domingo, 11 de novembro de 2012


APRENDER A SER FIEL


Nossa Senhora manteve o seu sim e convida-nos a ser leais

A fidelidade a uma pessoa, a um amor, a uma vocação, é um caminho em que se alternam momentos de felicidade e períodos de escuridão e dúvida. Nossa Senhora manteve o seu sim e convida-nos a ser leais, vendo a mão de Deus também naquilo que não compreendemos.

Decorreram quarenta dias após o nascimento de Jesus, e a Sagrada Família põe-se a caminho para cumprir o que está mandado pela Lei de Moisés: todo varão primogênito será consagrado ao Senhor (Lc 2, 23). A distância de Belém a Jerusalém não é muita, mas são necessárias várias horas para percorrê-la a cavalo; uma vez na capital judaica, Maria e José dirigem-se ao Templo. Antes de entrar, cumpririam com toda piedade os ritos de purificação; também comprariam, em uma tenda próxima, a oferta prescrita aos pobres: um par de rolas ou duas pombinhas. A seguir, através das portas de Hulda e dos monumentais corredores subterrâneos por onde transitavam os peregrinos, chegariam à grande explanada. Não é difícil imaginar a sua emoção e recolhimento enquanto se encaminhavam para o átrio das mulheres.


Talvez neste momento teria se aproximado um homem idoso. Em seu rosto reflete-se a satisfação. Simeão saúda com afeto a Maria e a José, e manifesta a ansiedade com que esperava esse momento. É consciente de que seus dias estão chegando ao fim, mas sabe também – o Espírito Santo revelou-lhe (Lc 2, 26) – que não morreria sem ver o Redentor do mundo. Ao vê-los entrar, Deus fez-lhe reconhecer, nesse Menino, o Santo de Deus. Com o lógico cuidado que a tenra idade de Jesus requeria, Simeão o toma em seus braços e eleva comovido a sua oração: agora, Senhor, podes deixar teu servo ir em paz, segundo tua palavra: porque meus olhos viram a tua salvação, a que preparastes ante a face de todos os povos: luz para iluminar aos gentios e glória de teu povo Israel (Lc 2, 29-32). 

Ao final da sua prece, Simeão dirige-se especialmente a Maria, introduzindo naquele ambiente de luz e alegria, um vislumbre de sombra. Continua falando da Redenção, mas acrescenta que Jesus será sinal de contradição, a fim de que se descubram os pensamentos de muitos corações, e diz à Virgem: uma espada traspassará a tua alma (Lc 2, 34-35). É a primeira vez que alguém fala desse modo. 

Até esse momento, tudo - o anúncio do Arcanjo Gabriel, as revelações a José, as palavras inspiradas da sua prima Isabel e as dos pastores - tinha proclamado a alegria pelo nascimento de Jesus, Salvador do mundo. Simeão profetiza que Maria levará em sua vida o destino do seu povo, e ocupará um papel de primeira grandeza na salvação. Ela acompanhará o seu Filho, colocando-se no centro da contradição, em que os corações dos homens se manifestarão a favor ou contra Jesus. 

Evidentemente, a Virgem Maria percebe que a profecia de Simeão não desmente, mas completa tudo o que Deus lhe foi dando a conhecer anteriormente. A sua atitude, nesse momento, será a mesma que as páginas do Evangelho sublinham em outras ocasiões: Maria guardava todas estas coisas meditando-as no seu coração (Lc 2, 19; cf. Lc 2, 51). A Virgem medita os acontecimentos; busca neles a vontade de Deus, aprofunda nas inquietações que Yahvé põe em sua alma e não cai na passividade perante o que acontece ao seu redor. Esse é o caminho, como assinalava João Paulo II, para poder ser leais com o Senhor: «Maria foi fiel antes de mais nada quando se pôs a buscar, com amor, o sentido profundo do desígnio de Deus nela e para o mundo (...). Não haverá fidelidade se não houver, na raiz, esta ardente, paciente e generosa busca; se não se encontrasse no coração do homem uma pergunta, para a qual só Deus tem a resposta, melhor dito, para a qual só Deus é a resposta» (João Paulo II, Homilia na Catedral Metropolitana da Cidade do México, 26/01/1979).
 Essa busca da vontade divina leva Maria à acolhida, à aceitação do que descobre. Maria encontrará ao longo de seus dias numerosas oportunidades para poder dizer «que se faça, estou pronta, aceito» (ibid). Momentos cruciais para a fidelidade, nos quais provavelmente advertiria que não era capaz de compreender a profundidade do desígnio de Deus, nem como se levaria a termo; e no entanto, observando-os atenciosamente aparecerá claramente o seu desejo de que se cumpra o querer divino. São acontecimentos nos quais Maria aceita o mistério, encontrando-lhe um lugar na sua alma «não com a resignação de alguém que capitula em frente a um enigma, a um absurdo, senão com a disponibilidade de quem se abre para ser habitado por algo –por Alguém!– maior que o próprio coração»(ibid). 

Sob o olhar atento de Nossa Senhora, Jesus crescia em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e dos homens (Lc 2, 52); quando chegaram os anos da vida pública do Senhor, ia se dando conta de como se realizava a profecia de Simeão: este será posto para ruína e ressurreição de muitos em Israel, e para sinal de contradição (Lc 2, 34). Foram anos em que a fidelidade de Maria se expressou no «viver de acordo com o que se crê. Ajustar a própria vida ao objeto da própria adesão. Aceitar incompreensões, perseguições antes que permitir rupturas entre o que se vive e o que se crê»; anos de manifestar de mil modos o seu amor e lealdade a Jesus. Anos, enfim, de coerência: «o núcleo mais íntimo da fidelidade». Mas toda fidelidade – como lhe é própria – «deve passar pela prova mais exigente: a da duração», isto é, a da constância. «É fácil ser coerente por um dia ou por alguns dias. Difícil e importante é ser coerente por toda a vida. É fácil ser coerente na hora da exaltação, difícil ser na hora da tribulação. E só pode se chamar fidelidade uma coerência que dura ao longo de toda a vida» (João Paulo II, Homilia na Catedral Metropolitana da Cidade do México, 26/01/1979). 

Assim o fez Nossa Senhora: leal sempre, e mais ainda na hora da tribulação. Encontra-se lá, no transe supremo da Cruz, acompanhada de um reduzido grupo de mulheres e do Apóstolo João. A terra cobriu-se de trevas. Jesus, fincado no madeiro, com uma imensa dor física e moral, lança ao céu uma oração que reúne sofrimento pessoal e radical segurança no Pai: Eloí, Eloí, lemá sabacthaní? –que significa: meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? (Mc 15, 34). Assim começa o Salmo 22, que culmina em um ato de confiança: lembrar-se-ão e converter-se-ão ao Senhor todos os confins da terra (Sl 22 (21), 28). 

Quais seriam os pensamentos de Nossa Mãe ao escutar o grito de seu Filho? Durante anos tinha meditado no que o Senhor esperava dela. Agora, vendo o seu Filho sobre a Cruz, abandonado por quase todos, Nossa Senhora teria presentes as palavras de Simeão: uma espada traspassava as suas entranhas. Sofreria, de modo singular, a injustiça que se estava consumando. E, no entanto, na escuridão da Cruz, sua fé lhe poria diante dos olhos a realidade do Mistério: estava se realizando o resgate de todos os homens, de cada homem. 

As palavras de Jesus, cheias de confiança, lhe fariam entender com luzes novas que a sua própria aflição a associava mais intimamente à Redenção. Do alto do patíbulo, no momento mesmo da sua morte, Jesus cruza o olhar com o de sua Mãe. Encontra-a ao seu lado, em união de intenções e de sacrifício. E assim, «o fiat de Maria na Anunciação encontra a sua plenitude no fiat silencioso que repete ao pé da Cruz. Ser fiel é não trair, às escuras, o que se aceitou em público» (João Paulo II, Homilia na Catedral Metropolitana da Cidade do México, 26/01/1979). 

Com a sua diária correspondência, a Virgem tinha-se preparado para este instante. Sabia que, com a sua entrega incondicional no dia da Anunciação, também tinha abraçado, de algum modo, estes acontecimentos nos quais agora participa com plena liberdade interior. «A sua dor forma um todo com a de seu Filho. É uma dor cheia de fé e de amor. A Virgem Maria no Calvário participa da força salvífica da dor de Cristo, unindo seu fiat, seu sim, ao de seu Filho» (Bento XVI, Discurso do Angelus, 17/09/2006). Maria permanece fiel, e oferece a seu Filho um bálsamo de ternura, de união, de fidelidade; um sim à vontade divina (Via Sacra, IV estação). E sob a proteção dessa fidelidade, o Senhor coloca São João e, com ele, a Igreja de todos os tempos: aí tens a tua mãe (Jo 19, 27). 
J.J. Marcos

DEUS É MISÉRICORDIA

Onde está a nossa salvação, o nosso acerto? Onde está a salvação dos nossos? Na fé e na obediência. Infelizmente, carregamos esta consequência do pecado original: a rebeldia contra Deus. É só observar a rebeldia das crianças, que, desde pequenas, fazem o contrário do que queremos. 

A primeira Carta de São João nos diz: "Se dissermos que não temos pecado estamo-nos enganando a nós mesmos, e a verdade não está dentro de nós" (1 João 1,8). É uma coisa linda, porque Deus é misericórdia. Se reconhecermos os nossos pecados e os confessarmos, declararemos para nós mesmos e para os outros que pecamos; e Deus está no ato deste nosso reconhecimento. 

São Paulo diz sentir como se houvesse dois homens dentro dele. Um que quer fazer o bem; outro que quer fazer o mal. Que beleza quando reconhecemos essa nossa má inclinação e dizemos, diante de Deus, que pecamos! Pois o Senhor está ao nosso lado para perdoar os nossos pecados e nos libertar de toda a iniquidade

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

QUAL MELHOR FORMA DE TESTEMUNHAR?

Qual a melhor maneira de testemunhar Deus? Sem dúvida alguma demonstrar alegria, humor e riso. Isso demonstra a fé que temos em Deus. Quando somos capazes de transmitir alegria estamos também revelando que temos confiança de que tudo esta s
ob controle do Cristo Ressuscitado. Por exemplo, este momento como você esta? Sorrindo ou mal humorado? A beata Juliana de Norwich costumava repetir constantemente: "Tudo estará bem, todos estarão bem, e todas as coisas estarão bem." A alegria atrai os outros para Deus, porque escondê-la?

Dá-me sentido para o humor, Senhor.
Dá-me a graça para não me irritar por qualquer coisa,
para que eu tenha um pouco de alegria na vida
e possa também transmiti-la aos outros.
Dá-me uma alma livre de toda a chatice,
que ignore o murmúrio,
o desabafo e as lamúrias. Amém.

Alberto Gambarini

SEJAMOS APÓSTOLOS DOS DONS DO ESPÍRITO SANTO

Você precisa crer que para Deus nada é impossível. Não podemos nos basear no intelectual dos homens, mas na sabedoria de Deus. O Senhor quer que sejamos apóstolos dos dons do Espírito; não tem como uma pessoa que recebeu a efusão d’Ele não usar os dons. Deus pode nos dar um carisma especial e este ser transformado em ministério, como o ministério de cura, de milagres, entre outros; também o de governar, porque governar é um ministério. 

Em Atos dos Apóstolos 11,26 está escrito que: “Durante um ano inteiro eles tomaram parte nas reuniões da comunidade e instruíram grande multidão, de maneira que em Antioquia é que os discípulos, pela primeira vez, foram chamados pelo nome de cristãos”. Ser chamados de cristãos é o mesmo que hoje ser chamado de carismático. Eles os chamaram assim porque viram os efeitos dos carismas. Cristão e carismático são sinônimos. A Igreja de hoje não pode ser diferente da Igreja primitiva, pois precisamos ser modelados nesta [Igreja primitiva].

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova