quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

QUANDO A VIDA SE TORNA FICÇÃO

Quando alguém se torna incapaz de viver a realidade de suas dores
Há muitos filmes de ficção que parecem nascidos de fatos verídicos. Quando terminamos de assistir a determinados filmes, chegamos mesmo a duvidar que tal história nunca tenha existido. Os papéis foram tão bem interpretados, a música casava-se perfeitamente com as cenas, a iluminação e as paisagens onde ocorreram as filmagens chegavam a beirar a perfeição. Cada gesto e expressão facial dos atores expressavam uma verdade que poderia enganar a pessoa mais esperta.
Essa realidade dos filmes de ficção é vivenciada por muitas pessoas que criam para si mesmas verdadeiros roteiros de um mundo que não existe. Nessa trama que compõe o roteiro de suas vidas, as pessoas ganhariam facilmente o Oscar de melhores atores e atrizes.
É complexo definirmos quando começa o processo de criação de um roteiro de ficção na vida. Geralmente, ele é desenvolvido a partir de uma grande dor ou de uma perda. Interessante notarmos que os grandes roteiros de ficção começam, justamente, a partir de um acontecimento marcante na vida.
Quando a pessoa se torna incapaz de viver a realidade de suas dores e traumas, ela cria um mecanismo que irá desenvolver em seu sistema psicológico realidades ficcionais. Criam para si um papel que não existe na realidade. Interpretam de maneira tão sofisticada aquilo que acreditam que é preciso muita perspicácia para descobrir onde termina a verdade e onde começa a ficção.
É preciso cuidado nestes papéis que vamos assumindo ao longo do nosso roteiro existencial. Alguns atores acreditam que não são amados e vivem em um mundo que não tem mais sentido para eles. Perderam o roteiro principal da vida, no qual foram criados para amar e serem amados. Assumiram um personagem que não representa a verdadeira realidade da vida.
Somos protagonistas do mundo que criamos para nós mesmos. Nas tramas da vida, o melhor Oscar que podemos receber é o de sermos protagonistas do amor.
Padre Flávio Sobreiro

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