sábado, 17 de maio de 2014

JOÃO PAULO II E A DEVOÇÃO A VIRGEM MARIA

É importante desde o inicio compreendermos que não existe nenhuma competição entre Jesus e Maria. Dando amor a Maria, não estamos diminuindo em nada o amor a Jesus. 

Quero apresentar a vocês o pensamento de São João Paulo II. Ele teve uma escola de devoção à Virgem Maria, no livro chamado: “Tratado da verdadeira devoção à Virgem Maria”, esse livrinho foi a escola de santidade de João Paulo II. Muitas pessoas encontraram neste santo um farol, um modelo de santidade a ser seguido. 

Lembro-me que na época em que João Paulo II estava enfermo eu ficava noites em claro buscando as notícias deste santo, porque eu não queria perder o momento da Páscoa deste santo dos nossos tempos. 

Deus tem seus caminhos, ele faleceu no sábado as vésperas do 2º Domingo de Páscoa, Domingo da Divina Misericórdia. Unindo-se assim as duas devoções em um dia só, o sábado que é dedicado a Virgem Maria e o domingo da Misericórdia, Festa instituída por ele a pedido de Jesus a santa Faustina. 

O Papa João Paulo II reuniu o maior número de pessoas da história da humanidade, 6 milhões de jovens em Manila nas Filipinas. Ele foi um Papa que nadou contra a corrente. Este homem entregue totalmente a Jesus Cristo se configurou a ele. 

No brasão de João Paulo II estavam representados os dois corações que nos amaram. A cruz dourada de Nosso Senhor, que nos amou divinamente com coração humano, e um M de Maria, a co-redentora que nos ama profundamente. 

João Paulo II usou essa expressão “co-redentora” sete vezes, vamos explicar. A Igreja viveu um século de ouro da Mariologia. Nunca a Igreja se desenvolveu tanto na Mariologia como neste século. E nesta mesma época aconteceu duas aparições reconhecidas pelo magistério da Igreja, a de Lourdes e a de Fátima. 

Existem dois dogmas de Maria nela mesma, de mãe de Deus e da Virgindade perpétua. Porém ainda faltava a parte de Maria para conosco. O que Maria é em relação a nós? Maria é mediadora de todas as graças, todas as graças vem a nós por meio de Maria. Ela participa da redenção, por isso é co-redentora, pois participou da redenção como nenhum outro santo participa. 

Maria é membro da Igreja, mas também é mãe da Igreja. Parece contraditório, mas não é. Quando olhamos Maria em relação ao Pai ela é como nós, mas com relação a Jesus ela é mãe, portanto é mais, é nossa mãe. 

Durante o Concílio Vaticano II alguns padres queriam essas duas aprovações a respeito da Virgem Maria, como o Concílio era pastoral e ecumênico, não foram aprovados estes dogmas. Depois do Concílio a teologia sobre Nossa Senhora foi diminuindo, até chegarmos a década de 80, em que certo teólogo afirmou que estávamos na “era glacial da Mariologia”. Até vir o Papa João Paulo II, o papa Mariano que quis reacender nossa devoção a Mãe de Deus.

Maria aos pés da cruz, co-redentora. Não há salvação em outro nome a não ser em Jesus Cristo. Quando chamamos Maria de co-redentora não estamos dizendo que ele salvou metade ou 99% da humanidade e Maria salvou a outra parte. Não é isto! Jesus salvou toda a humanidade, 100%. 

Deus poderia fazer com que redenção viesse ao mundo por um decreto. Ele poderia nos salvar por um decreto, um estalar de dedos, mas ele não quis fazer isso. Seria humilhante para o homem. O pecado entrou no mundo por um homem e era necessário que o pecado fosse retirado do mundo por um homem. 

No início não estava apenas o homem no jardim quando pecaram. Teologicamente, de acordo com os padres da patrística, Jesus é chamado de Novo Adão e Maria Nova Eva, isso é desde o tempo dos Apóstolos. A perdição entrou no mundo por Adão, a salvação entrou no mundo por Jesus. Bem como a perdição entrou no mundo por Eva a salvação entrou no mundo por Maria. 

Um anjo visitou uma virgem, prometida em casamento a um homem, quem é esta mulher? Eva. A mulher que foi visitada por um anjo, e este anjo era Satanás e a desobediência entrou no mundo. Anos mais tarde, um anjo visitou uma virgem, prometida em casamento. Quem é esta mulher? Maria que foi visitada pelo anjo Gabriel. E a salvação entrou no mundo. 

No céu Deus não poderia padecer, não poderia sofrer uma paixão e morte, porque no céu não se sofre, no céu ninguém morre. Em sua bondade divina, deus quis que Maria colaborasse dando a Cristo o corpo que ele ia sacrificar na cruz.
Quando Maria vê Jesus morrer na cruz, ela cumpre a profecia de Simeão, que havia dito na apresentação de Jesus no templo que uma espada de dor lhe transpassaria a alma. Imagine a dor do coração Imaculado de Maria o quanto sofreu por seu filho. 

Um dia havia uma Virgem ao pé de uma árvore que queria pegar o fruto para si e ser como deus. Assim estavam Adão e Eva, quiseram para si o Dom de Deus, desejaram agarrá-lo para si. 

“Ele tinha a condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz!” Filipenses 2, 6 – 8 Adão e Eva não eram deuses, mas quiseram ser deus. Jesus era Deus e não se apegou a sua condição divina. Adão era homem e se fez deus. Jesus era Deus e se fez homem. 

Milhares de anos depois estava a mulher ao pé de uma árvore e lá estava o fruto de seu ventre. Ela não se apegou a ele, ela o deu, o ofereceu. E por essa razão Maria é a nova Eva. Compreendem que Maria não é apenas uma santa da Igreja, existe uma participação qualitativa de Maria na salvação. 

João Paulo II com seu brasão, Maria aos pés da cruz, nos convida a voltarmos a fé, a devoção na Virgem Maria. Todos estavam com medo da fé na Virgem Maria, mas o santo dos nossos tempos no chama a reacendê-la. 

Deus nosso Pai criador, nos chama a a ser colaboradores de Deus na criação, com os pais que geram seus filhos. Como podemos aceitar com clareza que nós simples humanos somos colaboradores na criação e não podemos aceitar que Deus quis se utilizar da criação, Maria, na salvação? 

Assim como a lua não tem luz própria, assim é Maria, ela reflete a luz que vêm de Deus. Ela é como a lua. 

Você pode pensar: “Por que não vamos diretamente no sol?”, tudo bem você pode ir, mas cuidado para não queimar a sua retina. 

Vamos a Maria primeiro, porque o pecado original nos faz ter medo de Deus, assim como Adão e Eva após o pecado no paraíso; quando Deus desce na brisa da tarde eles tem medo de Deus. Quando nos colocamos debaixo do manto de Nossa Senhora estamos acolhendo a solução que o próprio Deus já nos deu. Na Palavra de Deus diz da mulher grávida, prestes a dar a luz a um filho e a antiga serpente está esperando essa mulher dar a luz a um filho ele está pronto a devorar. Esta mulher é Maria.

Intelectualmente entregamos nossa vida para Deus, mas em nosso coração não. Precisamos entregar a Maria, assim não temos meso. Ela é uma mulher pobre e não fica com nada para si, automaticamente entrega a Jesus. Quando entregamos a Maria entregamos nosso coração também. 

Intelectualmente eu sei que o amor de Deus é infinito, é perfeito. Mas dentro do coração não compreendermos e isto é consequência do pecado original. Quando entregamos algo a Deus, a cabeça compreende, mas o coração esperneia. Não deveria ser assim, mas é! E Deus sabe de nossa limitação. Mas nada pode abalar o senhorio de Jesus, nem nossa entrega a Maria, porque ela não retém ela nos entrega a seu Filho. 

O problema não está no sol, mas nos meus olhos. Porque são sensíveis e olhar diretamente para o sol queima a retina. O problema não está no amor de Deus, mas na minha limitação, reflexo do pecado original que ficou em mim. A consagração á Virgem Maria pelo tratado, é a consagração a Jesus, sabedoria encarnada. O que na verdade se quer com a consagração á virgem Maria é que as pessoas se submetam ao senhorio de Jesus pelas mãos da Virgem Maria. 

Muitas pessoas não compreendem quando Jesus chama a Virgem Maria de “mulher”, pensam que é um descaso de Jesus. Mas o que ele disse ao chamá-la assim, é que Maria não é uma mulher qualquer, mas que ela é A MULHER, desde o início prevista, a qual colaboraria com a salvação. E se repete a cena do Jardim do Édem, a mulher ao pé da árvore que agora não toma para si o fruto, mas o entrega. 

Naquele momento da cruz, Jesus entrega Maria ao filho, e entrega o filho a mãe. A partir daí João acolhe Maria em sua intimidade. Desse modo Jesus “passou a perna” no diabo. Como não há céu sem cruz Deus sabe os meios para que seus filhos abracem a cruz para chegarem a salvação. Sabendo que nos entregando a Maria não mais teríamos medo da cruz, não teríamos medo de nos entregar a Deus, Jesus a dá por nossa mãe. 
Padre Paulo Ricardo 
Sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá (MT)
JESUS, EU CONFIO EM VÓS!!!
Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre, Jesus. Santa Maria mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate!!!

A PARTICIPAÇÃO DA FÉ DA MARIA SANTÍSSIMA


Os verdadeiros devotos da Santíssima Virgem participam de sua fé pura, firme e inquebrantável


Em um capítulo do excelente Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, São Luís de Montfort fala sobre os "maravilhosos efeitos desta devoção na alma que lhe é fiel" . O santo francês enumera e explica as maravilhas que são operadas naquelas almas que, totalmente entregues a Nossa Senhora, cultivam esta devoção, esforçando-se por colocá-la em prática. Estes efeitos são percebidos, sobretudo, "na alma", já que a verdadeira devoção mariana é interior: "parte do espírito e do coração"
O primeiro efeito do qual fala São Luís é o conhecimento e desprezo de si mesmo. De fato,quanto mais nos aproximamos de Deus, especialmente por meio da oração, mais conhecemos o quanto somos fracos, miseráveis e indignos. Nesta devoção, a luz do Espírito Santo revela ao homem o seu "fundo mau", a sua "corrupção e incapacidade para todo bem". Escreve São Luís: "Considerar-te-ás como um caracol, que tudo estraga com a sua baba, ou como um sapo, que tudo envenena com a sua peçonha, ou como uma serpente maliciosa, que só procura enganar".
Eis o verdadeiro caminho para chegar à humildade. Esta consiste em nada mais do que conhecer o que somos: "de barro somos feitos, (...) apenas somos pó" (Sl 102, 14). É, ao mesmo tempo, uma chave importante na luta contra o pecado: a desconfiança de nós mesmos. Quem confia demais em si mesmo, não duvidando das próprias disposições, dificilmente evitará as ocasiões de pecado e acabará por tornar-se presa fácil do demônio e de sua carne, tomada pela concupiscência. Ao contrário, quem conhece sua natureza decaída, sabendo de seu "fundo mau", evitará, resolutamente, o ócio, pelo qual advêm inúmeros maus pensamentos; a exposição a ambientes e ocasiões particulares de perigo; e as más companhias, "que corrompem os bons costumes" (1 Cor 15, 33).
O segundo efeito da verdadeira devoção é a participação da fé de Maria Santíssima. Quando aqueles que viveram de maneira virtuosa nesta vida partem à glória do Céu, já não precisam da fé, pois, entrando na plena posse de Deus, já contemplam face a face Aquele em que creram sem ter visto (cf. 1 Pd 1, 8). Com Maria, no entanto, aconteceu de modo diferente, diz São Luís: Deus preservou a sua fé, "a fim de conservá-la na Igreja militante para os Seus mais fiéis servos e servas". A fé de Maria é uma joia preciosa entesourada por Deus para a comunhão dos santos.
Aqueles que viverem fielmente esta devoção participarão da fé de Nossa Senhora: terão uma fé viva e animada de caridade – que fará a alma empreender todas as coisas pura e simplesmente por amor –, firme e inquebrantável – que não esmorece diante das dificuldades –, ativa e penetrante – capaz de perscrutar os mistérios do coração de Deus – , corajosa e reluzente – uma fé missionária que, tomada pelas graças de Deus por mediação de Maria, levará a outros a boa nova da salvação – e, por fim, uma fé pura, isto é, que não se preocupa "com o que é sensível e extraordinário".
Esta fé pura da qual fala São Luís é uma fé que escolhe "a melhor parte" (Lc 10, 42), por assim dizer. Com efeito, muitos escravos da Virgem permanecem na exterioridade desta devoção. "Se não experimentam prazer sensível nas suas práticas, julgam que já não fazem nada, desorientam-se, abandonam tudo, ou fazem as coisas precipitadamente"03, escreve o santo. Os verdadeiros devotos de Nossa Senhora, por outro lado, ainda que não sintam grandes coisas ou presenciem fatos extraordinários, permanecem em vigilância e oração. Eles têm consciência de que a vida aqui é um "vale de lágrimas", que Maria Santíssima não promete aos seus servos nenhuma felicidade plena neste mundo e que é preciso amar menos as consolações de Deus que o próprio Deus das consolações.
Aqueles que recorrem à bem-aventurada Virgem Maria com confiança granjeiam de nosso Senhor Jesus Cristo este precioso dom que é o de permanecer em contínua comunhão Consigo, com o desejo ardente de orar e falar-Lhe ao coração. Com a fé pura de Nossa Senhora, entregam-se à meditação e às coisas celestes não raras vezes sacrificando a própria vontade e oferecendo ao Senhor um sacrifício verdadeiramente agradável a Seus olhos.
Para mostrar a importância da pureza da fé, do não se preocupar "com o que é sensível e extraordinário", São Josemaría Escrivá responde à pergunta "Se não sinto vontade, não é autêntico?":

MULHER DE VALOR COMO MARIA

As mulheres precisam ter um coração aberto para amar, assim como Maria. E o Espírito Santo vem sobre nossa alma, fazendo-nos compreender essa Palavra:

“Uma mulher virtuosa, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor. Confia nela o coração de seu marido, e jamais lhe faltará coisa alguma. Ela lhe proporciona o bem, nunca o mal, em todos os dias de sua vida. Ela procura lã e linho e trabalha com mão alegre. Semelhante ao navio do mercador, manda vir seus víveres de longe. Levanta-se, ainda de noite, distribui a comida à sua casa e a tarefa às suas servas. Ela encontra uma terra, adquire-a. Planta uma vinha com o ganho de suas mãos. Cinge os rins de fortaleza, revigora seus braços. Alegra-se com o seu lucro, e sua lâmpada não se apaga durante a noite. Põe a mão na roca, seus dedos manejam o fuso. Estende os braços ao infeliz e abre a mão ao indigente. Ela não teme a neve em sua casa, porque toda a sua família tem vestes duplas. Faz para si cobertas: suas vestes são de linho fino e de púrpura. Seu marido é considerado nas portas da cidade, quando se senta com os anciãos da terra. Tece linha e o vende, fornece cintos ao mercador. Fortaleza e graça lhe servem de ornamentos; ri-se do dia de amanhã. Abre a boca com sabedoria, amáveis instruções surgem de sua língua. Vigia o andamento Seus filhos se levantam para proclamá-la bem-aventurada e seu marido para elogiá-la. Muitas mulheres demonstram vigor, mas tu excedes a todas. A graça é falaz e a beleza é vã; a mulher inteligente é a que se deve louvar. Dai-lhe o fruto de suas mãos e que suas obras a louvem nas portas da cidade”
 (Provérbios 31,10-31).

A Palavra de Deus é sempre atual! Ela nos cura, ensina e corrige para que cheguemos à perfeição, à estatura de Cristo e vivamos à imagem e semelhança do Pai.

A Sagrada Escritura oferece a nós, mulheres, o que nenhuma ideologia ensinou, pois nosso papel na sociedade ainda causa muitas discussões. Podemos nos apoiar na Palavra de Deus para mostrar ao mundo que a mulher tem um grande valor. Ela vale muito mais do que as joias, pois foi aquela que Deus fez para amar sem medida!

A mulher não pode ser tratada como um objeto, porque Deus não criou o ser humano para mendigar amor. O Senhor vem nos mostrar que está na hora de as mulheres assumirem o seu valor. Muitas delas são atacadas, em sua mente, pelo demônio, por causa do passado ou do futuro delas, pois elas se esquecem de viver o hoje, o presente
O mundo tem nos apresentado mulheres famosas, que estão nas mídias; mulheres que se vingam com as próprias mãos, que dão brecha para o demônio entrar na mente delas. Essas mulheres, que o mundo nos apresenta, são fúteis, preocupam-se apenas com roupas e com carros da moda. São pessoas que se preocupam somente em 'ter'. Já a mulher de valor acredita que Jesus é sempre o mesmo, que Ele está sempre olhando por ela. Ela confia sempre, mesmo sem nada ver!

Como ser uma mulher de valor? Amando a Deus sobre todas as coisas, reconhecendo Jesus Cristo como o Senhor de nossa vida e de nossa família. Quando deixamos que Ele seja o Senhor de nossa vida, esta passa a ter um sentido novo! A mulher de valor busca ser íntima de Jesus. 

É hora de virar o jogo e buscar uma vida de oração. Mulheres, priorizarem a oração, busquem uma vida em Deus! Sejam praticantes da Palavra, pois  ela nos dá um novo direcionamento. A Palavra quer ser vida em nossas vidas!

A mulher de valor é como Maria, a Rainha da Paz, modelo para todas as filhas de Deus!

Assuma, hoje, em sua vida, a grande mulher de valor que você é. Que a Mãe da alegria, do belo amor, que é Nossa Senhora, nos ensine a sermos mulheres e mães em todas as situações. O nosso modelo é Maria!
Marina Adamo 
Membro da Comunidade Canção Nova

POR QUE PRECISO DE DIREÇÃO ESPIRITUAL?

Por mais que já tenhamos um bom tempo de caminhada ao lado de Deus, precisamos de alguém que nos instrua, que nos ilumine nas decisões.
Desde que nascemos, precisamos da ajuda do outro. No nascimento, precisamos dos cuidados de nossos pais, precisamos do alimento, do leite materno que não pode ser descartado ou substituído por outro alimento, pois este tem sua riqueza em vitaminas. Para a criança recém-nascida não tem jeito, ela precisa do leite humano.
Deve ser por isso que Deus quis criar o ser humano. O Senhor quis que as pessoas se relacionassem; por isso criou a mulher, a fim de que ela fosse companheira, uma “auxiliar que correspondesse a ele” (Gn 2,20).
Assim, isso também se aplica à vida espiritual. Por mais que já tenhamos um bom tempo de caminhada ao lado de Deus – sejam cinco, dez, vinte anos servindo num grupo, numa pastoral –, para que possamos dar algo precisamos também receber, precisamos de alguém que nos instrua, que nos ilumine nas decisões. Por isso há a necessidade não só de formação, mas de alguém que caminhe conosco e nos ajude a discernir quais passos devem ser dados.
Vamos usar alguns termos para que esta reflexão fique clara: “acompanhador” e “acompanhado”. Acompanhador é o diretor espiritual; acompanhado, aquele que é dirigido.
Por que preciso de um acompanhador espiritual? Porque preciso dos outros não só nas realidades básicas, humanas e profissionais, mas também na realidade espiritual. Muitas vezes, erramos, porque não temos alguém, ao nosso lado, para nos escutar, para dar uma luz sobre esse ou aquele assunto.
Preciso de direção espiritual, porque necessito de ajuda, porque sou falho, porque não sou perfeito. A busca por um acompanhador espiritual é também uma atitude de humildade, um remédio contra a autossuficiência, contra o orgulho. Preciso de um acompanhador, porque nem sempre estou certo. Se precisei de alguém quando criança, quando adolescente e até adulto para realizar algumas tarefas, mesmo com alguma autonomia e autoridade, preciso do outro para continuar acertando ou para errar menos.
Por fim, o acompanhador é uma boa ajuda para que se viva bem a vida espiritual e, consequentemente, para que se viva bem as outras realidades da vida, pois estão estreitamente ligadas. Quando eu estiver bem com Deus, estarei bem com o outro, estarei bem com a vida profissional, e todas as outras coisas deslancharão. E mesmo que as outras realidades não estejam bem, o fato de estar bem espiritualmente, de estar sendo acompanhado, faz com que eu tenha paciência, sobriedade e calma com as confusões ao meu redor, “mesmo que a figueira não renove seus brotos, a parreira deixe de produzir, se as ovelhas desaparecerem dos pastos, estarei feliz no Senhor (Hab 3,17-18). Não significa ser passivo, mas, sendo acompanhado, terei calma para ver tal situação como um desafio a ser vencido, à luz do Espírito Santo, com diálogo e esperança.

Padre Marcio

JESUS CRISTO É VITÓRIA DE DEUS EM NOSSA VIDA

Jesus Cristo nos reanima e nos dá ânimo novo e vida nova. Depositemos n’Ele a nossa esperança e a nossa confiança, porque Jesus é a vitória de Deus em nossa vida!
”Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo” (João 6, 51).
Jesus continua a nos ensinar o que acontece ou o que aconteceu com aqueles que se alimentam apenas do pão da terra, o pão francês, o pão da padaria, o pão que comemos todos os dias. Os nossos pais comeram o maná no deserto e, depois, morreram, desfaleceram e desanimaram, mas quem come deste pão (cf. Jo 6, 51 b) e se sacia deste pão tem a vida eterna!
Sabem, meu irmãos, hoje, eu gostaria de pegar um outro aspecto do sentido dessa vida que Jesus vem dar a nós: Porque o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo” (cf. João 6, 51), porque, quando nós nos saciamos dessa presença de Jesus entre nós, até aquilo que dentro de nós parece estar morto, adormecido, sem sentido e  tudo aquilo que dentro de nós se encontra sem motivação e sem perspectiva: “Por onde vou andar? O que eu vou fazer?”, Jesus reanima, dá um ânimo novo, dá uma vida nova. Cristo ressuscita ou suscita o novo de Deus em nós!
A cada dia nós precisamos encontrar um sentido para a nossa vida, a cada dia nós precisamos respirar, precisamos nos inspirar, nós precisamos ir para a frente, adiante e, muitas vezes, nos encontramos sem alento e desanimados. E quando o sentimento do fracasso toma conta de nós ou o medo se apodera da nossa vida e do nosso coração, nós até dizemos: ”Eu não vai dar conta! Isso não vai dar certo! Eu não vou conseguir!”. 
Mas quando Jesus se apodera de nós, até podemos passar por dificuldades e ser vencidos e apanhar da vida, no entanto, a vida não nos derrota, porque a vida já foi vencida, a morte já foi derrotada e a vida se tornou vitoriosa n’Ele. Então a nossa vida começa a ser plena porque o SenhorJesus está em nós e, por isso, a Sua Carne é, para nós, a vitória da vida, por isso a Sua Carne é para nós a certeza da vitória plena.
Depositemos n’Ele a nossa esperança e a nossa confiança, porque Jesus é a vitória de Deus em nossa vida!
Padre Roger Araújo

SE NÃO JOGARMOS ESSA COPA NÃO VENCEREMOS

É hora de chutar a bola que desfigura a civilidade. Caso contrário, perderemos o jogo pela vida”, destaca Dom Walmor 
Estamos vivendo a catástrofe de um surto de incivilidades, avalanche de barbáries que está assolando nossa sociedade. Constata-se a perda irracional dos limites e, sobretudo, de referências, sem as quais tudo é possível, inclusive escolhas que estão na contramão da cidadania. Aos rosários de lamentações inevitáveis diante desse cenário desolador, é preciso acrescentar uma efetiva atitude reativa. Somente assim não se permitirá que este tempo de conquistas admiráveis da inteligência humana se sucumba diante das irracionalidades que geram violências, corrupção, eleições “sujas”, insanidade nas relações interpessoais e uma série de outros desafios que expõem o avanço da desumanização.
Os números e estatísticas são indispensáveis como instrumento de conscientização e sensibilização. Mas, o determinante nessa necessária postura reativa é a identificação das raízes e causas produtoras desses preocupantes cenários. O que se está vivendo é um grande drama social, com perdas de rumo na busca da verdade, no gosto pelo bem e pela justiça. Certamente, aí está um gargalo produtor de situações caóticas. Cada um estabelece e busca impor o seu próprio critério. Os resultados têm sido terríveis, como mostram os episódios em que se busca fazer “justiça com as próprias mãos”. Infelizmente, vivemos um tempo de linchamentos, desentendimentos com desfechos violentos, que muitas vezes resultam em perdas irreversíveis.
A ordem, enquanto justiça e garantia de respeito irrestrito à dignidade humana, tem um percurso e balizamentos éticos próprios. A perda dessa referência é grave e torna-se um grande desafio chegar às raízes dos males contemporâneos. Fixar o olhar nas bases que instauram a desordem é o passo determinante para promover grandes mudanças. E alcançá-las não se faz sem o que é próprio da fé, como experiência e como caminho para a fonte perene dos valores essenciais. Ela é um patrimônio insubstituível da pessoa, da família e sociedade, capaz de corrigir rumos e recompor o tecido da cultura.
É hora de percorrer o caminho da fé. O colapso que se abate sobre nós é uma séria crise de valores em razão da superficialidade que emoldura o viver humano contemporâneo. Só dá conta de alcançar o equilíbrio e seriedade quem se alimenta diariamente de sólidas referências. A dinâmica da cultura contemporânea tem empurrado a sociedade para o esquecimento de um princípio básico inegociável. Trata-se da justa compreensão de que o essencial está na interioridade, vem das raízes, e não se resume nas coisas colocadas ao nosso redor. Ao ignorar esse princípio, a humanidade alimenta a tempestade que tem gerado naufrágios no percurso da vida. Todos precisam compreender que o essencial está na interioridade. Caso contrário, perde-se o rumo, não se consegue a força necessária para superar adversidades, perde-se o balizamento da ética, escorregando na direção de todo tipo de imoralidade. A cultura contemporânea está ficando cega para esse princípio, que se cultiva com a fé.
Compartilho a experiência vivida por nós, bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunidos na Assembleia Geral que será concluída hoje. Neste último dia, viveremos um tempo dedicado ao investimento na fundamental experiência da fé. A conclusão da Assembleia será com um retiro, marcado pelas orações, balizando uma carregada pauta de trabalhos, debates, reflexões sobre temas relacionados à evangelização e à construção da sociedade justa e fraterna. Meditaremos à luz de grandes personagens bíblicos como Abraão, Maria – Mãe de Jesus, Pedro e Paulo. Deste modo, amadureceremos a compreensão de que é peregrinando na fé que se consegue manter a vida no rumo certo.
A partir dessa peregrinação, nós, bispos do Brasil, encontramos força e fôlego para produzir, nesses dias de Assembleia, um importante documento que indica o caminho para fortalecer as paróquias e comunidades de fé, presença solidária e comprometida na vida do povo em diferentes realidades, grande capilaridade da Igreja Católica. Também aprovamos rico e corajoso documento sobre a Igreja e a questão agrária brasileira. Não menos importante foi a abertura da reflexão sobre a cidadania de cada cristão na Igreja e sua atuação testemunhal na construção da sociedade. Nesta direção, desenvolvemos nosso Projeto Brasil, cujo coração é a continuação da luta pela reforma política. Em resposta à crescente violência, foi aprovada, por unanimidade, a vivência do Ano da Paz, do dia 30 de novembro de 2014 até o Natal de 2015, quando serão promovidas ações para mudar este triste cenário de desumanidades.
O grande volume de assuntos tratados, encaminhamentos e compromissos assumidos nos confirmam, às vésperas da Copa do Mundo, que é hora de avaliações e escolhas de rumos novos, uma prolongada Copa de Civilidades. Se não jogarmos esta Copa, não venceremos. É hora de chutar a bola que desfigura a civilidade. Caso contrário, perderemos o jogo pela vida. Os cenários que horrorizam nossa sociedade só serão vencidos se conseguirmos, com a graça da fé alimentando nossa cidadania e o respeito à dignidade humana, jogar uma Copa de Civilidades.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo