quinta-feira, 27 de novembro de 2014

DEPENDÊNCIA QUÍMICA : HORA DE AGIR

No quarto estágio motivacional, o sujeito coloca em prática os planos desenvolvidos no estágio anterior
Aqui, a missão de quem deseja ser uma ajuda adequada é criar alternativas de reforço, oferecer técnicas de relaxamento e, para os que creem, propiciar um aprofundamento no relacionamento da pessoa com Deus. A fé é um instrumento eficaz, quando manejado de forma adequada. Deve-se também, sempre que possível, treinar o dependente em habilidades para recusar a substância da qual se faz uso abusivo ou nocivo e fortalecê-lo para enfrentar situações em que não se sente capaz de tolerar a falta da droga. Apesar da motivação para a mudança, ele pode ainda apresentar dúvidas (ambivalência).
Nessa circunstância, é preciso encorajar o usuário e dar força à sua autoeficácia para que ele permaneça firme na decisão de mudar. Podemos inferir disso que, nesse estágio, o sujeito requer acompanhamento constante.
E a família, como pode ajudar nessa etapa?
Ela deve ficar atenta às recaídas do dependente. Não achar que ele está curado nem se comportar como se isso fosse verdade. Não “boicotar” o que já foi conquistado com um comportamento de descrédito, desconfiança e desmotivação. Levá-lo para acompanhamento regular, auxiliá-lo nos passos efetivos para a mudança.
A marca desse estágio é a modificação do comportamento-alvo por meio de esforços para a transformação. Isso significa alcançar um critério em particular. No consultório, geralmente, faço assim: primeiro, estabelecemos juntos o dia D para a mudança (‘D’ de decisão). A partir desse dia, no caso de consumo de tabaco ou álcool, pode-se diminuir o número de cigarros consumidos ou doses ingeridas, assim como trocar cigarros por outros de baixos teores de alcatrão e nicotina ou bebidas com menor teor alcoólico. No caso do crack e da cocaína, pode-se seguir os mesmos passos, assim como outras substâncias de uso abusivo.
Para alguns, pode ser necessário o uso de medicação coadjuvante, por isso a importância de ela também fazer parte do plano de ação. Agora é só preparar os pés, escolher o melhor ritmo e o estilo mais eficaz para, então, dançar. Sem esquecer que estar unido ao parceiro, sem invadir espaços e confiando naquele que conduz cada movimento, faz a dança se tornar mais envolvente, bela e atraente, levando também outros a dançarem e, certamente, a aprender os passos e recriá-los para a própria mudança. Parceiro, agora é hora do dia D, dia de mudança.
Há um tempo para cada coisa. “Tempo chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar.” (Eclesiastes 3,4)

Érika Vilela

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