo que ouça nossas dores e cure, com o bálsamo das palavras de conforto, as feridas de nossa alma. Amigo verdadeiro sabe cuidar do outro sem deixar de cuidar de si mesmo. Somente quem descobriu, na vida, uma verdadeira amizade saberá valorizar este dom tão precioso e valioso quanto um diamante. 
A melhor definição do que seja amizade encontramos nas Sagradas Escrituras: "Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel; o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade da sua fé. Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor achará esse amigo. Quem teme o Senhor terá também uma excelente amizade, pois o seu amigo lhe será semelhante" (Eclo 6,14ss). As verdadeiras amizades são tão preciosas que são comparadas pelo Autor Sagrado como um tesouro. Algo valioso que, uma vez encontrado, deve ser cuidado e valorizado. 
Amigos nascem de muitas semelhanças, mas também de diferenças. Na escola da vida aprendemos a reconhecer um amigo pela presença silenciosa nos momentos de dor. Amigo verdadeiro sabe se alegrar com as nossas conquistas. Amizade que cultiva a inveja perde o seu sentido e sufoca a raiz do amor gratuito que fortalece a árvore da partilha que cultivamos. 
Amizade verdadeira constrói pontes e derruba os muros que separam e dividem. Um amigo de verdade sabe caminhar conosco nas noites sem as estrelas da esperança, e nos guia com a luz do seu amor pelo caminho do bem e da verdade. Amigo sincero fala-nos com carinho, mas não deixa de nos dizer a verdade, mesmo que, muitas vezes, não estejamos dispostos a ouvir.
Amigo verdadeiro sabe respeitar o nosso tempo e não nos sufoca com seu excesso de proteção. Ele sabe que estar longe e tão importante quanto estar perto. Ele nos compreende quando preferimos o silêncio das reflexões ao barulho das palavras sem sentido.
Uma amizade madura nasce no tempo e se cultiva por toda a vida. No tesouro da vida, a amizade deve ser cuidada com carinho e ternura. Quem descuida de um amigo abandona um tesouro valioso e deixa de lado um pouco de si mesmo que foi guardado no coração da outra pessoa. A melhor maneira de valorizarmos uma amizade é ser presença e não ser inconveniente. 
Muitas amizades terminam, porque nunca começaram de verdade. São relações interpessoais cultivadas de maneira superficial. Amizade que tem sua base no amor conhece a história do outro e, por isso mesmo, sabe ser misericordioso com quem nos confia partes de sua vida em retalhos de lágrimas e sorrisos. 
Jesus confiou tão verdadeiramente em Seus discípulos que não os chamava mais de servidores, mas sim de amigos: “Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai” (cf. Jo 15,15). A vida e a missão de Jesus não eram segredos para aqueles que conviviam com Ele diariamente. Jesus sabia que somente aqueles que acolhem a vida do outro na sua própria vida são amigos verdadeiros. O amor de Jesus por cada amigo foi tão grande que a Sua vida já não seria mais Sua, mas continuaria para sempre viva no coração de cada um daqueles que o seguiam, e, no paraíso, esta vida doada e partilhada seria contemplada em um abraço amigo que iria durar toda uma eternidade. 
Na amizade de Jesus por cada um de nós encontramos o caminho para uma amizade verdadeira que se doa, gratuitamente, por aqueles que fazem parte de nossa história. Amizade verdadeira tem em Cristo o seu fundamento de amor, caridade, entrega e partilha. 
Padre Flávio Sobreiro