quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

COMO OVELHAS SEM PASTOR

Não há pior desorientação do que sermos ovelhas de outro homem
Ao desembarcar, Jesus viu uma multidão e sentiu pena deles, porque andavam como ovelhas sem pastor." (Mc 6,34)

Uma ovelha sem pastor não é livre, mesmo que pareça sê-lo; na verdade, é uma ovelha desgarrada e perdida, que vaga pelos montes sem saber para onde ir, e está exposta ao assalto de qualquer inimigo.

Também os homens, para serem verdadeiramente livres, necessitam de um pastor que oriente seus passos, que ilumine sua mente, porque a liberdade humana é atada e só pode se realizar quando o homem escuta um chamado e lhe responde. Necessitamos de um pastor que nos chame. Mas quem será ele? Será, por acaso, outro homem? Não, porque só Deus pode se colocar à frente do homem. Por isso, o Senhor, depois de condenar os falsos pastores de Israel, diz: “Eu mesmo reunirei o resto de minhas ovelhas”.
Jesus é Deus conosco, Ele está diante de nós, é o único Pastor, o Bom Pastor que reúne as ovelhas desgarradas. Por isso, no Evangelho, Jesus se compadece das pessoas ao ver que elas andam desorientadas como ovelhas perdidas. Ele vê a miséria espiritual do povo, por isso, começa a lhes ensinar. E o milagre que fará, posteriormente – a multiplicação dos pães –, será o sinal de Seu imenso amor de Pastor.

Parece que, a cada dia, temos mais problemas e menos soluções. O que devemos fazer? Em que devemos crer? Em quem podemos confiar? Antes, tudo era mais simples, mais claro e definido, as verdades da fé e da religião pareciam imutáveis, mas, agora, tudo é mais complexo. Agora, tudo se move, tudo se questiona, tudo se coloca em dúvida; e isso produz incerteza e angústia, porque não estamos acostumados a viver sob a influência de tantas e tão contraditórias opiniões. Mas isso é muito perigoso para a verdadeira liberdade, porque o medo e a angústia facilmente nos levam à submissão incondicional a outros homens. E não há pior desorientação para o ser humano que a de ser ovelha de outro homem. Muitos países experimentaram isso, dolorosamente, por muito tempo.

Convém distinguir, claramente, entre a “liberdade de” e a “liberdade para”, porque há uma liberdade de pré-julgamentos, interesses egoístas, ideologias e falsos pastores. E outra liberdade para buscar a verdade, amar o próximo, para fazer justiça e seguir o Bom Pastor. A diferença entre a simples liberdade dos falsos pastores e a liberdade para seguir o Bom Pastor é o que chamamos de fé. 
A fé nos dá a verdadeira segurança em Deus e nos faz superar toda desorientação, toda dúvida e incerteza. Quando todas as verdades parecem questionáveis, quando não há quem encontre o caminho, quando a vida se converte em problema, o Bom Pastor nos chama e nos diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.

Peçamos ao Senhor, insistentemente, que nos regale mais pastores, porque “a colheita é grande, mas os operários são poucos" (cf. Lc 10,2).
Padre Nicolás Schwizer
Movimento Apostólico Shoenstatt

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