sábado, 18 de janeiro de 2014

DOENÇAS ESPIRITUAIS :UM OLHAR QUE CURA


Diz o Catecismo da Igreja Católica que "o desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus" (CIC 27). Pode-se inferir dessa afirmação que o homem foi criado fundamentalmente bom por Deus, já que Ele é o Sumo Bem e a Suma Perfeição. Esta é a primeira notícia: o homem é bom.

Apesar dessa bondade fundamental, ontológica, o homem ESTÁ mal. Esta é uma das consequências do pecado dos primeiros pais. Por causa da desobediência deles, por herança, toda a raça humana encontra-se maculada pela tendência ao pecado. Esta afirmação pode ser comprovada pela simples observação cotidiana, quando percebe-se até mesmo em crianças pequenas, que nem chegaram à idade da razão uma tendência para o egoísmo, para a mentira. É a lei da gravidade do pecado original. Assim, o homem está doente, mas não é doente. Esta é a segunda grande notícia.

Em consequência do pecado original, a natureza humana está enfraquecida em suas forças, submetida à ignorância, ao sofrimento e à dominação da morte, e inclinada ao pecado (inclinação chamada de concupiscência)" (CIC 418)
O livro "Um Olhar que Cura - Terapia das Doenças Espirituais", é um esforço de levar a um número ainda maior de pessoas um esclarecimento acerca dessa condição humana. Nas páginas iniciais, o livro traz que:

É próprio do homem amar, como é próprio da luz iluminar. Esta verdade ressoa em nossos corações como algo evidente e, ao mesmo tempo, difícil de acreditar. Ao ouvi-la, sentimos um forte apelo para alçar voo na arriscada aventura de amar. Mas dentro de nós - melhor ainda, diante de nossos olhos - encontramos a evidência patente de nossa fragilidade: uma espécie de força que nos leva a chafurdar na lama. A grandeza de nosso chamado contrasta clamorosamente com a miséria de nossa situação.

Desde os séculos mais remotos, a humanidade perplexa percebe estas duas tendências contraditórias, mas não consegue explicá-las. Nós, cristãos, no entanto, aprendemos a origem dessa contradição por meio da única realidade que poderia esclarecê-la: a Revelação.

A Revelação nos ensina: o homem é bom, mas está mal. Ou seja, o homem não é uma doença, mas está doente. E seu estado de doença espiritual requer uma cura.
Assim, este curso se propõe a "ser uma pequena introdução ao conhecimento deste estado doentio e de sua terapia de acordo com a tradição mais antiga da Igreja", colocando o doente sob o olhar de Cristo, ao mesmo tempo compassivo e exigente. O olhar severo é o amor que exige conversão e nos desafia. O olhar amoroso é o amor que acolhe e perdoa. Num único semblante, é possível contemplar o mistério pascal, morte e ressurreição, amor que supera todo o entendimento: o olhar que cura.
Padre Paulo Ricardo

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