domingo, 17 de agosto de 2014

SEDE VIGILANTES NO AMOR

Quem vai nos separar do amor de Cristo? Ninguém!

Combatentes na oração, nossa caminhada de intercessores combatentes é a vida. A nossa vida é uma vida de batalhas, de combate e de vitória. Nestes dias de acampamento, ninguém disse que era fácil ser combatente, mas é possível com a graça de Deus.

O amor de Deus é nosso aliado, por isso, ninguém pode nos separar do amor de Cristo. Essa canção antiga: “Quem vai nos separar? Quem vai nos separar do amor de Cristo”? se atualiza hoje na vida dos combatentes hoje.

“Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8, 38-39).

Nós precisamos assumir o amor de Deus! Você não é apenas um vencedor, mas muito mais que vencedor. Que maravilha é assumirmos essa alegria de que “com Cristo somos mais que vencedores”, como está escrito na Palavra: Nenhuma criatura, nada vai nos separar do amor de Deus (cf. Rom 8, 38-39). Em nenhum momento Deus nos abandona, somos nós, com o nosso querer e com os nossos “achismos”, que nos separamos e nos afastamos do Senhor. É nessa hora que temos de lutar!

Nisso está a beleza do combatente, na hora da luta do combate não nos distanciamos de Deus. Algumas pessoas me perguntam: “Padre, por que o senhor anda com a cruz?”, e eu lhes respondo que é para não me esquecer de que Jesus morreu por amor a mim. A cruz é a forma concreta do amor de Deus por nós.

Eu não posso me permitir olhar para trás, querer me afastar do Senhor e abaixar a cabeça. Quantos de nós já pensamos em desistir!? Quantos de nós que assumimos que somos combatentes, na hora da guerra, queremos voltar para trás? Eu olho para você como irmão e digo: “Não dá mais para voltar!”, e vocês já sabem da verdade. A verdade nos liberta!

Você já conhece o amor, por isso precisa mudar de vida. As leituras de hoje nos convidam a aprender a experimentar, com gratuidade e com generosidade, o amor, certos de que nada pode nos separar do amor de Deus. 

Como tem sido a nossa vida e a nossa conduta? Eu tenho experimentado o amor de Deus ou tenho sido negligente?

Nós precisamos fazer desse combate uma atitude de vigilância.
 Muitas vezes, vamos a tantos lugares, buscamos tantas coisas, quando Deus nos diz: “Vinde a mim, vós que estais cansados!”. O Senhor nos dá o alimento sólido por intermédio dos sacramentos e de Sua Palavra. Só que, muitas vezes, queremos nos alimentar com as coisas passageiras que o mundo dá.

Ser de Deus não é fácil! Ao olhar para os seminaristas, os diáconos e os padres, eu vejo que não é fácil ser de Deus. Mas não podemos parar! O mundo também oferece coisas boas, mas estas são passageiras, e as coisas de Deus são eternas. O ser é eterno. O estar é passageiro. Nós estamos de passagem no mundo. Por isso, precisamos olhar para o céu, porque somos do céu. Não é fácil, mas é possível. O Senhor nos direciona por intermédio de Sua Palavra: “Apressai-vos! Vinde a mim e tereis vida!”.

O combatente precisa saber ouvir a voz de Deus, mesmo diante de uma guerra. Nós que somos combatentes na oração, precisamos pedir essa docilidade de ouvir a Deus, mesmo no meio dos disparos que nós ouvimos.

Quando entrei na Canção Nova, eu pedi ao monsenhor Jonas que rezasse por mim e pedisse ao Espírito Santo que me concedesse o dom da vigilância. E a imagem que o Senhor nos deu foi da visão de águia. Nesse tempo de sacerdócio, eu não sei o que é dormir mais de cinco horas. E mesmo dormindo eu tenho batalhas espirituais e experimento a vitória do Senhor. O combatente é aquele que, mesmo no meio da guerra, ouve a Deus. Eu também tenho pedido a Deus a graça da agilidade, porque o Senhor tem pressa.

O combatente não pode ficar acomodado esperando a graça cair do céu sem fazer nada. Precisamos ir à luta. Sair em missão. Ouçamos ao Senhor e sejamos dóceis e ousados n’Ele. Olhe Maria, que, nas Bodas de Caná, disse a Jesus que o vinho estava acabando. O combatente é aquele que é ousado, que vai à luta.

Eu tenho certeza de que Deus nos guarda, mesmo que as pedras sejam lançadas sobre nós. Não tenha medo das “pedradas” da vida, porque só árvore que dá frutos é que leva pedradas.

Para ir para o céu, precisa haver perseverança. Precisa existir uma fé viva. Deixe de melindres, de coisinhas! É preciso viver da Palavra do Senhor, da Eucaristia. Quando, no Evangelho, dizem a Jesus que as pessoas estavam com fome e que só havia cinco pães e dois peixes, Ele se encheu de compaixão e os multiplicou. Por isso eu lhe digo: Deus quer nos alimentar. Chega de querer comer “papinha”! É hora de comer “alimento sólido”, ou seja, alimentar-se com a Palavra de Deus.

Assuma a Palavra de Deus! O Senhor nos diz que é preciso formar um corpo de intercessores. E intercessor é aquele que reza em todos os momentos, que se coloca de joelhos em favor do outro. O que mais peço a Deus, neste acampamento de oração, é que você faça da sua vida uma vida de vigilância. Combatente não é aquele que vive apenas alguns momentos de oração. Mas que, em todos os momentos, está em oração. 

Agora é a hora da decisão. É hora de dizer para todo o mundo ouvir: “Nada poderá me separar do amor de Deus!” É preciso entender que estamos em uma batalha espiritual! Deixe de ter essa cara de defunto! Em Deus, você é vencedor!

Não é fácil estar no combate, mas, quando estamos com os ouvidos abertos a Deus, Ele nos dá a graça da perseverança e da vitória. Tudo isso exige disciplina. É a nossa mortificação diária. Queira escutar a Deus. Quando somos dóceis à ação de Deus, nós tocamos em maravilhas.

Precisamos ser dóceis também nas pequenas coisas, porque, com Jesus, somos mais que vencedores. Não troque o amor de Deus pelos amores deste mundo, nem pelo amor de sua família. É preciso viver no amor de Deus. Quem é combatente deve se preparar para o combate. É no amor de Deus que nós somos livres. 
Padre Bruno 
Missionário da Comunidade Canção Nova

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