segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

SANTO ANTÃO

Sentiu-se chamado a viver num local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por lá e , por isso, ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não há. Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam comida, o pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges. Ele foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus passos, foram viver perto dele. O número de monges foi crescendo, mas o interessante é que quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar vários monges e perguntavam: "Onde está Antão?". E lhes respondiam: "Ande por aí e veja a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea; este é Antão".
Ele foi crescendo em idade, em sabedoria, graça e sensibilidade com as situações que afetavam o Cristianismo. Teve grande influência junto a Santo Atanásio no combate ao arianismo. Ele percebeu o arianismo também entre os monges, que não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antão também foi a Alexandria combater essa heresia. Santo Antão viveu na alegria, na misericórdia, na verdade. Tornou-se abade, pai, exemplo para toda a vida religiosa. Exemplo de castidade, de obediência e pobreza.
Santo Antão, rogai por nós!

FAMILIA MISSÃO DE FORMAR UMA SÓ CARNE

 
O matrimônio, que dá origem à família, pode ser olhado de duas maneiras. Quando visto de modo meramente humano, ele não passa de um encontro que homem e mulher tiveram por acaso. Mas, quando olhado a partir da fé, o matrimônio é uma vocação. Esse encontro que homem e mulher tiveram foi querido por Deus. Deus os escolheu um para outro. Deus os chamou para conferir-lhes uma missão. Não existe vocação sem missão.

Homem e mulher, quando se casam, recebem de Deus a missão de formar “uma só carne”, como nos recorda a primeira leitura dessa missa, ou seja, uma comunidade de vida e de amor. É isto o que distingue o matrimônio de qualquer outra comunidade humana. No matrimônio não se vive apenas com o outro. Vive-se para o outro. Aqui se encontra o segredo da felicidade. Viver para o outro significa partilhar o pensamento, as emoções, as alegrias e as tristezas, os sucessos e insucessos. Viver para o outro significa ter paciência com os defeitos, com as limitações do outro. Nunca considera-lo um caso perdido. Crer que o outro pode mudar, transformar-se, amadurecer. Viver para o outro significa reconhecer e apreciar as suas qualidades. Viver para o outro significa também perdoar. Não é fácil. Mas é a única possibilidade de salvar o frágil amor humano e fazer com que ele seja duradouro. Viver para o outro significa olhar o outro não só com olhos, mas, sobretudo com o coração. Olhar com simpatia, amizade, amor. Quando olhamos o outro com o coração, o nosso olhar vai para além das aparências. Penetra no seu interior. Descobre suas qualidades, suas riquezas. Creio que todos conhecem a afirmação de Saint-Exuperi: “Só se vê bem, quando se vê com o coração”.
O viver para o outro produz o contexto adequado para o surgimento da vida. A expressão do Gênesis “uma só carne”, designa também a geração da vida. O filho é uma síntese de seu pai e de sua mãe. Com a geração de uma nova vida, o matrimônio desemboca na família. João Paulo II usou uma expressão muito bela e profunda para designar a sacralidade da família: ela é um santuário. Santuário significa templo, espaço sagrado, lugar onde Deus habita de modo especial. A família é um espaço sagrado, um templo, porque Deus ali está presente. Ela é semelhante à Eucaristia, pois o matrimônio e um sacramento permanente. Deus se torna presente não só no momento em que homem e mulher, diante do altar, se unem pelo sacramento. Esta presença de Deus os acompanha por todos os dias da existência. Jamais eles estão sozinhos.
A família é um santuário porque é o contexto mais adequado, querido por Deus, para o surgimento e desenvolvimento da vida. Deus é o Deus da vida. Criou o ser humano para ser um servidor da vida, que é um dom sagrado. Por isso mesmo, aquele espaço onde a vida surge, onde ela é protegida e desenvolvida, merece o nome de santuário, de espaço sagrado. Casar é, pois, fazer uma opção pela vida. É tornar-se, num sentido concreto e profundo, um servidor da vida.

Dom Benedito Beni dos Santos
Bispo Diocesano de Lorena

PELO BATISMO O HOMEM SE VESTIU DE CRISTO

“Pai, chegou a hora. Glorifica teu filho, para que teu filho te glorifique, assim como deste a ele poder sobre todos, a fim de que dê vida eterna a todos os que lhe deste” (Jo 17,1-2).
O que Deus Pai planejou foi que o próprio Filho desse a vida por cada um de nós.
O dicionário diz que “revolução” é uma transformação radical de conceitos, cultura, gosto musical, enfim, é uma mudança completa. Diz também que é o movimento de um astro em torno de outro astro. O movimento de um astro em torno do outro é o movimento de translação que acontece por 365 dias. Portanto, podemos chamar “translação” de “revolução”. É um movimento que não sentimos, mas acontece. Essa revolução da terra em torno do sol acontece, mas não a sentimos, apenas vemos o tempo passar, as estações do ano, o dia, enfim.
É o que acontece com você hoje: você abre os olhos para o Astro maior, o Sol nascente: Jesus Cristo. Ele é o Sol nascente, é o Centro, tudo gira em torno d'Ele.
Já vivemos hoje o fim dos tempos, é esta a revolução que está acontecendo e você não tem o direito de perder sua vida sem reconhecer o amor de Jesus, que se deu por você; essa é a maior revolução da história! O tempo é agora, em que Deus se dá por nós.
Nossa vida precisa ser vivida no dia a dia sem deixar de olhar para o Sol nascente, que é Jesus Cristo, sem perder o foco, pois Ele é a nossa salvação, o nosso Salvador. Ele permitiu que a lança transpassasse Seu peito para que pudéssemos alcançar Seu amor. Você não pode perder esse olhar, porque o céu se movimenta a seu favor, mas o mundo não quer que acreditemos nesta verdade.O que nós podemos fazer? Parar tudo e viver só com Jesus? Não, meu irmão, não tem como parar sua vida, seus movimentos. Não desista de viver, mas viva essa revolução e se reconheça pequeno. Reconhecendo sua fraqueza você se coloca na posição mais favorável para o Senhor, pois a história da salvação veio de um aparente “fracasso”. Muitos blasfemaram e profanaram Jesus, que se deu numa cruz por cada um de nós. Porém, não se esqueça: Ele venceu! A cruz é sinal de vitória para nós.
Nós estamos na contramão da história, por isso acontece esta “revolução Jesus”, porque você nasceu para dar certo, jovem! Deus o chamou para viver a vida eterna com Ele. Na cruz se encontra a glória de Jesus Cristo, por isso Ele é modelo para nós, todos somos convidados a viver lutando, porque nascemos para dar certo.
Existe uma força que mantém tudo isso em harmonia, que faz esta revolução acontecer. O mal faz um grande estrago na vida da pessoa, ele tenta nos enganar com falsas verdades. Mas essa força, de que lhe falei antes, é capaz de trazer a harmonia: é a força do amor.
Nós vamos viver momentos de dor, de cruz, na nossa vida. Mas Jesus foi humano para nos mostrar que, como Ele, nós viveremos, morreremos e também ressuscitaremos. A força que revoluciona nossa vida é a força do amor de Jesus mPelo batismo o homem se vestiu de Cristo. Não importa o que o outro vai achar, se vai ficar feio ou bonito, o que importa é que você se revista de Jesus Cristo. Seja um batizado, viva intensamente esta revolução, mesmo quando você não sente e não vê nada. Não tem como ser de Cristo e não querer viver unido a Ele na cruz. A religião de Jesus passa pela cruz. Se nós vivermos nossa fé seremos um outro Cristo e estaremos provando que Ele morreu numa cruz. Seja aquilo que você é: sal da terra e luz do mundo. O cristão não pode ser confundido.
Eu vivo essa “revolução Jesus” e quero vivê-la até o último momento da minha vida!
Precisamos lutar a cada dia para estar com os olhos fixos na Pessoa de Jesus Cristo, para que no último minuto não nos falte fé, nem o olhar do Senhor por nós.
Nós precisamos viver aquilo que o apóstolo Paulo nos diz: “Não vos comporteis mais como se comportam os pagãos (…) vestir-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, na verdadeira justiça e santidade” (Ef 4,17.24). Para isso, primeiro é preciso renunciar à vida passada, depois, revestir-se do homem novo já nesta vida. As marcas desta vida podem servir como marcas de salvação, porque é nesta vida, por meio dessas marcas que seremos salvos. Abra seu coração para que a “revolução Jesus” aconteça!anifestado na cruz.