terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

QUEM PROCLAMA O GRANDE AMÉM ?


O Ordenamento Geral do Missal Romano (OGRM) é muito claro. Em seu nº 151, ele afirma: "No fim da oração eucarística, elevando a patena com a hóstia juntamente com o cálice, o sacerdote pronuncia, sozinho, a doxologia: Por Cristo... As pessoas, no final, aclamam: Amém. Em seguida, o sacerdote coloca sobre o corporal a patena e o cálice".

O sacerdote pronuncia ou canta esta oração sozinho (ou em conjunto com outros sacerdotes concelebrantes), porque ela faz parte da oração eucarística, que sempre foi reservada exclusivamente ao sacerdote.

A assembleia dá o seu assentimento às palavras do sacerdote dizendo ou cantando o amém, que também é conhecido como “o grande amém", por ser o mais importante da missa. Este amém é considerado a conclusão definitiva da oração eucarística, e a sua doxologia (do grego δόξα, louvor, ou seja, hino ou oração de louvor) é simbolizada pelo fato de o sacerdote abaixar o cálice e a patena apenas quando as pessoas concluíram o amém. Em muitas celebrações papais, a importância deste amém é destacada pelas três vezes em que ele é cantado de forma solene.

Não é, portanto, um momento de intimidade, mas, ao contrário, um momento público de louvor realizado por toda a assembleia.

É verdade que o atual rito da missa inclui a proclamação do mistério da fé por parte da assembleia depois da consagração, mas, estritamente falando, ela não faz parte da oração eucarística. Ela é omitida quando o sacerdote celebra sozinho ou concelebra em ausência de ministros ou de assembleia. Portanto, não equivale ao amém final.

A prática da assembleia que se une à doxologia é encontrada em vários lugares, às vezes porque um sacerdote pode ter erroneamente convidado a assembleia a fazê-lo. Mais frequentemente, porém, é um provável resultado da introdução da língua vernácula, que levou as pessoas a repetirem espontaneamente esse texto rítmico. Como não foi corrigido na época, tornou-se um hábito já difícil de eliminar.

Como dizer isto ao seu pároco? Eu proponho que você lhe recorde, muito gentilmente, as normas a respeito, sugerindo, ao mesmo tempo, uma alternativa para destacar a importância desses momentos litúrgicos. Uma possibilidade é lhe pedir que cante a doxologia, para que a resposta do povo também seja cantada. Outra possibilidade para tornar este amém mais solene é repeti-lo três vezes em crescendo, como nas celebrações pontifícias. Desta forma, ele também serve como “gancho” musical para o pai-nosso.

Esta solução, junto com uma catequese adequada, pode ajudar a mudar o costume enraizado em muitos lugares onde o povo se une à doxologia. É necessário retornar à fidelidade às normas litúrgicas, evitando dar a impressão, porém, de que se queira reduzir a ação dos fiéis.

Aqui, como na ética, a maneira mais eficaz de combater um hábito errôneo não é tanto a repressão do vício, mas a formação da virtude oposta.

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