sábado, 29 de outubro de 2011

JESUS É UNICO CAPAZ DE LIBERTAR AQUELE QUE SE ENCONTRA CATIVO

O Evangelho de Lucas traz uma mensagem universal, global, anunciando Jesus como o Salvador do mundo; mas faz isso usando de uma linguagem e estilo literário regionais.As parábolas de Jesus são organizadas no Evangelho de Lucas de forma a compor um todo doutrinário, que pode melhor ser compreendido a partir do entendimento da cultura da época.
Entre os Evangelhos, o livro de Lucas é o único que possui a narrativa da cura da mulher encurvada. Jesus estava mais uma vez ministrando na sinagoga e entre a multidão estava uma mulher possessa de um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; ela andava encurvada sem de modo algum poder endireitar-se. Vivia debaixo de um governo maligno. Sua enfermidade era espiritual e refletia no físico. Suas vértebras se fundiram e era impossível consertar. Hoje temos obras científicas comprovadas de que as doenças do espírito provocam descargas muito fortes na estrutura física do homem provocando todo tipo de enfermidades. Quem sabe na vida daquela mulher a falta de perdão, ressentimentos, raízes profundas de amargura, foram as brechas para o inimigo trabalhar e lançar a enfermidade? Não sabemos, pois a Palavra não nos afirma assim, mas podemos conjecturar.
Durante dezoito anos, aquela mulher encurvada estava toda semana na sinagoga, ouvindo as pregações, louvando, ofertando e sacrificando, mas sem nenhuma solução para o seu problema. Hoje, temos muitos vivendo como essa mulher: vida pessimista, encurvada, oprimida por cargas e fracassos durante anos.
O versículo 12 nos diz que Jesus viu aquela mulher. As mulheres na sinagoga ocupavam os últimos lugares, elas não adoravam junto com os homens, havia uma cortina que separava, mas Jesus a viu, chamou-a e liberou uma palavra de autoridade contra o espírito de enfermidade que a atormentava e, logo em seguida, tocou-a e ela se endireitou e glorificou a Deus.
O Mestre a contemplou nos últimos bancos, na ala das mulheres, sentiu compaixão pela dor daquela mulher, parou tudo e a chamou para frente, para a ala dos homens, quebrando totalmente o protocolo da tradição e, diante de todos, libertou-a de todo seu tormento.
Em seguida, os religiosos se levantaram contra a vitória daquela mulher, pois não aceitaram a cura em dia de sábado. Nunca haviam feito nada por ela em todo o decorrer dos anos, mas quando alguém fez levantaram-se contra. Jesus a defendeu. A vida é muito mais importante do que as tradições e ritos. Quem sabe, muitos têm se levantado contra a sua vitória, mas creia que Jesus, no momento certo, lhe defenderá diante de tudo e de todos. Você será justificado pelo Bom Mestre.
No versículo 6, Jesus afirma que aquela mulher estava cativa e era “filha de Abraão”, ou seja, era israelita, filha da promessa, mas Satanás a havia escravizado.
Não é apenas Satanás quem faz as pessoas se curvarem. O pecado (Salmo 38,6), a tristeza (Salmo 42,5), o sofrimento (Salmo 44,25), entre outros, também podem ter esse efeito. Jesus é o único capaz de libertar o cativo!
Ao final da história, no último versículo, havia duas classes de pessoas: os envergonhados e os que se alegravam com a vitória daquela mulher.
Talvez você, em alguma área da sua vida, esteja encurvado. Não consegue andar corretamente. Aquela mulher não levantava a cabeça, somente olhava para o chão. Ninguém conseguia ver sua face, andava escondida, cheia de complexos. Mas quando Jesus chegou, Ele mudou tudo. Quando o Senhor chega, o inferno tem que se render diante do Seu grande poder. Quando Ele chega, os inimigos têm que recuar e saírem envergonhados.
Meu irmão, minha irmã, este é o seu dia. Este é o seu momento! Levante-se, erga a cabeça e tome posse do milagre! Jesus está lhe dizendo: “Você está curada. Vá em paz”.
Padre Bantu Mendonça

AFEIÇOAI-VOS ÁS COISAS LÁ DE CIMA

A vida do cristão é permeada por sacrifício e renúncia, pois, “já não sois hóspedes nem peregrinos, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Efésios 2,19), por esse motivo, devemos viver como tal.
A Palavra de Deus diz em Colossenses 3,2: “Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às coisas da terra”. À primeira vista, achamos uma palavra comum, porém como é sacrificante viver esta palavra no seu sentido total! Requer muita fé e disciplina. Explico: “Afeiçoar-se às coisas lá de cima” quer dizer renunciar pequenas coisas do dia a dia, atos que nem sempre fazemos.
Estamos atados, por assim dizer, às coisas da terra, de tal maneira que, por diversas vezes, não cumprimos o primeiro dos mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Se é sobre “todas as coisas”, é preciso valer para tudo; não somente para o que é conveniente a nós. Precisa valer sobre nossos afazeres, nossas vontades, nossa própria família. Quantas vezes faltamos à Missa dominical para irmos ao cinema, ao teatro, a um aniversário? Ser fiel a esta Palavra significa viver estreitamente “as coisas do Alto”.
Enquanto nosso espírito aspira pelas coisas eternas, nossa carne pede as coisas da terra como fofocas, mentiras (mesmo aquela mentira aceita socialmente), olhares maliciosos, pensamentos torpes, conversas libidinosas etc.; cedendo a essas coisas, sufocamos nossa alma com nossa liberdade mal empregada. Por vezes, rezar uma Ave-Maria durante o dia se torna entediante.
A Sagrada Escritura segue nos admoestando: “Mortificai, pois, os vossos membros…” (Colossenses 3,5). Nossos membros e sentidos, com efeito, estão imperando sobre nossa vida a ponto de não conseguirmos ouvir uma exortação, pois logo revidamos, porque nunca estamos errados. Falta-nos ouvir em silêncio como Maria o fez, mesmo sem entender, ainda que o fogo de nossa vontade queime em nosso interior.
‘Afeiçoar-se às coisas lá de cima’ quer dizer renunciar pequenas coisas do dia a dia”
Nossos erros, constantemente, são justificados; procuramos a quem culpar, não nos reconhecemos como pecadores. A arrogância, a autossuficiência do homem moderno chegou a uma estatura que não se admite mais sermos dependentes da misericórdia de Deus Pai. Toda essa realidade é afeiçoar-se às coisas do Alto e, consequentemente, mortificar nossos sentidos e membros, ou seja, toda vontade dentro de nós. Entretanto, será que conseguimos ainda dizer não a nós mesmos para satisfazer o próximo ou continuamos em nosso mundo egoístico?
Um desafio ao qual você pode submeter-se, para testar sua busca pelas alturas, é marcar quanto tempo consegue ficar navegando na internet pelas redes sociais e sites; e depois comparar com o tempo que você permanece com a Palavra de Deus, com a oração do terço. Isso somente se tornará um desafio para você quando conseguir obter constância na oração, aliás, a constância espiritual foi um dos vários segredos para que os santos conquistassem o céu.
Concluo lembrando da frase de Dom Bosco que diz: “Quem obedece nunca erra”. Discípulo apaixonado por Jesus tem um ouvido atento à voz do Senhor e daqueles que lhe orientam a alma. Observando esses conselhos, estaremos macerando tudo em nós e deixando Cristo imperar em nossa vida; somente assim poderemos fazer das palavras de São Paulo as nossas, “ mas já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim” (Gálatas 2,20).
Graça e Paz!
Rodrigo Stankevicz

NA FORÇA DO AMOR E DO PERDÃO

“De fato, se vós perdoardes aos outros as suas faltas, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos outros, vosso Pai também não perdoará as vossas faltas.” (Mt 6,14-15)
Quando você se colocar em oração, deve perdoar primeiro. Jesus é claro. Se eu me colocar em oração, mas não perdoar o irmão, o Pai celeste não pode me perdoar. Se o Pai não me perdoa eu fico fora da graça.
As vezes a pessoa fica desesperada, reza e reza, mas a graça não entra porque a porta está fechada. Se não abrir o coração a graça não entra. O coração está fechado não deixa a graça entrar. Se formos orar e não perdoarmos o outro, o Pai não pode nos perdoar e se Ele não pode nos perdoar, a sua graça não pode entrar. Não que o Pai não queira nos atender, mas Ele não pode, porque nós não abrimos as portas.
Perdoar não é fácil, é uma decisão, não posso me preocupar com os sentimentos. Preciso fazer exercícios, rezar o terço do perdão, o terço da cura. Preciso me decidir a perdoar. Nossa natureza humana é muito difícil. Tem pessoas que perdoam com mais facilidade, mas há outra que formam uma barreira.
Quando nós não perdoarmos, acumulamos em nós raiva, ressentimento, mágoa. Nunca se viu tantas pessoas com depressão como agora. Tem depressão que são causadas por sentimentos negativos e autodestruidores. Quando temos um ressentimento parece que o nosso coração se fecha e sentimos um mal-estar.
Como sabemos que temos dificuldade para perdoar, não podemos falar que não conseguimos. Temos que fazer exercícios para conseguirmos. Perdão difícil é aquele que você precisa dar para aquela irmã que levou seu marido embora, para aquele seu irmão de sangue que fez o roubo na herança.
Quando você morrer não vai levar nada, você só poderá levar o amor de Deus e para levar esse amor, você precisa dar o perdão, o perdão que é difícil de dar. A falta de perdão é um fardo podre que vamos carregando.
É muito difícil perdoar, mas não é impossível. O Senhor nos dá a graça para não ficarmos carregando esse saco podre.
Precisamos perdoar, pois senão perdoar a graça não chega. Quando estiver difícil demais procure um sacerdote para lhe ajudar a perdoar.
Maria Gabriela de O. Alves