sábado, 11 de janeiro de 2014


REVOLUÇÃO SEXUAL X REVOLUÇÃO DO AMOR

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! É uma alegria estar aqui com vocês neste Acampamento "Revolução Jesus", que tem este belo tema:"Livres para amar". Uma das coisas mais extraordinárias que podem acontecer com o ser humano é, já aqui na terra, começar a amar. Mas não é uma coisa óbvia, pois, exatamente no centro da nossa vida, onde está a fonte da vida e da humanidade, parece que se instalou uma lei da morte e da escravidão.
O bem-aventurado Papa João Paulo II, logo que foi eleito em 1978, fez um grande esforço ao ensinar aos jovens a força existente no amor de Deus, que se manifesta na nossa própria natureza humana, nos nossos corpos e nos nossos corações. Esses ensinamentos mais tarde ficaram conhecidos como "Teologia do Corpo", que foram tema de 129 catequeses do Pontífice polonês para nos ensinar esta realidade. Ele fez isso, pois, como padre e bispo, notou a grande dificuldade que os jovens tinham de viver a lei de Deus com relação à sexualidade. A Igreja, hoje em dia, é tachada por muitas pessoas de repressora, algumas destas dizem: “Eu vivo o sexo como eu quiser! Esses homens velhos e solteirões da Igreja não entendem nada de sexo. A Igreja Católica é uma repressora por tentar impedir que as pessoas sejam felizes com seu impulso sexual”, essa é a grande acusação que fazem contra a Igreja e esta acusação é falsa.

Os religiosos, esses “velhos” como o Papa João Paulo II, entendem muito mais sobre amor do que os chamados libertadores e revolucionários da Revolução Sexual. Aqui está a grande proposta da Igreja, se o mundo fez a revolução sexual nós precisamos fazer a revolução do amor. Alguns perguntam por que a Igreja não muda estas normas, não as adaptam aos tempos modernos? O Papa, os bispos e os padres não podem mudar as leis morais, porque elas não foram feitas por eles. Eles são mensageiros d'Aquele que nos fez, o nosso "Fabricante", Deus, que vem com uma mensagem e nos diz: "Assim vocês serão felizes".

Vou fazer uma comparação para vocês entenderem. Se você tem um carro "flex" você pode abastecê-lo tanto com gasolina como com etanol. Você é livre para escolher qual combustível usar. Mas pensemos que você, revoltado, como um revolucionário, não quer se submeter a esta instrução de usar os combustíveis determinados pelo fabricante e, como dono do carro, abastece o veículo com diesel. O carro vai andar? Não.

Na nossa vida é da mesma forma, temos dois caminhos, temos que escolher entre eles. O primeiro caminho é o mais comum, a aliança de amor, chamada de "matrimônio" e o outro caminho chamado é o "celibato", que também é uma aliança de amor, uma oferenda da sua sexualidade para Deus. Esses são o "etanol" e a "gasolina" que você pode colocar no seu "tanque". Acontece que o homem moderno não quer obedecer às "instruções do Fabricante". Existe uma recomendação, mas queremos colocar outros "combustíveis no carro da nossa vida" e queremos obrigar esse carro a funcionar. Este é o problema! Existe um "Fabricante" que nos diz o caminho que devemos percorrer para sermos felizes e nós somos livres para escolher.

Quem é solteiro, está solto, disponível. Um padre, como eu, não é solteiro. O padre é comprometido em uma aliança de amor com Deus e deve viver assim. Nós precisamos entender isso, ninguém tem vocação para ser solto, para ser solteiro, no entanto, hoje, nossa sociedade acha que liberdade é você ser solteiro, mas não é assim. A liberdade do amor acontece quando selamos uma aliança de amor, quando celebramos uma aliança de amor nós somos livres para amar.

Para você que namora eu pergunto: Você tem vontade de matar sua namorado(a)? Não estou falando de momentos em que ele(a) o deixa com raiva. Digo se você já teve literalmente vontade de, com uma arma, matar seu(a) namorado(a) por estar com ódio dele (a). Outra pergunta: você tem vontade de matar sua mãe? Não! No entanto, existe um mandamento de Deus que diz: "Não matarás". Existe este mandamento, mas você não sente vontade de matar sua mãe, você não se sente escravo dessa lei, pois você não sente vontade de matá--la, não é? Você é livre. Quando seu coração obedece à lei de Deus você vive uma liberdade maravilhosa!

Vamos ver agora isso no campo da sexualidade. Você não tem vontade de ter relações sexuais com sua mãe, nem com seu pai. Você não vai dizer: "A Igreja castradora está me impedindo de fazer isso", pois seu coração está no lugar e não deseja isso. Você nem chega a imaginar isso, porque seu coração está em ordem, no lugar certo e é livre para amar.

A moral sexual da Igreja é a moral da família. Pegue todas as leis sexuais e você pode resumi-las na família, é a moral sexual que permite que exista família. Por que é que uma menina pode andar tranquilamente em sua casa, de pijama, sem ter medo de que seu pai e seus irmãos a desejem sexualmente? Isso acontece porque ela tem segurança de que, em sua casa, não existe um coração perverso. E por isso que o incesto é algo tão terrível, pois é uma desordem. A família é uma ilha de paz onde se tem segurança. A lei moral sexual, dentro da família, é muito clara e isso cria uma liberdade para amarmos. O projeto de Deus é que sejamos família.
Existe algo dentro de nós que não quer ser família, existe algo que perturbou este projeto divino. A moral sexual da Igreja poderia ser chamada de "moral familiar". O sexo só pode ser realizado em um projeto de família, em que um homem e uma mulher se unem de forma permanente para gerar filhos, não estou dizendo que ele é feito só para isso, mas ele tem a ver com esta obra linda de gerar crianças. Este é o projeto de Deus e é, porque perdemos a noção disso, que a moral sexual se tornou tão complicada para nós. Se eu, como padre, olhar para todas as pessoas como meus filhos espirituais eu não irei sentir desejo sexual por essas pessoas. Esse é o segredo do celibato: a paternidade. Quando o diabo joga uma flecha na minha imaginação para eu olhar de forma lasciva para uma pessoa, eu digo: "Não, ela é minha filha, não posso deixá-la órfã!" Se eu desejar uma mulher sexualmente ela ficará órfã, pois ela perdeu um pai espiritual. Nossa vocação é ser família. Ou você vai ser família biológica ou você vai ser família espiritual. O celibatário não é alguém sem família, ele tem uma família maior, espiritual.

O amor não vicia, mas o pecado e o egoísmo sim. Ninguém pode dizer que é viciado na castidade. O marido e a mulher castos não são viciados em fidelidade, embora eles possam cair a qualquer momento. Mas quem é viciado na infidelidade, no pecado, não consegue ser fiel em nenhum momento, pois ele fica viciado. Onde está a raiz disso?

Nas primeiras páginas da Bíblia é narrado o casamento de Adão e Eva e nas últimas páginas da Sagrada Escritura existe o casamento de Deus com a humanidade. O Papa João Paulo II nos ensina que Deus nos fez família aqui na terra, que nos casássemos aqui na terra para que isso fosse um sinal que aponta para o casamento definitivo de Cristo com a Igreja.

Eu sou vigário em uma paróquia de Cuiabá, e todos os meses eu preparo casais para o casamento. É bonito ver o casal de pombinhos. Na palestra eu pergunto a eles: "Quem vai se casar para ser feliz?" E todos respondem: "Eu!" A má notícia é que isso não dá certo. E por quê? Rapaz nenhum, mulher nenhuma, vai poder fazê-lo feliz! Moça, nenhum rapaz vai fazê-la feliz. O mesmo vale para os rapazes. Só Deus, no céu, vai fazê-la verdadeiramente feliz! Nós fomos feitos para estar unidos com Deus no céu em uma felicidade completa, sem limites, infinita. Todas as felicidades desta terra são passageiras. 

Eu não estou dizendo para você não se casar. Se esta é a sua vocação, faça isso, mas não se case pensando que seu (a) marido (mulher) vai fazê-lo feliz, porque, senão, vocês dois estarão, daqui a algum tempo, trocando acusações. Se você está com seu (a) namorado(a) ou seu (a) esposo(a) diga para ele (a): "Eu não consigo te fazer feliz. Isso é no céu". Imagine o fardo de ter que fazer uma pessoa plenamente feliz! O casamento dos cristãos é um letreiro que diz: "No céu seremos todos felizes em um casamento que não tem defeito, a união perfeita com Deus".

Quando você vai a um casamento você tem lá o casal e o padre, que é a testemunha qualificada. Olhando para o padre e para o casal nós vemos um diálogo silencioso: O casal diz para o padre: "Todos nós fomos feitos para o casamento". E o padre diz para o casal: "Sim, mas o casamento a que nós somos chamados não é este, é o casamento definitivo com Deus". Por isso a Igreja precisa de celibatários, pois eles nos apontam que nosso casamento definitivo é com Deus.

O padre é escolhido para ser um sinal do Esposo. O padre usa a batina preta como sinal de que ele morreu para o mundo e deve viver agora para uma outra missão. Quem morreu? O Paulo Ricardo. E quem apareceu ali? Jesus Cristo, o Esposo. O padre é um outro Cristo. Quando você tem a Igreja reunida para a Eucaristia, você tem um sinal externo, simbólico do Esposo, que é Cristo, na pessoa do padre, e da esposa, que é a Igreja reunida. E é neste banquete maravilhoso que, um dia, vamos nos unir com Deus. Este é o projeto de Deus para nós, mas, infelizmente, ele [este projeto] foi deturpado. 
Nossos corpos falam que nós somos incompletos. Existe algo escrito em nosso corpo. Todos os nossos órgãos são completos, exceto os órgãos reprodutivos. Eu explico. Quando eu abro o olho, ele é completo nele mesmo, eu o abro e vejo. Eu não preciso do olho de outra pessoa para ver. Assim também com meus ouvidos, com minha boca. Mas, por exemplo, quando eu olho para os órgãos reprodutores, os genitais de um homem, eles não têm sentido nenhum se não existe o órgão reprodutor da mulher. Permita-me fazer a analogia: é como uma chave para uma fechadura. Você já encontrou chaves que não se encaixam em nenhuma fechadura? Ela não tem sentido, não serve para nada. Assim são os órgãos sexuais, eles têm uma característica única, não têm sentido em si mesmos. O Papa emérito Bento XVI, quando ainda era o cardeal Ratzinger, disse que, quando ele publicou uma orientação pastoral para os homossexuais, não tem ideologia gay no mundo que consiga quebrar a força dessa realidade.  
Você pode repetir quantas vezes quiser que a união entre dois homens e que a união de duas mulheres são a mesma coisa que a união de um homem com uma mulher. Você pode repetir várias vezes isso, mas isso é artificial, pois o mundo real grita que, quando um homem se une com uma mulher, acontece o milagre da vida. Quando dois homens se unem não acontece nada; e quando duas mulheres se unem também não acontece nada; e este é o mundo real. Desculpem-me, não estou discriminando ninguém. A Igreja não quer discriminar os homossexuais como se eles fossem inferiores. A Igreja quer somente dizer: Existe uma obra inscrita na criação, se nós obedecermos ao nosso Criador, ao ''Fabricante'', vai ser melhor para todos. As pessoas dizem que ficamos castrando os homossexuais ao afirmarmos que eles não podem usar o sexo como querem. Mas ninguém pode usar o sexo como quiser. A Igreja não discrimina ninguém, ela pede a castidade para todos. Os casais [homem e mulher] também são chamados à castidade.

Peguemos um versículo da Bíblia, Mateus 5, 27-28. Jesus, no Sermão da Montanha, fala a respeito da lei sexual. “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”. O Papa João Paulo II nos ensina que este mandamento de Jesus vale para todos, inclusive para os esposos, um não pode olhar para o outro apenas como uma coisa, como objeto. As pessoas não são objetos para ser desfrutados. Quando usamos o sexo, fora daquilo que Deus planejou, estamos tratando as pessoas como coisa, não como pessoas. A melhor forma de entendermos o projeto para o santo matrimônio é olhar para a cruz de Cristo, pois ali Jesus ensina como todo esposo deveria olhar para sua esposa. Da cruz Jesus nos diz: "Isto é o meu corpo que é dado por vós".
O sonho de Deus é que Ele nos colocou nesta vida para que nós preparemos um matrimônio maravilhoso que acontecerá no céu. Precisamos amar desde já e para isso precisamos seguir as instruções do Criador. O sexo só deve ser realizado quando houver um amor de quem entrega para toda a sua vida. O amor é que torna lícito o sexo.

Mas você pode dizer: "Eu amo minha namorada, padre! Estou disposto a dar a minha vida por ela. Eu a defenderia a vida dela com a minha". Se você está disposto a defender sua namorada, defenda-a de você, pois ela pode nunca receber um tiro, mas é maior o risco que ela seja usada por você e ser jogada fora. Quantas vezes já vimos casais de namorados que fizeram juras de amor e depois descartaram o outro. Se você, de fato, está disposto a dar a vida por ela, então se case com ela!

O sexo, fora do casamento, é sempre uma mentira, pois o corpo fala. O corpo é mais sincero que a boca. Muitas vezes, com sua boca, você diz uma coisa, mas o seu corpo diz outra. Na relação sexual, fora do casamento, o corpo diz que você é todo do outro, mas, no fim, você se levanta e vai embora. A lógica dos anticoncepcionais contradiz o amor de doação. O projeto de Deus, a revolução que Jesus Cristo quer colocar em nossos corações é a revolução do amor. Se, nas décadas de 60 e 70, o mundo fez uma revolução sexual, na década de 80, com o Papa João Paulo II, a Igreja fez uma revolução do amor. O Sumo Pontífice diz ao mundo inteiro que o sexo só tem sentido em um amor que entrega toda sua vida livre e fielmente, de forma fecunda para outra pessoa, quando um homem se entrega à outra pessoa para ser família. 
Padre Paulo Ricardo 
Sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá (MT)


CONFESSIONÁRIO

Se Jesus Cristo descesse a uma igreja, e se sentasse num confessionário para administrar o sacramento da Penitência, ao mesmo tempo que um padre sentado no outro, o divino Redentor diria: Eu te absolvo o padre diria o mesmo: Eu te absolvo; e os penitentes ficariam igualmente absolvidos, tanto por um como pelo outro.

Santo Afonso Maria de Ligório 

Si Jesucristo vendría a una Iglesia, y se sentase en un confesionario para administrar el sacramento de la Penitencia, al mismo tiempo que un sacerdote sentado en el otro, el divino Redentor diría: Yo te absuelvo, el padre diría lo mismo: Yo te absuelvo; y los penitentes quedarían igualmente absolvidos, tanto por uno como por el otro.

San Alfonso María de Ligorio

O QUE FAZER NESTE ANO 2014?

Guardemos Cristo na nossa vida para guardar os outros
A expressão é de um conhecido poema de Carlos Drummond de Andrade, mas a mesma pergunta pode ser feita a José de Nazaré ou a tantos "Josés" presentes dentro de nós e em torno de nós. Depois do Natal e das festas que ocorrem neste tempo, o que fazer da vida e como aproveitar as muitas lições do ano que termina? Se o cenário do Natal é carregado de ensinamentos, pedimos, hoje, licença às outras figuras nele presentes, para contemplar, de modo especial, o homem a quem foi confiada a guarda da Sagrada Família, inspirados por palavras de fogo e simplicidade pronunciadas pelo Papa Francisco, quando começou seu ministério de Sucessor de Pedro:
"Como vive São José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos Seus sinais, disponível mais ao projeto d'Ele que ao seu. Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à Sua Palavra, ao Seu desígnio; e é o próprio Deus quem constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo Seu Espírito. E José é "guardião", porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela Sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia e toma as decisões mais sensatas. Nele vemos como responder à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação! Entretanto, a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Gênesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e de cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que, muitas vezes, estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente; depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente, tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus" (Homilia do Papa Francisco - Praça de São Pedro - Terça-feira, 19 de março de 2013, Solenidade de São José).
E agora? O que fazer do ano que está para começar? 
O primeiro passo é reconhecer que o tempo e as capacidades foram dadas de presente. Deus não precisa fazer previsões, mas oferece um momento depois do outro, com calma até para nos permitir curtir, a cada dia, Suas riquezas e possibilidades para a nossa felicidade. Sabemos que se o Senhor não construir a casa, em vão trabalham os que a edificam (Cf. Sl 126,1). Para isso, o ano há de ser preenchido com escuta, fidelidade à Palavra de Deus e discernimento dos sinais que ele envia, sabedoria para colher as lições de cada acontecimento. Cada fato alegre ou triste é carregado de sentido e de apelos de Deus.
O José que está dentro de cada um de nós há de escolher, para ser feliz, a missão de guardião ou guardiã. Faz bem e realiza a existência de uma pessoa quando esta assume responsabilidades, olhando ao redor, para descobrir o bem a ser feito. O guardião toma iniciativa para praticar o bem, começa em si mesmo a mudança do mundo e não deixa qualquer pessoa ou situação sem a marca de sua presença. A sujeira da rua, o trânsito, as plantas e, mais ainda, as pessoas, são de nossa responsabilidade. Todas as oportunidades sejam aproveitadas para fazer o bem e construir um mundo melhor.
São José guardou a Sagrada Família. Uma bela proposta para o ano novo, olhando para seus exemplos e, contando com sua intercessão, trabalhar por valores que alguns consideram tradicionais no sentido negativo. Recordo-me de uma belíssima canção do Padre Zezinho: "Agora falam do desquite e do divórcio, o amor virou consórcio, compromisso de ninguém. E há tantos filhos que bem mais do que um palácio gostariam de um abraço e do carinho de seus pais. Se os pais se amassem, o divórcio não viria, chamam a isso de utopia, eu a isso chamo paz". Volto ao Papa Francisco: "É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais".  Faço um apelo a valores tradicionais, no sentido bem positivo e provocante. Trata-se de uma campanha pela família e pelo matrimônio, justamente no ano em que acontecerá um Sínodo Extraordinário dos Bispos sobre a Família e a Nova Evangelização. Redescobrir na família os valores da fidelidade, da fecundidade e da intimidade, tudo fecundado por uma vida de oração e comunhão com a Igreja.
Nossa vida é tecida por relacionamentos com as outras pessoas. Quanta gente nova entrou com tudo em nosso coração no ano que termina! Com São José aprendamos a "viver com sinceridade as amizades, que são um se guardar mutuamente na intimidade, no respeito e no bem". No ano que vai começar, cultivar o trato de pessoa por pessoa, aprofundar as amizades verdadeiras, alegrar-se com elas. Mais dos que as listas existentes em nossos aparelhos, que constituem comunidades virtuais, trazer estes nomes para a realidade concreta, visitar, ajudar, ouvir, manifestar ternura e misericórdia. Se cada pessoa for ao encontro, pelo menos uma vez no ano, de cada um de seus contatos de lista, muito teremos feito para um mundo mais fraterno e justo. Haverá mais gente feliz!
Como um bom programa do tempo novo, que é dado por Deus, "cada qual veja bem como está construindo. De fato, ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que já está colocado: Jesus Cristo. Se então alguém edificar sobre este alicerce com ouro, prata, pedras preciosas ou com madeira, feno, palha, a obra de cada um acabará sendo conhecida: o dia a manifestará, pois ele se revela pelo fogo, e o fogo mostrará a qualidade da obra de cada um. Aquele cuja construção resistir ganhará o prêmio; aquele cuja obra for destruída perderá o prêmio – mas ele mesmo será salvo, como que através do fogo" (1 Cor 3, 10-13).
Dom Alberto Taveira Corrêa

PRECISAMOS SER A MISERÍCORDIA PARA OS NOSSOS

“Vieram pessoas trazendo numa padiola um homem que estava paralisado; eles procuravam fazê-lo entrar e coloca-lo diante dele; e como, por causa da multidão, não viam por onde faze-lo entrar, subiram ao telhado e, através das telhas, fizeram-no descer com a sua padiola no meio da assistência, diante de Jesus. Vendo-lhes a fé, ele disse: ‘Teus pecados te são perdoados’” (Lc 5,18-19).

Aquele homem não tinha mais como ir sozinho, tal era a situação a que ele havia chegado. Foram seus amigos que o colocaram na maca e o levaram para Jesus. Tiveram um grande trabalho porque não tinham como entrar no local. Mas finalmente conseguiram leva-lo à presença de Jesus.

É assim que precisamos fazer com os nossos. Não podemos parar de trabalhar enquanto não conseguirmos levá-los todos até Jesus. Ao ver aquele homem na padiola, Jesus percebeu que a maior necessidade desse homem era o perdão dos seus pecados.

A maior necessidade dos nossos é essa também. Eles estão nesta situação porque foram para longe de Deus e acabaram no pecado, como aquele homem paralisado. O pecado vai entrevando a pessoa de tal maneira que se torna vão qualquer socorro humano. É preciso o socorro divino.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

SER VERDADEIRO DIANTE DO SENHOR



palavra "sincero" vem de "sem cera". Os antigos gregos e romanos faziam um teatro bem semelhante ao teatro moderno: uma mesma pessoa fazia vários personagens, e a troca de personagens era feita apenas trocando as máscaras, as quais eram feitas de cera. Por isso, "sem cera" quer dizer sem máscara, sem representação. 

Não podemos representar diante de Deus, precisamos ser sinceros com Ele! Temos de ser verdadeiros até mesmo diante de nossas fraquezas. São Paulo nos diz isso de uma maneira linda: "Portanto, eu me comprazo nas fraquezas, nos insultos, nos constrangimentos, nas perseguições e nas angústias por Cristo, pois quando sou fraco, então é que sou forte" (II Cor 12,10).

Deus é forte em você, por isso, Ele o faz forte. Não tenha medo de ser sincero diante do Senhor, de confessar-Lhe seus pecados mais secretos. Não tenha medo do pecado, mas sim de não ser sincero com Deus. 
Padre Jonas Abib

EIS QUE EU RENOVO TODAS AS COISAS

Então o que está assentado no trono disse: Eis que eu renovo todas as coisas” (Ap 21,5b).
Ano novo, vida nova, novos sonhos, novos projetos. Por que novo? Por que, de um dia para o outro, gritamos “Feliz Ano Novo”? Por que há queima de fogos, confraternizações, ceias e tantas outras coisas?
As comemorações vêm do desejo de vivermos de uma maneira nova, com o coração e a alma abertos às novidades do Espírito Santo, que faz novas todas as coisas. Não dá para arrastarmos os fardos do ano que passou e vivermos tudo do mesmo jeitinho cansado e apático.
Com Deus podemos começar sempre tudo de novo, de uma maneira nova; por isso, deixemo-nos guiar por Ele a todo momento. Vem, Espírito Santo, e renova a nossa vida!
Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago